Yes nós queremos Coltrane . . . A propósito, vale a pena ouvir (também gravado em New York, mas a do fim dos anos cinquenta)Thelonious Monk Quartet With John Coltrane - At The Carnegie Hall - é uma das coisas mais fantasticas que já ouvi no Jazz e olha que sou meio "mauricinho" em termos de piano-jazz tendendo mais ao Bill Evans que ao Peterson ou Monk ... P.S. Não precisa ser mais velho que o "O" pra ouvir o Coltrane, eu sou mais novo, tenho mais cabelo e sou mais inteligente e ouço desde o tempo que minha professora de piano me achava herege . . .
"Estou morrendo de vontade de dar mais uma chapuletada intelectual no Professor Oreiro."
Se for responder, responde ao Krugman também. O Oreiro está usando os argumentos dele, a saber:
More On The Exchange Rate And The Trade Balance
A bit more on the fallacy — which both Steve Roach and, I’m a bit shocked to say, Joe Stiglitz — have fallen into: the belief that appreciating the renminbi can’t reduce the US trade deficit unless US savings increase.
As Brad DeLong says, this is one-equation economics — and what it misses is the fact that savings are not a given, but depend among other things on the level of GDP, which is affected by the trade balance.
Só pra deixar ainda mais claro, vou colocar o resto dos argumentos do Krugman:
Under these conditions (zero lower bound), if a rise in the renminbi made US exports more competitive, the US trade deficit would fall. Yes, this would have to be matched by a rise in saving — but that rise would happen precisely because the trade improvement would lead to economic expansion, raising private incomes (with some of the increased income saved) and to rising government revenues, reducing the deficit.
But what really gets me is that Joe is thinking of savings as an independent determinant of the trade balance. I tried to clear this up 23 years ago; here we go again. Imagine that US savings rise and China’s savings fall, holding the exchange rate constant. Does this painlessly reduce the US trade deficit?
No, it doesn’t. Most of the fall in US demand is a reduction in demand for US-produced goods and services; most of the rise in Chinese demand is a rise in demand for Chinese-produced goods and services. So the net effect is to raise unemployment here and create inflationary pressures there — unless something shifts demand from Chinese to US goods. And that something should be the exchange rate.
Believing otherwise — believing that shifting savings somehow obviates the need for exchange rate adjustment — is what John Williamson, long ago, dubbed the doctrine of immaculate transfer. It’s a seductive fallacy, but it is indeed a fallacy.
Eu acho que o Oreiro fez algumas confusões e que o caso brasileiro com o resto do mundo é diferente... Mas vamos ver o que vocês tem a dizer.
De qualquer forma, só para começar o debate, acho que devia ficar claro que dizer que a poupança não é dada e que DEPENDE também da conta-corrente é algo importante a ser levado em consideração.
"De qualquer forma, só para começar o debate, acho que devia ficar claro que dizer que a poupança não é dada e que DEPENDE também da conta-corrente é algo importante a ser levado em consideração."
Você não prestou atenção à premissa do raciocínio do Krugman, qual seja: "Under these conditions (zero lower bound)". Em outras palavras, se há recursos ociosos (i.e., um grande hiato de produto), políticas que elevem a demanda aumentam a renda e a poupança. A propósito, isto é Mundell-Fleming.
Mas este não é o ponto dos pós-keynesianos. O que eles dizem é que a taxa de câmbioé um instrumento para acelerar o crescimento de longo prazo, ou seja, que eleva a poupança mesmo quando o hiato é zero (ou perto disto).
Agora eu sugiro que você volte ao diagrama que o Krugman mostrou e veja quais são as implicações no caso de uma economia que opera, em média, com hiato zero.
Inspirado pelo post, fiz um soneto tupiniquim: Por que não voto em Serra! Antes da delonga eleitoral, deixo claro que todos os candidatos são do mesmo matiz ou matriz. Todos representam o poder econômico; são vassalos de uma mesma turma poderosa (uns vinte, talvez a mandar em tudo). Nenhum deles irá desancar o modelo Casa Grande & Senzala. É um modelo esquisito, pois está “bom” pra todo mundo. Temos uma distribuição de renda mequetrefe: melhora piorando. Até o índice de Gini, coitado, apanha aqui. De fato, a classe baixa vai conseguindo descolar um salário de quase mil reais e a classe média fora do setor público vai se contentando com o rebaixamento gradual dos seus salários convergindo para mil e quinhentos ou coisa parecida. As cidades se deterioram e parece que ninguém vê os culpados, mesmo quando pegos com dinheiro na cueca ou em oração sórdida em conto do vigário que Deus a todos perdoa. Enfim, o colorido da cidade é sempre o mesmo: pessoas mal vestidas, ruas sujas, prédios depreciando aceleradamente, crianças zanzando pelas ruas e os batedores de carteira perplexos com a mão grande de pixotes psicopatas que matam por cem reais. Essa é uma boa maneira de se comparar os PIBs dos países. Pra piorar o cenário político, virou moda os políticos, imbecis em tudo, promoverem o desenvolvimento. Eles sabem o que os empresários necessitam. Já o povo, é apenas um detalhe. Se voltarmos a uns setenta anos atrás, teríamos político preocupados com saúde, educação, estradas, transportes e talvez energia. Mas não tinha esse negócio de dar dinheiro pra empresário burro (melhor, burro somos nós, já que o dinheiro é nosso) e tantas outras mazelas que já nos acostumamos. Não acredito que nenhum candidato irá tocar com o dedo de Midas essas questiúnculas. Agora posso falar do Serra . Ele é diferente dos demais! Por que ele é diferente dos demais? Porque é o mentor desse modelo de substituição de importações que hoje sabemos não substituiu coisa nenhuma e nos levou a ruína: o que temos são empresas que para crescer têm que buscar trabalhador qualificado no exterior.Ele irá aprofundar o rombo da privatização. Usará o BNDES para isso. Ele sabe calcular o câmbio de equilíbrio (coisa obviamente feita por esquizofrênicos como o Simonsen e Delfim Neto em repetidas maxidesvalorizações a enriquecer a canalha de uma tacada só). Vai mexer no câmbio, tentando fixá-lo em algum patamar, com pretensões de mudar o regime para câmbio fixo, na certeza de ajudar exportadores. Lembrem-se temos reservas aos montões; infelizmente têm dono. Como poucos sabem, o câmbio fixo permite aos burocratas levar a economia à recessão, acomodando saldos positivos em transações correntes. A tal da mentalidade estúpida de tudo se exportar, menos os corruptos e corruptores. Isso era feito para pagar a dívida externa; essencialmente pública. Hoje, estão querendo endividar o setor público novamente. Ele vai tentar mexer nos juros, desconectando-se a política de metas inflacionárias que embora tenha custo elevado, tem o efeito certo de não deixar a inflação subir. Ele irá tentar recriar políticas econômicas arbitrárias, como nos tempos da ditadura ou dos planos heterodoxos. O Serra será o único que se dirá capaz de fazê-lo, encantando a turba intelectual do baixo trópico. Fará contas estrambólicas em prática de aritmética tacanha de um economista que nunca foi e nunca será de fato um, pregando no deserto da América Latina um novo processo de substituição de importações que se resume a dar dinheiro a picaretas paulistas, cariocas e mineiros. Enfim, Serra poderá ter até alguma qualidade, mas de nada adiantará para removê-lo da idéia bizarra de saber gerir a economia, levando-nos ao caos da recessão furiosa e aos velhos tempos de renda per capita estagnada – que de fato ainda continua se fizerem a contabilidade correta do PIB (corrupção, desmatamento, custo da segurança, salários indevidos dos servidores públicos, depreciação acelerada do patrimônio público e até privado).
Tô incomodando ou você não gosta de debater ideias, mesmo que sejam especulativas? Faça suas críticas. Não me incomodo. Mas se a questão for de outra natureza, deixe-me saber. Lembro que até agora você não disse nada sobre reformas microeconômicas, conforme seu post acima. obs: se for pego em erro lógico, fico grato pela crítica. Se for questão ideologica, pouco me importo. Se forem questões hipotéticas, cada um com as suas e que se esforce para fundamentá-las.
Sendo justo com as críticas que, embora não tenham vindo daqui,me soam 100% ok. "Por que não voto em Dilma ..... porque a prática do stalinismo petista poderá nos tirar o que mais apreciamos: nossa liberdade." Foi um tal de chutando a bola que certamente acertou o meu saco.
15 comentários:
Pandora não consegue abrir a caixa. Poste o link também.
Já postei.
Abs
A
alheio ao assunto musical, em um artigo de hoje o delfim netto faz mençao a ultima ata do copom
realmente a ata foi bem mais incisiva que as outras dando margem ao entendimento, pelo menos o meu, de inferencia política
destaco os itens 27 e 30..inclusive o último foi citado pelo delfim no artigo
cravo .75 na próxima
Doutrinador
Alex,
Estou morrendo de vontade de dar mais uma chapuletada intelectual no Professor Oreiro.
Posso? Devo?
Tio “O”
Grata Sr. Schwartsman.
Aproveitei para ouvir também Dave Brubeck. E alimentar os peixinhos, of course!
A propósito: "barracos" fazem parte; e os daqui são divertidíssimos! Animam e até dão leveza ao ambiente. Queria ter um Blog assim, rs.
Yes nós queremos Coltrane . . . A propósito, vale a pena ouvir (também gravado em New York, mas a do fim dos anos cinquenta)Thelonious Monk Quartet With John Coltrane - At The Carnegie Hall - é uma das coisas mais fantasticas que já ouvi no Jazz e olha que sou meio "mauricinho" em termos de piano-jazz tendendo mais ao Bill Evans que ao Peterson ou Monk ... P.S. Não precisa ser mais velho que o "O" pra ouvir o Coltrane, eu sou mais novo, tenho mais cabelo e sou mais inteligente e ouço desde o tempo que minha professora de piano me achava herege . . .
"Estou morrendo de vontade de dar mais uma chapuletada intelectual no Professor Oreiro.
Posso? Devo?"
Sempre.
Abs
A
"Estou morrendo de vontade de dar mais uma chapuletada intelectual no Professor Oreiro."
Se for responder, responde ao Krugman também. O Oreiro está usando os argumentos dele, a saber:
More On The Exchange Rate And The Trade Balance
A bit more on the fallacy — which both Steve Roach and, I’m a bit shocked to say, Joe Stiglitz — have fallen into: the belief that appreciating the renminbi can’t reduce the US trade deficit unless US savings increase.
As Brad DeLong says, this is one-equation economics — and what it misses is the fact that savings are not a given, but depend among other things on the level of GDP, which is affected by the trade balance.
"but depend among other things on the level of GDP,"
Na verdade do hiato de produto, então, amigo, faça as contas de novo...
Opa, já publicaram...
Só pra deixar ainda mais claro, vou colocar o resto dos argumentos do Krugman:
Under these conditions (zero lower bound), if a rise in the renminbi made US exports more competitive, the US trade deficit would fall. Yes, this would have to be matched by a rise in saving — but that rise would happen precisely because the trade improvement would lead to economic expansion, raising private incomes (with some of the increased income saved) and to rising government revenues, reducing the deficit.
But what really gets me is that Joe is thinking of savings as an independent determinant of the trade balance. I tried to clear this up 23 years ago; here we go again. Imagine that US savings rise and China’s savings fall, holding the exchange rate constant. Does this painlessly reduce the US trade deficit?
No, it doesn’t. Most of the fall in US demand is a reduction in demand for US-produced goods and services; most of the rise in Chinese demand is a rise in demand for Chinese-produced goods and services. So the net effect is to raise unemployment here and create inflationary pressures there — unless something shifts demand from Chinese to US goods. And that something should be the exchange rate.
Believing otherwise — believing that shifting savings somehow obviates the need for exchange rate adjustment — is what John Williamson, long ago, dubbed the doctrine of immaculate transfer. It’s a seductive fallacy, but it is indeed a fallacy.
Eu acho que o Oreiro fez algumas confusões e que o caso brasileiro com o resto do mundo é diferente... Mas vamos ver o que vocês tem a dizer.
De qualquer forma, só para começar o debate, acho que devia ficar claro que dizer que a poupança não é dada e que DEPENDE também da conta-corrente é algo importante a ser levado em consideração.
"De qualquer forma, só para começar o debate, acho que devia ficar claro que dizer que a poupança não é dada e que DEPENDE também da conta-corrente é algo importante a ser levado em consideração."
Você não prestou atenção à premissa do raciocínio do Krugman, qual seja: "Under these conditions (zero lower bound)". Em outras palavras, se há recursos ociosos (i.e., um grande hiato de produto), políticas que elevem a demanda aumentam a renda e a poupança. A propósito, isto é Mundell-Fleming.
Mas este não é o ponto dos pós-keynesianos. O que eles dizem é que a taxa de câmbioé um instrumento para acelerar o crescimento de longo prazo, ou seja, que eleva a poupança mesmo quando o hiato é zero (ou perto disto).
Agora eu sugiro que você volte ao diagrama que o Krugman mostrou e veja quais são as implicações no caso de uma economia que opera, em média, com hiato zero.
Inspirado pelo post, fiz um soneto tupiniquim:
Por que não voto em Serra!
Antes da delonga eleitoral, deixo claro que todos os candidatos são do mesmo matiz ou matriz. Todos representam o poder econômico; são vassalos de uma mesma turma poderosa (uns vinte, talvez a mandar em tudo). Nenhum deles irá desancar o modelo Casa Grande & Senzala. É um modelo esquisito, pois está “bom” pra todo mundo. Temos uma distribuição de renda mequetrefe: melhora piorando. Até o índice de Gini, coitado, apanha aqui. De fato, a classe baixa vai conseguindo descolar um salário de quase mil reais e a classe média fora do setor público vai se contentando com o rebaixamento gradual dos seus salários convergindo para mil e quinhentos ou coisa parecida. As cidades se deterioram e parece que ninguém vê os culpados, mesmo quando pegos com dinheiro na cueca ou em oração sórdida em conto do vigário que Deus a todos perdoa. Enfim, o colorido da cidade é sempre o mesmo: pessoas mal vestidas, ruas sujas, prédios depreciando aceleradamente, crianças zanzando pelas ruas e os batedores de carteira perplexos com a mão grande de pixotes psicopatas que matam por cem reais. Essa é uma boa maneira de se comparar os PIBs dos países.
Pra piorar o cenário político, virou moda os políticos, imbecis em tudo, promoverem o desenvolvimento. Eles sabem o que os empresários necessitam. Já o povo, é apenas um detalhe. Se voltarmos a uns setenta anos atrás, teríamos político preocupados com saúde, educação, estradas, transportes e talvez energia. Mas não tinha esse negócio de dar dinheiro pra empresário burro (melhor, burro somos nós, já que o dinheiro é nosso) e tantas outras mazelas que já nos acostumamos.
Não acredito que nenhum candidato irá tocar com o dedo de Midas essas questiúnculas. Agora posso falar do Serra . Ele é diferente dos demais!
Por que ele é diferente dos demais? Porque é o mentor desse modelo de substituição de importações que hoje sabemos não substituiu coisa nenhuma e nos levou a ruína: o que temos são empresas que para crescer têm que buscar trabalhador qualificado no exterior.Ele irá aprofundar o rombo da privatização. Usará o BNDES para isso. Ele sabe calcular o câmbio de equilíbrio (coisa obviamente feita por esquizofrênicos como o Simonsen e Delfim Neto em repetidas maxidesvalorizações a enriquecer a canalha de uma tacada só). Vai mexer no câmbio, tentando fixá-lo em algum patamar, com pretensões de mudar o regime para câmbio fixo, na certeza de ajudar exportadores. Lembrem-se temos reservas aos montões; infelizmente têm dono. Como poucos sabem, o câmbio fixo permite aos burocratas levar a economia à recessão, acomodando saldos positivos em transações correntes. A tal da mentalidade estúpida de tudo se exportar, menos os corruptos e corruptores. Isso era feito para pagar a dívida externa; essencialmente pública. Hoje, estão querendo endividar o setor público novamente. Ele vai tentar mexer nos juros, desconectando-se a política de metas inflacionárias que embora tenha custo elevado, tem o efeito certo de não deixar a inflação subir. Ele irá tentar recriar políticas econômicas arbitrárias, como nos tempos da ditadura ou dos planos heterodoxos. O Serra será o único que se dirá capaz de fazê-lo, encantando a turba intelectual do baixo trópico. Fará contas estrambólicas em prática de aritmética tacanha de um economista que nunca foi e nunca será de fato um, pregando no deserto da América Latina um novo processo de substituição de importações que se resume a dar dinheiro a picaretas paulistas, cariocas e mineiros. Enfim, Serra poderá ter até alguma qualidade, mas de nada adiantará para removê-lo da idéia bizarra de saber gerir a economia, levando-nos ao caos da recessão furiosa e aos velhos tempos de renda per capita estagnada – que de fato ainda continua se fizerem a contabilidade correta do PIB (corrupção, desmatamento, custo da segurança, salários indevidos dos servidores públicos, depreciação acelerada do patrimônio público e até privado).
Caro chutando,
você tem certeza que você não se sentiria mais confortável no blog do Nassif?
"O"
Tô incomodando ou você não gosta de debater ideias, mesmo que sejam especulativas? Faça suas críticas. Não me incomodo. Mas se a questão for de outra natureza, deixe-me saber. Lembro que até agora você não disse nada sobre reformas microeconômicas, conforme seu post acima.
obs: se for pego em erro lógico, fico grato pela crítica. Se for questão ideologica, pouco me importo. Se forem questões hipotéticas, cada um com as suas e que se esforce para fundamentá-las.
Sendo justo com as críticas que, embora não tenham vindo daqui,me soam 100% ok. "Por que não voto em Dilma ..... porque a prática do stalinismo petista poderá nos tirar o que mais apreciamos: nossa liberdade." Foi um tal de chutando a bola que certamente acertou o meu saco.
Postar um comentário