Aparentemente, eu não considerei a hipótese que a defesa do Professor Oreiro seria fingir-se de boçal. Vejamos alguns trechos:
“Eu não imaginava que existem autores ortodoxos (um auto-intitulado “tio O”) que acreditam que para desvalorizar a taxa de câmbio deve-se fazer justamente o contrário do que é defendido por Fragelli e Cavalcanti, ou seja, deve-se reduzir (isso mesmo reduzir !!!) a taxa de poupança.”
Errado, fessô. Aumentar a taxa de poupança sem ambiguidade alguma deprecia o câmbio real em impacto e diga-se de passagem, meu post deixa bem claro que é isso que eu acredito que acontece. Digo mais, eu concordo 100% com os professores da EPGE que políticas que aumentam a poupança doméstica depreciam o câmbio real e deveriam ser adotadas no Brasil hoje.
Mas o Professor Oreiro não se satisfaz tentando rebater meu comentário representando minhas ideias erradamente, ele parece sentir uma necessidade desesperada de se humilhar publicamente mostrando sua falta de conhecimento de economia internacional.
Vejamos:
“Como corolário direto dessa argumentação segue-se que, no longo-prazo, os países que pouparem mais (como a China) terão uma taxa de câmbio mais apreciada e, portanto, serão menos competitivos no cenário internacional !!!!! “
Siiiiim, dotô!!! Se você passasse menos tempo [censurado] e mais tempo estudando, saberia que existe uma longa literatura mostrando a existência de uma correlação positiva entre a posição de ativos líquidos e a taxa real de câmbio (exemplo: Philip R. Lane & Gian Maria Milesi-Ferretti, 2004. "The Transfer Problem Revisited: Net Foreign Assets and Real Exchange Rates," The Review of Economics and Statistics, MIT Press, vol. 86(4), pages 841-857, 02. LINK ).
Ou então conheceria vários artigos estimando a taxa real de câmbio de equilíbrio que usam a posição externa líquida como um dos regressores e mostram que países que acumulam ativos externos líquidos de fato têm uma apreciação da taxa de câmbio no longo prazo.
Mas o mico do professor Oreiro é mais cabeludo ainda... Como membro da Associação Keynesiana Brasileira, seria esperado que ele conhecesse Keynes pelo menos! Aparentemente o bom professor também desconhece o problema da transferência em Keynes, que afinal, tem a mesma intuição econômica que a relação entre posição externa líquida e taxas de câmbio de equilíbrio.
“Creio que é auto-evidente para o leitor que o raciocínio acima envolve um claro reductio ad absurdum, pois nesse caso os países asiáticos, que possuem elevadissimas taxas de poupança doméstica, deveriam apresentar um câmbio apreciado e reduzidos superávits comerciais”
Aqui, o Professor Oreiro se finge de boçal. A redução dos superávits comerciais aconteceria na medida que a conta de renda desses países gerem elevados superávits. Ou o professor tem alguma dúvida que a taxa de câmbio de equilíbrio da China se apreciou nos últimos 5 anos?
“(aliás sugiro que o “Tio O” apresente alguma evidência empírica de que elevadas taxas de poupança doméstica estão correlacionadas, no longo-prazo, com taxas reais de câmbio apreciadas).”
Existe evidência – e qualquer economista com treinamento básico em economia internacional sabe disso! – que existe correlação no longo prazo entre posição de ativos externos líquidos e taxas reais de câmbio.
Então professor, a pergunta continua: está fingindo que não sabe a literatura ou vai admitir que você é café-com-leite?
“Esqueçam essa baboseira de relação positiva entre câmbio real e poupança, pois é auto-evidente (com base nos modelos inter-temporais) que a relação é negativa, ou seja, para se obter um câmbio depreciado deve-se reduzir a taxa de poupança.”
No longo prazo, sim.
Reduzindo-se ao absurdo, um país que não poupe nada, vai perder seu estoque de capital, ser mais pobre no futuro, ter menor demanda por seus bens comercializáveis, e ser infinitamente mais competitivo porque seus trabalhadores aceitarão trabalhar por salários ínfimos.
Por outro lado, um país que poupe muito, ao ponto de gerar grandes superávits comerciais, vai se tornar mais rico, vai ter uma posição externa líquida mais positiva e se tornar menos competitivo no comércio de bens.
Acho que é meio óbvio qual país nós deveríamos querer deixar para nossos filhos.
“Eu não imaginava que existem autores ortodoxos (um auto-intitulado “tio O”) que acreditam que para desvalorizar a taxa de câmbio deve-se fazer justamente o contrário do que é defendido por Fragelli e Cavalcanti, ou seja, deve-se reduzir (isso mesmo reduzir !!!) a taxa de poupança.”
Errado, fessô. Aumentar a taxa de poupança sem ambiguidade alguma deprecia o câmbio real em impacto e diga-se de passagem, meu post deixa bem claro que é isso que eu acredito que acontece. Digo mais, eu concordo 100% com os professores da EPGE que políticas que aumentam a poupança doméstica depreciam o câmbio real e deveriam ser adotadas no Brasil hoje.
Mas o Professor Oreiro não se satisfaz tentando rebater meu comentário representando minhas ideias erradamente, ele parece sentir uma necessidade desesperada de se humilhar publicamente mostrando sua falta de conhecimento de economia internacional.
Vejamos:
“Como corolário direto dessa argumentação segue-se que, no longo-prazo, os países que pouparem mais (como a China) terão uma taxa de câmbio mais apreciada e, portanto, serão menos competitivos no cenário internacional !!!!! “
Siiiiim, dotô!!! Se você passasse menos tempo [censurado] e mais tempo estudando, saberia que existe uma longa literatura mostrando a existência de uma correlação positiva entre a posição de ativos líquidos e a taxa real de câmbio (exemplo: Philip R. Lane & Gian Maria Milesi-Ferretti, 2004. "The Transfer Problem Revisited: Net Foreign Assets and Real Exchange Rates," The Review of Economics and Statistics, MIT Press, vol. 86(4), pages 841-857, 02. LINK ).
Ou então conheceria vários artigos estimando a taxa real de câmbio de equilíbrio que usam a posição externa líquida como um dos regressores e mostram que países que acumulam ativos externos líquidos de fato têm uma apreciação da taxa de câmbio no longo prazo.
Mas o mico do professor Oreiro é mais cabeludo ainda... Como membro da Associação Keynesiana Brasileira, seria esperado que ele conhecesse Keynes pelo menos! Aparentemente o bom professor também desconhece o problema da transferência em Keynes, que afinal, tem a mesma intuição econômica que a relação entre posição externa líquida e taxas de câmbio de equilíbrio.
“Creio que é auto-evidente para o leitor que o raciocínio acima envolve um claro reductio ad absurdum, pois nesse caso os países asiáticos, que possuem elevadissimas taxas de poupança doméstica, deveriam apresentar um câmbio apreciado e reduzidos superávits comerciais”
Aqui, o Professor Oreiro se finge de boçal. A redução dos superávits comerciais aconteceria na medida que a conta de renda desses países gerem elevados superávits. Ou o professor tem alguma dúvida que a taxa de câmbio de equilíbrio da China se apreciou nos últimos 5 anos?
“(aliás sugiro que o “Tio O” apresente alguma evidência empírica de que elevadas taxas de poupança doméstica estão correlacionadas, no longo-prazo, com taxas reais de câmbio apreciadas).”
Existe evidência – e qualquer economista com treinamento básico em economia internacional sabe disso! – que existe correlação no longo prazo entre posição de ativos externos líquidos e taxas reais de câmbio.
Então professor, a pergunta continua: está fingindo que não sabe a literatura ou vai admitir que você é café-com-leite?
“Esqueçam essa baboseira de relação positiva entre câmbio real e poupança, pois é auto-evidente (com base nos modelos inter-temporais) que a relação é negativa, ou seja, para se obter um câmbio depreciado deve-se reduzir a taxa de poupança.”
No longo prazo, sim.
Reduzindo-se ao absurdo, um país que não poupe nada, vai perder seu estoque de capital, ser mais pobre no futuro, ter menor demanda por seus bens comercializáveis, e ser infinitamente mais competitivo porque seus trabalhadores aceitarão trabalhar por salários ínfimos.
Por outro lado, um país que poupe muito, ao ponto de gerar grandes superávits comerciais, vai se tornar mais rico, vai ter uma posição externa líquida mais positiva e se tornar menos competitivo no comércio de bens.
Acho que é meio óbvio qual país nós deveríamos querer deixar para nossos filhos.