1) Piorando para quem, cara-pálida? A produção industrial cresceu (5,6%; manufatura 6%) e voltou a se acelerar no final do ano, afastando o risco de "double dip";
e
2) Mais importante: a comparação deve ser feita com o que teria acontecido caso as medidas não tivessem sido tomadas (o famoso contrafactual). O link abaixo está longe de ser a palavra final sobre o assunto, mas dá alguma pista sobre o papel das política contracíclicas recentes.
Como sempre, o Bacen foi muito moderado. A crise de aquecimento global bate na sua porta e ele nega em enxergar a realidade. Deveria ter abaixado 10 pontos percentuais e, por conta desse "ortodoxismo", seremos testemunhas da desindustrialização vestuária no Brasil.
O Bernanke acertou com suas politicas. Mostrou determinacao exemplar em meio a criticas que, embora desvairadas, sempre pareciam uma melhor opcao dado o momento dificil. O que o Greenspan teve de gloria injustificada durante seu tempo de chairman, esta sofrendo o Bernanke de bashing injustificado agora.
Se for por resultado, o Brasil é só escolher alguns indices e está melhor EUA. O problema americano é outro, o orçamento federal tem a maior parcela em gastos militares, no toma-lá para republicanos aprovarem tratados (Salt) ou projetos, Obama teve que aceitar novos gastos, sem aumento de impostos.
A situação é insustentável, inventou o sofisticado nome QE2 para emissão de moeda.
Há erros grosseiros lá como aqui, apenas isso, quem erra mais essa é questão, se for por desemprego e elevação da dívida, EUA. Apesar de tudo a dívida cresceu em capitalização do BNDES para emprestar ao setor produtivo que um dia devem render algo, eles para F-22, novos mísseis etc.
Não adianta chorar sobre o leite derramado. O aquecimento global está para ficar e se a União Européia crescer mais rapidamente o processo irá se acelerar, a despeito do fato de os consumidores alemães serem ecologicamente conscientes.Não há elevação de taxa de juros pelo Tombini que possa reverter o estrago provocado pela aquisição de caças franceses, mesmo considerando que se o STF ordenar a volta do terrorista italiano a coisa vai esfriar. Em outras palavras, é muito provável que a Selic continue subindo até o final do ano.
Você esqueceu de considerar a criação de um fundo soberano para intervir no câmbio, que pode ter conseqüências dramáticas para o desenrolar de tua dedução.
Voltando ao assunto "Petrobras sacaneia os desenvolvimentistas":
Diante da incapacidade da indústria brasileira de atender a demanda por equipamentos e dos altos preços praticados no país, a Petrobras quer reduzir de 65% para 35% a meta de utilização de itens e serviços nacionais na exploração das novas reservas do pré-sal. Segundo a Folha apurou, a estatal já pediu ao governo para rever as chamadas metas de nacionalização, um compromisso de campanha de Dilma Rousseff.O tema da nacionalização no setor de petróleo é recorrente desde a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Programa de televisão do então candidato criticava a Petrobras por encomendar plataformas em Cingapura durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Vai ter gente mordendo o travesseiro de noite com isso.
Quem se esforça e/ou se esforçou pra fazer uma leitura coerente e fundamentada da realidade deve sim procurar banir sabixões que só procuram fazer alarde. Todavia, eu só quero pedir que os autores do blog buscassem diferir entre quem posta para "atrapalhar" e quem posta sinceros comentários, muitas das vezes, indiretamente, buscam orientação, reconhecendo a competência dos dois, mas que as vezes podem acabarrar recebendo de volta uma resposta ácida.
Mais uma vez, "O" Anônimo e o Alex sem sobra de dúvidas têm um dos melhores blogs voltado a questões econômias. Mas isso não os impede de, como todos nós, fazer algo que poderia não estar de acordo com a comum postura da dupla.
Bem, corro o risco de com esse post "levar uma" de um dos dois, ou de ambos, mas deixo claro que a intenção foi contribuir com o sucesso do blog. Abraços!
"Um exemplo de novas pautas que poderiam animar o debate político brasileiro foi sugerida pelo provável candidato de uma coligação francesa de partidos de esquerda, Jean-Luc Mélenchon. Ela consiste na proposição de um "salário máximo". Trata-se de um teto salarial máximo que impediria que a diferença entre o maior e o menor salário fosse acima de 20 vezes. Uma lei específica também limitaria o pagamento de bonificações e stock-options."
Antonio Corrêa de Lacerda é professor-doutor do departamento de economia da PUC-SP e autor, entre outros livros, de "Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil" (Saraiva). Foi presidente do Cofecon e da SOBEET.
"Como funcionaria um regime de metas de preços no lugar de metas de inflação?"
Quase a mesma coisa com uma mudança importante, porém.
Num regime de metas para o nível de preços, digamos que o BC tenha que entregar um nível de preços a cada ano 2% mais alto que no ano anterior. Alguém diria que é a mesma coisa; afinal, sob um regime de metas, também poderíamos dizer ao BC para entregar uma inflação de 2%.
A diferença aparece quando o BC desvia da meta. Digamos que a inflação em determinado ano tenha ficado em 3%. Neste caso do regime de metas, o BC só teria no ano seguinte que trazer a inflação de volta para a meta, i.e., produzindo uma inflação de 2%; no caso de metas para o nível de preços, ele teria que reduzir a inflação para 1% no segundo ano, para compensar o desvio do primeiro.
Em outras palavras, sob regime de metas para o nível de preços, o sistema tem memória: desvios para cima e para baixo têm que ser compensados no(s) ano(s) seguinte(s). Em tese isto ancoraria melhor as expectativas de inflação, facilitando a convergência do nível de preços à trajetória.
Nada como correr 3.5 milhas em 30 minutos sem grandes dramas, dormir feliz com o iPhone tocando alguma musica trip, ciente que a vida deve ser uma merda para quem merece.
Para o cidadão comum, o controle de meta de preço se torna mais dificil, por sua visibilidade e gravação na memória, do que o controle de meta de inflação; embora, seja tarefa do BC. Não sei qual dos regimes seria melhor sobre o eventual, creio eu, modestamente, choque de preços nos alimentos a ocorrer durante esta década.
" O Brasil incentivou uma solução negociada entre FMI e Argentina, o que culminou com o envio de uma missão do Fundo a Buenos Aires para conversar com o governo de Cristina Kirchner.
- O Brasil ajudou a encontrar uma solução conciliatória - confirmou o diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr. "
Alex, apesar de você já ter citado várias vezes, apenas ontem li por inteiro isto: http://www.federalreserve.gov/BOARDDOCS/SPEECHES/2002/20021121/default.htm
A pergunta: conhece algum texto que analisa em detalhes a deflação japonesa, as medidas que já foram testadas e as possíveis explicações para a falta de êxito?
Srs. Alex e "O", queria pedir um favor... sempre percebo que direta ou indiretamente, fazem uma ou outra crítica a credibilidade de algumas pessoas e instituições, com as quais eu, devido minha limitada jornada, tendo a concordar, mas não 100%, porque creio que só devemos defender um ponto de vista se fizemos direito a lição de casa. Mas não por isso queria eu como estudante do segundo período de Ciências Econômicas, deixar de perguntar a opinião de vocês sobre como agem o BC e o COPOM. As informações divulgadas por eles e suas declarações são fruto de análises parciais ou tem alguma "interferência exógena" no que fazem? Resumindo: Como estudante, posso ir lá na página dos caras, ler as as atas, os relatórios e tomar as informações vindas de lá como complemento para formar minha opinião?
"as medidas de injeção de liquidez só fizeram adiar o ajuste."
Ótimo Felipe: você discorda.
Então construa o contrafactual, senão você só disse que não concordou, mas não apresentou nenhum argumento. O que teria ocorrido se o Fed não tivesse feito a expansão monetária que fez? (Dica: "A Monetary History of the United States, 1867-1960", M. Friedman e A. Schwartz"
32 comentários:
Já existe algum consenso no meio acadêmico sobre as medidas que o FED/Tesouro vem adotando desde o ínicio da crise vem dando errado?
O FED baixou juro,imprimiu dinheiro e a situação econômica continua piorando.
Felipe:
1) Piorando para quem, cara-pálida? A produção industrial cresceu (5,6%; manufatura 6%) e voltou a se acelerar no final do ano, afastando o risco de "double dip";
e
2) Mais importante: a comparação deve ser feita com o que teria acontecido caso as medidas não tivessem sido tomadas (o famoso contrafactual). O link abaixo está longe de ser a palavra final sobre o assunto, mas dá alguma pista sobre o papel das política contracíclicas recentes.
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/3421
Como sempre, o Bacen foi muito moderado. A crise de aquecimento global bate na sua porta e ele nega em enxergar a realidade. Deveria ter abaixado 10 pontos percentuais e, por conta desse "ortodoxismo", seremos testemunhas da desindustrialização vestuária no Brasil.
Fora Tombini.
Boa dia!
Gostei do humor e da metafora do jornalista. Raro no Brasil atual.
O Bernanke acertou com suas politicas. Mostrou determinacao exemplar em meio a criticas que, embora desvairadas, sempre pareciam uma melhor opcao dado o momento dificil. O que o Greenspan teve de gloria injustificada durante seu tempo de chairman, esta sofrendo o Bernanke de bashing injustificado agora.
Se for por resultado, o Brasil é só escolher alguns indices e está melhor EUA. O problema americano é outro, o orçamento federal tem a maior parcela em gastos militares, no toma-lá para republicanos aprovarem tratados (Salt) ou projetos, Obama teve que aceitar novos gastos, sem aumento de impostos.
A situação é insustentável, inventou o sofisticado nome QE2 para emissão de moeda.
Há erros grosseiros lá como aqui, apenas isso, quem erra mais essa é questão, se for por desemprego e elevação da dívida, EUA. Apesar de tudo a dívida cresceu em capitalização do BNDES para emprestar ao setor produtivo que um dia devem render algo, eles para F-22, novos mísseis etc.
Não adianta chorar sobre o leite derramado. O aquecimento global está para ficar e se a União Européia crescer mais rapidamente o processo irá se acelerar, a despeito do fato de os consumidores alemães serem ecologicamente conscientes.Não há elevação de taxa de juros pelo Tombini que possa reverter o estrago provocado pela aquisição de caças franceses, mesmo considerando que se o STF ordenar a volta do terrorista italiano a coisa vai esfriar. Em outras palavras, é muito provável que a Selic continue subindo até o final do ano.
Anonimo,
Você esqueceu de considerar a criação de um fundo soberano para intervir no câmbio, que pode ter conseqüências dramáticas para o desenrolar de tua dedução.
Abs
Voltando ao assunto "Petrobras sacaneia os desenvolvimentistas":
Diante da incapacidade da indústria brasileira de atender a demanda por equipamentos e dos altos preços praticados no país, a Petrobras quer reduzir de 65% para 35% a meta de utilização de itens e serviços nacionais na exploração das novas reservas do pré-sal. Segundo a Folha apurou, a estatal já pediu ao governo para rever as chamadas metas de nacionalização, um compromisso de campanha de Dilma Rousseff.O tema da nacionalização no setor de petróleo é recorrente desde a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Programa de televisão do então candidato criticava a Petrobras por encomendar plataformas em Cingapura durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Vai ter gente mordendo o travesseiro de noite com isso.
Faz bem a Petrobras! Mas nao por conviccao, eh falta de $$$ mesmo...
Off Topic,
Prezado "O",
Se for possível gostaria da sua análise no debate abaixo.
http://bdadolfo.blogspot.com/2011/01/inflacao-alimentos-e-oferta-de-moeda_18.html
Grato!
Sinto falta dos posts " Testando os limites da cretinice"..
Segue um bom insumo:
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/24/uma-economia-viciada-em-juros-elevados
Doutrinador
Quem se esforça e/ou se esforçou pra fazer uma leitura coerente e fundamentada da realidade deve sim procurar banir sabixões que só procuram fazer alarde. Todavia, eu só quero pedir que os autores do blog buscassem diferir entre quem posta para "atrapalhar" e quem posta sinceros comentários, muitas das vezes, indiretamente, buscam orientação, reconhecendo a competência dos dois, mas que as vezes podem acabarrar recebendo de volta uma resposta ácida.
Mais uma vez, "O" Anônimo e o Alex sem sobra de dúvidas têm um dos melhores blogs voltado a questões econômias. Mas isso não os impede de, como todos nós, fazer algo que poderia não estar de acordo com a comum postura da dupla.
Bem, corro o risco de com esse post "levar uma" de um dos dois, ou de ambos, mas deixo claro que a intenção foi contribuir com o sucesso do blog. Abraços!
Caramba, Doutrinador! Alguem deveria denunciar no Corecon o cretino que escreveu esse texto!
Saca o Safatle:
"Um exemplo de novas pautas que poderiam animar o debate político brasileiro foi sugerida pelo provável candidato de uma coligação francesa de partidos de esquerda, Jean-Luc Mélenchon. Ela consiste na proposição de um "salário máximo". Trata-se de um teto salarial máximo que impediria que a diferença entre o maior e o menor salário fosse acima de 20 vezes. Uma lei específica também limitaria o pagamento de bonificações e stock-options."
Genial!!!
"Alguem deveria denunciar no Corecon o cretino que escreveu esse texto!"
LOL. Melhor comentário da história do maovisivel!
O problema é que o BC lê a temperatura em Fahrenheit, e o resto do governo em Celsius, sem converter claro!
Alex, sei que é algo um tanto alheio ao tópico, mas enfim. Como funcionaria um regime de metas de preços no lugar de metas de inflação?
Antonio Corrêa de Lacerda é professor-doutor do departamento de economia da PUC-SP e autor, entre outros livros, de "Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil" (Saraiva). Foi presidente do Cofecon e da SOBEET.
"Como funcionaria um regime de metas de preços no lugar de metas de inflação?"
Quase a mesma coisa com uma mudança importante, porém.
Num regime de metas para o nível de preços, digamos que o BC tenha que entregar um nível de preços a cada ano 2% mais alto que no ano anterior. Alguém diria que é a mesma coisa; afinal, sob um regime de metas, também poderíamos dizer ao BC para entregar uma inflação de 2%.
A diferença aparece quando o BC desvia da meta. Digamos que a inflação em determinado ano tenha ficado em 3%. Neste caso do regime de metas, o BC só teria no ano seguinte que trazer a inflação de volta para a meta, i.e., produzindo uma inflação de 2%; no caso de metas para o nível de preços, ele teria que reduzir a inflação para 1% no segundo ano, para compensar o desvio do primeiro.
Em outras palavras, sob regime de metas para o nível de preços, o sistema tem memória: desvios para cima e para baixo têm que ser compensados no(s) ano(s) seguinte(s). Em tese isto ancoraria melhor as expectativas de inflação, facilitando a convergência do nível de preços à trajetória.
Ficou claro?
Valeu Alex, melhor resposta explicação não poderia ser dada.
Nada como correr 3.5 milhas em 30 minutos sem grandes dramas, dormir feliz com o iPhone tocando alguma musica trip, ciente que a vida deve ser uma merda para quem merece.
Everything is going 2 b allrighty, babe!
Para o cidadão comum, o controle de meta de preço se torna mais dificil, por sua visibilidade e gravação na memória, do que o controle de meta de inflação; embora, seja tarefa do BC.
Não sei qual dos regimes seria melhor sobre o eventual, creio eu, modestamente, choque de preços nos alimentos a ocorrer durante esta década.
Alex,
Qual seria a diferença de um regime de metas de nível de preços para um regime de metas de inflação média? Nenhuma, né?
" O Brasil incentivou uma solução negociada entre FMI e Argentina, o que culminou com o envio de uma missão do Fundo a Buenos Aires para conversar com o governo de Cristina Kirchner.
- O Brasil ajudou a encontrar uma solução conciliatória - confirmou o diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr. "
Olha o Paulinho salvando a Argentina...
Doutrinador
o mantega vai tomar mais uma na cabeça com essa da correção do IR...
Apollo Creed
"Olha o Paulinho salvando a Argentina..."
hahaha
Não é Paulinho! O nome correto é "Bombinha"...
Alex, apesar de você já ter citado várias vezes, apenas ontem li por inteiro isto: http://www.federalreserve.gov/BOARDDOCS/SPEECHES/2002/20021121/default.htm
A pergunta: conhece algum texto que analisa em detalhes a deflação japonesa, as medidas que já foram testadas e as possíveis explicações para a falta de êxito?
Abraço!
Srs. Alex e "O", queria pedir um favor... sempre percebo que direta ou indiretamente, fazem uma ou outra crítica a credibilidade de algumas pessoas e instituições, com as quais eu, devido minha limitada jornada, tendo a concordar, mas não 100%, porque creio que só devemos defender um ponto de vista se fizemos direito a lição de casa. Mas não por isso queria eu como estudante do segundo período de Ciências Econômicas, deixar de perguntar a opinião de vocês sobre como agem o BC e o COPOM. As informações divulgadas por eles e suas declarações são fruto de análises parciais ou tem alguma "interferência exógena" no que fazem? Resumindo: Como estudante, posso ir lá na página dos caras, ler as as atas, os relatórios e tomar as informações vindas de lá como complemento para formar minha opinião?
Agradeceria muito se respondessem, valeu! =)
Abraços
Bruno
Com todo respeito,eu discordo do senhor.A economia americana esta ruim desde 2007,as medidas de injeção de liquidez só fizeram adiar o ajuste.
Existe uma coisa que em economia é importante "a destruição criadora",o Japão serve como estudo de casos a respeito desse tema.
"as medidas de injeção de liquidez só fizeram adiar o ajuste."
Ótimo Felipe: você discorda.
Então construa o contrafactual, senão você só disse que não concordou, mas não apresentou nenhum argumento. O que teria ocorrido se o Fed não tivesse feito a expansão monetária que fez? (Dica: "A Monetary History of the United States, 1867-1960", M. Friedman e A. Schwartz"
http://www.amazon.com/Monetary-History-United-States-1867-1960/dp/0691003548
Postar um comentário