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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Em algum lugar do passado

Não falta quem veja as contas do balanço de pagamentos como uma demonstração de resultados do país: superávits são associados a “lucros”, enquanto déficits seriam as “perdas”. Não é uma visão muito diferente da que prevalecia no século XVIII, entre os chamados mercantilistas, que também identificavam o progresso de um país ao seu saldo comercial, noção devidamente refutada ao longo da história, mas incrivelmente resistente.

Esta questão ganha relevância porque o Brasil passou a registrar déficits externos de magnitude crescente. Usando os números dessazonalizados das contas nacionais, notamos que, depois de 44 trimestres, as importações (de bens e serviços, exceto remuneração do capital) finalmente superaram as exportações. Assim, nos dois primeiros trimestres de 2010 o déficit externo atingiu respectivamente 0,8% e 1,2% do PIB, com perspectiva de valores maiores à frente.

Este processo, por mais que nossos “keynesianos de quermesse” insistam no contrário, está intrinsecamente associado à elevação do investimento em relação ao produto. Nos últimos 62 trimestres observa-se clara relação positiva entre a razão investimento-PIB e o déficit externo, isto é, tipicamente o investimento e o déficit externo caminham na mesma direção. Há, adicionalmente, outro fato interessante: praticamente toda vez que o investimento supera a fronteira dos 17,5% do PIB as importações excedem as exportações; apenas em 3 trimestres (desde 1995) isto não ocorreu.

Obviamente, estas informações são insuficientes para determinar se é o aumento do investimento que leva ao déficit externo, ou se, ao contrário, é a elevação do déficit externo (por exemplo, por maior apetite por ativos nacionais) que causa maiores investimentos. Provavelmente estes dois fenômenos interagem entre si, o que torna a questão da relação causa-efeito bastante complexa. No entanto, independente desta discussão, a experiência histórica sugere que taxas mais altas de investimento não ocorrem sem elevação correspondente do déficit externo.

Tal fenômeno reflete a baixa poupança nacional. De 2000 para cá a poupança bruta atingiu, em média, pouco mais de 17% do PIB, tomando-se como base os números trimestrais sazonalmente ajustados, não por acaso patamar bastante semelhante àquele a partir do qual o nível do investimento corresponde a déficits externos.

A reduzida poupança nacional não parece, todavia, resultar de um consumo privado particularmente elevado. Apesar do consumo brasileiro, em torno de 63% do PIB, ser bastante superior ao da China, por exemplo, ele não difere muito do observado nos demais países latino-americanos. A bem da verdade, inclusive, o consumo privado no Brasil, além de inferior à média de Argentina, Chile, Colômbia e México, é também o menor dentro desta (limitada) amostra.

A grande diferença neste caso refere-se ao consumo do governo. No ano passado o gasto público neste conceito atingiu pouco menos de 21% do PIB, enquanto na média dos países acima ficou em 13,6% do PIB, repetindo o padrão dos últimos anos.

Assim, se o governo estivesse mesmo preocupado com a evolução das contas externas, o remédio seria simples do ponto de vista econômico (ainda que politicamente complicado): um programa de austeridade fiscal que enfrentasse decisivamente o elevado patamar de gasto público no país.

Tal política abriria espaço para a expansão do investimento relativamente ao PIB sem que fosse necessário recorrer à poupança externa. Concretamente, isto se traduziria em redução da demanda doméstica, permitindo a queda da Selic e conseqüente depreciação cambial. Vale dizer, mais eficaz do que limitar o ingresso de capitais num contexto de necessidade crescente de poupança externa seria reduzir esta própria necessidade. Isto, porém, ainda parece além da compreensão de quem ainda vive no século XVIII.


Fonte: IBGE
(Publicado 14/09/2010)

Um moderno keynesiano de quermesse

118 comentários:

Com a indução (no caso brasileiro, governamental) a um maior consumo há, necessariamente, uma expansão da base de crédito e, se em casa não tenho tanto (crédito ou algo a ser consumido), benvindo o do meu vizinho é.
Capital movendo-se para sua meta: o lucro. Interna ou externamente; ainda mais agora, com a globalização dos investimentos e uma melhor precificação das moedas, vis-a-vis outrora. Novos tempos, os princípios de Keynes não foram 'atualizados' por alguns.
Abs, Alex.

Meus caros,
desculpe sequestrar o post, mas o que acham deste ultimo artigo do delfim no valor, criticando os modelos DSGE com sua conhecida "ironia inteligente" ? Opinem !

http://corecon-rj.blogspot.com/2010/09/valor-economico_3534.html

Roberto

Alguns podem pensar em mero jogo de palavras, eu sei, mas não seria mais prudente ter dito:

"...redução da demanda doméstica, cenário mais favorável a queda da Selic e provável depreciação cambial".

Do modo que foi escrito (dito) a relação causal Selic e taxa de câmbio está carimbada.


Preciosismo meu?
Excelente post.
Brados
Martins

Como físico, acho a curva acima apresentada muito "suja". Para vc provar o seu ponto: que uma elevada taxa de investimento cause aumento da importação de bens de capital seria necessário vc. plotar importação SOMENTE de bens de capital x taxa de investimentos. Os dados do IBGE ou do MIC permitem que vc. o faça.

Gostaria que vc. comentasse sobre a taxa de endividamento privado e público ao longo dos anos Lula. Pelo pouco que "pesco" dos comentários econômicos, este endividamento já está caminhando para os 180% do PIB.
Se isso for verdade, estamos caminhando p/ uma situação de insolvência pois a taxa de poupança interna é de somente de 15 a 20%. O uso de capitais externos para cobrir o deficit de poupança interna não nos poria em uma situação de risco caso a situação econômica mundial se altere nos desfavorecendo?
Eu vi um cenário histórico equivalente ao que vivemos: a euforia durante os anos 70,quando emprestamos muito e a crise subsequente dos anos 80 quando P. Volcker, ao subir a taxa básica do juros nos EUA, determinou a nossa insolvência e por tabela acelerou o fim do Governo militar no Brasil.

O comentário do Delfim não fede nem cheira. É intelectualmente irrelevante.

O pior é que o caminho da crítica é sempre o mesmo: a matemática é sedutora (e desde quando matemática seduz alguém, ainda mais analfabetos funcionais?), o modelo é elegante, mas é abstrato demais...

Crítica muito mais pertinente e intelectualmente relevante é a origem e a medida do choque tecnológico, a efetiva capacidade de o modelo replicar os momentos da economia - está se avançando ou não? - e por aí afora.

Uma dúvida, porém, me acomete: de que teorias ou, que sejam, evidências empíricas, o ex-ministro tira suas sugestões de políticas econômicas? Se formos seguir a cartilha sugerida por William James, as teorias do Delfim andam com as pernas piores do que os modelos DSGE...

krugman tb quer palpitar?

http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/09/14/real-exchange-rates-in-emerging-markets-wonkish/

abs
sgold

"Como físico, acho a curva acima apresentada muito "suja". Para vc provar o seu ponto: que uma elevada taxa de investimento cause aumento da importação de bens de capital seria necessário vc. plotar importação SOMENTE de bens de capital x taxa de investimentos. Os dados do IBGE ou do MIC permitem que vc. o faça."

César:

Alguns comentários:

1) Em economia, quase sempre a curva é "suja". Aliás, se não for, desconfie;

2) O gráfico fala de exportações líquidas (de importações). Se preferir, você pode falar de importações líquidas (de exportações), invertendo o eixo vertical. Em qualquer caso, não fala das importações de bens de capital, embora, de fato, haja um crescimento acelerado destas importações (38% no ano até agosto em quantidade);

3) Eu tomei certo cuidado (ao custo de preciosos caracteres) para afirmar que não é tarefa fácil determinar a direção da causalidade, se do investimento para o deficit, se do déficit para o investimento (o que, de qualquer forma, não é o ponto central, mas sim que os dois fenômenos ocorrem simultaneamente);

4) Quanto ao déficit externo e, portanto, aumento do passivo, a resposta merece um post completo, mais do que cabe na caixa de comentários, mas:

a) As medidas de passivo externo brasileiro (dívida + investimento externo) ainda são bem menores que no passado;
b) Houve uma alteração importante do perfil, i.e., a dívida em si é reduzida e o investimento é alto. Isto significa que o perfil do serviço do capital estrangeiro também mudou de juro para dividendo. Enquanto o primeiro não é afetado pelo ciclo econômico e tipicamente representa uma obrigação em moeda estrangeira, o segundo é bastante pró-cíclico (paga-se muito quando o país vai bem, mas cai quando a economia desacelera e os lucors caem) e tipicamente representa um direito sobre lucros gerados em moeda local. No contexto de câmbio flutuante isto significa que remessas de dividendos caem quando o câmbio se desvaloriza (e vice-versa). Não é mera hipótese: entre 3T08 e 3T09a remessa líquida de dividendos se reduziu de US$ 35 bi para US$ 22 bi, ou seja, praticamente todo ajuste em conta corrente se deu às custas do investidor estrangeiro (isto, aliás, explica porque o investimento custa mais do que dívida, mas este tópico pode esperar).

"Preciosismo meu?"

Não mesmo. A afirmação que fiz é ceteris paribus, mas no jornal não dá para fazer muita firula com isto.

Abs

Alex

Porque vc. não usa o termo Conta Corrente no gráfico acima? Por que
Exportações Líquidas?

Quanto as minhas apreensões de superendividamento, elas não se referem aos IED´s (Inv. Ext Dir.). Estes eu não consideraria como passivo. Eu me refiro ao capital tomado no exterior pelos bancos brasileiros e pelo Tesouro Nacional para rodar a dívida privada e pública brasileiras. Qual é o valor que o tomador brasileiro (público e privado) acumulou nos últimos 10 anos?

Alex, não há uma vírgula a acrescentar ao seu comentário. Tive a oportunidade enquanto estava na faculdade de realizar alguns estudos em relação ao saldo em transações correntes e resultados do BP e a relação com a FBKF. O que fica claro é q o elevado gasto do governo consome a poupança interna (famílias e empresas) e em momentos de expansão de investimentos o país precisa importar poupança externa, gerando déficits de BP.

"Porque vc. não usa o termo Conta Corrente no gráfico acima? Por que
Exportações Líquidas?"

Porque são coisas distintas.

O déficit em conta corrente é, por definição, idêntico à acumulação de passivo externo líquido e, portanto, engloba os pagamentos a fatores (no texto só menciono capital porque é o relevante e também para não perder caracteres explicando o que são "fatores").

Denotando o passivo externo líquido por D e exportações líquidas por NX, o déficit em conta corrente seria:

DCC = rD - NX

"Quanto as minhas apreensões de superendividamento, elas não se referem aos IED´s (Inv. Ext Dir.). Estes eu não consideraria como passivo."

Mas deveria. IED não vem de graça. Isto dito, se você quer saber os números de dívida nos últimos anos, seguem abaixo (MLP é dívida de médio e longo prazo, CP é dívida de curto prazo, D é a dívida total, R são reservas internacionais, DL é dívida líquida):

2002 2006 2009 2010(jul)
MLP 187.3 152.3 171.9 185.7
CP 23.4 20.2 30.6 49.6
D 210.7 172.5 202.5 235.3
R 49.3 85.8 238.5 257.3
DL 165.6 86.6 (36.0) (21.9)

P.S. Os dados estão em US$ bilhões e números entre parênteses são valores negativos.

Meus caros,
Só um último comentário sobre o comentário do César. Mais especificamente, em relação ao uso de importações de bens de capital (no lugar do resultado líquido da balança comercial).
Isto não seria correto porque não observaríamos um efeito de deslocamento na produção doméstica. A taxa de investimento pode aumentar junto com a importação de bens de consumo. Os bens de capital seriam produzidos internamente com os fatores de produção antes utilizados na produção de bens de consumo. O consumo interno destes últimos bens seria suprido agora pelas importações (e não pela produção doméstica). Ou seja, os investimentos cresceram somente porque foi possível importar mais bens de consumo (e não somente bens de capital). E isto é bastante razoável quando lembramos que parte importante dos investimentos são em infra-estrutura, que não pode ser importada.
Saudações.

Anônimo 15:27,

Muito bem colocado.

quais sao os catalistas realistas de um ajuste fiscal do governo? Nao ha um problema fundamental a) de conflito de interesses e b) ideologico com o PT no governo?

"quais sao os catalistas realistas de um ajuste fiscal do governo? ":

Nenhum...

E subscrevo o endosso do Leo ao anônimo das 15:27

Prof Alex, eu continuo perguntando qual é o nivel de endividamento privado interno do país. (Eu li na imprensa que este número é da ordem
de 80% do PIB.)
E o crescimento deste endividamento é compatível com a taxa de poupança interna do país?

Quanto ao nível de endividamento do Estado os seus números me geram confusão. Foi publicado em grandes jornais que o Estado devía da ordem de 50 a 60% do PIB em 2002 e 40% em 2008. Estes números não batem com os apresentados acima.

César:

Estes são números de endividamento externo, dado que sua pergunta inicial foi:

"Eu me refiro ao capital tomado no exterior pelos bancos brasileiros e pelo Tesouro Nacional para rodar a dívida privada e pública brasileiras."

Agora, se você se refere ao endividamento geral do setor privado, pelo menos com os bancos é da ordem de 45% do PIB. A dívida bruta do governo é da ordem de 60% do PIB.

Estes níveis seriam compatíveis com a poupança do país?

No que respeita ao setor privado, a pergunta não cabe exatamente. A começar porque a dívida do setor privado com os bancos deve, em geral, ser equilibrada com a dívida que os bancos têm com o setor privado (depósitos nos bancos). Não é exato (há parcelas do financiamento dos bancos que vêm do exterior e há endividamento privado com bancos fora do país, ACC, por exemplo), mas é bem próximo.

Quanto à dívida do governo, a questão é se o tamanho do superávit primário seria consistente com sua estabilização e redução. Para ser sincero está meio na linha d'água, mas não parece um cenário de desestabilização.

Prezados,

dado o passo do debate econômico e eleitoral nos últimos meses, eu sinceramente me pus a pensar se a eleição de Dilma representaria uma ameaça ao tripé no qual repousa a economia brasileira: (1) superávit primário; (2) metas de inflação; (3)câmbio flutuante.

(1) O atual processo eleitoral parece confirmar a absouta eficácia das políticas sociais lulistas como instrumento eleitoral. Desta forma, o governo Dilma tenderia a aprofundar o uso desta solução a qualquer custo, visando desde cedo a disputa de 2014. Some-se a isso a relutância do governo em, passada a crise, reequilibrar a política fiscal nos níveis pré-2009. Some-se a isso o caminho sem volta no qual parece ter entrado o BNDES, visto hoje como herói do desenvolvimento brasileiro, que quanto mais gastar, melhor.

(2) Não acredito que um futuro governo Dilma venha a abandorar o atualmente popular regime de metas. No entanto, tenho a impressão de que a crença mística de que "a meta atual restringe o crescimento" nunca esteve tão difundida no cenário de nossa política econômica recente. Eu não me surpreenderia se algumas propostas por nós já bem conhecidas, e igualmente bem esdrúxulas (profs. Csifú e Orelho à frente,), tais comos metas flexíveis, uso de índices de preço exóticos como meta etc, vingassem sob a administração Dilma.

(3) O comportamento recente das contas externas, me parece, pode ser tomado como elemento legitimador de uma política cambial mais ativa. Como o Alex lembrou bem na sua coluna, o pensamento mercantilista ainda subsiste no sec. XXI, e eu não me surpreenderia se o próximo ministro da fazendo tivesse em Colbert sua fonte inspiradora.

Submeto minhas breves ponderações às sempre bem vindas críticas dos colegas blogueiros. A verdade é que temo pelo futuro da política econômica. Por mais que suas peças de humor nos reservem longos minutos de gargalhadas, é preciso considerar a quermesse como uma ameaça real. Ou não?

Do vosso Pai Alex.

Outro grande liberal brasileiro abandonou o SERRA!!!

http://bdadolfo.blogspot.com/2010/09/agora-e-oficial-adeus-serra.html

Caro pai Alex

Você comentou sobre o BNDES e aí, veja só, eu lembrei que

Luciano Coutinho, em entrevista ao ESP em 17/07/2010, ao ser indagado sobre a transparência do custo dos empréstimos do Tesouro e sobre a quanto chegava essa conta, declarou: “a impressão que temos é que o resultado fiscal líquido da atuação do BNDES é positivo. Estamos fazendo essas contas e vamos apresentar EM BREVE”.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,nao-ha-risco-de-descontrole-fiscal-no-brasil,27877,0.htm

Desde o dia 17 de julho até hoje são passados 61 dias. E aí? Alguém teve alguma nova notícia a respeito das contas do BNDES?

Em 14 de agosto de 2010 (e desde então são passados 33 dias) o ministro Mantega foi citado em reportagem do jornal ESP e ficamos sabendo que ele já teria determinado “à área técnica um estudo detalhado sobre o cálculo dos subsídios [...]. O estudo dará transparência desse custo não apenas em relação à linha de crédito de R$ 124 bilhões do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, mas também do empréstimo de R$ 180 bilhões. [...]

O problema maior, segundo fontes [provavelmente, fontes do Ministério da Fazenda], é que para fazer o cálculo do subsídio explícito do empréstimo de R$ 180 bilhões, em duas partes - R$ 100 bilhões em 2009 e R$ 80 bilhões este ano -, o governo não pode simplesmente usar como base a diferença entre o valor da TJLP (que corrige o contrato dos dois empréstimos) e da taxa Selic de hoje.”

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100814/not_imp594842,0.php

Então, até o momento (16/09/2010) estamos assim: Luciano Coutinho e sua “impressão” de um resultado positivo e Mantega, “segundo fontes”, sugerindo na reportagem do Estadão que fazer esses cálculos é muito complicado.

Pai Alex,

Sua argumentação omite uma figura chave, com influência em pelo menos 2 dos 3 pontos: Mr Capitain



Doutrinador

Eu como não quero salvar o modelo macroeconômico que amarra o país ao subdesenvolvimento crônico, não vou entrar no mérito da proposta de se apertar o cinto em cima dos funcionários públicos ou do sistema previdenciário. Falando, apenas do lado externo da economia, o meu termômetro está balanceado por poucos elementos: o saldo do capital externo (PIL), transferência liquida de recursos e um índice que me dê uma visão tipo Ponzi. O saldo dos capitais externos (some as transações correntes e chute um saldo inicial você terá montado sua estatística do SKE) dividido pelas exportações (que me dá uma visão ponzi das nossas contas externas) não me preocupa. O índice que encontrei está bem abaixo do que se encontra para situações de crise. Quanto às TLRs, estamos no momento de pagar pelo que capturamos do resto do mundo no período FHC - que se diga de passagem: já pagamos e o custo pra variar sempre nos dá uma taxa real entre 7,5 a 13% (número mágico da agiotagem 11,5% em termos reais). Portanto, não vejo nenhum problema do lado externo. Se considerarmos que o cambio é flexível, aí mesmo é que não vejo problemas. De qualquer sorte, essas estatísticas me mostram que nada mudou no país e continuaremos remunerando exageradamente os capitais externos. Se tem uma coisa que gostaria de ver nesse país é simplesmente o tal do ambiente competitivo, mas com os candidatos a presidente que temos, estamos longe desse ideal, tudo ficará como dantes na terra dos Abrantes. É de se perguntar aos três candidatos com chances: se vocês são economistas, o que fizeram com o curso de microeconomia? (Não precisa ter estudado no livro do francês, basta o básico típico Ferguson ou quem sabe Stigler)

Alex,

se eu entendi corretamente, a poupança e o investimento são iguais e definidos simultaneamente.

Mas esta condição de simultaneidade, sem definir uma direção de causalidade, é fonte de muita confusão que já foi debatida aqui várias vezes.

O investimento é o acréscimo ao estoque de capital existente. Mas há certa confusão quando falamos da poupança. Alguns associam poupança ao aspecto financeiro, como sendo aqueles recursos que estão na forma de aplicação financeira, por exemplo.

E aí outros afirmam que é o investimento quem cria a poupança. Ou seja, o investimento financia a si mesmo. E em última instância, o limite do investimento é o próprio investimento.

Mas a economia absorve bens e serviços de duas formas: investimento e consumo. Então, investimento e consumo são os destinos dos bens e serviços produzidos na economia. E quando se fala em investir mais, a questão colocada é saber de onde irão sair os bens e serviços (e a mão de obra) para formar o investimento.

Os bens e serviços serão disponibilizados ou por um consumo menor ou pelas importações. Sendo assim, a poupança é apenas aquela parte dos bens e serviços que não virou consumo ou são ofertados pelo exterior. Não estamos falando de finanças ainda.

Mas e as aplicações do mercado financeiro? Poderíamos usá-las para fazer investimentos. Mas se estão aplicadas em ações ou em títulos do governo, então ou alguém terá que comprar as ações ou o governo comprar os seus títulos. Ou seja, alguém terá que, na outra ponta, consumir menos bens e serviços para poder adquirir as ações ou os títulos. Teremos de ter uma elevação da poupança privada ou da publica. Caso isto não ocorra, teremos de ter a entrada de capital estrangeiro para adquirir estas aplicações ou financiar diretamente o investimento.

Esta é a essência da poupança (interna e externa): bens e serviços não consumidos ou ofertados pelo exterior.

E numa economia fechada, se o governo expande o consumo, teremos uma redução da poupança nacional e elevação dos juros, o que reduz o investimento. Poderemos ter também inflação, o que retira poder de compra dos consumidores em favor do governo. Se a economia for aberta, teremos apreciação do câmbio e possivelmente déficit em conta corrente.

Ou seja, algum preço na economia fará o ajuste para manter o equilíbrio (juros, câmbio ou inflação).

Se eu entendi corretamente, me pergunto como o professor Marco Flavio da Cunha Resende, no seu trabalho "Déficit público, câmbio real e déficit externo no âmbito do circuito finance-investimento-poupança-funding" , pode fazer, entre outras, as seguintes afirmações:

"...o déficit público não pode causar uma insuficiência de poupança nacional visto que a precedência do investimento em relação à poupança permanece válida."

"Se este argumento for válido também para a economia aberta, então não poderia haver restrição de poupança nacional em relação ao investimento, pois é este que precede aquela"

"...o investimento, que é contabilmente igual à soma da poupança nacional e da absorção de poupança externa, produzirá estímulos para a formação tanto da poupança nacional como também da poupança do resto do mundo que será objeto de absorção por meio do déficit em conta corrente."

"Na economia fechada, dada a renda agregada, o déficit publico não reduz a poupança nacional. Isto ocorre por que bens de capital que produzem bens de capital não podem se metamorfosear em máquinas produtoras de bens de consumo para atender às demandas de um governo perdulário."

"b) Houve uma alteração importante do perfil, i.e., a dívida em si é reduzida e o investimento é alto. ...."
concordo totalmente com a mudança positiva em termos de prazo e prociclicalidade da composição da posição internacional de investimentos. Mas o que você pensa da mudança em termos de retorno? Pergunto isso porque acho que recentemente intensificamos o problema de diferencial de retorno entre o ativo e passivo. Algo oposto ao 'privilégio exorbitante' dos EUA (como aqui: http://socrates.berkeley.edu/~pog/academic/gourinchas_rey_exorbitant.pdf )
abs

Ainda não tinha lido os artigos deste encontro da AKB... esse tipo de coisa me deixa triste.

Esse pessoal afirma que o investimento precede a poupança, mas o que eles estão falando é que a decisão de investir pode preceder a decisão de poupar.

Ora, se o governo imprimir dinheiro para investir, haverá necessariamente poupança forçada para custear esse investimento - de mesma sorte, o mesmo acontece se o sistema financeiro criar moeda para financiar investimento.

Isso já se sabe desde o século XIX, mas o sujeito fala como se fosse evidência contra uma suposta "teoria neoclássica", fazendo fluxogramas geniais e vomitando erros de lógica por 14 páginas.

Que tal:

A decisão do governo de investir prescinde da formação de poupança, visto que este pode imprimir dinheiro ou tributar os contribuintes.

Ou:

A decisão do empresário de investir perscinde da formação de poupança, visto que os bancos criam moeda e podem financiar sua decisão de investimento.

Ah, PELO AMOR DE DEUS!

"Pai Alex,
Sua argumentação omite uma figura chave, com influência em pelo menos 2 dos 3 pontos: Mr Capitain"

Doutrinador, poderia desenvolver mais este raciocínio. À primeira vista, ele me parece muito fecundo.

Pai Alex.

Rogério,

O Krugman já havia dado um golpe mortal nos keynesianos de quermesse com um artigo chamado Vulgar Keynesians:

http://web.mit.edu/krugman/www/vulgar.html

"Se eu entendi corretamente, me pergunto como o professor Marco Flavio da Cunha Resende, no seu trabalho "..." , pode fazer, entre outras, as seguintes afirmações:"

Quem diabos é o ilustre prof. Marco Flavio da Cunha Resende?

Não escondo de gostaria de saber em qual revista está publicada a tal peça cômica. Superinteressante?

R.F., não perca mais seu tempo lendo esse lixo acadêmico. Se aqui nesse blog o pessoal costuma comentar os artigos da dimensão Z, não é apenas pq são ruins, mas pq alguns deles têm grande repercussão na academia, sacou?
Ou vc acha que o Alex e o "O" passam horas garimpando novos artigos pós-keynesianos?

Pai Alex.

Mas, se não me engano, o brilhante do CEDEPLAR tinha publicado algo parecido na REP também.

o Marco Flavio da Cunha Resende eh professor da UFMG e da aula de economia monetaria (mas nao usa nem cita o Friedman).
Ele eh pos keynesiano.
O artigo saiu no encontro da AKB.

A discussão acerca da determinação recíproca entre poupança e investimento é improcedente: torna-se impossível romper com a estéril circularidade presente também nos esforços lógicos para compreender se o surgimento primordial foi o do ovo ou da galinha.

Altercações como esta decorrem da tentativa de compreensão do imediatamente observável (pseudo-concreticidade) através da lógica, que reclama coerência dos postulados para a formulação de sistemas axiomáticos. Todas as conclusões desta forma alcançadas, tidas como modelos da realidade, permanecem válidas como deduções, mas costumam perder grande parte de sua relevância no mundo real investigado pelas ciências sociais.

A produção de bens e serviços é viabilizada, comumente, através do que foi retido antecipadamente na forma de poupança. Por outro lado, poupança é o resíduo dos ganhos de renda gerada pelo investimento. Ambos são, assim, momentos transitórios do movimento de acumulação, assumidos pelas frações financeira e produtiva do capital.

A dicotomia poupança x investimento é apenas aparente, porque nasce do exame do movimento que ocorre na superfície do processo de valorização do capital, o qual tem como dinâmica interna o núcleo de origem do lucro. Assim é que também surge o paradoxo da poupança, posto que faz grande diferença situar-se no momento do ciclo: criação ou destruição de valor.

Como dificilmente ocorre de eu me aprofundar sem que atirem contra mim acusações de marxismo, prefiro deter-me por aqui mesmo.


P.S.: Sou economista por formação acadêmica; filósofo por "formação individual" e financista por profissão.

Caro Leo

"Isso já se sabe desde o século XIX"

Precisaria investigar melhor para afirmar. Mas há evidências de que isso é sabido pelo menos desde o final do século XVII

The beginnings
The revolution of 1688, which brought William and Mary to the throne, gave England a measure of political stability unknown for nearly a century. Commerce flourished, but the public finances were weak and the system of money and credit was in disarray. The goldsmith bankers had been damaged by the lax financial management of the Stuart kings. There were calls for a national or public bank to mobilise the nation's resources. Many schemes were proposed. The successful one, from William Paterson, envisaged a loan of £1,200,000 to the Government, in return for which the subscribers would be incorporated as the "Governor and Company of the Bank of England". Although the new bank would have risked its entire capital by lending it to the Government, the subscription proved popular and the money was raised in a few weeks. The Royal Charter was sealed on 27 July 1694, and the Bank started its role as the Government's banker and debt-manager, which it continues today.

Continua aqui

http://www.bankofengland.co.uk/about/history/timeline.htm

Curiosidades

Hipólito José da Costa traduziu e teve publicado em Lisboa, em 1801, o livro "Historia breve e authentica do Banco de Inglaterra, com dissertações sobre as notas moedas de cambio e letras, etc.,", do original do Thomas Fortune. Tenho a informação que ele traduziu o livro com o consentimento do Souza Coutinho (ministro de D. João VI), ao que parece já tendo em vista a criação de um banco semelhante não em Portugal, mas no Brasil. Os debates a respeito da transferência da sede do reino português para a América portuguesa já corria solta e dividia paixões e interesses (os assim chamados partidos ingleses X partidos franceses)

Em 1798, Hipólito foi nomeado encarregado de negócios nos Estados Unidos (1800). Regressa a Portugal em 1801 e D. Rodrigo de Sousa Coutinho o encarrega de alguns assuntos do serviço do Estado em Londres. Hipólito desentende-se com o futuro Conde de Linhares. Retorna em fins de junho de 1802, é preso assim que pisa em Lisboa e mandado para uma cadeia da Inquisição por ordem de Souza Coutinho. Depois de três anos, consegue fugir e chegar à Inglaterra, seguindo disfarçado pelo Alentejo até Gibraltar. Morreu, veja só, em 11 de Setembro de 1823, em Kensington, que não sei se naquela época já era, digamos, o contrário de Chelsea.

Sei que o IEB na USP tem um exemplar da tradução do Hipólito, mas ainda não tive oportunidade de olhar. Acho que a tradução é repleta de notas de rodapé com comentários do Hipólito. Queria conferir isso.

No Google books encontrei cópia da terceira edição inglesa de 1802. Pode-se baixar o pdf.

http://books.google.com.br/books?id=o05OAAAAYAAJ&pg=PP7&dq=Fortune,+T.++1802++A+concise+and+authentic+history+of+the+Bank+of+England&hl=pt-BR&ei=u6uTTJ7RC4P88Aa2rZiRDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCoQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false

No departamento de economia muita atrocidade e cometida, tanto morais quanto academicas.

Tem mais professores la que merecem atencao.

"Quem diabos é o ilustre prof. Marco Flavio da Cunha Resende?"

Ele é professor do CEDEPLAR\UFMG. E dentre os pos keynesianos, parece ser aquele que cuida do tema da relação poupança-investimento ou como eles chamam "circuito finance-investimento-poupança-
funding".

O artigo citado foi apresentado no encontro da Associação Keynesiana Brasileira, e ele tem publicado alguns dos seus artigos sobre o tema na REP.

E parece que vai apresentar algo parecido no encontro da ANPEC deste ano.

Pois é, a pergunta q não quer calar: quem é "Mr. Capitain"?

O,

Você já se referiu ao Mr. Capitain como The Anchor ou Markus Deutsch..

Ou vai dizer que era apenas ficção?



Doutrinador

Marco Flavio eh um zero a esquerda. Nao perca tempo debatendo a diarreia sub-mental que ele produz.

Eu nao vou conseguir dormir se nao souber quem eh o Mr. Capitain

Isso eh sacanagem

BobFields

Eu não sei quem é o Mr. Capitain, mas a minha esperança é o próprio Lula.

Dada a própria história de líder sindical, ele sabe muito bem o que a inflação pode fazer com a credibilidade de um governo.

Como parece que a eleição já está definida, e mesmo com o ar de quase divindade que ele assumiu, ele sabe que as greves de 1978 não teriam acontecido sem as perdas inflacionárias. E sabe também que nenhuma popularidade garante estabilidade econômica e que nenhuma popularidade resiste à instabilidade econômica.

Por mais ingênuo que pareça, talvez o próprio jogo do poder que hoje estimula o populismo fiscal, talvez leve a certo nível de ajuste na economia (talvez).

E sobre o professor Marco Flavio, não se trata de gastar tempo com ele, mas muitos estudantes de graduação em economia são formados acreditando nestas idéias apresentadas por ele. E daí surge a relevância em esclarecer conceitos e comentar certos artigos, pois mesmo que não tenham muita repercussão acadêmica, expressam idéias que contaminam a mente de estudantes de graduação. E muitos destes, que mesmo não concordando, acabam não encontrando idéia alternativas.

"E sobre o professor Marco Flavio, não se trata de gastar tempo com ele, mas muitos estudantes de graduação em economia são formados acreditando nestas idéias apresentadas por ele. E daí surge a relevância em esclarecer conceitos e comentar certos artigos, pois mesmo que não tenham muita repercussão acadêmica, expressam idéias que contaminam a mente de estudantes de graduação. E muitos destes, que mesmo não concordando, acabam não encontrando idéia alternativas."

Mas o que vc está insinuando? que tudo o que graduandos em economia aprendem é que a poupança é determinada pelo investimento, que este precede aquela? Mesmo que alguém se forme acreditando nesta ideia keynesiana o que prevalece no âmbito acadêmico é a teoria neoclássica, de que o investimento tem "lastro" na poupança. Ou vc tem ainda alguma outra concepção?

A mim pareceu legítima a sua dúvida lá em cima, como a de alguém realmente preocupado em encontrar solução a um impasse teórico. Mas parece-me que agora vc se inclinou diante dos comentários hostis ao material que vc apresentou, assumindo defensivamente a mesma posição que a destes que esbanjam arrogância atacando sem qualquer argumentação.

Here is The Captain:

http://maovisivel.blogspot.com/2010/05/sera-que-ele-volta-mesmo.html

Como os articulistas de sempre estão insistindo em ajuste fiscal, fico em dúvidas se minhas estatísticas precárias do saldo de capitais externos estão escondendo uma bomba de efeito retardado. Pode ser que a fase de TLR positiva ainda seja necessária - das contas nacionais só tiramos relações ex-post e a verdadeira taxa de juros só os contratos poderiam revelar. Precisamos de outras informações e principalmente comportamentais para saber onde a porca aberta o rabo. De qualquer sorte, eu como tô do lado do T-G quero ver o rolo que vão ter que arrumar para resolverem o imbróglio que o cambio flutuante obriga a turma especulativa, que fazem contratos certos e acabados, destrinchar.

Não me curvei à hostilidade ou fui defensivo, apenas questionei o critério de definição do que seja relevante para receber comentários deste blog. Foi dito que o critério de escolha de um artigo seria a repercussão da publicação acadêmica, eu disse que é importante quando também é a expressão de uma visão acadêmica que é disseminada em vários centros de economia no país.

Muitos se formam acreditando na precedência do investimento sobre a poupança (basta ver a quantidade de centros heterodoxos em comparação aos centros ortodoxos). E assim, no Brasil, não é possível dizer que prevalece a tese do "lastro" do investimento na poupança (basta ver o volume de trabalhos apresentados no encontro da SEP e mesmo vários artigos aprovados para o encontro da ANPEC deste ano).

E sendo honesto, aquele impasse eu já tive mesmo. Mas esta discussão que parece ser simples e engraçada, como aquela do ovo e da galinha, não é. As propostas da heterodoxia surgem de questões como esta. Quando você dissemina que o investimento se "autofinancia", o limite do investimento passa a ser o próprio investimento, e o governo pode gastar à vontade e a inflação não é um perigo, pois não há escassez no modelo e qualquer gasto hoje amplia a renda no futuro.

E aí eles transformam variável endógena em variável exógena, e as soluções mágicas, que tanto preocupam o Pai Alex, aparecem por todos os lados.

A precedência do investimento sobre a poupança se mostra equivocada quando você pensa a poupança e consumo como partes da mesma decisão, e a poupança se formando à partir da disponibilidade de bens, serviços e mão de obra oriundos de um menor consumo ou ofertados pelo mercado externo (exceto mão de obra). Assim a economia volta a ter restrições, que impõem custos e escolhas ao modelo e as soluções mágicas desaparecem.

O Krugman já havia dado um golpe mortal nos keynesianos de quermesse com um artigo chamado Vulgar Keynesians:

http://web.mit.edu/krugman/www/vulgar.html
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O Krugman era tão melhor quando escrevia para a Slate...

Alex,

Você conhece os blogs do Steve Williamson (o do livro de macroeconomia)e o do Dave Andolfatto? Eles são economistas neoclassicos de alto nível

http://newmonetarism.blogspot.com/
http://andolfatto.blogspot.com/

"A precedência do investimento sobre a poupança se mostra equivocada quando você pensa a poupança e consumo como partes da mesma decisão"

Não é bem assim, Rogério. Essa questão dos pós-keynesianos está mais ligada ao sistema financeiro.

Um sujeito pode ir no banco pegar empréstimo "sem lastro" e investir. Ao fazer isso, recursos que antes poderiam ter sido alocados para o consumo são destinados à produção de bens de capital. Aí o keynesiano acha que fez "A" descoberta: o investimento precede a poupança.

É só isso, não há mais nada por trás.

"Muitos se formam acreditando na precedência do investimento sobre a poupança (basta ver a quantidade de centros heterodoxos em comparação aos centros ortodoxos). E assim, no Brasil, não é possível dizer que prevalece a tese do "lastro" do investimento na poupança (basta ver o volume de trabalhos apresentados no encontro da SEP e mesmo vários artigos aprovados para o encontro da ANPEC deste ano)."

Verdade. Mas, como diria um conhecido meu, se olharmos fora do Brasil (ou seria América Latina?) a situação fica invertida, nem na China comunista ensinam economia heterodoxa....

Anônimo 20:33

Li agora os dois últimos posts do Mansueto, que está em Manchester e na companhia de outros três pesquisadores da Índia, China e Reino Unido com o objetivo de elaborar uma proposta de pesquisa sobre “The Rise of Emerging Powers – Brasil, Índia and China”:

[O] colega indiano lembrou que: “os bancos públicos na Índia são ativos na concessão de crédito pessoal, mas não em crédito para empresas nos moldes do que faz o BNDES no Brasil”. Segundo ele, as grandes empresas na Índia buscam crédito privado e no mercado de capital externo como principal meio de financiamento para sua expansão e operações de F&A.

Meu colega chinês mostrou-se surpreso com a forte atuação do BNDES na promoção de grandes empresas, algo que os bancos estatais da China fazem de forma intensiva.

No segundo post de hoje, um rápido e preciso comentário a respeito da defesa da professora:

A economista Maria da Conceição Tavares na edição de terça-feira (14/09/2010) no Valor Econômico. A economista defendeu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) das críticas que vem recebendo por subsidiar empréstimos a grandes. [...]

Será que nossos economistas progressistas são realmente progressistas? Que tal lembrarmos uma provocação do falecido economista Roberto Campos nos debates da constituinte:

“Reitero meu protesto contra a auto-apropriação por alguns de nossos membros da expressão “progressista” quando, a rigor, eu acredito que eles são retrógrados caracterizados por duas características claras. Primeiro, desatualização histórica; segundo, desinformação econômica.” [1987]

O blog do Mansueto está na "Minha lista de blogs" deste blog.

(peço que ignore a mensagem anterior e não a poste)

"Um sujeito pode ir no banco pegar empréstimo 'sem lastro' e investir. Ao fazer isso, recursos que antes poderiam ter sido alocados para o consumo são destinados à produção de bens de capital. Aí o keynesiano acha que fez 'A' descoberta: o investimento precede a poupança.

É só isso, não há mais nada por trás."


Neste caso, então, seria necessário ao um pós-keynesiano que violasse a sacrossantidade dos dados para que alcançasse constatações empíricas semelhantes às do Schwartsman? Isto é, se o referido P-K correlacionasse crédito, ao invés de poupança, investimento e déficit externo, poderia ser capaz de afirmar, sem maquiagem de resultados, que o déficit externo aparece quando o investimento tende a exceder o nível do crédito empresarial?

Neste caso, presumo, seria lógico concluir que o aumento de gasto do governo não absorve poupança doméstica (entendido como compra de títulos públicos por parte dos bancos), mas que, como reflexo do aumento dos gastos com juros, decorre exatamente dos estímulos ao aumento dos investimentos através de empréstimos pelo BNDES.

Qual a proporção do investimento privado em relação ao PIB?

Deste modo, seria ainda conveniente frisar que o limite à expansão do investimento não seria determinado pelo próprio investimento, mas esbarraria perante o limite da capacidade do Estado de se endividar.

Isso sem mencionar que um aumento dos gastos públicos teoricamente mantém elevada a taxa de juros, o que, de acordo com qualquer manual de macro, deveria estimular a formação de poupança privada.

"A grande diferença neste caso refere-se ao consumo do governo. No ano passado o gasto público neste conceito atingiu pouco menos de 21% do PIB, enquanto na média dos países acima [Argentina, Chile, Colômbia e México] ficou em 13,6% do PIB, repetindo o padrão dos últimos anos." (AS)

Não ignoro que a intenção do Schwartsman foi alegar que a baixa capacidade de investimento com recursos domésticos deve-se não ao Governo absorver poupança doméstica - mas por deixar de constituí-la por causa dos gastos elevados.

Mas, em compensação, a arrecadação aqui é também proporcionalmente maior, o que, parece-me, não seria motivo para o exíguo volume da poupança doméstica:

Argentina: 23%
Chile: 17%
Colômbia: 23%
México: 10%
Brasil: 35%

Como o investimento como proporção do PIB obviamente também leva em conta aqueles efetuados com empréstimos subsidiados, não seria de se esperar, em sendo válidas as observações que conjeturei acima, que ele sofresse redução diante de um programa de austeridade fiscal?


P.S.: A hipótese de que o investimento precede a poupança foi estabelecida pelo próprio Keynes.

Amigo, primeiro faça suas frases inteligíveis, porque parágrafos como o abaixo são indecifráveis:

"Neste caso, presumo, seria lógico concluir que o aumento de gasto do governo não absorve poupança doméstica (entendido como compra de títulos públicos por parte dos bancos), mas que, como reflexo do aumento dos gastos com juros, decorre exatamente dos estímulos ao aumento dos investimentos através de empréstimos pelo BNDES."

Mas vou tentar responder.

Quanto a um pós-keynesiano poder correlacionar coisas e, daí, poder afirmar conclusões, isso depende do que ele correlaciona e da consistência da teoria que usa para dar o nexo causal. Nem sempre isso funciona e aí você passa vergonha, vide caso recente do Oreiro, que correlacionou câmbio e participação relativa da indústria no PIB, se não me falha a memória.

"O limite do investimento é o limite do estado de se endividar?". Isso não faz sentido nenhum, no limite o estado poderia decidir o que cada indivíduo faz e investir todos os recursos da economia menos o necessário a subsistência. De onde saiu a conexão lógica do que você expôs com essa frase?

"Isso sem mencionar que um aumento dos gastos públicos teoricamente mantém elevada a taxa de juros, o que, de acordo com qualquer manual de macro, deveria estimular a formação de poupança privada."

Que manual de macro você andou lendo? Se o governo tributar 100% da renda e gastar em consumo 100% da renda, por algum acaso os recursos poupados na economia, no agregado, serão de 100%?


"não seria de se esperar, em sendo válidas as observações que conjeturei acima, que ele sofresse redução diante de um programa de austeridade fiscal?"

Não.



Deste modo, seria ainda conveniente frisar que o limite à expansão do investimento não seria determinado pelo próprio investimento, mas esbarraria perante o limite da capacidade do Estado de se endividar.

Isso sem mencionar que um aumento dos gastos públicos teoricamente mantém elevada a taxa de juros, o que, de acordo com qualquer manual de macro, deveria estimular a formação de poupança privada.

...não seria de se esperar, em sendo válidas as observações que conjeturei acima, que ele [o investimento] sofresse redução diante de um programa de austeridade fiscal?


E alguém ainda diz que o que prevalece no âmbito acadêmico é a teoria neoclassica...

“"não seria de se esperar, em sendo válidas as observações que conjeturei acima, que ele sofresse redução diante de um programa de austeridade fiscal?"”

Em sendo válidas as observações que conjecturou acima, a Angelina Jolie vai tocar a campainha da minha casa pedindo esmola para sustentar a meia dúzia de crianças que ela adotou. Nos próximos 3 minutos...

Só para confirmar, passou-se mais de uma hora e nada de Angelina.

"Neste caso, então, seria necessário ao um pós-keynesiano que violasse a sacrossantidade dos dados para que alcançasse constatações empíricas semelhantes às do Schwartsman? Isto é, se o referido P-K correlacionasse crédito, ao invés de poupança, investimento e déficit externo, poderia ser capaz de afirmar, sem maquiagem de resultados, que o déficit externo aparece quando o investimento tende a exceder o nível do crédito empresarial?"

Minha nossa...

"Isso sem mencionar que um aumento dos gastos públicos teoricamente mantém elevada a taxa de juros, o que, de acordo com qualquer manual de macro, deveria estimular a formação de poupança privada."

De onde veio isso?

"Amigo, primeiro faça suas frases inteligíveis, porque parágrafos como o abaixo são indecifráveis:

'Neste caso, presumo, seria lógico concluir que o aumento de gasto do governo não absorve poupança doméstica (entendido como compra de títulos públicos por parte dos bancos), mas que, como reflexo do aumento dos gastos com juros, decorre exatamente dos estímulos ao aumento dos investimentos através de empréstimos pelo BNDES.'"

Ok. Vou tentar por-me no lugar de minha irmã ao falar para uma classe primária.
O que vocês tentam defender (pelo menos o Schwartsman, tendo vocês como público a reboque) é que os altos níveis de gasto do governo brasileiro são responsáveis pela escassa poupança doméstica. Isso ocorre, em sua opinião, devido ou à absorção da poupança existente ou porque os gastos elevados são responsáveis pela manutenção da taxa de poupança em patamares abaixo do necessário para um crescimento sustentado do PIB. Mas qual o alegado efeito de um programa de "austeridade" fiscal? aumento de poupança, certo? E para que uma maior poupança? Para possibilitar o crescimento do estoque de capital da economia. Ou não é isso? Agora perceba: qual a composição do gasto público? Se você verificar, verá que os gastos com juros são os grandes responsáveis pelo seu alto nível. E no que consiste este elevado gasto com juros? pagamento de dívida pública, contraída para injeção de aportes financeiros colossais no BNDES. E para onde vai este dinheiro? para financiamento da produção doméstica, destino semelhante ao que teriam os recursos financeiros poupados através de um programa de austeridade fiscal, correto?

Só não me peça para desenhar, porque sou péssimo com programas de edição de imagens.


"Se o governo tributar 100% da renda e gastar em consumo 100% da renda, por algum acaso os recursos poupados na economia, no agregado, serão de 100%?"

Então o prezado colega crê que para um maior gasto público deve haver paralelamente uma maior arrecadação tributária?
Responda então a estas duas questões:
Em qual país a carga tributária, como proporção do PIB, é maior: Brasil ou EUA?
Em qual país a dívida pública como proporção do PIB é maior: Brasil ou EUA?


"E alguém ainda diz que o que prevalece no âmbito acadêmico é a teoria neoclassica..."

Impressionante, né colega? E pra piorar, ainda tem gente que faz confusão com "prevalência" e "exclusivismo"...


"Em sendo válidas as observações que conjecturou acima, a Angelina Jolie vai tocar a campainha da minha casa pedindo esmola para sustentar a meia dúzia de crianças que ela adotou. Nos próximos 3 minutos..."

"Só para confirmar, passou-se mais de uma hora e nada de Angelina."

Três minutos, é? rsrsrs
Whow, pela ansiedade e pelo tempo de espera presumo que você não vê uma bela mulher faz um tempão. rsrs



É duro quando as pessoas não suportam ver colocado em dúvida tudo aquilo que aprenderam e em que acreditam...
Apegam-se convictamente a suas crenças tal qual Ícaro a suas frágeis asas.

"Se você verificar, verá que os gastos com juros são os grandes responsáveis pelo seu alto nível."

Falso.

No ano passado o gasto com juros (sem descontar a inflação) atingiu 5,4% do PIB. O gasto primário, como mostrado aqui (http://maovisivel.blogspot.com/2010/09/nova-atualizacao.html) atingiu 31,1% do PIB, quase 6x maior.

Em 2000 o gasto primário era 27,8% do PIB; os juros 6,3% (gasto primário 4,4x maior), ou seja, nos últimos 10 anos os juros caíram 0,9% do PIB e os gastos primário aumentaram 3,3% do PIB.

"Em qual país a carga tributária, como proporção do PIB, é maior: Brasil ou EUA?"

Brasil.

"Em qual país a dívida pública como proporção do PIB é maior: Brasil ou EUA?"

Brasil.

Qual a relevância desta informação para o argumento? Nenhuma

"É duro quando as pessoas não suportam ver colocado em dúvida tudo aquilo que aprenderam e em que acreditam...
Apegam-se convictamente a suas crenças tal qual Ícaro a suas frágeis asas...."


Deve ser mesmo. Conte aí para nós como você se sente.

Mas o que importa destacar é que os gastos com juros são excessivos e que o governo se endivida além da conta.
marco

Mas o que importa destacar é que os gastos com juros são excessivos

Qual o critério para considerá-los excessivos?

Eu acho excessivo que um país com apenas 5% de sua população com idade acima de 65 anos gaste quase 15% do PIB com aposentadorias e pensões (o mesmo que um país com 3x mais idosos).

É excessivo também que o consumo do governo seja superior a 20% do PIB enquanto na América Latina a média no ano passado foi 13,5%.

A divida americana (bruta e liquida )com proporção ao PIB é superior a Brasileira.

A carga tributaria America é próxima da Brasileira 30% do PIB.

Terceiro não existe justificativa para o Brasil ter déficit nas transações correntes por dois motivos: Não somos uma sociedáde de consumo,produtos e serviços no Brasil são caros.

"Não somos uma sociedáde de consumo"

Na dimensão Z talvez; no universo conhecido o consumo privado representa 63% do PIB no Brasil e o consumo público pouco mais de 20% do PIB, i.e., mais de 80% do PIB.

O gasto do governo é de 35% do PIB,quase a mesma porcetagem do governo Brasileiro.

http://en.wikipedia.org/wiki/Government_spending

"No ano passado o gasto com juros (sem descontar a inflação) atingiu 5,4% do PIB. O gasto primário, como mostrado aqui (http://maovisivel.blogspot.com/2010/09/nova-atualizacao.html) atingiu 31,1% do PIB, quase 6x maior.

Em 2000 o gasto primário era 27,8% do PIB; os juros 6,3% (gasto primário 4,4x maior), ou seja, nos últimos 10 anos os juros caíram 0,9% do PIB e os gastos primário aumentaram 3,3% do PIB."

Hum... aí eu fico na dúvida: será que confio nas estatísticas que vc mesmo elaborou ou nas que são apresentadas pela Conjuntura Econômica?


O quê? vc insinua que a dívida pública como proporção do PIB é maior aqui do que lá?
Alguém sabe se o Schwartsman tem criança? Se tiver, me parece que o filho descobriu a senha do gmail do pai e está se fazendo passar por ele aqui no Blog.
Vou até me retirar depois dessa "informação"...

"Então o prezado colega crê que para um maior gasto público deve haver paralelamente uma maior arrecadação tributária?"

Não. Você fez uma afirmação simplista idiota (aumento do gasto público diminui poupança privada), alegou que a tinha aprendido em um livro de Macro, e, por isso, recebeu uma resposta cujo intuito era expor o ridículo do seu texto. Mas isso só funciona para quem tem pelo menos dois neurônios para fazer a sinapse necessária à compreensão de uma ironia, mesmo tosca como a que fiz.

Você ter tentado explicar seu parágrafo indecifrável foi pior do que não ter respondido. Além de expor seu analfabetismo funcional mostrou que não se dá ao trabalho de pegar os dados mais triviais. E tenho mesmo medo de pedir para você desenhar, gráficos não são para qualquer um.

Antes de argumentar qualquer coisa, tente distinguir o que é poupança do que não é em termos agregados. Aí frases como "gasto do governo absorver a poupança doméstica" podem começar a fazer sentido na sua argumentação.

"será que confio nas estatísticas que vc mesmo elaborou ou nas que são apresentadas pela Conjuntura Econômica?"

Be my guest: os dados de carga tributária estão no site da Receita; os dados de superávit primário de União, estados e município estão no site do BC. Não tenho certeza que você saiba subtrair, mas, se souber, é só deduzir o segundo do primeiro. Caso queira, ainda pode encontrar números bastante parecidos com estes no site do Tesouro.

"vc insinua que a dívida pública como proporção do PIB é maior aqui do que lá?"

Não. Eu não insinuei nada; eu afirmo. Procure no site do CBO os dados do endividamento do governo norte-americano e veja no site do BC os dados referenetes ao endividamento brasileiro.

P.S. Meu filho está no primeiro ano de Economia do Insper e garanto que já sabe mais do que você...

Errata:

Onde está "(aumento do gasto público diminui poupança privada)",

Leia-se "(aumento do gasto público aumenta poupança privada)".

"E no que consiste este elevado gasto com juros? pagamento de dívida pública, contraída para injeção de aportes financeiros colossais no BNDES. E para onde vai este dinheiro? para financiamento da produção doméstica, destino semelhante ao que teriam os recursos financeiros poupados através de um programa de austeridade fiscal, correto?

Só não me peça para desenhar, porque sou péssimo com programas de edição de imagens."

Caro colega, já que não posso pedir pra você desenhar, posso ao menos pedir para você pensar??

"P.S. Meu filho está no primeiro ano de Economia do Insper e garanto que já sabe mais do que você..."

Alex, tá menosprezando o seu garoto...
O meu filho nem sequer foi concebido e já sabe mais que esse aí...

"para financiamento da produção doméstica, destino semelhante ao que teriam os recursos financeiros poupados através de um programa de austeridade fiscal, correto?"

Errado. Só num mundo sem restrições orçamentárias este (vá lá) "raciocínio" poderia valer. Infelizmente, fora da Dimensão Z, recursos não são infinitos.

O BNDES pode dar o financiamento que quiser; os recursos não vão aparecer do nada e o efeito final da demanda mais alta é juro mais alto. No caso da austeridade fiscal, o efeito seria reduzir a demanda, levando a taxas de juros mais baixas e consequente expansão da demanda privada.

"para financiamento da produção doméstica, destino semelhante ao que teriam os recursos financeiros poupados através de um programa de austeridade fiscal, correto?"

"Errado. Só num mundo sem restrições orçamentárias este (vá lá) "raciocínio" poderia valer. Infelizmente, fora da Dimensão Z, recursos não são infinitos.

O BNDES pode dar o financiamento que quiser; os recursos não vão aparecer do nada e o efeito final da demanda mais alta é juro mais alto. No caso da austeridade fiscal, o efeito seria reduzir a demanda, levando a taxas de juros mais baixas e consequente expansão da demanda privada."

Será que é possível sustentar o conflito teórico neste nível de diálogo, sem apelações para ofensas pessoais? Realmente dá a impressão de que este é o último recurso usado com defesa.

Errado de novo. Desprezo à parte (e como poderia ser diferente), há uma resposta. Se você não sabe como sair dela, o problema é seu...

Respondendo
" Alex disse...
Qual o critério para considerá-los excessivos?
Eu acho excessivo que um país com apenas 5% de sua população com idade acima de 65 anos gaste quase 15% do PIB com aposentadorias e pensões (o mesmo que um país com 3x mais idosos).
É excessivo também que o consumo do governo seja superior a 20% do PIB enquanto na América Latina a média no ano passado foi 13,5%.
Qual o critério para considerá-los excessivos?"

Marco diz

Muito bom o seu questionamento. Vamos por parte. Quanto aos juros da dívida pública eles são excessivos porque, sendo de responsabilidade do governo federal (divida mobiliaria), o montante de juros absorve parcela significativa do seu orçamento. É também excessivo o pagamento de juros, porque o que se tem de superávit primário não é suficiente para se pagar sequer os juros. Pra piorar, qual o fruto desse endividamento?

Quanto à questão da previdência, acho interessante seu questionamento. Mas diria antes de tudo que o problema está no PIB muito do mequetrefe que temos. Claro, existem distorções no sistema previdenciário. O que me incomoda é a segmentação arbitrária dos aposentados: a pública é uma maravilha. A da turma do INSS é uma piada. Nessa questão da previdência não aceito também as estatísticas oficiais, porque , para mim, não estão corretas. Eu iria colocar o calote do JK no sistema previdenciário – construiu Brasilia com a ajuda sem recompensa do sistema previdenciária da época – traduzindo: cano nos participantes dos programas previdenciário da época que os milicos imbecis da ditadura militar sacramentaram. Nâo aceito também que a contabilidade pública não remunere as contribuições – se remunerada pela taxa de juros que a divida pública paga não haveria problema previdenciário. De qualquer sorte, vejo que essa é uma discussão interessante e muito o Mao visível poderia contribuir para o melhor entendimento da questão previdenciaria.

Quanto aos gastos do governo que hoje supera 20% enquanto para os demais países da AL fica bem abaixo é de fato um numero interessante, até porque o serviço público é de péssima qualidade. A população estaria sendo roubada duas vezes. Lembro aqui que a turma bem acomodada no setor público ganha bem exatamente para manter o modelo do subdesenvolvimento funcionando. Mexer nisso é aprofundar o sindicalismo pelego e o envolvimento da maçonaria no processo político. Neste particular, bom ...

Por fim Alex, gostaria de me desculpar se em algum momento lhe fiz algum comentário grosseiro, porque torço para que o nível do debate que você nos proporciona tenha como exemplo você mesmo – que só parte para resposta grosseira quando lhe atacam gratuitamente.

Marco B .

P.S. Meu filho está no primeiro ano de Economia do Insper e garanto que já sabe mais do que você...

já você não sabe muita coisa! pagar quase 3 mil de mensalidade para que ele aprender manuais de economia....

" pagar quase 3 mil de mensalidade para que ele aprender manuais de economia...."

É uma barganha! Imagine o custo que seria caso ele aprendesse o que você aprendeu...

" Quanto aos juros da dívida pública eles são excessivos porque o montante de juros absorve parcela significativa do seu orçamento."

Deixe ver se entendo: os juros são excessivos porque absorvem parte significativa do orçamento; ou será que os juros são signficativos porque absorvem parte expressiva do orçamento.

Em qualquer caso, ganhou o Nobel de raciocínio circular.

"É também excessivo o pagamento de juros, porque o que se tem de superávit primário não é suficiente para se pagar sequer os juros."

Então, se aumentarmos o primário, os juros deixarão de ser excessivos?

"Nâo aceito também que a contabilidade pública não remunere as contribuições "

Mas o sistema é de repartição (pay-as-you-go), não de capitalização.

Alex disse:
"Deixe ver se entendo: os juros são excessivos porque absorvem parte significativa do orçamento; ou será que os juros são significativos porque absorvem parte expressiva do orçamento.

Em qualquer caso, ganhou o Nobel de raciocínio circular."

Marco Diz:
Exatamente isto: Juros são excessivos. Você tem, por exemplo, 400 de renda e paga 200 de juros, eles são excessivos. O que indica que há algo de errado, porque você não poderia comprometer um percentual tão elevado de seu orçamento em pagamento de juros. Se o faz, é porque tem algo de errado em sua estratégia de endividamento. Pode criticar a minha contabilidade e a minha alocação de recursos em meu orçamento. Certamente, você não encontrará em qualquer manual de finanças a aceitação de um orçamento comprometido com juros, tal qual o que falo acima. Além disso, agora, falando como um simples cidadão, se tem algo que gostaria de ver extirpado é o pagamento excessivo dos juros da dívida pública, até porque a divida pública cresce também por inércia, amarrada a uma indexação que abomino. Isso é política e novamente circular.
Alex pergunta:
Então, se aumentarmos o primário, os juros deixarão de ser excessivos?

Respondo: é a tal da circularidade! Mas quando a turma do andar debaixo se sentir expropriada e se rebelar pelo aumento do superávit primário, aí a circularidade deixaria de existir. Claro, as estatísticas da violência, da dilapidação da cidade, da precariedade dos serviços públicos e o escambau já mostram reação feroz à expropriação. Em circularidade, espero que , para prova do mal que se espalha abertamente, não seja você , nem a turma do blog mão visível, assaltados na Avenida paulista e se forem que levem apenas os anéis. Se, sinceramente, não temem esse mal, entrego os pontos e digo que vocês estão simplesmente errados.
Quanto à previdência, é a minha escolha de uma política pública, tal qual a sua escolha para gastos públicos é outra diferente da atual. Claro, não faço campanha para reduzir ainda mais os gastos com previdência e menos ainda para se aumentar a fatia de recursos para pagamento de juros da dívida pública. O que tenho em mente para previdência não tem nada que ver com o que se chama de capitalização. Até porque quem acredita nesta besteira de previdencia em regime de capitalização própria deveria fazer a sua própria previdência, dando, em ato simbólico, uma banana pro governo. O problema grave é que o governo vai roubar a previdência dos pobres, exatamente como JK fez e os milicos da ditadura sacramentaram. Quem empresta para governo endividado, tem que assumir o risco. No caso dos gastos públicos, a minha opção é outra também e certamente poderemos discordar sobre que tipo de gastos incluiríamos neste item de consumo do governo. De novo, é política, em sua circularidade plena.

Marco

Acho que não preciso acrescentar mais nada.

Minha única reclamação é que, se todo mundo se auto-ridicularizar (dane-se a reforma), eu vou ficar sem ter o que fazer.

Esse Marco deve ter fugido de algum sanatório ou então esta de sacanagem.

A Mão Visível
Um blog paleoliberal.

Depois dessa: "Minha única reclamação é que, se todo mundo se auto-ridicularizar (dane-se a reforma), eu vou ficar sem ter o que fazer."

Vejo que é totalmente coerente ser paleoliberal e controle de juros, swaps cambiais e o escambau.
Marco

Alex o curso de economia na FEA se aproxima do Insper?


Hoje eu estudo ADM no IBMEC-RJ,aqui as aulas são dinâmicas (metodo de casos),fora as atividades extraclasse.Nas públicas em geral o ensino é muito teórico e os professores não estão nem aí para os alunos.

PS: Você já comprou o "KIT Liberal" para o seu filho?

Todo Liberal tem que ler Milton Friedman,Any Rand,Hayek,Misses e Rothbard.

Eu sou contra aulas de religião. Quem quiser que frequente igreja...

"Vejo que é totalmente coerente ser paleoliberal e controle de juros, swaps cambiais e o escambau."

Melhor do que explicar que uma coisa é excessiva por ser signficativa.

Alex, como todo bom economista, não seria melhor matricular seu filho na poli?

"Isso sem mencionar que um aumento dos gastos públicos teoricamente mantém elevada a taxa de juros, o que, de acordo com qualquer manual de macro, deveria estimular a formação de poupança privada."

"Que manual de macro você andou lendo?"

Pelo jeito o mesmo que o seu mestre:

"... o efeito final da demanda mais alta é juro mais alto. No caso da austeridade fiscal, o efeito seria reduzir a demanda, levando a taxas de juros mais baixas e consequente expansão da demanda privada."

Não é difícil decorar a cadeia lógico-formal de nexos causais (este método disseminado como praga parasitária contraída da mecânica clássica):

Era uma vez...
O Governo reduz seus gastos → a expectativa de um produto menor faz o BC reduzir os juros → os empresários aumentam os investimentos e os cidadãos consomem mais → aumenta a renda e, consequentemente, a poupança como fração dela não consumida.
E pronto! Agora todos podem viver felizes para sempre.

- Ah, mas o estímulo à formação de poupança não deveria cair com juros mais baixos?

Ora, não se preocupe! basta mudar algumas premissas (http://maovisivel.blogspot.com/2008/10/duas-perguntas.html) e você obtém o resultado que deseja!

Mas não faça muitas perguntas, senão vai ter trabalho com complicações desnecassárias...

Até a próxima, no fantástico e aberrativo mundo da especulação idealista abstrata!

Você ainda não aprendeu a distinguir movimentos da curva de demanda dos movimentos ao longo da curva de demanda?

E ainda cita precisamente o post em que eu explico exatamente a diferença entre as duas coisas?

Você é analfabeto funcional ou apenas inacreditavelmente burro?

Pra ser sincero, esta coisa de ficar mexendo as duas retas (ops, curvas lineares!) me entedia. Brinquei muito disso quando criança, com o Jogo dos Palitos.

P.S.

Fui duro demais com uma pessoa com óbvias deficiências mentais e isto, como ensina minha mãe, não se faz.

Vou explicar fazendo uma analogia com demanda e oferta.


"Era uma vez...
A notícia que consumo de banana cura burrice aumenta a demanda por bananas → o aumento da demanda faz o preço subir → o aumento do preço estimula a produção de bananas

- Ah, mas a demanda por bananas não deveria cair com preços mais altos?"

Se você não entendeu, eu peço para o filho ainda não concebido do Anônimo de 22 de setembro de 2010 (10:02) para desenhar para você.

"Pra ser sincero, esta coisa de ficar mexendo as duas retas (ops, curvas lineares!) me entedia.

Como é triste a vida do oligofrênico...

"Todo Liberal tem que ler Milton Friedman,Any Rand,Hayek,Misses e Rothbard."

There are two novels that can change a bookish fourteen-year old’s life: The Lord of the Rings and Atlas Shrugged. One is a childish fantasy that often engenders a lifelong obsession with its unbelievable heroes, leading to an emotionally stunted, socially crippled adulthood, unable to deal with the real world. The other, of course, involves orcs.

Eu li o post (http://maovisivel.blogspot.com/2008/10/duas-perguntas.html) e confesso ter dificuldade para entender como o Anônimo das 17:31 (é o firenelso?)não conseguiu compreender o argumento cristalino.

"Vou explicar fazendo uma analogia com demanda e oferta.

'Era uma vez...
A notícia que consumo de banana cura burrice aumenta a demanda por bananas → o aumento da demanda faz o preço subir → o aumento do preço estimula a produção de bananas

- Ah, mas a demanda por bananas não deveria cair com preços mais altos?'

Se você não entendeu, eu peço para o filho ainda não concebido do Anônimo de 22 de setembro de 2010 (10:02) para desenhar para você."

Sim, claro. E então alcança-se mais uma situação estável, sem "pressões por mudanças"...
Grato pela complementação. Conseguiu fazer com que as características de reificação e hipostatização se tornassem ainda mais evidentes.

Este Anônimo?
"Alex, tá menosprezando o seu garoto...
O meu filho nem sequer foi concebido e já sabe mais que esse aí..."
Parabéns a ele! Vejo que teve a sorte de encontrar uma companheira com exímias faculdades intelectivas...


"Como é triste a vida do oligofrênico..."

Imagino. Se se tratar de alguém que você conheça, só tenho a lamentar...


"Você ainda não aprendeu a distinguir movimentos da curva de demanda dos movimentos ao longo da curva de demanda?
E ainda cita precisamente o post em que eu explico exatamente a diferença entre as duas coisas?
Você é analfabeto funcional ou apenas inacreditavelmente burro?"

A questão poderia ser melhor contemplada se fosse posta em termos de "preferência por liquidez" (muito embora seja possível vislumbrar em Keynes um sutil "plagiário" de uma obra com muito mais envergadura).
Se você leu a TG provavelmente não a compreendeu melhor que John Hicks.
Aliás, você deve saber que praticamente todas as coisas que absorveu dos manuais de economia foram interpretações da TG feitas por Hicks e outros "keynesianos bastardos", como os denominou Joan Robinson.
Mas sabe também que o próprio Hicks admitiu o equívoco em tê-lo feito, lamentando-o em um artigo de, se não me enagno, 1970/71?
É o líder reconhecendo que conduziu a manada a um falso caminho - mas que parece ter voltado atrás sozinho.

"Eu li o post (http://maovisivel.blogspot.com/2008/10/duas-perguntas.html) e confesso ter dificuldade para entender como o Anônimo das 17:31 (é o firenelso?)não conseguiu
compreender o argumento cristalino."

O de que a determinação do preço do dinheiro dá-se supostamente no sentido contrário? O problema é mais fulcral, estimado colega: é por trata-se exatamente de apenas um argumento... Ou, pior, metafísica social. Os economistas gozam de certo desprendimento para ensaiarem suas formulações teóricas no chamado mundo prático, tomando a praxis objetiva em suas manifestações fenomênicas, aparentes. Fazem, como exorta o néscio elurófilo Paul Krugman, uma distintação entre "campo teórico" e "campo da constatação empírica", em busca constante pela fugidia validação de suas conclusões hipotéticas. Mas a realidade é teimosa em se adaptar a constructos teóricos abstratos e idealistas. Se o mundo real se comportasse de acordo com esta dinâmica (estática comparativa, em verdade) elaborada idealisticamente com auxílio da lógica, qualquer um disporia de poder preditivo. Toda a análise econômica tradicional não é mais que invólucro que se cola perecedouramente à superfície da realidade; desfaz-se toda vez que novos eventos históricos são originados internamente. Assim é que veem "a natureza da economia" alterar-se debaixo de seus pés (conforme afirma Solow no depoimento oportunadamente postado aqui: http://maovisivel.blogspot.com/2010/07/professor-solow-dsge-e-esquerda-pro.html), por descurarem o movimento nucleal que condiciona e determina o caráter transitório deste seu mundo prático. Com base em alguns postulados iniciais é possível concluir-se diferentes coisas, como procurei troçar com alguns comentários anteriores - ainda que com certa dose de irreflexão.

E "não" à sua pergunta. Não me atribuo alcunhas hilárias.



Post-Scriptum: o link ao documento a que me refiro está danificado por conter "%20" como caracteres a mais.

"A questão poderia ser melhor contemplada se fosse posta em termos de "preferência por liquidez" (muito embora seja possível vislumbrar em Keynes um sutil "plagiário" de uma obra com muito mais envergadura)."

Falou, falou e ainda não explicou como confundiu movimentos da curva de demanda com movimentos ao longo da curva de demanda. Ou seja, não dominou nem o bê-a-bá da coisa e ainda vem ditar regras.

Oligofrenia é incurável...

" O problema é mais fulcral, estimado colega: é por trata-se exatamente de apenas um argumento... Ou, pior, metafísica social. Os economistas gozam de certo desprendimento para ensaiarem suas formulações teóricas no chamado mundo prático, tomando a praxis objetiva em suas manifestações fenomênicas, aparentes. Fazem, como exorta o néscio elurófilo Paul Krugman, uma distintação entre "campo teórico" e "campo da constatação empírica", em busca constante pela fugidia validação de suas conclusões hipotéticas"

Tá com a cara do keynesiano de quermesse do post...Igualzinho.

P.S.

Anônimo:

Sim, é o cara que assinava Firenelson. Por vergonha, acredito, agora ele posa de anônimo.

"Falou, falou e ainda não explicou como confundiu movimentos da curva de demanda com movimentos ao longo da curva de demanda."

O motivo, meu caro, caso realmente tenha dificuldade em entender, é que meu interesse por detalhes de assuntos fantasiosos é tanto quanto provavelmente o seu pelo método de gravimetria em química analítica.

Mas você deve-se perguntar, então, porque motivo eu leio o seu blog. Simples: entretenimento.

Ha ha. Quem escreve o que o Firenelson escreveu deve ter mesmo a cara do reizinho do post

"é que meu interesse por detalhes de assuntos fantasiosos é tanto quanto provavelmente o seu pelo método de gravimetria em química analítica."

Imagino que as uvas estejam mesmo muito verdes.

" porque motivo eu leio o seu blog. Simples: entretenimento."

Para quem gosta de apanhar deve mesmo ser um prato cheio...

Alex

Se vc nao parar de humilhar este cara eu vou chamar a sociedade protetora dos animais

kkkkkkk

No caso, o melhor seria a Sociedade Protetora dos Vegetais.

Alex disse...
" pagar quase 3 mil de mensalidade para que ele aprender manuais de economia...."

É uma barganha! Imagine o custo que seria caso ele aprendesse o que você aprendeu...


é carequinha, você tem razão! o insper é ótimo! tomara que ele se saia melhor do que você, não cometendo erros primários como no estudo das contas do governo do estado. mais grave ainda é a maneira como trata as pessoas por aqui, com arrogância desmedida.Lembre-se, superioridade é coisa para hitler ver...

"mais grave ainda é a maneira como trata as pessoas por aqui, com arrogância desmedida.Lembre-se, superioridade é coisa para hitler ver..."

Serei bíblico. Que ele possa dizer: My father scourged you with whips; I will scourge will with scorpions"

E, francamente, Hitler? Será que você não tem nem cultura, nem imaginação para pensar num tirano diferente?

Que tal Átila? Ou Assurbanípal? Nero seria uma boa escolha também.

Mas não, você vem com esta frescurinha de "ai, você trata os os outros que nem hiltler, ui, ui, ui". Se não fosse tão desprezível, poderia até sentir pena

P.S. "My father scourged you with whips; I will scourge will with scorpions"(1Reis, 12:11)

Mas não, você vem com esta frescurinha de "ai, você trata os os outros que nem hiltler, ui, ui, ui". Se não fosse tão desprezível, poderia até sentir pena

eu acho muito engraçado quando os são paulinos tentam se passar por macho!!como se frescurinha fosse algo que vocês não praticassem!

vamos debater então meu caro! não tenho tanto tempo quanto você para ficar estudando história sabe? minha vida profissional talvez seja um pouco mais vibrante que a sua!
se você se diz tão culto, por que não escreve algo mais atual em termos de debate econômico? essa conversinha de gastos públicos isso, gastos públicos aquilo...não tá meio veiaco não?
cade a sua psicologia econônimca??? cade os debates mais profundos carequinha??
esses caras que só sabem macro viu..............

"não tenho tanto tempo quanto você para ficar estudando história sabe? minha vida profissional talvez seja um pouco mais vibrante que a sua! "

Vibrante? Hmmmm... Sei, sei. Deve ser bem muderno

"se você se diz tão culto, por que não escreve algo mais atual em termos de debate econômico? essa conversinha de gastos públicos isso, gastos públicos aquilo...não tá meio veiaco não?
cade a sua psicologia econônimca??? "

Psicologia econômica? Hmmmm...Sei. Muito vibrante e muderno.

Pode vibrar Firnelson. Só os mais retrógrados acham isso errado. A (hmm) vida é sua mesmo.

Tá vendo?
Quando não sabe a resposta, vem com gracinha!!
Tudo bem, não vou te pressionar...
Me lembro até hoje, de você no conta corrente do ano passado. Quando perguntado sobre as práticas do novo banco em termos de sustentabilidade,etc...vossa excelência foi bastante comedido em sua resposta, demonstrando que, se não for para falar de metas de inflação e controle de gastos públicos,então ...
Fica aqui uma sugestão : não seja tão especialista assim, pesquise outras coisas,ou senão, continuará a receber apenas a visita dos seus 12 leitores somente.

Fica chateado não. Não é nada pessoal; é só que, quando desprezo alguém, eu demonstro mesmo.

nao fico chateado não.
só constatei que você não respondeu a nenhuma das minhas colocações.
era de se esperar.
have a nice life, motherf*

Ih...Deu chilique. Falei para não levar para o lado pessoal. Meu desprezo é só por conta de sua pouca inteligência; como ser humano eu até que sinto pena.

O pior eh que varios economistas brasileiros ain da pensam como mercantilistas....

Adolfo