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terça-feira, 20 de setembro de 2011

O ataque dos geiselistas II

Lendo os comentários a meu post anterior (O ataque dos geiselistas), fica claro que alguns de meus pontos precisam ser elaborados, a saber, a questão de como a política de barreiras à entrada e tributação seletiva na indústria automobilística é danosa ao emprego e produto daquela indústria no longo prazo.

Não é um argumento complicado, mas é um tanto contra-intuitivo para muitos de nós que fomos doutrinados ainda jovens dentro da visão nacional-desenvolvimentista do geiselismo, de direita ou de esquerda.

A indústria automobilística pode ser caracterizada como um setor que exibe economias de escala, não só ao nível da firma, como a nível nacional. Como isso funciona? Ao nível da firma, o custo por unidade de se produzir 10 mil carros por ano é mais alto do que o custo por unidade de se produzir 100 mil carros por ano. Isto ocorre porque existem custos fixos (por exemplo, no P&D da melhor forma de se produzir) que podem ser ‘distribuídos’ para um maior número de unidades. Já a nível nacional, as economias de escala ocorrem porque uma maior produção local cria incentivos para uma maior densidade local das atividades de suporte (por exemplo, autopeças ou consultorias de serviços) e um mercado de trabalho mais ativo e especializado (por exemplo, quando a Ford demite João, ele ainda pode arrumar emprego na Volks, portanto ele tem melhores incentivos para adquirir habilidades específicas à indústria de veículos).

Carros também são um bem comercializável e em geral barreiras ao comércio internacional são pequenas e em boa parte do planeta, inexistentes. Por isso mesmo, alguns países como o Japão e a Coréia do Sul são capazes de produzir muito mais carros do que seu mercado interno pode absorver. Em outras palavras, existe um grande potencial para exportação do excedente se o produto tiver qualidade/preços competitivos.

Considerando essas duas características (economias de escala e possibilidade de se exportar o excedente), qual deve ser então o objetivo de qualquer política industrial? A resposta é auto-evidente: conquistar participação no mercado (market share) global.

Como isso pode ser feito?

Reduzindo-se custos. A redução de custos tem um componente macroeconômico (uma política fiscal mais apertada ou um salário mínimo indexado menos agressivamente ajudariam), além de um componente microeconômico (menos regulação das empresas já instaladas ajudaria). Existe claramente um papel para o Estado aqui.

Melhorando os produtos. A melhoria dos produtos naturalmente depende das pressões competitivas. Um mercado doméstico cativo é um subsídio à produção de calhambeques e um imposto sobre as exportações.

Facilitando entrada de novas firmas. Como existem ganhos de escala a nível nacional, a exigência de conteúdo nacional deveria ser zero (digo mais, qualquer exigência de conteúdo nacional acima de zero é equivalente a passar um atestado de burrice nacional) e a premissa básica da política industrial deveria ser criar nenhum empecilho para a expansão da capacidade e número de firmas operando no Brasil, tanto montadoras quanto seus fornecedores. Se temos capacidade de produzir parafusetas a custo mínimo, fábricas de parafusetas no Brasil vão vicejar com a expansão da capacidade das montadoras; por outro lado, se nossas parafusetas são caras, a exigência de conteúdo nacional mínimo funciona como um imposto sobre nosso consumidor e um dreno na competitividade da indústria.

Integrando a produção globalmente. Semelhante ao item acima. Os geiselistas originais achavam que investir em diversificação da estrutura produtiva e completar as indústrias de base levaria a indústria brasileira ao Nirvana. Erro crasso, pois nosso desenvolvimento industrial estagnou depois de duas décadas de crescimento acelerado exatamente PORQUE os geiselistas tiveram sucesso em usar a máquina estatal para diversificar a estrutura produtiva e completar as indústrias de base. Uma indústria de base completa e ineficiente é a melhor garantia que podemos ter que nossa indústria de bens de consumo vai ser ineficiente também. Quem ainda não entendeu isso merece ser exposto ao ridículo no debate.

Como discuti anteriormente, o aumento seletivo do IPI gera incentivos contra a redução de custos e melhoria dos produtos na indústria, além de dificultar a entrada de novas firmas e taxar as firmas já existentes (via requerimentos de conteúdo nacional).

Hoje em dia, a produção de carros no Brasil é da ordem de uns 3.4 milhões por ano (2010, Anfavea). Deste total, uns 0.5 milhões de veículos montados foram exportados em 2010, em sua vasta maioria para mercados marginais como o Mercosul, a África do Sul e o México, enquanto o Brasil importou um pouco menos que 0.5 milhões de carros, dos quais uns 0.3 milhões do Mercosul e uns 170 mil de fora do Mercosul (Ásia, Europa, EUA).

Ao mesmo tempo, países como o Japão e a Alemanha produziram 9.6 e 5.9 milhões de carros em 2010, o que nos coloca na posição de um produtor de tamanho médio, atrás também da China (18.3 milhões!!), Coréia do Sul (4.3 milhões) e Estados Unidos (7.8 milhões). Fonte: OICA

Com esse arcabouço conceitual e os dados acima, podemos nos perguntar quais devem ser os objetivos de nossa política industrial.

Podemos imaginar um cenário em que nossas exportações passam a atingir mercados menos marginais que o Mercosul e a África do Sul, e chegamos a uns 2 milhões de automóveis exportados por ano. Para chegar a esta posição faz-se necessário que a indústria instalada no Brasil possa reduzir custos e melhorar a qualidade para competir com os carros asiáticos. Isto não vai ser atingido dando-lhes uma carta branca para não competir com os carros asiáticos no mercado doméstico. Poderíamos ter dado grandes passos em direção a esse objetivo se não tivéssemos virado as costas para a ALCA, mas esse trem já deixou a estação.

Por outro lado, podemos garantir o mercado doméstico de uns 3 milhões de carros por ano, via proteção à nossa ‘indústria nascente’. A indústria instalada no Brasil não teria que fazer um ajuste para se manter competitiva, portanto deixaria de explorar o potencial de exportação para novos mercados. É possível até que percamos participação nos mercados para os quais já exportamos, como a África do Sul e o México, afinal o lobby da ANFAVEA deve ser menos convincente em Pretoria ou no México do que em Brasília. Note também que se a indústria automobilística se restringir ao mercado doméstico e Mercosul, podemos estar certos que não vai ser dessa cartola que vai sair a aceleração do crescimento. Esta parece ser a nossa escolha de política atual.



No meu próximo post eu vou discutir quais os prós e contras de decisões de política industrial em resposta ao aumento observado das importações de carros populares vindos da Ásia.






E enquanto isso, Guido Mantega estudava sexo e poder na USP...





54 comentários:

Saudades do Collor...
Pronto, falei!

Além de todos os motivos apresentados: quem foi que disse que a indústria automobilistica deve ser hoje a escolhida da política industrial? Os argumentos teóricos em seu favor, poderiam ser aplicados a outras setores industriais (e, com jeito, a não industriais tb).
Enfim, incentivar um setor significa desincentivar outros e congelar a estrutura setorial. E ainda se dizem shumpeterianos...

A grande cagada foi dar status de economia capitalista para a China, na verdade os países da Ásia subsidiam pesadamente sua produção, se ficarmos só olhando também já era.
O que eu acho que devemos discutir é a forma de valorizarmos a produção local sem penalizar o consumidor, mas ficar pensando que o mundo é cor de rosa e que todo mundo joga pelas regras de mercado é ser ingênuo.

É triste. Depois de tudo que o Brasil passou nas últimas décadas nos vermos às voltas com este tipo de discussão. Não consigo sequer escrever um comentário a este respeito.
Grosso modo desde 2006 estamos seguindo uma política que leva a crescimento no médio prazo ao custo de estagnação no longo prazo, concentração de renda (isto mesmo, não escrevi errado) e desequilíbrio macroeconômico (incluindo inflação).
Como sei disto? Como disse estou sem ânimo para explicar, o O já tratou de um caso, o caso geral não é tão diferente. Mas basta olhar a história recente do Brasil e da América Latina para saber para onde estamos indo.
Nas palavras da poeta: "A mesma história tantas vezes lida!...".

Abraço,

Roberto

Um pouco. Mas o ponto é mais fazer uma provocação aos economistas que sempre lembram do plano Collor (uma cagada inominável, sem dúvida) e numa mencionam duas "revoluções" na economia Brasileira que começaram naquela época: abertura e privatizações.
Abs.

É o comodismo ajudando a inflacionar os preços dos veículos; ou alguém duvida que irão subir os preços de tais?
Desculpas mil.

Questionável:

- Estavamos (antes da medida) ganhando competitividade a ponto de quadruplicar as exportações de 0.5MM para 2MM?

- Até ago/11, o crescimento das exportações yoy é de 5.2%. Saindo de 0.5MM ao ano para chegar aos 2MM citados, com essa taxa de crescimento, levaríamos 30 ANOS!(dados ANFAVEA)

Com a produtividade apresentada pela nossa indústria auto. até hoje, difícil projetar esse ganho de escala via exportações, O.

Não somos competitivos na área e depois da medida seremos menos ainda. Entretanto, parece que o tal ganho de escala (via exportações), gerando mais emprego na ind. doméstica, não encontra refúgio na taxa de crescimento das nossas exportações.




The Anchor

A. Apesar de concordar de modo geral com varios principios que parecem estar embutidos no texto, eu devo dizer que a prescricao: 1) produzir carros mais baratos; 2) produzir carros melhores; 2a) competicao leva a 1) e 2) nao e de grande valor adicionado.

B. Eu proponho a seguinte alternativa (em geral, sem tentar defender o merito do imposto ue parece-me ser uma ma ideia)

1. o governo tem, sim, potencialmente um papel importante e pode influenciar positivamente o desenvolvimento de certas industrias

2. os modelos conceituais que economistas usam para pensar sobre estrutura de mercado sao genericos demais e idealizados demais para serem uteis. Nao e uma surpresa que a prescricao e precos menores e carros melhores

3. o que voce diria sobre o seguinte. Investimento em P&D e dependente dos retornos do negocio. Digamos que a longo prazo o objetivo seja precos menores e carros melhores. Entao uma trajetoria plausivel de se conseguir a know-how e a escala necessarios e o governo tomar medidas que aumentem os retornos das empresas e assim incentivem P&D.

Eu posso citar varios exemplos nos quais o governo ou equivalnte criaram barreiras a competicao ou (equivalente) incentivos que ao medio e longo prazo fizeram com que as empresas locais se tornassem competitivas mundialmente, varias vezes "crushing" outras empresas que inicialmente tinham vantagens de escala, escopo e conhecimento.

O imposto em paricular pode (e eu acho que e) moronic, mas a sua prescricao e eu creio as hipoteses fundamentais que levam a ela nao e correta, na minha opiniao.

C

"- Estavamos (antes da medida) ganhando competitividade a ponto de quadruplicar as exportações de 0.5MM para 2MM?"

Talvez eu não tenha me explicado bem, mas meu ponto é que um aumento substancial da produção e exportações é possível dentro de uma estratégia completamente diferente (ambiente macroeconomico favorável, desregulamentação, extinção das barreiras à entrada, redução do custo de se fazer negócios etc).  

"- Até ago/11, o crescimento das exportações yoy é de 5.2%. Saindo de 0.5MM ao ano para chegar aos 2MM citados, com essa taxa de crescimento, levaríamos 30 ANOS!(dados ANFAVEA)"

Mas exportações são uma parcela pequena da produção total! Para aumentar as exportações para 2m por ano basta aumentar a produção total em 50% (com o consumo local constante), uma meta factível em 5-7 anos se houvesse um ambiente pró-investimento e pró-competitividade no Brasil. 

"O", agora repare nos "gostei" e "não gostei". Viu só! Continue assim, a gente agradece.

“Eu posso citar varios exemplos nos quais o governo ou equivalnte criaram barreiras a competicao ou (equivalente) incentivos que ao medio e longo prazo fizeram com que as empresas locais se tornassem competitivas mundialmente, varias vezes "crushing" outras empresas que inicialmente tinham vantagens de escala, escopo e conhecimento.”

Bravata, aqui?.
Cite pelo menos um tal exemplo.
Aliás, eu deixo barato. Cite meio exemplo.

“1. o governo tem, sim, potencialmente um papel importante e pode influenciar positivamente o desenvolvimento de certas industrias”

Sim, o Natal é em dezembro e bípedes andam em duas patas.



”2. os modelos conceituais que economistas usam para pensar sobre estrutura de mercado sao genericos demais e idealizados demais para serem uteis. Nao e uma surpresa que a prescricao e precos menores e carros melhores”

Prescrição?!


”3. o que voce diria sobre o seguinte. Investimento em P&D e dependente dos retornos do negocio. Digamos que a longo prazo o objetivo seja precos menores e carros melhores. Entao uma trajetoria plausivel de se conseguir a know-how e a escala necessarios e o governo tomar medidas que aumentem os retornos das empresas e assim incentivem P&D.”


Eu diria que é uma idéia boçal. O investimento em P&D é dependente da necessidade de se fazer investimento em P&D. Políticas de reserva de mercado e barreiras de entrada são equivalentes à sociedade ser taxada para que as firmas sejam subsidiadas para NÃO fazer P&D.

O visionário “O” parece ainda fascinado pelo mito do pequeno Davi e sua funda. Baixem a guarda e deixem os TIGRES mandarem brasa que, daqui a pouco, nem palito o GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA haverá de produzir. Não que o sagaz “O” esteja errado nos seus argumentos. Mas eles são da natureza do impossível. Intrincados esquemas ideológico-nacionais, capitais fixos gigantescos, complexidades logísticas ― que mais a travar essa miragem ufanista do caro “O”? É claro que os chineses e indianos virão para cá. Mas será para “explorar” os frutos do pré-sal e da devastação agrícola. Quanto as possibilidades de o país tornar-se um player, elas parecem bem remotas ― nem tudo se resolve pela via das idealizações econômicas, para frustração dos economistas.
Abs.

parabéns mais uma vez pelo excelente texto!
é sempre muito instrutivo ler o seu blog (faço diariamente, sempre aguardando pelo próximo post!)
se me permite, farei uma crítica construtiva referente à gramática: sempre que escrever um número menor que 2 a concordância tem que ser no singular. Exemplo: 0,5 milhão e não milhões.
Um abraço,
Bruno

De parabéns pelo Post. Dando o meu pitaco, acrescentaria uma conta simples: quanto que economizaríamos se houvesse possibilidade de importarmos ou comprarmos esses automóveis a preços internacionais? Depois disso, imaginaria o quanto tal economia para o povo e povao impactaria a economia interna ,pelo aumento da poupanca pessoal e de consumo de outros produtos.

"TIGRES mandarem brasa que, daqui a pouco, nem palito o GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA haverá de produzir"
Eu tenho uma boa sugestão para enfrentar a invasão: proibir extração mineral e o plantio de soja. A taxa de câmbio sobe e assim iniciaremos uma fase de expansão industrial. O salário minimo de R$3000 será equivalente uns US$150 e finalmente seremos competitivos. E ainda seremos o país mais ecologicamente sustentável, um verdadeiro paraíso.

“Eu posso citar varios exemplos nos quais o governo ou equivalnte criaram barreiras a competicao ou (equivalente) incentivos que ao medio e longo prazo fizeram com que as empresas locais se tornassem competitivas mundialmente, varias vezes "crushing" outras empresas que inicialmente tinham vantagens de escala, escopo e conhecimento.”

Bravata, aqui?.
Cite pelo menos um tal exemplo.
Aliás, eu deixo barato. Cite meio exemplo.
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Eu achei a sua resposta muito mal educada, alem de ser arrogante e ignorante. mas aqui vai um exemplo de interferencia de governo em estrutura de industria que a longo prazo trouxe resultados positivos para a industria local.

Quando a tecnologia digital de telecomunicacoes moveis estava amadurecendo, os governos Europeus de fato obrigaram as operadoras a usar o GSM, um standard para o qual empresas europeias como a Ericsson e a Nokia tinham colaborado muito mais IP do que, por exemplo, a Motorola, a Lucent, ou a Nortel. Como os governos obrigaram as operadoras? Atraves de regras especificas relacionadas a utilizacao de spectrum. (os US fizeram exatamente o oposto, em aprte para dr uma chance viavel a tecnologia alternativa, o CDMA, tambem conhecido como IS-95). nao foi um imposto direto, mas certamente criaram-se barreiras a competicao.

Uns 15 ou vinte anos passaram e quais sao as consequencias:

1. A Ericsson e de longe a maior empresa de infrastrutura de tecnologia movel do mundo, e tanto a Suecia como os paises escandinavos onde ela tem centros de epsquisa e producao sao bebeficiados

2. do ponto de vista de "consumer welfare," o seguinte e um argumento plausivel (apesar de ser uma discussao talvez um poucocomplicada para quema cha que a receita do negocio e produzir carros melhores mais baratos - genio!)

- exatamnente por causa da intervencao governamental na IMPOSICAO de standards e na criacao de barreiras a competicao, os servicos de telefonia movel na Europa sao os de melhor qualidade do mundo, a selecao e o preco de terminais tambem.

- Entao, um exemplo onde ha evidencia concreta de beneficio de intervencao governamental. Agora, e a sua vez, qual evidencia que voce tem que alguma ineficiencia devido a essa intervencao teve custos maiores que os beneficios? Modelos teoricos sao uteis pra se discutir o futuro. Nos estamos falndo do passado. Recente, mas passado. Se voce quiser argumentar contra o meu exemplo, counterfactuals de carater teorica nao sao suficientes, por que podem ou nao ser reais ou simplesmente produtos da imaginacao (pouco fertil0 de ume economista anonimo teorico, cuja contribuicao a politica industrial se resume em: produza carros melhores e mais baratos, e tudo dara certo.

Esse e um exemplo. Aqui vai mais um, na mesma industria

- O governo chines, atraves da isencao de impostos (que e quase equivalente a aumentar os impostos das concorrentes) e disponibilizacao de capital a custo quase zero, por muitos anos desde o final da decada de 90 ate o fim da decada passada, incentivou as empresas chinesas de telecomunicacoes, ZTE e Huawei. Qual e o resultado? Hoje elas estao entre as lideres mundiais na sua area, empregando centenas de milhares de chineses direta e indiretamente.

eu poderia dar mais um, dois, ou dez exemplos. Em tecnologia ou em outras areas.

Mas na sua arrogancia voce tao foi de uma idiotice tamanha que voce nao merece ser educado. Fique ai blogando sobre a politica industrial que diz

- produza melhor
- produza mais barato
- competicao faz bem

seriously? e ainda escreve o post num tom que parece que esta dizendo algo profundo. So ser for profundamente banal.

Eu diria que é uma idéia boçal. O investimento em P&D é dependente da necessidade de se fazer investimento em P&D. Políticas de reserva de mercado e barreiras de entrada são equivalentes à sociedade ser taxada para que as firmas sejam subsidiadas para NÃO fazer P&D.

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Qual evidencia voce tem pra essa afirmacao a nao ser algum modelinho teorico que voce estudou e achou que revelava como o mundo funciona?

E absurda. Eu por acaso conheco os numeros e os fatos dos Estaods Unidos melhor que do brasil (povavelmente conveniente quando se fala em P&D e em investimento em geral).

Eu posso dar varios exemplos de empresas que investem pesadamente e todas estao em industrias cuja estrutura e de monopolio ou oligopolio.aqui vai minha lista;

1. verizon, at&T sao de fato um duopoly (veja a conventracao da industria) e estao entre os maiores investidores de capital dos US
2. Comcast, Time Warenr Cable idem
3. Microsoft
4. google
5. IBM
6. Qualcomm

What have YOU got? produza mais barato carros melhores, e competicao e bom? por que voce nao escreve um paper sobre esse blinding insight?

"De parabéns pelo Post. Dando o meu pitaco, acrescentaria uma conta simples: quanto que economizaríamos se houvesse possibilidade de importarmos ou comprarmos esses automóveis a preços internacionais? Depois disso, imaginaria o quanto tal economia para o povo e povao impactaria a economia interna ,pelo aumento da poupanca pessoal e de consumo de outros produtos."

Nao eh pouco nao!!

E sim, quando o consumidor brasileiro pode comprar um carro importado mais barato, ele tem mais poder de compra para outros bens ou poupanca, e grande parte do aumento em seu consumo de bens ex-carros vai incidir em outros gastos domesticos.


Por isso mesmo que em geral eh dificil encontrar liberalizacao comercial gerando desemprego (ao contrario do temor dos protecionistas).

“Eu posso dar varios exemplos de empresas que investem pesadamente e todas estao em industrias cuja estrutura e de monopolio ou oligopolio.aqui vai minha lista;

1. verizon, at&T sao de fato um duopoly (veja a conventracao da industria) e estao entre os maiores investidores de capital dos US
2. Comcast, Time Warenr Cable idem”

Realmente?!? Telefonia/telecomunicações é um mercado completamente contestável.

“3. Microsoft”

Novamente, é uma posição contestável, mas mais importante, Microsoft usou sua capacidade de P&D para conquistar poder de mercado. A proposta abominavelmente idiota que a dita esquerda brasileira colocou na mesa – e você parece querer defender – é oferecer poder de mercado na esperança que isso gere P&D. Cara, é tanta burrice que dói!

“4. Google”

Mesmo que a Microsoft, e defitivamente não é um monopólio.

5. IBM
6. Qualcomm

Idem, idem.

"seriously? e ainda escreve o post num tom que parece que esta dizendo algo profundo. So ser for profundamente banal."

Vai tomar um cha de camomila, e volta para conversar menos nervosa, ok?

Quanto ao exemplo oferecido pelo nervosinho anti-Camomila (Ericsson, GSM etc), claramente não se aplica para a indústria automobilística.

A regulamentação sobre Standards na telefonia móvel diz respeito a um problema de externalidades de rede, onde obviamente o mercado não aloca eficientemente, e sobre o qual governos têm a obrigação de regular de modo a capturar maiores rendas para suas empresas ou consumidores nacionais.

Não é o caso da indústria automobilística (e não estou nem falando que o governo brasileiro desenhou políticas para que os acionistas da Fiat, Volks melhorem capturem o excedente do consumidor brasileiro), pois a indústria automobilística não é uma indústria com externalidades de rede significativas, com exceção talvez a questão da escolha de combustível, onde o governo já atua, como deve ser.

eu nao estou nervosa, so respondendo ao que voce escreveu (que foi, novamente muito mal educado alem de superficial)

telefonia e telecomunicacoes NAO sao mercaods contestaveis em NENHUM lugar do mundo. exigem grandes investimentos de capitais em custos fixos, tem barreiras de entrada (licensas de spectrum p.e.x) e returns to scale, as vezes network effects... Onde voce aprendeu que telecom e contestavel?

Em todos os mercados do mundo tanto telecomunicacoes fixas como moveis sao controladas por dois (e algumas excecoes tres, como o mercado movel no brasil) companhias.

e o que e verdade incontestavel e o seguinte; a faita de mercado das empresas que eu apontei e maior que 60% e crescente nos mercados relevantes. Aqui vao os exemplos especificos

1. verizon e AT&T tem mais que 60% share of revenuese juntas produzem cerca de 110% do free cash flow da industria. Como e por que? Por causa das abrreiras a competiczo. Contestavel o mercado? seriously? E essa a melhor resposta que vc tem ao meus exemplos especificos? Tao insightful quanto "produzir carros melhores a precos menores por que competicao e bom pra saude."

2. Comcast e time warner cable e mais ou menos a mesma discussao (duopoly em broadband e dominant share em video), nao que voce esteja interessado.

3. Em todos os mercados relevantes a msft compete geralmente com um provider
- database: oracle
- email: ibm
- operating systems; nobody really
- productity apps nobody really

4. se voce me disser a market share que gioogle tem em search, ai eu levo o seu idem, idem a serio.

5. IBM: oliogpoly em mainframes, que e o core do negocio (servicos sao geralmente attached a mainframe).

A minha conclusao e a seguinte: nao e NADA obvio que o estabeleicmento de barreiras a competicao e o aumento consequente de retorno a investimento nao seja condicao sine qua non para maior investimento em P&D e em infrastrutura. Ao contrario!

Todas as empresas que eu citei tem retornos bem acima do seu custo de capital exatamente por causa de competicao limitada.

Se voce que mais evidencia ai vai um quiz, que ate voce deve poder responder:

a. Bell Labs
b. TJ Watson and Almaden
c. Xerox PARC

o que eles tem em comum? todos criados por negocios em industrias nao competitivas.

Como e por que Google, IBM, etc chegaram na sua posicao de mercado e uma questao importante e interessante, mase um non sequitur aos meus pontos principais:

a. nao e correto dizer que o estabeleicimento de barreiras a competicao e sempre uma politica inapropriada.

b. dizer que a solucao e' mais competicao que levara a industria a produzir carros melhores e mais baratos e insuficiente e inadequado como argumento contra o imposto.

c. economistas discutindo politica industrial talvez devessem tentar aprender um pouico como industrias e companhioas funcionam e tomam decisoes, coisas que livro texto, papers, e (muito menos) um office em DC nao ajudam em nada

d. depois de fazerem o c., eles devem percerber que a regra numero 1 ao se fazer politica publica deve ser " dont let the perfect be the enemy of the good" (so que ja participou da criacao e implementacao de politica indsutrial em primeira mao realmente entende isso)

finalmente, eu realmente nao estava defendendo o imposto. So dizendo que a sua critica foi infantil.

Eu sei que esse assunto já deu, mas não resisti:

O pessoal "anti-Veja" diz que a revista é parcial e "anti-PT" porque só denuncia corrupção do PT, e jamais da oposição, certo?

Durante os oito anos de governo FH, a Veja não soltou NENHUMA capa sobre corrupção do PT ou de qualquer partido de oposição (houve uma nota no canto sobre o Garotinho, admito). E houve várias capas sobre escândalos no governo FH: compra de votos na reeleição, mendonça de barros, chico lopes, eduardo jorge, ricardo sergio (sobrando pro serra)...

Será que não havia corrupção nos governos estaduais do PT? Ou a revista era anti-PSDB?

abs

(pesquisar capas da Veja conta para o doutorado?)

“O”

A piada nessa história do aumento do IPI é a “obrigação” das indústrias com o investimento em P&D: 0,5% do seu faturamento. Agora sim a coisa vai. Pela lógica, devemos supor que até então as indústrias estavam investindo em P&D valores significativamente inferiores aos estupendos 0,5%.

As palavras e as coisas

Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) divulgada em 29/11/2010 pelo IBGE para o período 2006 a 2008 destacou que o índice de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), que representou 2,01% do faturamento no período. Isto é, média aritmética anual de 0,67%. O que isso representa em valores eu não sei.

O governo explica aos idiotas e responde aos entreguistas que “apostam contra o Brasil” que a medida não é protecionismo, mas sim política industrial.

Pimentel: crítica a IPI é bobagem [Correio Braziliense - 21/09/2011]

Nova York — O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, classificou como "bobagens" as críticas contra a decisão do governo de aumentar em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) [...]

"Não é protecionista de forma nenhuma. Protecionista seria se tivéssemos proibido as importações. Nós não estamos fazendo isso. “ [...]

O ministro desconversou a respeito dos aumentos de preços:

"Isso é outra discussão. Neste momento, o que estamos fazendo é adotar uma medida justa para garantir o mercado interno à produção local. Queremos assegurar à produção local condições de competitividade vis-à-vis com os importados.

Preço é outra discussão, que podemos ter mais à frente"[...]. Segundo ele, as autoridades que tratam disso vão se atentar para o assunto. "Agora, essa não é a nossa preocupação central", reforçou.

Mas Pimentel não combinou com os russos, com diria Garrincha

Protecionismo frustrou montadoras locais [O Globo - 20/09/2011]

Quando reivindicaram do governo ações de incentivo à produção local de automóveis, as montadoras instaladas no Brasil não esperavam a decisão protecionista de elevar o IPI dos importados. "Esperávamos medidas de incentivo à produção, não a brutal elevação do IPI. O governo optou pelo protecionismo", disse. Nos primeiros meses de 2011, as montadoras brasileiras, via Anfavea, entregaram ao governo Dilma Rousseff um diagnóstico sobre o setor e propostas para aumentar a competitividade da indústria local. A intenção, contou o executivo, era promover o barateamento dos insumos, como aço, borracha e plástico. No lado macroeconômico, o setor defendia reformas para reduzir a burocracia imposta ao empresariado, diminuir as taxas de juros e a tributação excessiva e melhorar a infraestrutura.

Anfavea admite que pode haver gargalo [O Globo - 20/09/2011]

SÃO PAULO. O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, admitiu que o aumento da exigência de conteúdo nacional para que os automóveis importados escapem do Imposto sobre Produtos Industrializados maior deve provocar "gargalos" em setores de autopeças, "que terão dificuldades para abastecer o mercado interno". Belini, presidente da Fiat no Brasil, esquivou-se ao ser perguntado se isso resultaria em aumento nos preços dos carros. Disse que as montadoras não pretendem elevar preços, mas "cada uma responde por si".

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, saiu em defesa da alta do IPI de importados, em almoço com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). [...] Após repetidas perguntas feitas pelo presidente do Lide, o empresário João Doria Jr., chegou a dizer, constrangida, que a medida poderia ser revisada. Depois, a jornalistas, voltou atrás.

Mas voce e denso mesmo, cara.

Primeiro, eu nao estava sugerindo que ha externalidades quaisquer na industria automobilistica. So dando um exemplo clarissimo onde intervencoes governmanetal obviamente favoravel a industia nacional e totalmente anti-competitiva foram bem sucedidas, ou pelo menos parecem ter sido.

Entao voce concorda que o governo tomar passos que limitem a competicao pode ser benefico e que competicao nao e sempre a receita pra se criar bens ou servicos melhores e mais baratos?

Segundo, quanto a esse papo de externalidades de rede, e realmente um papo furado e non sequitur nesse caso.

haviam varios standards. incrivelmente (!) os europeus escolheram o standard que favorecia as empresas europeias. Limitaram a competicao. pode ter sido uma otima ideia.

Alem disso os governos nao tinham que interferir nao escolha dos standards. Se voce quiser, eu posso te dar 25 exemplos de standards extremamente bem sucedidos que nao tiveram nenhuma interferecia governamental. na mesma industria ou em outras. Falar de network externalities e dizer qu eo exemplo nao se aplica indica que voce nao entendeu nada (por que nao pode?)

O ponto e o seguinte: nao e NADA obvio que favorecer a industria nacional mesmo limitando a comepticao e uma ma ideia. eu acho que o problema maior nesse caso esta na escolha da industria e no fato que ela nao e realmente nacional.

Anônimo

"a. nao é correto dizer que o estabeleicimento de barreiras a competicao é sempre uma politica inapropriada."

Sim. O correto é enunciar a assertiva e, no argumento que deve seguir o enunciado, apresentar as provas empíricas e lógicas que sustentam a negação ou a afirmação da assertiva, sem incorrer em contradição lógica ao longo da argumentação.

Isto posto, a assertiva dos dois últimos posts é: a elevação dos impostos pelo governo não é politica industrial, mas sim o velho conhecido protecionismo em ato que imita em 2011 o que foi feito nos anos 70 do século passado.

Então, ela é verdadeira ou falsa?

Uma dica: Saia do caminho fácil do relativismo e tente argumentar se a assertiva enunciada nos dois últimos posts é verdadeira, isto é, se ela tem ou não correspondência com elementos empíricos logicamente analisados pelo autor do post. Fundamentalmente, a elevação dos impostos é protecionismo? É política industrial? É o que?

PS: Não sei se ensinam história nos cursos de economia brasileiros. Pelo que leio em muitos comentários, parece que não.

"História, retórica, prova: nessa sequência, o termo menos óbvio hoje é o último. A contiguidade largamente aceita entre história e retórica empurrou para as margens a existente entre história e prova. A ideia de que historiadores possam provar algo parece a muitos antiquada e até ridícula" [C. Ginzburg. Relações de força]

Caro Pedro,

Não assuma que a claque que ataca a Veja está discutindo honestamente.

Aliás, sinta-se a vontade de identificar cada um dos que atacou a Veja como anti-petista por ter reportado sobre as visitas das otoridades ao "escritorio" de Zé Dirceu em Brasília e para sempre descontar como desonestas as opiniões dessa turminha do nariz marrom, em qualquer assunto.

“O”

“telefonia e telecomunicacoes NAO sao mercaods contestaveis em NENHUM lugar do mundo. exigem grandes investimentos de capitais em custos fixos, tem barreiras de entrada (licensas de spectrum p.e.x) e returns to scale, as vezes network effects... Onde voce aprendeu que telecom e contestavel? “

Quando paguei US$4/mês por uma linha telefônica em SP pelo Skype enquanto morava a milhares de quilômetros de distância.


“Em todos os mercados do mundo tanto telecomunicacoes fixas como moveis sao controladas por dois (e algumas excecoes tres, como o mercado movel no brasil) companhias.”

Isso é notoriamente falso. Existem varias (dezenas?) companhias de telefonia móvel nanicas atuantes em qualquer área metropolitana nos EUA. Que as grandes tenham um market share grande não significa que não sejam pressionadas pela competição e forçadas a melhorar constantemente os seus produtos.

1. verizon e AT&T (...)
2. Comcast e time warner cable (...)

No vídeo existem várias outras opções (provedores de satellite TV), no broadband existem substitutos como os 4G services etc.

“3. Em todos os mercados relevantes a msft compete geralmente com um provider
- database: oracle
- email: ibm
- operating systems; nobody really
- productity apps nobody really”

Eu acho que você não entendeu meu ponto. A Microsoft usou o P&D para conseguir o poder de mercado. Não o oposto que é proposto pelos neo-geiselistas e você: legislar um poder de mercado e esperar que os monopolistas ignorem os incentivos de mercado e produzam o P&D.

Onde há poder de mercado nas indústrias de tecnologia, ele foi criado pelo P&D, não o oposto.

“a. nao e correto dizer que o estabeleicimento de barreiras a competicao e sempre uma politica inapropriada.”

Então mudou de posição, porque sua posição inicial era defender as barreiras à entrada na indústria automobilística brasileira, assim como o tal do conteúdo mínimo nacional.

“b. dizer que a solucao e' mais competicao que levara a industria a produzir carros melhores e mais baratos e insuficiente e inadequado como argumento contra o imposto.”

Não disse até agora porque.

“c. economistas discutindo politica industrial talvez devessem tentar aprender um pouico como industrias e companhioas funcionam e tomam decisoes, coisas que livro texto, papers, e (muito menos) um office em DC nao ajudam em nada”

??

“d. depois de fazerem o c., eles devem percerber que a regra numero 1 ao se fazer politica publica deve ser " dont let the perfect be the enemy of the good" (so que ja participou da criacao e implementacao de politica indsutrial em primeira mao realmente entende isso)”

Interessante. Gostaria de saber qual foi o crime que você está tentando expiar.

"Interessante. Gostaria de saber qual foi o crime que você está tentando expiar."

A resposta está em: "so que ja participou da criacao e implementacao de politica indsutrial em primeira mao realmente entende isso"

Considerando toda e qualquer política industrial já feita por aqui o crime está caracterizado, só falta saber exatamente qual. Pela qualidade dos argumentos deve ter sido a pérola da coroa, a maravilha que nos legou 100 anos de prosperidade, a inoxidável, ou seja brilhante, Lei de Informática.

De pensar que a discussão começou com um imposto para proteger a... indústria automobilística. Aliás proteção de indústria automobilística deve ter um impacto positivo somente comparado à joia da coroa do BNDES, o grande exemplo de conquista de mercado, os frigoríficos!!!! Só não estou rindo porque estou aqui, é caso para chorar.

O que mais me perturba é o amadorismo e a improvisação das medidas que estão sendo tomadas. O momento econômico atual demanda medidas e pessoas profissionais e não estamos vendo isso de forma alguma. Resultado estamos vendo a economia perder ritmo, a inflação está em alta, o real se desvalorizando pesadamente, o que vai dar mais gás à inflação. Se o cenário externo se complicar mais e deve temo pelo que iremos enfrentar.

Ficar falando de exemplos A e B não vai levar muito longe. Esta é uma discussão que vai e volta sem trazer nada de muito novo. Tem um modo mais fácil de avaliar políticas: o resultado.

Recentemente o presidente do IPEA anunciou o início de um ciclo de crescimento, um destes foi anunciado pelos desenvolvimentistas no início dos anos 80. Eu digo que estamos em um processo, já iniciado, que nos levará a uma repetição dos anos 80.

Quem viver, verá. Se nos próximos anos a economia brasileira entrar em um boom puxado pelas inovações geradas nos setores protegidos e/ou financiados pelo BNDES eu estou errado, do contrário... vão culpar o neoliberalismo, o aquecimento global, as elites, o boi da cara preta e os EUA, normal.

É impressionante esta defesa apaixonada de um modelo que deu errado, mais, deu errado da forma que era prevista que daria errado e ainda trouxe todas as consequencias previstas.

Isso é notoriamente falso. Existem varias (dezenas?) companhias de telefonia móvel nanicas atuantes em qualquer área metropolitana nos EUA. Que as grandes tenham um market share grande não significa que não sejam pressionadas pela competição e forçadas a melhorar constantemente os seus produtos.
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totalmente absurdo, e novamente academico. O velho, bom, falso e inutil argumento de imperfect competition. E nao sou eu que estou dizendo nao, o DoJ concorda com o meu argumento, tanto e que bloqueou a merger da T-Mobile com a AT&T precisamente por causa da concentracao de mercado.

Olha, eu nao sei nada sobre voce, a nao ser pelo que v escreve. mas eu vou arriscar um palpite, voce NUNCA trabalhou nem na industria automobilistica, nem na de telecomunicacoes, e provavelemente em nenhuma industria onde tivesseqq responsavbilidade com impacto competitivo. Essa conversa de imperfect competition das nanicas e papo furadissimo, por duas razoes.

primeiro por que nao corresponde a realidade. Segundo, por que existem dois tipos de operadoras pequenas: as que vao a falencia mais cedo ou mais tarde ou as que vao sobreviver com ajuda do governo, direta ou indiretamente.

Então mudou de posição, porque sua posição inicial era defender as barreiras à entrada na indústria automobilística brasileira, assim como o tal do conteúdo mínimo nacional.
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nao, a minha posicao inicial e que criticar medidas especificas com afirmacoes generalizadas de nivel primario e absurdo (ainda nao me conformei: produzir carros melhores e mais baratos!! E competicao e boa)

1. verizon e AT&T (...)
2. Comcast e time warner cable (...)

No vídeo existem várias outras opções (provedores de satellite TV), no broadband existem substitutos como os 4G services etc.
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Sim, em cada mercado voce tem basicamente uma operadora de cabo com cerca de 50% de mercado, direct TV com 30 e Dish com 10. Tem ainda broadcast TV (que a teoria economica que voce aprendeu na escolinha diz que prove competicao imperfeita). Se isso nao e um mercado concentrado, nao sei o que e. E alias, como os provedores e satelite nao tem banda larga, nao comeptem em todos os segmenttos com o cabo.

quanto a 4G ser competidor com a banda larga fixa, e o mesmo problema. Primeiro, nao ha cobertura decente de 4G, Segundo, simplesmente o papo da competicao imperfeita nao cola.

Agora, se voce realmente insistir, vamos contar as fbricas de bicicleta como competidoras na industria automobilistica!

C

Em todos os mercados do mundo tanto telecomunicacoes fixas como moveis sao controladas por dois (e algumas excecoes tres, como o mercado movel no brasil) companhias.”

Isso é notoriamente falso. Existem varias (dezenas?) companhias de telefonia móvel nanicas atuantes em qualquer área metropolitana nos EUA. Que as grandes tenham um market share grande não significa que não sejam pressionadas pela competição e forçadas a melhorar constantemente os seus produtos.

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Novamente um argumento de livro texto de cunho totalmente teorico.

Imperfect competition=> as pequenas operadoras comeptem com as grandes

monopoly, Oligopoly pricing => competicao leva a carros melhores e mais baratos.

Como exatamente e especificamente voce acha que as operadoras nanicas pressionam as grandes? Por exemplo, eu posso te dizer que tanto na Europa como nos Estados Unidos a correlacao entre o numero de operadoras por metro area e o preco medio de servicos, contorlado por renda, e bem baixa. Por que? porque tanto na europa como nos Estoads unidos os mercados sao concentrados, e as grandes tem vantagens enormes sobre as pequenas.

o fato que voce teve que recorrer a um exemplo como skype so reforca o meu argumento, ja que a skype nao e uma operadora de telefonia. se voce quiser o paralelo funciona assim:

1. em grnade parte pro interferencia governamenteal, em aprte por causa da estrutura da industria 9barriers to entry), a competicao e limtiada.

2. os retornos sao alto e os investimentos (em infra e em P&D) tambem.

3. Logo o mercado atrai competidores. Como as barreiras sao altas, o que ocorre (e que os seus modelinhos economicos geralmente nao sabem levar em conta) nao e competicao no mercado, mas sim competicao por valor por outros agentes na cadeia de negocios.

Mas isso de forma alguma invalida o argumento. Torna-lo mais forte.

Eu acho que você não entendeu meu ponto. A Microsoft usou o P&D para conseguir o poder de mercado. Não o oposto que é proposto pelos neo-geiselistas e você: legislar um poder de mercado e esperar que os monopolistas ignorem os incentivos de mercado e produzam o P&D.

Onde há poder de mercado nas indústrias de tecnologia, ele foi criado pelo P&D, não o oposto.
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eu nao te dei dois exemplos? O GSM na Europa e os Chineses? Voce nao leu ou nao entendeu?

Eu entendi perfeitamente o que voce disse. so que nao e relevante. A questao (que eu comentei) e a seguinte:

barreiras a competicao como parte de politica industrial podem ser beneficas ou nao? Eu acho que sim. Vide os dois exempos.

“Considerando toda e qualquer política industrial já feita por aqui o crime está caracterizado, só falta saber exatamente qual.”

Esta é minha impressão também. Nosso amigo nervosinho deve ter colocado o dedo em alguma intervenção de política industrial que criou barreiras à entrada, e ele precisa justificar o seu crime para si mesmo. Triste sina.


“Pela qualidade dos argumentos deve ter sido a pérola da coroa, a maravilha que nos legou 100 anos de prosperidade, a inoxidável, ou seja brilhante, Lei de Informática.”

A Lei de Informática foi um desastre. É um alívio constatar que todos os formuladores daquela pérola de imbecilidade foram banidos de posições decisórias em nosso país...

“O que mais me perturba é o amadorismo e a improvisação das medidas que estão sendo tomadas.”

Eu desconfio que a única pessoa adulta formulando política econômica no Brasil seja a presidente. É realmente uma situação assustadora.


“O momento econômico atual demanda medidas e pessoas profissionais e não estamos vendo isso de forma alguma. Resultado estamos vendo a economia perder ritmo, a inflação está em alta, o real se desvalorizando pesadamente, o que vai dar mais gás à inflação. Se o cenário externo se complicar mais e deve temo pelo que iremos enfrentar.”

Essa turma serviu enquanto tinha seu poder limitado e a condução estava no piloto automático. Agora que eles estão formulando política, a nave está sem rumo mesmo.

“nao, a minha posicao inicial e que criticar medidas especificas com afirmacoes generalizadas de nivel primario e absurdo (ainda nao me conformei: produzir carros melhores e mais baratos!! E competicao e boa)”

Deixa de ser desonesto – parece que todo economista petralha é treinado na argumentação por meio de espantalhos, vade retro!

Eu disse que o objetivo de política industrial em uma indústria com as características da indústria automobilística (bem comercializável, algumas economias de escala) deveria ser aumentar o market share global e isso pode ser obtido por meio de redução nos custos externos à firma (via política pública, inclusive macroeconômica); melhoria da qualidade (via pressão competitiva); e outras medidas.

Lendo o seu argumento, minha impressão é que você parece duvidar que a competição gera pressões para melhorar a qualidade. Para defender sua posição, você cita um exemplo onde claramente temos externalidades de rede que é claramente irrelevante para a discussão sobre a indústria automobilística.

Eu contra-argumento: é bem óbvio para qualquer observador que pressões competitivas empurram firmas a inovar e melhorar sua qualidade.

"Olha, eu nao sei nada sobre voce, a nao ser pelo que v escreve. mas eu vou arriscar um palpite, voce NUNCA trabalhou nem na industria automobilistica, nem na de telecomunicacoes, e provavelemente em nenhuma industria onde tivesseqq responsavbilidade com impacto competitivo."

Pelo que você escreve também vou arriscar um palpite: você trabalha e/ou possui interesses em industrias beneficiadas por políticas industriais.

A minha visão é identica à sua, enquanto estavamos com "céu de brigadeiro" e no piloto automático tudo estava uma beleza, agora já estamos no meio de uma turbulência braba e desligamos o piloto automático, e o pior a tempestade ainda está na frente.Apertem os cintos o piloto sumiu.

"Olha, eu nao sei nada sobre voce, a nao ser pelo que v escreve. mas eu vou arriscar um palpite, voce NUNCA trabalhou nem na industria automobilistica, nem na de telecomunicacoes, e provavelemente em nenhuma industria onde tivesseqq responsavbilidade com impacto competitivo."

Pelo que você escreve também vou arriscar um palpite: você trabalha e/ou possui interesses em industrias beneficiadas por políticas industriais.

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100% errado. E voce? quando que voce viu como o mundo real funciona? Aquele mundo onde as pessoas com pelo menos um neuronio semi-funcional achariam que voce estava gozando da cara dela se voce dissesse: Opa, vamos produzir bens ou servicos melhores e mais baratos, que aio sim vamos nos dar bem?

Meus caros,
Só um pequeno comentário sobre a discussão acima. Realmente, existem alguns problemas graves na argumentação. O exemplo do GSM é um pouco ridículo (citar um exemplo onde existem economias de rede para justificar intervenções onde estas economias não existem). Neste caso, sempre um liberal pode dizer que a suposta regulamentação do governo visa restringir a concorrência para alguma empresa amiga do rei (o que também é bastante possível). Mas tenho outros dois pontos:
1- Modelos são instrumental abstrato importante para entender a realidade. Eles não são a realidade. Qualquer profissional bem treinado sabe disto. Além do mais, estes são importantes para não termos rigor nas discussões (e estas não virarem discussão de botequim). Isto é para os possíveis estudantes que por aqui passam. Faz-se necessário estudar muito os modelos e entender sua relevância para a discussão. O "O" faz isto muito bem. Ele analisou um caso concreto com o rigor dado pelos modelos que estudou (claro, dentro dos limites de um blog de divulgação científica). Causa-me espanto ficar criticando que sua posição é a do livro-texto ou do manual, etc. Aqui, temos a velha frase do Keynes (sobre os empresários e os economistas defuntos).
2- Como sempre acontece por aqui, somos produtores e consumidores. É engraçado, mas a suposta esquerda nacional adora transferir recursos dos consumidores para os produtores (não todos os produtores, só os amigos do rei). E aqui, mais uma vez, isto fica claro. É ridículo estes argumentos: "você já trabalhou em uma empresa de carros? Então não pode falar sobre nenhuma política pública voltada a este setor, mesmo que ela doa em seu bolso". Mas meu ponto é outro, é sobre a suposta competição existente nos mercados de telecomunicações nos países desenvolvidos. Não entendo nada destes setores (nem nunca trabalhei lá). Mas conheço consumidores destes setores (e também tive tal experiência). E efetivamente os preços são muito mais baixos e os produtos muito melhores do que aqui devido a possibilidade de escolha (exatamente devido às tais pequenas empresas). Não faço a mínima idéia da estrutura de custos ou da maldade intrínseca dos americanu ou das maravilhas modernas da supressão da competição. Sei que nos States, eu pagaria uma merreca por uma quantidade absurda de canais na televisão fechada e aqui eu pago uma fabúla por poucos canais ruins. Sei que para conversar com qualquer pessoa lá de fora, tenho que ligar e falar rapidamente para me telefonarem de volta (a conta sempre fica muito, mas muito mais baixa), e por aí vai. Citando alguém lá em cima, seria extremamente engraçado, se eu não morasse aqui.
Saudações.

“Pelo que você escreve também vou arriscar um palpite: você trabalha e/ou possui interesses em industrias beneficiadas por políticas industriais.”

Eu acho que não.

Minha aposta é que se trata de algum professor ou doutorando de universidade federal ou técnico do BNDES que jogou para o time e deu algum parecer justificando barreiras de entrada, deve ter recebido um tapinha nas costas como prêmio ou no máximo um jantar no Cipriani, e agora tem que lidar com sua consciência e racionalizar seu crime.

Eu chamaria de bobo alegre, se a história não fosse tão triste.

"100% errado..."

Então seu caso é pior do que eu pensava.

Vocês estão discutindo besteira:

"Eu posso citar varios exemplos nos quais o governo ou equivalnte criaram barreiras a competicao ou (equivalente) incentivos que ao medio e longo prazo fizeram com que as empresas locais se tornassem competitivas mundialmente, varias vezes "crushing" outras empresas que inicialmente tinham vantagens de escala, escopo e conhecimento."

E daí?
Isso seria bom pra quem?
Suponha que algum frigorífico do Brasil daqui a 15 anos e 4588756,00 bilhões do BNDES vire uma empresa grande (não acredito, mas vá lá). Por que isso seria bom pro país?

"barreiras a competicao como parte de politica industrial podem ser beneficas ou nao? "

ÓBVIO que SIM. Pode ser muito benéfica PARA O DONO DA EMPRESA. Pro país não.

A

http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/governo-aumenta-imposto-de-importacao-de-bicicletas-e-ja-estuda-elevar-ipi?page=2&slug_name=governo-aumenta-imposto-de-importacao-de-bicicletas-e-ja-estuda-elevar-ipi

ALguém já viu aquele filme "De volta para o futuro"?

A

1) quanto ao exemplo do GSM que eu introduzi. demonstra claramente pra qualquer um que pense um pouco por que os governos Europeus estabeleceram um standard e por que eles escolheram o standard que favorecia as firmas Europeias, limitando competicao estrangeira, que ha sim, casos onde acao governamental limitando competicao estrangeira ou competicao em geral e benefica.

Dizer que nao ha paralelo com a discussao da industria automobilistica por que ha externalidades de rede no caso do exemplo, misses the point. Nos Estados Unidos por exemplo o governo nao interferiu e nao decidiu ou decide em standards. eu tenho certeza que a razao realfundamental pra essa decisao foi a seguinte: uma escolha de standard como o GSM entregaria o mercado americano as fornecedoras de equipamento europeias e acabaria como firmas como a qualcomm.

Novamente, politica industrial modificando a estrutura competitiva da industria. Sem relacao alguma com questoes de network externalities.

Eu entendo o porque da reacao imediata de associar externalidades de rede com a discussao quando eu dei o exemplo (e o que esta escrito nos livros texto e nos journals academiocos, e o que economistas estudam), mas (felizmente!) as decisoes nesses casos nao foram motivadas pelas teorias academicas.

2) Eu nao tive a intencao de dizer que voce precisa trabalhar qui ou la para ter um ponto de vista util sobre politica industrial. o que eu queria dizer e que ideais como

a) produzam carros mais baratos
b) produzam carros melhores
c) competicao e bom, abram a economia
d) medidas mnacroeconomicas podem melhorar o desempenho da industria automobilistica

simplesmente sao genericas e sem conteudo pratico e provavlemtne sem nenhum impacto concreto para a industria. Agora, para voce dar sugestoes especificas ajuda saber um pouco sobre a industria sim, sua estrutura, a microeconomia do negoicio, detalhes das estruturas de custos e sua evolucao, dinamica competitiva, etc, e nao apenas como consumidor.

3) as discussoes de politica industrial baseados em ideais abstratas e modelos economicos sem ligacao direta e especifica a industria geralmente nao tem efeito pratico algum. Sao apenas discussoes ideologicas que sim, tem lugar num blog, na politica (que no final acaba definindo politica industrial, o que e um problema serio mas inevitavel), mas que realmente nao avanca em anda a discussao.