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domingo, 4 de abril de 2010

Parece trote de primeiro de abril, mas não é

TEMPESTADE EM COPO D’ÁGUA
Autor(es): Agência O Globo/PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.
O Globo – 03/04/2010

Estou passando, neste momento, por uma experiência considerável.


Demiti a minha diretoraalterna, de nacionalidade colombiana, do nosso escritório no FMI. Foi um deus nos acuda. A demitida fez um verdadeiro escândalo. O governo colombiano reagiu mal. Entre várias providências, enviou carta ao FMI, vazada para a imprensa, avisando que o Brasil não fala mais pela Colômbia. Venho apanhando feito boi ladrão na imprensa colombiana e, o que é pior, também na imprensa brasileira.


Estou na China, para reuniões do G20. A cada dia, recebo notícias e boatos sobre o assunto. A última: segundo a Agência Estado, o governo colombiano exige a minha saída do FMI e estaria atuando para que a minha permanência no cargo se torne insustentável, numa espécie de tática de motim.


A desproporção entre o fato e as reações colombianas dá ao episódio um aspecto ao mesmo tempo burlesco e misterioso. A minha intenção era fazer tudo de maneira discreta, sem qualquer publicidade. Tomei os cuidados possíveis. Pedi à Colômbia que indicasse um substituto. Dentro do acordo que rege as relações dos nove países do nosso grupo no FMI, cabe à Colômbia indicar o diretor-alterno.


Hesitei em ocupar o espaço que este jornal me concede para tratar de assunto administrativo, de importância muito relativa. No entanto, o comportamento da Colômbia confere ao caso uma dimensão inusitada. Sinto-me obrigado a dar ao leitor brasileiro algumas explicações e retificar informações equivocadas publicadas nas semanas recentes.


Primeiro, não houve qualquer irregularidade.


A nomeação e demissão do diretoralterno é atribuição exclusiva do diretor-executivo, garantida pelos estatutos do FMI. Pelo acordo entre os nove países do grupo, a Colômbia indica o diretor-alterno. Não tem o direito, entretanto, de insistir que a posição seja ocupada por determinada pessoa.


Tomei a decisão por razões estritamente profissionais e técnicas. A funcionária demitida não possuía, no meu entender, as qualificações necessárias para o cargo. Alem disso, não se destacava pela lealdade nem pelo respeito à hierarquia. Trabalhava sistematicamente para obstruir a relação entre o diretor brasileiro e Bogotá. Depois de algum tempo, perdi a confiança na minha substituta eventual. A decisão não foi de natureza ideológica ou politica.


Não há divergências importantes, em temas substantivos, entre o Brasil e a Colômbia no FMI.


Antes de tomar a decisão, tive inúmeras conversas com a funcionária colombiana, tentando persuadi-la a melhorar seu desempenho e comportamento.


Não adiantou. O problema foi crescendo. A comunicação com Bogotá tornava-se cada vez mais difícil.


No final de 2009, enviei correspondências ao governo colombiano relatando os problemas com a diretora-alterna.


Não recebi resposta.


No início deste ano, tentei viajar a Bogotá para explicar o problema. A minha visita, por incrível que pareça, foi recusada. Diante disso, resolvi afastar a diretora-alterna. Ao mesmo tempo, enviei nova carta ao governo colombiano, explicando e documentando a insuficiência do seu trabalho.


A demissão teve que ser implementada em prazo curto. Não era saudável que continuasse no escritório, já demitida, mas na condição de minha substituta eventual e com plenos poderes para atuar na minha ausência, uma pessoa em que eu perdera completamente a confiança.


Diferentemente do que foi publicado, tudo foi feito com cortesia e respeito.
A Colômbia tem quadros qualificados, que poderiam exercer o cargo de diretor-alterno com proveito para os países do nosso grupo. Estava disposto a entrevistar candidato ou candidatos que Bogotá quisesse indicar.


Agora, tudo ficou mais difícil. A Colômbia se recusa, por enquanto, a indicar alguém para a posição. Faz grande barulho na imprensa. Desautorizou o diretor brasileiro em carta ao FMI. Segundo reportagem publicada por este jornal, a demitida ameaça o Brasil com a saída da Colômbia do nosso grupo e exige, também, um pedido de desculpas do governo brasileiro… Tempestade em copo d’água.


PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. é economista e diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional, mas expressa seus pontos de vista em caráter pessoal.

29 comentários:

O que é mesmo que nos temos a ver com isso?

John

Não faço a menor idéia sobre quem seja essa ex-diretora colombiana. Mas já simpatizo com ela...

“O que é mesmo que nos temos a ver com isso?”

Caro John, se tu não consegues entender, o problema é teu, não meu.

O brasileiro (como muitos já sabiam) é que não é preparado para ocupar um cargo que exige além de conhecimentos técnicos, habilidade política (não tem preparo para ocupar cargo de direção. Só em Cuba que é ditadura.). Não teve habilidades e maleabildade para gerenciar o fato. Mas os que conheceram o brasileiro dizem que é pavio curto (parecido com pouca maturidade).

"O",

O texto do bombinha é patético, tal qual o autor.

Abç.

M.

O anônimo, se você gosta de lidar com problemas alheios, vou te mandar minhas contas.
jonh

“O texto do bombinha é patético, tal qual o autor.”

Uma vez eu comentei com um diplomata que o rapaz não estava à altura do pai.

Qual foi minha surpresa quando ouvi que o pai era tido nos meios diplomáticos como incompetente, inefetivo, propenso a ataques de vaidade e acabou sendo corrido do Itamaraty...

De todo modo, por pior que o pai tenha sido, duvido que ele seja tão estúpido e patético quanto o enrustido do filho.

Nao morro de amores pelo PN e tambem acho que o cargo e politico _ alias, e muito estranho como alguns indicados pelo Brasil em organismos internacionais se acham "donos" do mandato. Mas e preciso levar em conta tambem que a moça colombiana é táo competente que chegou a ser preterida para um cargo no próprio Banco de la Republica colombiano, pelo próprio Uribe. Foi para o FMI como compensacao.

http://www.primerapagina.com.co/MostrarDocumentoPublico.aspx?id=1110850

"Qual foi minha surpresa quando ouvi que o pai era tido nos meios diplomáticos como incompetente, inefetivo, propenso a ataques de vaidade e acabou sendo corrido do Itamaraty..."

É por este motivo que o menino é conhecido por "bombinha"; o pai era o "bombão"...

"Mas e preciso levar em conta tambem que a moça colombiana é táo competente que chegou a ser preterida para um cargo no próprio Banco de la Republica colombiano, pelo próprio Uribe."

E daí, imbecil? A moça também não conseguiu ser nomeada para centroavante do Millonarios de Bogotá.

Paulo Nogueira participou da equipe econômica do governo Sarney e foi um dos articuladores da moratória da dívida externa. Será que foi isso que o qualificou para o cargo?

A respeito da qualificação da economista colombiana, a única coisa que sei é que ela fez pós-graduação na Universidade de Londres e trabalhou no ministério da fazenda da Colombia.

ta na hora de entregar esse O...

a mascara dele tem que cair pra bater de frente com o Paulo Nogueira...

"a mascara dele tem que cair pra bater de frente com o Paulo Nogueira..."

Batendo de frente com o Paulo Nogueira?!

Desde quando dar espaço para ele se defender neste blog constitui uma batida de frente?

És muito burro. De hoje em diante, você passa a ser apelidado “Oligozinho, o anônimo batuta”.

Tio “O”

Ola,eu tenho uma dúvida:Gastos com ciência e tecnologia são contabilizados como gasto corrente ou investimento?

"Paulo Nogueira participou da equipe econômica do governo Sarney e foi um dos articuladores da moratória da dívida externa. Será que foi isso que o qualificou para o cargo?"

(1) Pai foi embaixador do regime militar na ONU
(2) Avô foi governador de MG
(3) Amigo do Mantega

Difícil pensar em alguém melhor qualificado :)

De onde apareceu esse post de gasto em ciencia e tecnologia? O cara teve a ideia de perguntar isso depois de ler a sequencia de comentarios ate aqui? Hilario isso.....

Anyway... o lance do PN foi o seguinte: o cara esta se achando o rei da cocada preta no fundo. Desfila com empafia sem igual. Acabou fazendo merda em coisa pequena. Eh a maldicao do Alcapone.

Ciro Obama Gomes

"E daí, imbecil? A moça também não conseguiu ser nomeada para centroavante do Millonarios de Bogotá."

Ao que me consta, ela não foi demitida da Fifa pelo João Havelange, mas sim do FMI pelo PNB.

Desenhando: o fato de alguém ser incompetente para exercer o cargo que ocupa é algo grave. O fato de alguém ser incompetente para exercer um cargo que não ocupa é irrelevante.

E depois eu é que sou imbecil...

“E depois eu é que sou imbecil...”

Você foi chamado de imbecil por ter feito um comentário imbecil – o fato dela ter sido preterida para uma posição não faz dela incompetente. Somente alguém patologicamente idiota ou algum selvagem sem vivência alguma no mundo poderia escrever o que você escreveu.

“Ao que me consta, ela não foi demitida da Fifa pelo João Havelange, mas sim do FMI pelo PNB.”

Ter sido demitida pelo PNB pode até ser indicação de competência. O sujeito é tão estúpido que achava que poderia demitir sua alterna que fora indicada por um superior seu (isto é, o presidente do banco central da Colômbia). E o pior de tudo, ele é tão burro que provavelmente até agora não entendeu que ele quebrou a hierarquia.

Existe uma única solução honrosa para o PNB: a carta de demissão. Um patriota verdadeiro não teria dúvida alguma que ele manter sua sinecura vale menos que o Brasil manter os votos da Colômbia.

Marquito do DF

Meu caro, aaaahhhh, "Marquito do DF",

Por acaso tiveste alguma curiosidade em ler a matéria que linkei? Ela diz assim:

"Conocidos los nombres de los dos nuevos codirectores el mundo de los economistas colombianos y la gente del Banco de la República respiraron con más tranquilidad por dos motivos:

1. Primero, porque los designados no resultaron representar aquella frase amenazante que dio el presidente en los días de estrés por la revaluación.
2. Segundo, porque no llegaron a la Junta Rentería y Agudelo, que aún cuando son muy buenas economistas, despertaban temores por su corta experiencia."

Desenhando: "corta experiencia" = "pouca experiência".

Agora: se a moça tinha "pouca experiência" para estar no Banco Central colombiano, porque diabos teria melhor experiência para estar no FMI???

Principalmente porque o currículo de dona Agudelo diz o seguinte:

"Agudelo Valencia tiene una Maestría en Economía de la Universidad Birkbeck College de
Londres y de la Universidad de Los Andes. Trabajó durante 10 años como Jefe de Sección de
Programación Macroeconómica en la Dirección de Estudios Económicos del Banco de la
República. En 1999 ingresó al Ministerio de Hacienda y Crédito Público como Asesora del
Consejo Superior de Política Fiscal y en septiembre de 2002 fue nombrada Secretaria Privada
del Ministro Roberto Junguito hasta junio de 2003."

Desenhando: "Trabajó durante 10 años como Jefe de Sección de
Programación Macroeconómica en la Dirección de Estudios Económicos del Banco de la
República". Traduzo: "Trabalhou durante 10 anos como Chefe de Seção de Programação Macroeconômica na Diretoria de Estudos Econômicos do Banco de la República". Mastigando: Agudelo trabalhou 10 anos na instituição para a qual Uribe queria designá-la, mas foi posta de lado por ter "pouca experiência".

Em linguagem diplomática, me parece que tiraram ela do jogo por qualquer outra coisa, menos pouca experiência.

Agora, se o próprio presidente da Colômbia a prejudicou no acesso a um cargo na instituição onde trabalhou por 10 anos, acho que "imbecil" é não levar pelo menos em conta que a moça, afinal, pode não ser o ó do borogodó nas lides econômicas. Então, algo me diz que patologicamente idiota é mesmo vossa senhoria.

No entanto, é claro que o objetivo por aqui não é analisar as circunstâncias do fato, mas apenas falar mal do PNB. Mas para isso basta dizer que ele foi inábil, no que acho que todos podemos concordar, sem necessariamente agirmos como bichinhas histéricas chamadas "Marquito".

"O sujeito é tão estúpido que achava que poderia demitir sua alterna que fora indicada por um superior seu (isto é, o presidente do banco central da Colômbia). E o pior de tudo, ele é tão burro que provavelmente até agora não entendeu que ele quebrou a hierarquia."

E, bem, essa frase é tão inteiramente incorreta que dá até preguiça de falar qualquer coisa a respeito.

Pelo contrário: o ato dele foi completamente dentro das regras do FMI. O problema é unicamente político, não de hierarquia.

"Agora, se o próprio presidente da Colômbia a prejudicou no acesso a um cargo na instituição onde trabalhou por 10 anos, acho que "imbecil" é não levar pelo menos em conta que a moça, afinal, pode não ser o ó do borogodó nas lides econômicas. "

A notar que o "Uribe" em questão é o Dario, presidente do Banco de la República, não o Álvaro, presidente da Colômbia.

E o problema é mesmo demitir alguém indicado pela Colômbia sem acertar com o outro lado.

A economista colombiana fora vice ministra da Fazenda, cargo mais alto que a posição do PNB, então essa acusação de incompetência não procede.

A questão da hierarquia que eu mencionei esta correta. PNB passou por cima da vontade do governo da Colombia que a nomeou, mais especificamente de um funcionário mais graduado que ele (o presidente do banco central)

Para completar o insulto, na defesa de sua sinecura, o canalhinha usou a coluna dele para se defender asei próprio rabo, adicionando problemas para o governo brasileiro (o truque do moleque foi se pintar de vitima dos estrangeiros para ficar desconfortavel para seu chapa Mantega demiti-lo).

No final das contas nem quem sabe o grau de imaturidade do Paulinho poderia ter previsto que ele poria em risco o direito do Brasil de ter um diretor executivo no FMI. Mas ele superou as expectativas mais pessimistas sobre ele - dependendo do que os adultos negociarem nos próximos dias, pode ser que o Brasil mantenha a diretoria, pode ser que não.

Marquito do DF

`bichinhas histéricas chamadas "Marquito"'

Verdade...

Marquito?!

Tem certeza que você não prefere ser chamado de Marcos, Marcola, Marcão? Poxa vida, qualquer coisa soa melhor que Marquito!

http://www.primerapagina.com.co/MostrarDocumentoPublico.aspx?id=1110850

De fato, essa matéria não é muito, digamos... simpática com a economista colombiana.

"A economista colombiana fora vice ministra da Fazenda, cargo mais alto que a posição do PNB, então essa acusação de incompetência não procede."

Yawn.

Zzzzzzzzzzzz...........

Em organismos multilaterais a organização administrativa é subordinada à representação política dos países. Há um presidente e uma alternativa porque é necessário administrar a organização. Daí a dizer que o presidente é superior e pode demitir a alterna é uma ignorância tremenda de como funcionam esses organismos. O distinto não sabe que ele só poderia 'demitir' a represente colombiana com o aval do país dela. Em termos diplomáticos o que o distinto fez foi uma tremenda cagada. Imaginem se a moda pega.

Uma coisa é certa: o Bombinha nunca decepciona. O cara SEMPRE faz alguma besteira.