Excerto
das memórias do economista Alexandre Schwartsman, postadas no seu centésimo
aniversário.
“(...) Mas o principal erro, dentre tantos que
cometi, e que são inerentes à profissão do economista, talvez tenha sido não
levar a sério algumas de minhas próprias conclusões e, desta forma, não antever
os eventos de maior magnitude observados até agora no século XXI, que vi nascer
e no qual vivi a maior parte da minha longa existência.
Eu já tinha acompanhado o que ocorrera com a
Argentina, país que – assim como a periferia europeia – havia se colocado numa
armadilha cambial. Enquanto os capitais fluíam abundantemente tudo corria a
favor do país. Havia um desequilíbrio externo, mas o financiamento barato não
criava incentivos para sua correção; pelo contrário, a percepção que a poupança
externa estaria sempre disponível para países que se engajassem seriamente nas
reformas e no controle fiscal gerou despreocupação com respeito ao balanço de
pagamentos.
No entanto, quando os capitais secaram,
originalmente por fatores que pouco (ou nada) tinham a ver com a Argentina e o
país se viu obrigado a fazer um forte ajuste de balanço de pagamentos, o
pesadelo do padrão-ouro retornou. Incapaz de desvalorizar sua moeda o país
tentou promover a depreciação interna, isto é, reduzir preços e salários domésticos
para recuperar a competividade perdida.
Como resultado, o crescimento do PIB, que
atingira níveis asiáticos nos anos anteriores, foi negativo em 1998, 1999, 2000
e 2001, testando os limites políticos e econômicos da estratégia. A arrecadação
caiu e o país passou a enfrentar problemas fiscais. Ao mesmo tempo aumentou a
percepção que a Argentina não conseguiria manter o câmbio fixo, gerando um
sério problema: com praticamente toda a dívida pública e privada denominada em
dólares, era claro que o abandono do câmbio fixo levaria – como levou – à
reestruturação da dívida do governo e à quebra do sistema financeiro.
Isto realimentava o problema à medida que tais
temores se refletiam em elevações dos spreads
soberanos e, consequentemente, do custo de capital para os setores público e
privado, agravado a recessão e os problemas fiscais. De nada adiantaram planos
de ajuste fiscal (mais rigorosos do mesmo hoje se dá crédito), ou promessas de
ajuda externa (quantas vezes ouvimos o termo blindaje?).
Quando a deterioração atingiu um estado crítico,
com fuga de capitais e queda acentuada da atividade econômica a Argentina
viu-se forçada a desvalorizar a moeda, promover o corralito para estancar a fuga de depósitos e, por conta disso,
mergulhou em profunda crise política, preparando o terreno para a volta do
tradicional populismo latino-americano.
Os paralelos com a situação da periferia
europeia eram mais do que desconfortáveis. Havia uma forma ainda mais extrema
de câmbio fixo: a adoção de uma moeda única entre economias estruturalmente
muito distintas e que não possuíam mecanismos de ajuste como os encontrados em
economias continentais, como EUA e Brasil.
Os mercados de trabalho não eram integrados,
isto é, salários na periferia e centro europeus eram determinados por
considerações regionais, com pouquíssima migração de regiões com salários estagnados
para regiões com salários em crescimento, o que levou à evolução muito distinta
do custo do trabalho ajustado à produtividade.
Assim os custos subiram na periferia
relativamente ao centro, processo equivalente à apreciação cambial, conduzindo a
déficits externos maciços na periferia em contrapartida a superávits não menos
relevantes no centro. Novamente isto não foi visto como problema, dada a crença
na persistência dos ingressos de capitais por conta da integração financeira.
Contudo, quando sobreveio a crise de 2008-09 e
os capitais voltaram ao centro, esta vulnerabilidade foi desnudada. Da mesma
forma que na Argentina, a necessidade de redução de preços e salários levou a
um forte processo recessivo, que contaminou as finanças governamentais. Adicionalmente
as perdas bancárias forçaram os governos a garantirem, explícita ou
implicitamente, depósitos, criando um imenso passivo público.
Aí ficaram patentes as duas outras falhas da
integração europeia. A ausência de integração fiscal colocou um fardo
desproporcional sobre a periferia, em particular nos países que, antes da
crise, haviam tido desempenho exemplar de controle de gastos. Tiveram que
cortar carne e osso, agravado o clima político e a queda da atividade.
Já a ausência de integração bancária deixou cada
país expostos às vicissitudes do seu sistema financeiro, aprofundando a
percepção que a conta dos problemas bancários recairia sobre o governo, e levando
a prêmios de risco crescentes sobre sua dívida. Por outro lado, com os bancos
carregados de títulos públicos, este mesmo aumento dos prêmios piorava sua
patrimonial, o que não ocorreria (ou ocorreria em escala muito menor) caso a
garantia aos bancos fosse supranacional.
Em suma, a crise europeia da primeira década do
século foi uma repetição da crise argentina, mas em escala muito ampliada.
Ampliada porque envolvia vários países; porque envolvia somas perto das quais o
default argentino virava dinheiro de
troco; porque ocorria pela primeira vez depois de quase um século em países
desenvolvidos; e, finalmente, porque punha em xeque a construção política mais
ambiciosa do Ocidente: a unificação europeia.
Hoje, 50 anos depois dos eventos, ainda me
lembro do peso deste último elemento. Acreditava que a Europa não permitiria a
dissolução do seu ousado projeto político e que, portanto, depois de todas as
rodadas necessárias de barganha, os líderes europeus fariam o que seria
necessário para manter a União Europeia. Eventualmente os países credores,
Alemanha principalmente, acabariam pagando a conta em troca de um controle
maior, ou seja, de uma criação de uma Europa federal.
Não contava, porém, com dois fatores
perturbadores: a complexa governança europeia, que dava pesos iguais a países
de dimensões muito distintas e a polarização política acentuada pela própria
recessão. Num primeiro momento a transição política de situação para oposição
na Europa ocorreu dentro do mainstream,
mas a persistência do crescimento baixo, ou mesmo negativo, terminou por
corroer a credibilidade dos partidos políticos tradicionais.
Populistas como Beppe Grillo na Itália, Alexis
Tsipiras (do Syriza), e Geert Wilders na Holanda, trazidos ao poder em meio a
mensagens contrárias à austeridade fiscal e, de modo geral, hostis ao projeto
de unificação europeia, transformaram o que poderia ser um jogo de cartas
marcadas numa disputa real, abrindo inclusive espaço para a eleição de Marine
Le Pen e sua Frente Nacional na França, a pá de cal no projeto europeu.
É bem verdade que, antes mesmo da eleição de Le
Pen, a incapacidade da cúpula europeia em articular um plano ousado de resgate
da periferia já havia forçado a saída da Grécia da moeda única, jogando aquele
país numa crise ainda mais aguda que a experimentada entre 2008 e 2012.
Mais que isso, a saída grega (conhecida na época
como Greekexit) terminou de vez com
os resquícios da crença sobre a inviolabilidade do euro. Nas semanas e meses
que se seguiram ao Greekexit, numa imitação
agora da crise asiática de 15 anos antes, como dominós foram caindo os países
da periferia.
Primeiro Portugal, assolado por problemas
semelhantes aos gregos e, como a Grécia, percebido como pequeno demais para
afetar o todo. Depois Chipre, Irlanda, Espanha e, finalmente, após uma luta
inglória, também a Itália. Num espaço de meses toda a periferia europeia havia
abandonado a moeda única, de repente domínio da Alemanha e seus satélites, com
a França orbitando algo desajeitadamente entre o euro e o retorno do Franco
(finalmente decidido pela Presidente Le Pen alguns anos mais tarde).
Desnecessário dizer que todos os países que
abandonaram o euro pagaram caro (ainda que não se saiba até hoje qual teria
sido o custo de permanecer atrelado ao euro). Da mesma forma que na Argentina,
no começo do século, a dívida pública se tornou impagável, tendo sido
convertida forçosamente nas novas moedas nacionais redivivas.
É verdade que credores domésticos sofreram
relativamente pouco no processo (não quero dizer que sofreram pouco, apenas
consideravelmente menos do que outras classes de credores). Sim, houve uma
redução modesta no valor nominal da dívida em vários casos (não todos) e, sim,
com as taxas de juros repactuadas e fixas, a aceleração da inflação nos
primeiros anos do novo regime acabou por impor um ônus adicional aos poupadores
nacionais.
Da mesma forma o sistema bancário em muitos
destes países (também não todos) teve que ser nacionalizado, reconhecendo de
direito uma situação de fato, visto que os governos nacionais eram os
garantidores últimos da dívida.
Por conta disto tais países passaram por um
período recessivo adicional, mas, de forma não surpreendente, dada a
experiência argentina, vários retomaram o crescimento em prazos de 1 a 2 anos.
É bem verdade que cresciam a partir de níveis muito reduzidos de produto, algo
entre 15% e 20% abaixo do seu potencial (talvez até mais se as novas técnicas
psicohistóricas de aferição de produto potencial são tão precisas quanto a nova
geração de economistas acredita), mas as melhores estimativas atuais sugerem
que em até 4 anos a maior parte deles já operava em intervalos próximos ao
potencial.
O que talvez não fosse esperado era o custo que
a dissolução do euro impôs aos países que nele permaneceram. A começar porque
as perdas associadas à reestruturação das dívidas periféricas afetaram
fortemente os bancos dos países credores, onde, afinal de contas, acumulavam-se
os créditos contra a periferia. Incluem-se, entre estes, os bancos centrais,
que, por meio do Target 2, também mantinham enorme exposição à periferia.
As perdas bancárias do centro europeu, somadas à
monumental apreciação do euro relativamente às moedas periféricas, tiveram
impacto extremamente negativo sobre estas economias.
A locomotiva exportadora alemã em particular foi
duramente atingida, visto que suas vantagens em termos de custos foram
revertidas pela desvalorização na periferia. Por outro lado, a retração de
crédito bancário – por conta das elevadas perdas patrimoniais – afetaram a
demanda interna, tanto consumo, quanto investimento. E, completando o quadro, a
necessidade do governo alemão recapitalizar os bancos partindo de uma situação
de endividamento já delicada, levou a um aumento expressivo do custo de
captação do Tesouro alemão.
É verdade que, no primeiro momento, a Alemanha
teve um desempenho muito superior ao da periferia, mergulhados ainda na crise
pós-desvalorização, mas, passados alguns anos, o país voltou a ser referido
como o homem doente da Europa, levando ao fim do longo reinado democrata-cristão
e abrindo espaço para a hegemonia socialdemocrata. “Ironia” é uma palavra grega
e não deixa de ser irônico que a Grécia, uma vez superada a desvalorização e o
desastrado governo do Syriza, tenha apresentado durante muitos anos desempenho
consideravelmente superior ao alemão.
Mas isto veio depois. No momento da ruptura e
nos 18-24 meses que se seguiram o que se observou foi uma queda adicional da
atividade europeia que rapidamente se espalhou, ainda que em escala não tão
dramática.
Os EUA conseguiram evitar o “despenhadeiro
fiscal” que se temia no final de 2012, embora o presidente Obama, mesmo
reeleito, tenha se tornado refém do Congresso de maioria republicana nas duas
casas na primeira metade de seu segundo mandato. Cortes de impostos foram
prorrogados e os cortes de gastos algo diluídos no tempo, face à resistência
republicana à redução dos gastos militares. Apesar disso, os ventos contrários vindos
da Europa mantiveram a recuperação morna, levando, na segunda metade do segundo
mandato, à recuperação da maioria democrata na Câmara e Senado e ao fim
melancólico do Tea Party.
De fato, apenas no final do governo Obama a
economia americana voltou a crescer com maior vigor, após o longo processo de
ajuste do endividamento excessivo das famílias. A eliminação da Lei Dodd-Frank,
substituída por uma versão mais moderna da lei Glass-Steagall, forçou a
separação das atividades de bancos de investimento e comercial[1],
levando a uma expansão mais saudável do crédito. A flexibilidade do mercado de
trabalho nos EUA também ajudou e o impulso advindo da exploração de petróleo e
gás levou finalmente à recuperação da economia americana após quase 8 anos de
crise.
Já a China, ainda presa entre o status quo e a necessidade de alterar
seu modelo de crescimento em favor do consumo, experimentou anos de baixo
crescimento (para os padrões chineses da época), resultado do reduzido
dinamismo do comércio internacional e do investimento excessivo nos anos
anteriores à dissolução do euro. Apenas a mudança da liderança política no
começo dos anos 20 conseguiu superar o impasse, recolocando o gigante asiático
novamente em rota de crescimento acelerado, ainda que inferior ao observado no
final do século XX e início do século XXI.
As consequências para o Brasil não foram
devastadoras, mas foram certamente negativas. Preços de commodities reverteram a tendência de alta e perderam fôlego
privando o país dos ganhos de termos de troca que marcaram a primeira década do
século.
A exploração do petróleo da camada pré-sal, tida
por muitos como o caminho para a prosperidade, teve resultados bem mais
modestos, em parte por conta do fim do superciclo de commodities, em parte pelo insucesso do modelo de exploração,
limitado pela capacidade financeira da Petrobrás.
O lado positivo desta história foi a necessidade
do país retomar o processo de reformas, que eventualmente levou a nova
aceleração do crescimento, anos mais tarde, embora em bases mais sólidas.
Enfim, acho importante deixar aqui meu
depoimento sobre este período turbulento para as novas gerações, ainda mais
agora que renascem as conversas sobre a moeda única latino-americana. Eu me
pergunto de que vale ter um Googlechip no córtex e as conexões neurais ligadas ao
Coletivo Google se a imensa maioria dos economistas ainda encara a história
econômica como um relato tedioso do qual pouco se pode aprender...”
Sem o Googlechip |
(Publicado 12/set/2012)
[1]
Obviamente, 45 anos depois o novo Glass-Steagall foi revogado e observamos
novamente a formação de imensos conglomerados financeiros, sob alegação da
necessidade de fazer frente aos rivais chineses e indianos.
23 comentários:
belo texto Alex mas, de volta para o futuro, só acho que voce errou ao dizer que o Brasil retomaria o processo de reformas. Se voce mesmo acha, e concordo, que história é importante sabe o quanto nesse país é difícil vencermos o imediatismo populista e eleitoreiro em prol de um crescimento de longo prazo.
Excelente artigo, gostei da referência de psicohistória (não seria um pouco de influência Asimoviana vinda do Fundação?).
Agora é triste pensar que ainda vamos levar tanto tempo para corrigir os nossos problemas internos e outra vez não aproveitamos para mudar, mas ficamos esperando uma maré favorável ou culpamos algo que vem de fora.
Alex, este é o cenário otimista.
Acho que vamos ver coisa muito pior que Syriza e Frente Nacional na Europa.
Hari Seldon!
Alex,
tem aquela música do Chico que diz que o Brasil será um grande Portugal.
Isso já seria ruim, porém o Brasil escolheu o caminho da África.
Será um grande Congo.
Décio
NOS 60, O SENHOR VAI RECONHECER QUE "HAYEK ESTAVA CERTO".
Tirando a questão da transparencia, que acho nem deveria ser discutido e sim implementado tanto no setor privado como no publico (regulação/legalização do Lobby, etc), acho que o problema brasileiro se resume a:
1) Baixo investimento em educação nos diferentes níveis (principalmente técnico, que deveria ser valorizado mais do que é atualmente pelas pessoas);
2) Entraves ambientais, sendo que os agentes economicos (pessoas) estão querendo explorar e sugar do meio ambiente mais do que ele pode repor (Vide questão do Código Florestal ocorrendo com os ruralistas brincando e rolando no Congresso; recursos voltados a fiscalização ambiental imensamente menores daqueles voltados a fiscalização fiscal; lei dos resíduos sólidos desvalorizada pela imensa maioria dos prefeitos do Brasil; Planos Diretores valorizando a especulação imobiliária e a mobilidade individual, resultando em perdas economicas imensas; saneamento basico desvalorizado transferindo seus gastos de forma exponencialmente maior para a saúde; etc)
3) Gastos previdenciários e com servidores acima do necessário (observem o lobby dos Ptistas servidores no Congresso, é algo impressionante suas reivindicações - é possível acessar os videos das audiencias publicas no site da TV Camara)
Acho que qualquer assunto fora disso é discutir se o sofá do corno é um problema ou não*. Alías, o que mais se discute em termos de politicas economicas se baseia no "sofá do corno". Giambiagi, Raul Velloso, Eduardo Giannetti já nos vem chamando bem a atenção disso faz tempo.
*Para quem nao conheçe a historia: O cara descobriu, pelo vizinho, que a mulher dele estava lhe traindo com outro cara no seu sofá. Então, para resolver o problema, depois de muito pensar, o corno decidiu vender o sofá para resolver o problema dos seus chifres.
Que boa surpresa, Alex!
Meu voto é "Marcia de Windsor, a jurada da nota 10".
Quem foi?
Vedete em show na reabertura do Copacabana Palace, em 1958, ao lado de Elizeth Cardoso e Consuelo Leandro. O nome artístico foi sugestão de Stanislau Ponte Preta.
Fez novelas (O Sheik de Agadir, com Omar Cardoso) e foi jurada de programa de calouros (Flávio Cavalcanti): "Minha minha nota é dez!"
Muito legal o post, Alex.
Prosper e Cruzeiro do Sul foram pro saco, BC reduz compulsório, inclusive facilitando regras para compra de carteiras de crédito.
Tem muito banquinho abrindo o bico e fica claro que o BC tenta jogar oxigênio no sistema, o que compromete a taxa de juros, mas quem se importa com a SELIC? Certamente o BC não está nem aí...
sensacional este artigo,o tempo nos dira o quanto esta interpretacao esta proxima do mundo real que estar por vir,eu particularmente acho este cenario mais de 50% provavavel.
beto feier
Vovô Alex,
Por que o euro continuou se valorizando (em dólar)em agosto/setembro daqueles idos de 2012? Até onde ele foi? Depois ele se "arrebentou, não?
E, aproveitando a oportunidade: qual o segredo dessa vitalidade toda aos 120 anos? Com votos de saúde e paz, seu "neto" Elias.
Alexandre Schwartsman,
Artigo interessante este seu no Valor Econômico. Não sei qual foi o texto anterior, nas não resisto de ser indelicado com o dono do blog e dizer que o texto seguinte de Michael Pettis pareceu-me mais plausível.
Não sei qual é a sua fundamentação, mas você insiste em propor para a Europa a saída mais difícile traumática. Por que não pensar o euro com a saída da Alemanha? Fui fazer essa crítica ao seu artigo para um colega da direita. Ele tomou as dores por você. Disse que os políticos são espertos e a Angela Merkel sabe que perde as eleições se a Alemanha sair da Europa, porque os velhinhos aposentados querem estabilidade. Não vi lógica nesse argumento dele, pois a minha idéia era que a Alemanha com o marco dará muito mais segurança aos aposentados do que com o euro.
De todo modo, perguntei a ele, por que, já que a Alemanha não vai sair, os gregos (Ou portugueses, ou espanhois, ou italianos) sairiam, sabendo que existe a opção da saída da Alemanha e a zona do euro sem a Alemanha não sustentaria o euro e isso iria favorecer as exportações dos países mais pobres.
Ai ele já mudou o argumento sobre os políticos e disse que os políticos não são inteligentes.
Na verdade eu queria só mostrar que era preciso pensar que os europeus não são inteligentes para imaginar que eles podendo adotar uma solução não menos ruim que é a saída da Alemanha da zona do euro venham a preferir a pior alternatina que é a saída dos países pobres.
Bem, como eu sei que os europeus apesar de muita coisa ruim que já fizeram não são uns parvos, e portanto, vão optar pela solução mais simples e mais solidária que é a manutenção na íntegra da zona do euro, eu preferi ridicularizar a afirmação tacanha dele de que os políticos não são inteligentes. E disse que na média os políticos profissionais são mais capazes do que os restantes dos profissionais. Afinal quem governa a humanidade são os políticos profissionais e não os outros profissionais.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 14/09/2012
Segundo Krugman, publicado no Estadão de hoje: 'Países não gastaram o suficiente para tirar o mundo da atual enrascada'
Comé que pode um cara desses e com declarações desse tipo ... chegar até a ganhar Nobel de Economia...
Os keynesianos que estão em uma verdadeira enrascada, gastar mais com este nível de dívidas!? Mas não me surpreendo com o Krugman, ele é teimosinho e não tem outro discurso.
Renato,
O Alex frisou em um artigo aqui que - "expansão fiscal é para quem pode, não para quem quer; mas quem pode não quer".
Claro que isso não se encaixa a todos os países!
Talvez o Krugman esteja certo!
Comenta aí Alex!
Abs
E dai o nivel de divida de paises como os EUA? Who cares?
Li que um dos principais motivos da queda da dama de ferro é que ela era contra a entrada da Inglaterra na zona do Euro. Procede?
Quando vc preve queda nas commodities refere-se a petroleo e minerios, certo? Mas commodities agrícolas nao tem outra saída a nao ser crescer e crescer, certo?
Gostei do texto.
Anônimo (17/09/2012 às 00:49),
A divida pública americana como participação do PIB provavelmente permite alguma projeção.
No final da Segunda Guerra Mundial a dívida pública americana correspondia a cerca de 120% do PIB. A projeção que se poderia fazer (É, talvez seja projeção feita hoje voltada para o passado) é que a inflação viria para corroer a dívida pública. O que de fato ocorreu. No final dos anos 70 a dívida pública americana reduziu para 30% do PIB.
No livro "A Era da Turbulência", Alan Greenspan faz poucas previsões. Uma das previsões consistia em advertir os americanos para uma elevação da taxa de inflação para 4%. Provavelmente ele aproveitou a previsão da inflação apresentada para os anos passados e a reproduziu nos anos vindouros.
Pelo menos até agora a previsão dele não se tem verificado. E a dívida pública americana como participação do PIB continua subindo.
Se ninguém importar, a previsão é que a dívida pública americana em participação percentual continuará subindo e talvez a previsão de Alan Greenspan venha se mostrar como um engodo.
Sou leigo, não tinha a admiração que muito tinham pelo ex-presidente do Fed antes da crise de 2008, mas considero que esta projeção dele é mais provável do que as previsões de Alexandre Schwartsman neste ótimo post "Memórias de um centenário" de quarta-feira, 12/09/2012.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 17/09/2012
Legal a futurologia.
Mas cem anos? É só para não ser cobrado...
Legal a futurologia.
Mas cem anos? É só para não ser cobrado depois...
Só tenho upside: imagine se puder ser cobrado...
Alex, se me permite, o termo que estao usando aqui fora para a saida da Grecia e' "GREXIT" e nao "GREEKEXIT" como voce disse.
Não dá para confiar na memória de um centenário...
Valeu!
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