BRASÍLIA - O que ocorreu hoje na Bovespa foi um ajuste nos preços das ações. Esta é a avaliação de Márcio Holland, secretario de política econômica do Ministério da Fazenda, para quem a situação do Brasil "é totalmente oposta" da vivida pelos países ricos.
"Normalmente, sempre que explodia alguma coisa nos mercados internacionais nós éramos rapidamente solapados por desvalorização do câmbio e problemas com bancos e empresas, que tomavam muitos empréstimos em moeda estrangeira", diz Holland, "mas o que ocorreu hoje foi nada mais que um ajuste no valor dos papéis, e uma leve desvalorização [cambial]".
Como é que ninguém tinha percebido isso?
45 comentários:
Pessoal,
a bolsa já tá caindo 30% este ano. Isso é ajuste de preço?
Foi um ajuste, sim, faltou gabaritar: de contas.
Nossa bolsa está bem descontada (caímos tanto ou mais que a grega e que o Merval, acreditem!); quem tiver uns trocadinhos, que aproveite.
Vamos ver como se comportarão a dama de vermelho, os ratos de Brasília e o gordinho do BC.
PS: Fico triste pelo fato da economia mundial estar saindo dos trilhos, mas, me deu 'satisfação' ter acertado que os EUA iriam perder o triplo A, a 2 anos e meio atrás. Nem profissional eu sou; coisa de gentinha mesmo, reconheço,...
Sei que, das 'estelares', somente a Standard, por enquanto, e uma china rebaixaram os títulos, não é a maioria,...
O consenso está sempre depois da neblina.
A parte que assusta:
"Ao ocupar a Secretaria de Política Econômica, Holland exerce a função de principal formulador de estratégias macroeconômicas ao secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e ao ministro Guido Mantega."
A S&O bem que podia rebaixar esse pessoal para ZZZ (triple-Z).
Só faltou falar o Santo Graal da economia tupiniquim: "decoupling"; tradução de "marolinha"!!!
Segue link para a opinião do Krugman:
http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/
Att,
hahahaha! Eu ia fazer um comentario, mas cada vez que leio a declaracao tenho uma crise de risos e nao consigo! O mais engraçado - ou mais trágico - é que o Mantega deve ter entrado correndo hj na sala da presidenta e dito "chefa! Viu? Minhas medidas funcionaram! O R$ desvalorizou! Eu falei que minhas medidas eram boas!" hahaha
Sem duvida trata-se de esquizofrenia acutissima. Ou seria burrice no mesmo grau? Desonestidade intelectual talvez?
Sujeitos como este vao jogar o Brasil num buraco desnecessariamente. Alias, perguntem para o asno se ele quer receber o salario dos proximos 6 meses em opcoes da Bovespa...
Abracao
Kleber S.
Desconfio que o Holland fez o Phd em outro lugar, não em Chicago. Que puta asneira ele disse: ajuste nos preços das ações. Pô, esse aprendeu macroeconomia no livro errado: Macroeconomics for dummies. A situação do Brasil é, digamos, catastrófica. Uma bagunça com o câmbio, problemas com os preços internos e balança comercial quase capenga.
Esse ano não leio mais notícias sobre o mercado. Vou sim, posso sim, ler todos os artigos da AKB, pois preciso aprender sobre charlatanismo e como construir modelos na dimensão z.
Precisamos de uma resposta do Oreiro. Só então poderemos perceber com clareza quais os determinantes dos preços no mercado de ações.
Alex,
A gente sente falta dos seus posts de modelos macro que você geralmente escrevia há tempo. Cadê eles? :-)
Valeu e abração,
A
Lula disse que os países ricos têm problemas de consumo mas segundo ele o problema é que os governos só se preocupam com os bancos. Como o ex presidente não consegue associar consumo à bancos podemos indicar o energumino para membro honorário da AKB.
Todo mundo perdendo tempo com as bobagens do Holland e ninguém falou do que tem de melhor no link do post.
http://economia.uol.com.br/album/110705_protesto_ucrania_album.jhtm
Lamentável...
O crescimento da economia brasileira em 2011 será maior do que nos EUA, Europa e Japão. Logo, situação catastrófica é exagero. Catástrofe é na Espanha com 20% de desemprego e na Grécia sem condições de pagar sua dívida. Perto deles, o Brasil está bem.
Se fôssemos seguir a receita dos críticos do BC e dar um choque nos juros para 14-15%, estaríamos com perspectivas sombrias para o PIB em 2011 / 2012.
Não trata-se de EUA, Europa e Japão, Anônimo-9 de agosto de 2011 14:02. Eles lá têm os problemas deles para resolver. E cada um à sua maneira, acabará resolvendo-os. Contudo, as contas internas e seus efeitos internos, não dão muita segurança, caso a crise espraie-se da forma como prenuncia. Culpar "os outros" não é boa política econômica. Ademais, chamar o cidadão a consumir, revivendo o brado de 2007/2008 é imprudência. Consumindo, ele estará "comprando" dívida indexada em inflação, juros e variação cambial, dependendo da cesta de bens. E mesmo em 2008, não deu muito certo, não. Empresas entraram em dificuldades, bancos. Tanto que em 2009, o PIB foi negativo. 2010, pegou uma base reprimida. E em 2011, é uma total e absoluta incógnita. E de onde o governo tiraria recursos para irrigar a economia? Da emissão primária?
Ao anonimo de 9 de agosto de 2011 10:31
ESSE LUGAR DE "membro honorário da AKB" JÁ ESTÁ OCUPADO PELO FERNANDO HENRIQUE KERENSKI CARDOSO.
O Rogoff disse praticamente a mesma coisa e ninguém meteu pau nele.
Samuel, o Paulo Guedes é que chamava o FHC de liberal arrependido, é por aí...
Alex, quem está certo nos EUA. os republicanos que querem cortar gastos ou os democráticas que querem aumentar os impostos dos ricos. Abstraindo das questões políticas.
Essa história de enxergar catástrofe no Brasil é "forçação" de barra das grossas, pergunte para qualquer analista no mundo de hoje o que pensam sobre o país . . . reconhecer os problemas do atual governo (e inclusive suas burrices) não significa entrar numa cantiga ideológica repetitiva e burra . .
Opinião minha para a questão do anônimo...
Em tese, os republicanos. Os EUA assumem um nível de gastos muito acima de sua capacidade. E aumento de imposto só iria dificultar investimentos.
Porém, é preciso sempre lembrar que os republicanos não fizeram o dever de casa no passado. Cortaram impostos sem reduzir gastos, acabando com os superávits da era Clinton. Se estes últimos tivessem sido mantidos, o governo teria agora mais condições de tomar medidas fiscais anticíclicas sem ameaçar o equilíbrio fiscal de longo prazo.
Em relação aos estímulos (sem entrar no mérito sobre se o governo deve entrar ou não na saúde, já vi duas pessoas que eu gosto muito - o "O" e o Kleber quase indo às vias de fato virtuais por causa disso), lembro que aumento de gastos com saúde não é medida anticíclica, pois impacta de forma permanente o orçamento, logo, não é estímulo.
O que posso dizer é que, tirando os exageros e idéias caricatas (como, por exemplo, as sobre padrão-ouro e os fanáticos criacionistas dentro do movimento), boa parte das revindicações do Tea Party são, sim, legítimas, pois refletem uma justificada preocupação com a saúde fiscal do governo.
Dawran Numida, em caso de agravamento da crise, o BC pode optar por baixar a taxa de juros fortemente, o Tesouro não precisa aumentar seus gastos, pode mantern o mesmo patamar, o superávit primário se reduziria pela perda de arrecadação, mas seria mais do que compensado pela redução dos juros. O crescimento acumulado 2009 / 2010 foi satisfatório dadas as condições da economia mundial. Em 2011, o 1º semestre não foi ruim.
Em linhas gerais concordo com a opinião do Galego, apenas lembro que os republicanos aumentaram gastos em resposta ao mais brutal ataque sofrido pelos EUA.
Os republicanos se tornaram uma seita de loucos que se recusa a apoiar qualquer aumento de impostos para fazer o necessário ajuste fiscal. Também lutam contra melhorias no sistema tributário (baseado na idéia que impostos menos distorcivos podem ser aumentados mais facilmente).
"...em resposta ao mais brutal ataque sofrido pelos EUA"
Que eu saiba, o Saddam Hussein não fazia parte da Al Qaeda!
Porque os republicanos ficaram loucos:
http://2.bp.blogspot.com/-UB_3VhTQFjM/Tj1Y9XjXpDI/AAAAAAAABPk/_b9Kr9sC0_g/s1600/nondefense+expenditures.jpg
Esse gráfico é altamente desonesto, pois alguma pessoa mal informada pode ser levada a acreditar que houve uma explosão de gastos durante o governo Obama quando de fato não aconteceu -- houve sim o trabalho dos estabilizadores automáticos e a redução do denominador (devido à crise).
Os republicanos usam a política fiscal para defender a palavra de JESUS CRISTO na Terra. O que vale mais? Algumas crises passageiras, ou a salvação das almas da humanidade?
"Esse gráfico é altamente desonesto"
É nada. Tira o efeito dos estabilizadores que não muda tanto.
á se passaram a crise passou há 2 anos...
a
"Os republicanos se tornaram uma seita de loucos..."
Essa daí foi à la Mirian Leitão.
O fato é que um setor da sociedade um pouco mais extremado tem ganho adeptos por causa da fraqueza política e incompetência do presidente da república. Atribuir ao partido inteiro uma qualificação leviana não esclarece nada. Os Democratas foram ainda mais indecisos para o acordo, reflexo da inépcia de seu líder, o próprio presidente da república.
Mas isso é problema deles, porque aqui nós brilhamos:
"Fundos de pensão salvam a bolsa de valores Governo manda Previ, Funcef e Petros comprarem ações para evitar nova queda. Nos EUA e Europa, dia foi de prejuízo "
http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2011/08/11/internas_economia,244531/fundos-de-pensao-salvam-a-bolsa-de-valores.shtml
Os republicanos acreditam (ou dizem que acreditam, não sei qual o pior) que cortes nos impostos aumentam a arrecadação, a despeito de não haver evidência alguma que isso seja verdade nos EUA de hoje. Se você souber qual a diferença entre tal crença fantástica e uma seita, por favor me diga.
Meus caros,
Só um pequeno comentário sobre o partido republicano. Ele me parece muito similar ao PT no Brasil (mas com sinal contrário). Ambos fazem um discurso extremamente ideológico, não fazem nenhuma discussão técnica, defendem posições estremadas mas, olhando com detalhe as políticas implementadas, estas parecem se justificar basicamente em esquemas bastante corruptos (e sem motivações ideológicas). Prefiro, de longe, os democratas (tal qual o PSDB no país) porque estes sabem que os problemas são complexos e requerem discussões técnicas de alto nível para sua resolução. Não digo que concordo com as posições que são tomadas, mas sim com a necessidade da discussão técnica.
Saudações.
Não acompanho de perto a política americana, mas aparetemente o EUA está vivendo um processo de radicalização política no estilo que conhecemos bem aqui na América Latina.
Nestes casos é comum que disputas sobre temas que em outro contexto teriam uma solução técnica passem a ser objeto de fortes disputas políticas. Nestes casos o bom senso e o pragmatismo necessário ao dia a dia da política são as primeiras vítimas.
A ironia é que a radicalização começou com parte dos democratas ainda no governo Bush. Afinal, não foi o senador Barack Obama que em 2006 votou contra a elevação do teto da dívida? A sim, agora ele se arrepende, pois é.
Alex,
Na sua entrevista você acredita que o cenário externo favorece a manutenção da taxa de juros no patamar atual, talvez até baixá-la caso o cenário piore.
Mas, em seus textos anteriores, em geral você advogava que um convergência rápida para a meta fosse melhor do que uma acomodação em prazo mais longo.
Minha pergunta: você não previa essa mudança do cenário externo e, portanto, o aquecimento do mercado interno era sua maior preocupação? Ou, se previa esse cenário, como conciliar as duas posições, a convergência mais rápida, se tivesse sido feita, seria melhor para enfrentar um possível cenário externo negativo, mesmo tendo menos margem para baixar juros?
Abs
Leo
Eu também vejo um paralelo entre o PT e o GOP. Ambos partidos tem um ranço anti-intelectual, populismo e um líder mítico.Lula também é uma figura bemparecida com Reagan enteemos de personalidade, simbolizou e estratégia de comunicação.
14:19: existem grandes difetenças, primeiro Obama não votou contra o debt ceiling para tentar impor uma visão mítico-religiosa de ajuste fiscal baseada em cortes de impostos; segundo, ele estava impondo resistência ao governo Bush que era gastador e cortador de impostos.
"Na sua entrevista você acredita que o cenário externo favorece a manutenção da taxa de juros no patamar atual, talvez até baixá-la caso o cenário piore."
Oi Leo:
Na verdade eu disse:
"O cenário certamente favorece quem não tem vontade de subir juro agora."
Abs
Alex
"Prefiro, de longe, os democratas (tal qual o PSDB no país) porque estes sabem que os problemas são complexos e requerem discussões técnicas de alto nível para sua resolução."
Hummm...
"One of the really big beneficiaries, albeit indirectly, was Congressman Barney Frank of Massachusetts. Back in 1991, when Congress was writing the legislation that would, you know, enhance or improve the oversight of Fannie Mae, or so they thought, Frank actually called up the company and asked them to hire his companion, who had just gotten an MBA from the Amos Tuck School of Business.
...
Now, when I asked Mr. Frank about this, I asked him, did it have any impact on his approach to the company. You know, was it a conflict? Did he feel that it had been a conflicted, put him in a conflicted spot? And he said absolutely not, that he didn't really remember being interested or having much to do with the 1992 legislation.
But the record shows that he was very aggressive and really tough on those who were testifying in Congress about reining in Fannie Mae and Freddie Mac. He was very aggressive to, for instance, the head of the Congressional Budget Office at that time, who was trying to call for increased capital requirements and to call for a focus on safety and soundness at Fannie Mae, that Frank really took him apart in testimony. "
http://www.npr.org/templates/transcript/transcript.php?storyId=136496032
Sem dúvida uma questão complexa cujo interesse técnico prevaleceu... e deu no que deu...
;^))
Comentários do Alex para o infomoney sobre os fundamentos do mercado atual.
http://www.infomoney.com.br/money-talks/noticia/2181234-economia+fundamentos+destaque+money+talks+show+horrores
abs
André
Baixar os juros com uma inflação acima dos 6%!?!?!?!?!?!?!!??!!??!
Alex, você está querendo impressionar o pessoal da AKB, só pode!
"existem grandes difetenças, primeiro Obama não votou contra o debt ceiling para tentar impor uma visão mítico-religiosa..."
Sempre existem diferenças, meu ponto não é quem está certo ou errado, a questão é que a radicalização da política leva ao que vemos nos EUA hoje. Obama quando senador participou ativamente de uma radicalização que caiu no colo dele.
De certa forma a radicalização começou quando da primeira vitória do Bush, antes, portanto de qualquer medida gastadora ou de cortes de impostos. Setores do partido democrata nunca se conformaram com a eleição e partiram para uma oposição radical. O 11/9 mudou o rumo das coisas, mas a semente estava plantada, e o Obama fez um grande esforço para cultivá-la. Foi por isto que ganhou, pena, a Clinton teria sido bem melhor.
Quanto a comparar o 'Grand Old Party' com o PT, fala sério. Mesmo que alguém não goste dos republicanos hoje é só olhar a história que a tese se desmonta.
Não entendi o "deu no que deu". Fannie e Freddie não têm muito a ver com a crise. Ambas atuavam em um segmento seguro e que teve menos perdas.
Mas a Fannie e Freddie não operavam com garantias do Tesouro, e isto não alavancou o mercado de hipotecas?
Vejam o que o André Lara Resende escreveu hoje no Valor: "O que está ocorrendo nas bolsas é uma forte
correção de preços das ações de bancos e empresas, em função da
frustração do crescimento das principais economias desenvolvidas,
especialmente da americana". Vão meter o pau nele também. O que me diz disso, Alex?
Um abraço!
"Fannie e Freddie não têm muito a ver com a crise. Ambas atuavam em um segmento seguro e que teve menos perdas."
claro, terem ido para o saco foi puro azar...
Elvis não morreu.
;^/
É por isso que eles são policymakers ... (ironia, claro)
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