Da superação dos efeitos da crise política de 2002 até a eclosão da crise de 2008 o Brasil viveu um momento bastante positivo. O PIB se expandiu à taxa de 4,7% ao ano por cinco anos, ritmo substancialmente superior ao de anos anteriores e mais próximo à expansão global. A diferença entre o crescimento médio mundial e o brasileiro, que chegara a quase 2% a.a em 2000, tornou-se levemente negativa no ano passado, mostrando que o desempenho do país não resultou apenas do impulso externo.
De fato, esta dinâmica se amparou na demanda interna, cujo crescimento superou o do produto já em 2005, atingindo uma velocidade de 5,5% a.a., sendo que o consumo aumentou 5% a.a., enquanto o investimento cresceu 10% a.a., deixando claro quais têm sido os motores do bom desempenho. O investimento, em particular, que caíra a pouco mais de 15% do PIB em 2003, agora representa algo como 18% do PIB, ainda baixo, é verdade, mas o progresso é nítido.
O crescimento no período não difere muito, pois, de qualquer estimativa decente da nossa capacidade de expansão sustentável, embora a demanda interna tenha conseguido superá-la consideravelmente. Obviamente a conta só fecha porque o Brasil é uma economia aberta, ainda que não muito aberta. A expansão da demanda interna acima da capacidade de crescimento da oferta doméstica tem sido coberta pelo aumento das importações em excesso às exportações, levando à redução das exportações líquidas, de 3% para 0,3% do PIB.
Não há dúvida que o consumo continuará sendo um dos motores da expansão, assim como não há quem acredite que o ritmo de gasto público (quase 4% a.a.) irá se reduzir. Dado, por fim, que, como desejamos, o investimento voltará a crescer, se possível ao ritmo dos últimos anos, é certo que a demanda doméstica seguirá como o fator que impulsiona a economia, voltando a se expandir a velocidade maior que o crescimento potencial.
Este desenvolvimento sugere que as importações seguirão crescendo mais rápido do que as exportações, pois de outra forma não haveria como satisfazer a expansão da demanda interna. Isto dito, a menos que alguém acredite no que John Williamson denominou Doutrina da Transferência Imaculada (qual seja, que alterações na demanda doméstica não têm qualquer impacto nos preços relativos), a conseqüência deste padrão de crescimento é uma taxa real de câmbio necessariamente mais apreciada. Não por outro motivo tenho afirmado que, se o objetivo é conviver com uma taxa de câmbio menos apreciada, o remédio consiste em reduzir o gasto público.
Suponhamos, porém, que seja possível evitar todo ingresso de capital estrangeiro no país, do investimento direto ao financiamento de comércio internacional, replicando – agora por vontade própria – os efeitos da crise de 2002. Por definição o país ficaria impossibilitado de gerar déficits externos e a taxa de câmbio se depreciaria. No entanto, vale a simetria: para manter o equilíbrio macroeconômico a demanda doméstica teria que se desacelerar para a mesma velocidade do produto potencial. Na ausência de ajuste fiscal, esta desaceleração teria que ocorrer pelo lado do gasto privado, tipicamente pelo aumento da taxa de juros.
Isto é, uma política de restrição ao capital externo conseguiria depreciar o câmbio, à custa, todavia, de juros reais mais elevados, queda no consumo e investimentos privados, e, portanto, redução da capacidade de crescimento. Em outras palavras, equivaleria a cortar o dedo para tirar uma unha encravada; tira, mas duvido que qualquer médico digno deste título recomende esta medida.
(Publicado 11/Nov/2009)
De fato, esta dinâmica se amparou na demanda interna, cujo crescimento superou o do produto já em 2005, atingindo uma velocidade de 5,5% a.a., sendo que o consumo aumentou 5% a.a., enquanto o investimento cresceu 10% a.a., deixando claro quais têm sido os motores do bom desempenho. O investimento, em particular, que caíra a pouco mais de 15% do PIB em 2003, agora representa algo como 18% do PIB, ainda baixo, é verdade, mas o progresso é nítido.
O crescimento no período não difere muito, pois, de qualquer estimativa decente da nossa capacidade de expansão sustentável, embora a demanda interna tenha conseguido superá-la consideravelmente. Obviamente a conta só fecha porque o Brasil é uma economia aberta, ainda que não muito aberta. A expansão da demanda interna acima da capacidade de crescimento da oferta doméstica tem sido coberta pelo aumento das importações em excesso às exportações, levando à redução das exportações líquidas, de 3% para 0,3% do PIB.
Não há dúvida que o consumo continuará sendo um dos motores da expansão, assim como não há quem acredite que o ritmo de gasto público (quase 4% a.a.) irá se reduzir. Dado, por fim, que, como desejamos, o investimento voltará a crescer, se possível ao ritmo dos últimos anos, é certo que a demanda doméstica seguirá como o fator que impulsiona a economia, voltando a se expandir a velocidade maior que o crescimento potencial.
Este desenvolvimento sugere que as importações seguirão crescendo mais rápido do que as exportações, pois de outra forma não haveria como satisfazer a expansão da demanda interna. Isto dito, a menos que alguém acredite no que John Williamson denominou Doutrina da Transferência Imaculada (qual seja, que alterações na demanda doméstica não têm qualquer impacto nos preços relativos), a conseqüência deste padrão de crescimento é uma taxa real de câmbio necessariamente mais apreciada. Não por outro motivo tenho afirmado que, se o objetivo é conviver com uma taxa de câmbio menos apreciada, o remédio consiste em reduzir o gasto público.
Suponhamos, porém, que seja possível evitar todo ingresso de capital estrangeiro no país, do investimento direto ao financiamento de comércio internacional, replicando – agora por vontade própria – os efeitos da crise de 2002. Por definição o país ficaria impossibilitado de gerar déficits externos e a taxa de câmbio se depreciaria. No entanto, vale a simetria: para manter o equilíbrio macroeconômico a demanda doméstica teria que se desacelerar para a mesma velocidade do produto potencial. Na ausência de ajuste fiscal, esta desaceleração teria que ocorrer pelo lado do gasto privado, tipicamente pelo aumento da taxa de juros.
Isto é, uma política de restrição ao capital externo conseguiria depreciar o câmbio, à custa, todavia, de juros reais mais elevados, queda no consumo e investimentos privados, e, portanto, redução da capacidade de crescimento. Em outras palavras, equivaleria a cortar o dedo para tirar uma unha encravada; tira, mas duvido que qualquer médico digno deste título recomende esta medida.
(Publicado 11/Nov/2009)
106 comentários:
Alex,
muito bom o artigo novamente, e muito preciso também.
É engraçado ver quem diz que a economia é um ser vivo complexo não perceber as implicações e contradições da sua própria proposta. E que ela prejudica quem eles supostamente intencionam proteger.
Acho que daqui a pouco você será elogiado pela Tavares pelo mesmo motivo que ela elogiou o Marcos Lisboa, por dizer que o problema do Brasil é o ajuste fiscal e não o estrangulamento externo (contrariando os grandes economistas deste país: "Delfim Netto, [Luiz Carlos] Mendonca de Barros, do Jose Serra, do Luiz Carlos Bresser Pereira, do Yoshiaki Nakano, de Campinas inteiro...")
"Não por outro motivo tenho afirmado que, se o objetivo é conviver com uma taxa de câmbio menos apreciada, o remédio consiste em reduzir o gasto público".
Como é mais fácil acertar na mega sena,1/50M, do que isso ocorrer, posso continuar short em US$ e long no Ibov.
Abs
'A demanda tem que crescer mais do que a demanda para que o empresário invista. Não pode deixar o câmbio apreciar pq senão o empresário não investe, já que o consumidor compra o produto chinês. Tb não pode aumentar juros pq ele não investe pq bota o dinheiro no banco. Tem que ter controle de capitais e juros baixos, senão não vai ter investimento nunca!'
Juro que já ouvi isso. Quando o investimento é totalmente independente da poupança...
" Como é mais fácil acertar na mega sena,1/50M, do que isso ocorrer, posso continuar short em US$ e long no Ibov."
Serio? Vc nao acha que tem um bocado de risco num trade desses? Lembre-se: o Real sobe de escada, desce de elevador... E nao tem muito mais andar para subir.
"O"
A despeito da lógica irrefutável desenvolvida nesse artigo — o que não deve constituir novidade para os que acompanham o pensamento econômico que o Sr. cultiva —, temo que essa unha encravada nos leve não apenas o dedo, mas o braço inteiro. A antítese da clarividência sempre será o obscurantismo, e deste só se podem esperar exorcismos e pajelanças, ainda que com “um cheirinho de alecrim, um cacho de uvas douradas e duas rosas no jardim”!
"Serio? Vc nao acha que tem um bocado de risco num trade desses? Lembre-se: o Real sobe de escada, desce de elevador... E nao tem muito mais andar para subir".
"O", só é possível ganhar, dando-se o direito de as vezes perder, mas o risco tem de ser calculado.
Abs
"A demanda tem que crescer mais do que a oferta" - corrigindo comentário anterior...
"só é possível ganhar, dando-se o direito de as vezes perder, mas o risco tem de ser calculado."
O bom momento para entrar foi em abril... Se voce quiser esse risco, boa sorte, eu nao vou entrar de novo antes do ibov cair uns 20% em dolar.
"O"
Alex,
com certeza o Oreiro anda lendo o seu blog. Ele postou do nada um artigo próprio formalizando um modelo de controle de capitais. Acho que ele atendeu ao seu pedido feito no comentário do post anterior.
Mas achei a conclusão dele fantástica: "(...)a escolha do regime de conversibilidade da conta de capitais não pode ser baseada unicamente em critérios técnico-econômicos, porquanto depende das preferências dos indivíduos que compõem essa sociedade."
Ou seja, devemos fazer um plebiscito para escolher ou não o controle de capitais. Em 2010 não vamos apenas votar para presidente, mas também ter um plebiscito.
Mas como os heterodoxos conhecem a sociedade mais do que ela mesma, com certeza eles tomarão esta decisão melhor do que nós.
E é inusitado ver quem tanto critica as "simplificações" ortodoxas abrir mão de modelar o governo e nem cita a tão importante "incerteza keynesiana" no seu modelo.
Parcial:
Sport 2 a zero.
Abraço, Pai Alex.
PS: salve o tricolor paulista!
Rogério,
você é a pior laia de palpiteiros.
Falam com uma autoridade, mas não terminaram de ler nem o Varian baby...
Vai estudar e depois volta aqui pra babar ovo...
"com certeza o Oreiro anda lendo o seu blog."
e
"Rogério,
você é a pior laia de palpiteiros."
CQD, Rogério, CQD.
Abs
Essa transferência está mais para "maculada". Sua "conta" fica mesmo é para o contribuinte. Tome imposto...
Alex,
Demonstrado em tese e confirmado empiricamente.
E foi feito um ataque grosseiro à Cibele.
Como anônimo alguns saem do papel de vítima e perdem toda a polidez.
E sobre ler o Varian baby, depois que eu li a fábula "A Cigarra e a Formiga" do La Fontaine para o meu sobrinho, descobri que eu e ele sabemos mais de economia do que muitos economistas pos graduados.
"Como anônimo alguns saem do papel de vítima e perdem toda a polidez."
Isto porque acham que são anônimos. Mas o IP está aí para isto mesmo.
Caro Alex,
Será que faria sentido o BCB elevar os juros com a inflação na meta? Me parece que, com a economia mantendo o crescimento, já em janeiro seria o mais indicado. Se a selic a 8,75% estava em linha com o período recessivo, agora deveríamos voltar aos 10%, mesmo "sem" inflação. Ao fazê-lo, aceitaria que temos juros neutros altíssimos (e uma convergência muito lenta à média internacional). E teria ainda q enfrentar uma briga política q resultaria dessa decisão. Vejo o BCB como bastante reativo à inflação em parte por não ter espaço para elevar os juros sem ter "as provas da inflação subindo" (vide os boatos do Meirelles quase demitido sempre antes de subir os juros). Seria um grande passo vermos o BCB fazendo o que deve ser feito sem gerar um massacre da mídia e do MinFaz.
Caro Fernando A, com todo o desrepeito que vc merece, digo o seguite:
sinto asco por economistas como vc.
Mesmo com a inflação sob controle, e sem sintomas de sua volta, sugere que a selic seja elevada simplesmente pq o seu modelo diz que temos "juros neutros altíssimos".
Se a política econômica desse país fosse conduzia por pessoas da sua estirpe, o Brasil estaria há muito tempo no mesmo lugar onde está o seu cérebro, i.é., na fossa.
Pegue seu livro-texto de macro e enfie-o no r..., pois este é o melhor uso que vc pode dar a ele.
Quando vc aprender que teoria econômica é, antes de ECONÔMICA, TEORIA, volte para conversarmos.
Abc do Pai Alex
Alex,
O que você acha deste artigo do Lemgruber: The Dollar Party em http://www.rgemonitor.com/emergingmarkets-monitor
Baixou a pomba-gira na louca! Sexta-feira 13 aparece muita gente afetada mesmo.
"sinto asco por economistas como vc."
Eu nem economista sou (um fato, não qualquer juízo de valor), mas ganho dinheiro há anos no mercado.
"sugere que a selic seja elevada simplesmente pq o seu modelo diz que temos "juros neutros altíssimos"."
Apenas coloquei a questão sobre valer a pena o BC antecipar um eventual fechamento do hiato e uma inflação movendo os juros para cima, ser mais eficiente e ter juros menores no longo prazo... E meu "modelo" não diz que devemos ter juros altíssimos, sua besta nervosinha, e sim os dados disponíveis dizem isso. É só fazer as contas. E ainda coloquei isso como possível ponto negativo, pois ao tentar se antecipar aos dados subindo os juros, poderia ter um efeito de se cristalizar os atuais juros reais elevados.
Abraço a todos e xô louca desvairada.
A contradição em processo
Afirmações feitas pela mesma pessoa:
"(...)existem evidências de que a apreciação da taxa real de câmbio está tendo um impacto negativo sobre as decisões de investimento, não apenas dos setores exportadores, mas também dos setores voltados para o atendimento do mercado doméstico." (19/10/2009)
"Lo que va a estar impulsando esa recuperación de la economía van a ser básicamente el consumo interno, gastos del gobierno, y a partir del segundo semestre de 2010 la inversión.
Creo que la inversión interna del sector productivo se comienza a recuperar fuerte a mediados del año que viene.
Es lógico que si la recuperación es más rápida, puede ser que ya en marzo o abril la inversión comience a recuperarse. Para el año que viene vamos a tener el consumo fuerte y la inversión en un nivel considerable." (13/11/2009)
O que mudou em tão pouco tempo?
E uma pérola dita por outra pessoa:
"(...)O câmbio apreciado reduz os investimentos, a inovação, e a exportação de bens de alto valor agregado. Tem, por outro lado, o argumento de que o câmbio baixo barateia as máquinas e equipamentos importados, mas a redução do lucro é maior. Assim, não adianta nada comprar máquinas se a expectativa de lucro é negativa. Este é o ponto nevrálgico do câmbio brasileiro: a rentabilidade do exportador."
Alex,
Voce acha plausivel que o governo nao muda a politica fiscal para poder baixar a selic para low single digits porque se fizer isso, perde o poder de controlar o setor privado vendendo crack, isto eh, emprestimos subsidiados do BNDES?
Quem cai..o time do fluminense, O torcedor do fluminense ou ambos?
Doutrinador
Alguém pode me explicar o que o Paul Krugman andou tomando?
O que é esse post: http://krugman.blogs.nytimes.com/2009/11/13/its-the-stupidity-economy/
Resumindo a estratégia genial, que tem como premissa a ideia de de que ele é muito respeitado e influente:
Como a política monetária realmente expansiva ninguém vai fazer, então eu vou propor medidas como mais estímulo fiscal, já que essas são mais fáceis de passar...
É de rolar de rir... To sentindo falta das citações minskianas dele.
Mudando de assunto, é impressionante como as medidas heterodoxas de política econômica estão fazendo a maior crise dos ultimos anos parecer uma marolinha... Quanto será o crescimento nesse ano?
1%?
1,5%?
Quase a média dos anos neoliberais...
Lucrécio.
Voce acha plausivel que o governo nao muda a politica fiscal para poder baixar a selic para low single digits porque se fizer isso, perde o poder de controlar o setor privado vendendo crack, isto eh, emprestimos subsidiados do BNDES?
Meu amigo, imagina onde nós estaríamos hoje sem o BNDES, que respondeu pela maior parte da expansão do crédito durante a crise...
Imaginou?
"Mudando de assunto, é impressionante como as medidas heterodoxas de política econômica estão fazendo a maior crise dos ultimos anos parecer uma marolinha... Quanto será o crescimento nesse ano? "
Eu não sei que medidas seriam estas, mas a média é bem maior do que isso. Ou você não está contando os últiimos anos como "neoliberais"? (O que seria engraçado, porque os quermesseiros viviam acusando a política econômica de "neoliberal", mas até aí eu rio mesmo, então deve ser engraçado).
"Meu amigo, imagina onde nós estaríamos hoje sem o BNDES"
Você imaginou? Eu acho que não...
Eu não sei que medidas seriam estas, mas a média é bem maior do que isso.
Ai, ai vamos lá: média crescimento PIB real FHC (95-2002) = 2,31% a.a.
média Lula: (2003-2008): 4,19% a.a.
média Lula incluindo 2009 (supondo crescimento de 1% esse ano): 3,73% a.a.
Que medidas seriam estas? Aumento do gasto público, com pessoal principalmente, aumento das transferências do governo, gastos com aposentadorias, enorme expansão do crédito público direcionado, criação de uma política industrial para beneficiar mais os setores estratégicos... etc etc etc
Satisfeito?
Você imaginou? Eu acho que não...
Eu imaginei que o Brasil teria uma recessão muito pior, com uma queda na taxa de investimento muito mais acentuada, lembre que o BNDES financia principalmente máquinas e equipamentos.
E você? Imaginou o que? Conta pra mim.
"média Lula: (2003-2008): 4,19% a.a.
média Lula incluindo 2009 (supondo crescimento de 1% esse ano): 3,73% a.a."
Ué, o governo Lula deixou de ter se rendido ao neoliberalismo? Desde quando você acredita que metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante são heterodoxas?
De qualquer forma, fico feliz que você apoie este tipo de política, mesmo sem saber do que fala.
"Eu imaginei que o Brasil teria uma recessão muito pior, com uma queda na taxa de investimento muito mais acentuada, lembre que o BNDES financia principalmente máquinas e equipamentos."
Pois é: imaginação bem curta. Se você quiser construir um contrafactual decente teria que se perguntar também o custo de manter o subsídio do BNDES nos anos em qua a economia vai bem (imaginou isto? não, né?).
Fora isto, seria bomo também considerar que - do aumento do crédito do BNDES no ano (R$ 40 bi, a preços constantes) - a maior parcela foi para a Petrobrás (no mínimo R$ 30 bi). E há boas razões para imaginar que a Petro faria este investimento com BNDES ou sem.
Falta de imaginação é um problema. Tem certeza que você é mesmo heterodoxo? Este pessoal costuma dizer que é criativo...
Sei não. Depois de sua defesa das políticas neoliberais do governo Lula estou começando a achar que você é inflitrado.
Pois é: imaginação bem curta. Se você quiser construir um contrafactual decente teria que se perguntar também o custo de manter o subsídio do BNDES nos anos em qua a economia vai bem (imaginou isto? não, né?).
Olha o argumento fugitivo... Me diz como que o tal "subsídio" atrapalha o crescimento da economia em anos em que a economia vai bem?
Falando nisso, o seu banco (ou outro comercial) financiaria 1. investimentos em infraestrutura 2. inovação tecnológica 3. máquinas e equipamentos com os prazos que o BNDES oferece?
Eu sei a resposta, e é NÃO. E você sabe o quanto os investimentos em equipamentos tem externalidades que justificam os subsídios, não? Aliás, vale o mesmo para inovação e infraestrutura.
Primeiro, você me convence que os setores supracitados não justificam condições melhores, e que os bancos comerciais financiariam esses setores do jeito que o BNDES faz, depois a gente fala em contrafactual.
Lucrécio.
" Me diz como que o tal "subsídio" atrapalha o crescimento da economia em anos em que a economia vai bem?"
Em primeiro lugar o custo fiscal do subsídio (ou você acha que sai de graça), que se transforma em uma das seguintes alternativas (ou uma combinação delas):
(a) Carga tributária mais elevada;
(b) Dívida púlica mais alta do que seria na ausência do subsídio;
(c) Investimento público menor do que seria na ausência do subsídio
Em segundo lugar a questão de rent-seeking, qual seja, o valor privado do recurso subsidiado relativamente aos custos em termos de recursos reais para se obter o acesso privilegiado.
Em terceiro lugar o desincentivo ao desenvolvimento do mercado de capitais
Em quarto lugar a possibilidade de que a taxa mais baixa dos recursos do BNDES (assim como todo o crédito direcionado) impliquem taxas de juros mais altas no segmento de crédito livre para obter o mesmo equilíbrio macroeconômico.
Em quinto lugar o efeito concentrador de renda de um subsídio que beneficia grandes empresas.
Não é difícil. Basta pensar um pouquinho (eu sei que para você dói, mas se for aos pouquinhos você se acostuma - quem sabe até aprende, assim como aprendeu a elogiar as políticas neoliberais do governo Lula).
Last, but not least, subsídios distorcem a alocação de recursos, levando a investimentos que possivelmente não seriam viáveis numa lógica de mercado, o que reduz o crescimento potencial da economia.
Que comediante.
Você pode tentar ignorar todas as evidências de externalidades positivas de:
a) Inovação Tecnológica
b) Investimentos em Infraestrutura
c) Investimentos em equipamentos
Mas não vai conseguir.
Se continuar com essa ladainha, o próximo comentário vai ter um carregamento de papers discutindo o assunto.
Lucrécio.
Em sétimo lugar, o fato que o BNDES preferencialmente financia companhias estabelecidas é equivalente a um imposto sobre entrantes.
Em oitavo lugar, o subsídio do BNDES permite que políticos exerçam controle sobre o setor privado, com os óbvios danos que qualquer um de nos tem capacidade de imaginar.
Em oitavo lugar, como políticos se beneficiam de poder distribuir benesses via BNDES, eles tem menos incentivo para puxar as alavancas necessárias para reduzir a SELIC (afinal, com a SELIC a 5%, o BNDES se torna irrelevante).
"Você pode tentar ignorar todas as evidências de externalidades positivas de:
a) Inovação Tecnológica
b) Investimentos em Infraestrutura
c) Investimentos em equipamentos
Mas não vai conseguir.
Se continuar com essa ladainha, o próximo comentário vai ter um carregamento de papers discutindo o assunto."
Ai que meda...
Deve ser por estes motivos que o Brasil lidera em:
a) Inovação Tecnológica
b) Investimentos em Infraestrutura
c) Investimentos em equipamentos
Ããããã... O Brasil não lidera em nada disso... Só em má distribuição de renda, carga tributária elevada, baixo investimento público, rent-seeking e as demais consequências apontadas aqui.
"a) Inovação Tecnológica"
Se voce for serio sobre inovacao tecnologica, voce estaria querendo fechar o BNDES, pois este funciona como uma barreira a entrada para novas firmas e inovadores. Nao existe nenhum pais do mundo em que banco estatal financia bem sucedidamente inovacao tecnologica do setor privado.
b) Investimentos em Infraestrutura
BNDES eh completamente desnecessario para isso.
c) Investimentos em equipamentos
BNDES eh completamente desnecessario para isso
o flumenensa ainda tem uma sobrevida
O torcedor, ja caiu
Doutrinador
Eh mesmo engracado que economistas heterodoxos venham agora dizer que o governo Lula fez uma politica economica ortodoxa. vejams soh o comentario de um rapaz heterodoxo sobre a politica economica do governo Lula:
"A economia brasileira, desde que aderiu às políticas do Consenso de Washington, vive sucessivos períodos de Stop-and-go, ou popularmente, o vôo da galinha. Assim foi com FHC e assim está sendo com Lula. Porém, ao contrário do Governo FH, marcado por inúmeras crises externas, o governo Lula conseguiu derrubar uma economia que está inserida em um contexto externo de grande liquidez internacional e rápido ritmo de crescimento do comércio internacional. Dessa forma, surge um certo consenso entre economistas que a política está equivocada, seja na dose, seja na essência.
Mas pior que a condução da política econômica de seu governo, é a defesa feita por Lula e sua equipe. Lula afirmou que, se o Brasil não cresceu mais é porque “não poderia dar um salto maior que a perna”. E ainda disse que não devemos olhar quanto os outros países estão crescendo, mas sim avaliar as possibilidades que nós temos de crescer. Obviamente esse tipo de besteiras que nosso presidente fala tem muito a ver com seus pitacos sobre juros e câmbio, em que ele chegou já a dizer que existe uma taxa de câmbio de equilíbrio ou por suas “torcidas” em publico para que os juros caiam.
'
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/12/340224.shtml
Eh ou nao eh engracado?
Alex, rola fazer um texto sobre a tx. de câmbio da China?
abs.
Alex,
estes comentários sobre o BNDES são interessantes.
É importante pensar no custo de manter o BNDES e que reflexos ele exerce sobre a economia.
Se o Banco Central é o "guardião da moeda", o BNDES é sempre apresentado como o "guardião dos empregos" no Brasil e, em nome das boas intenções, as externalidades negativas são todas esquecidas.
papinho de ortodoxo dá dó msm. O pior é q msm qndo as "bíblias" do primeiro mundo contradizem sua própria teoria, os cegos ainda optam por defendê-los. Isso é o problema do Brasil, os nossos "intelectuais" engolem essa baboseira como se ela realmente pudesse ser aplicada no aqui. Neste ponto todos se esquecem das especificidades do subdesenvolvimento, que requerem um tratamento tb específico. Mas fazer oq?! é mais fácil engolir do que criticar, pelo menos foi o que a discussão acima deixou claro. Não sei oq é mais triste, essa discussão ou o fato do meu prof ter mandado isso pros alunos.
Ademir Vilaça
Talvez o mais triste seja o Ademir não ter entendido nada da discussão.
Talvez a especificidade que ele fala seja usar recursos públicos para garantir os interesses dos "amigos".
não sei se vcs conhecem esse paper relacionado ao importante papel do BNDES:
http://www.business.illinois.edu/Finance/papers/2009/carvalho.pdf
http://www.business.illinois.edu/Finance/papers/2009/carvalho.pdf
Não conhecia. Já imprimi para ler com mais cuidado, mas, à primeira vista, parece muito interessante. Obrigado pela referência.
Abs
Alex
Na Revista América Economia Nr.381 de Nov09 tem um artigo interessante: "BNDES Avança. Banco Estatal Cresce na América Latina. Faz sentido?"
No texto opiniões de Marcio Garcia, da PUC-Rio, e Armínio Fraga, entre outros, além do Luciano Coutinho.
Será um avanço Bolivariano???
Esse é o comentário do cara que lê uma fábula e acha q entende + q pós-graduados....A diferença é q eu aprendi q mtas das coisas q a gnt escuta em economia são simplesmente retóricas bem boladas com o objetivo de enganar bobos. Eu não caio + nesse papinho. COm relação ao paternalismo, isso acontece não só no Brasil, mas em todos os países do mundo, e se vc realmente acha q essas são as especificidades às quais eu me referi só prova que realmente precisa estudar +. Começa pela Tavares, q vc msm citou, qm sabe vc não entende que nossa situação é peculiar e q nossa saída não é a paritr do H-O. O triste é ver q os argumentos aqui são exatamente os mesmos falados para nós pelos organismos internacionais nos últimos 30 anos, e ql a consequencia?! Nosso PIB em relação ao dos EUA é o msm a 30 anos, enqnto outros países conseguiram fazer o catching-up... e com certeza isso não foi devido à orientações como vcs dão aqui....
Ademir
"A diferença é q eu aprendi q mtas das coisas q a gnt escuta em economia são simplesmente retóricas bem boladas com o objetivo de enganar bobos. Eu não caio + nesse papinho"
Qui kara ishpertu!
"Nosso PIB em relação ao dos EUA é o msm a 30 anos, enqnto outros países conseguiram fazer o catching-up"
Talveis purque a geinte teve 15 anos de hiperinfracao nos ultimos 30?
""Nosso PIB em relação ao dos EUA é o msm a 30 anos, enqnto outros países conseguiram fazer o catching-up"
Talveis purque a geinte teve 15 anos de hiperinfracao nos ultimos 30?"
Hiperinflacao para a qual a Tavares, a destemperada, despreparada e ignorante, teve colaboracao crucial... Ela e o belluzzo com aquele artiguinho vergonhoso e perneta justificando aumento de gasto fiscal na metade dos anos 80...
"Hiperinflacao para a qual a Tavares, a destemperada, despreparada e ignorante, teve colaboracao crucial... Ela e o belluzzo com aquele artiguinho vergonhoso e perneta justificando aumento de gasto fiscal na metade dos anos 80..."
E digo mais, enquanto o pais sifu com 10 anos de atraso no crescimento, o Belluzzo, canalhinha-sem-vergonha, fez a carreira, o impulso fiscal de 1986 ajudou a eleger uma tonelada de governadores do PMDB e ele cavou um emprego na administracao Quercia que foi eleita gracas ao estelionato eleitoral do Cruzado.
Luiz Gonzaga Belluzzo pode ter ou nao ter chifre, nao sei, pode ter ou nao ter rabo, nao sei, mas vergonha na cara eu tenho certeza ele nao tem.
Engraçado ver que a argumentação não vai além de dizer que a economia brasileira é específica e peculiar. Em termos gerais isto é verdade, mas o importante é saber se estas características anulam o efeito do gasto público sobre a demanda, afetando a inflação e a taxa de juros? Ou anulam a lei da gravidade? Ou a necessidade que pais tem da poupança externa?
Eu quero entender que elementos idiossincraticos são estes que isentam a economia brasileira de crescer sem poupança ou expandir demanda sem risco inflacionário.
Quero também ver que politicas atendem a estas especificidades e ajudariam o país a "fazer o catching-up".
Já que estamos falando de especificidades, vamos sair das afirmações generalistas e especificar que peculiaridades são estas e que medidas o país pode adotar.
"Falando nisso, o seu banco (ou outro comercial) financiaria 1. investimentos em infraestrutura 2. inovação tecnológica 3. máquinas e equipamentos com os prazos que o BNDES oferece?"
Isso não parece um diferencial do BNDES, mas um atraso do nosso sistema financeiro. Nos EUA, no final do século XIX e inicio do sec. XX, a regulação bancária impedia o crescimento dos bancos. No entanto, o setor industrial desenvolvia-se a todo vapor, com os grandes conglomerados. De onde vinha o financiamento? Bancos pequenos não conseguem financiar grandes projetos.
A solução foi o mercado de capitais, que desenvolveu-se como em nenhuma outra economia. Talvez por isso, A. Fraga defendeu que o BNDES deixasse mais espaço para o mercado privado (via de capitais), para investimentos de longo prazo.
Daria para falar em poupança de LP tbm, mas deixemos.
Claro que o mercado financeiro não é lugar para santo (e nem o Alexandre não cogita uma canonização), mas certamente se não emprestam para esses projetos não é para prejudicar ou retardar o crescimento econômico. Talvez seja a falta de políticas adequadas ou excesso de regulação conservadora que impede a expansão e a competitividade dos bancos no mercado financeiro.
A entrevista do Torós no Valor ilustra bem isso.
Abraço
Mauricio
Prezados, tem tempo que não escrevo aqui pq tenho achado muito exagerado algumas coisas no blog. Prefiro o debate ao ataque pessoal.
Em primeiro lugar,desaprovo o desrespeito a Maria da Concenição Tavares no último post, tanto do Alex quanto de alguns outros. Digo isso pq a conheço, fui aluno dela....e posso dizer de carteirinha, a "véia" tem uma cabeça privilegiada. Concordem ou não, ela tem uma puta vitalidade com quase 80 anos, tem uma vasta produção acadêmica, é professora emérita da UFRJ e uma cabeça pensante desse país. Ela certamente cometeu erros ao longo de sua vida profissional, mas atire a primeira pedra o economista que nunca errou. Atire a primeira pedra aquele economista que acerta todas as previsões e que detém a "verdadeira" teoria econômica. Pimenta no dos outros é refresco. Além do mais, trate-se de um senhora que é, no mínimo, uma educadora e formadora de companheiros de profissão. Respeitá-la não faria mal a ninguém.
Em segundo lugar, queria dizer ao Rogério Ferreira que largue o saco do Alex. Nada pessoas cara, mas é absolutamente insuportável, a cada post, ele vir dizer: "Muito interessante, Alex..."; "Excelente post...." bla bla bla bla. E pior ainda é ficar de pombo correio dizendo: "Alex, o Oreiro disse isso de vc......o Oreiro disse aquilo de vc". Pelo amor de Deus Rogério, seja mais autêntico, tenha senso crítico, pense com a sua cabeça. Vc pode concordar com o Alex, mas não precisa puxar o saco always. Seus comentários são muuuuuuuuuuito chatos. Poupe os demais frequentadores do blog. Será que vc quer que o Alex te arrume um emprego?
continua (1/2)
continuação (2/2)
Em terceiro lugar, é incompreensível como ainda pode haver contestação sobre o papel do sistema público de crédito no Brasil depois da crise finaceira. O mundo pasou pela maior crise econômico-financeira desde a Depressão de 1930, com o crédito se retraindo nos quatro cantos do mundo, bancos quebrando, economias entrando em colapso. No Brasil, os bancos públicos nacionais foram simplesmente FUNDAMENTAIS.....isso mesmo em letras maiúsculas....FUNDAMENTAIS...para mitigar os impactos da crise. Certamente, o BNDES e os demais bancos públicos, cumpriram um importante papel anticíclico na crise. Querer negar isso, é negar o óbvio. Alguns dados: i) entre set/08-set/09, as operações totais de crédito da economia se expandiram em 16,9%. Isso pq os bancos públicos tiveram uma expansão acumulada de 38,8% de suas operações de crédito, enquanto o eficientes bancos privados, nesse mesmo intervalo de 1 ano, elevaram suas operações em incríveis 5,5%!
Isso significa que, em 1 ano - set/08-set/09 - os bancos públicos contribuíram com 79% da expansão acumulada do crédito (sendo 37 p.p. apenas o BNDES); enquanto os bancos privados contribuíram com os outros 21 p.p. (sendo 18 p.p. bancos privados nacionais; e 3% bancos privados estrangeiros).
Outro ponto. É completamente errada essa idéia de que o BNDES atrapalha a formação de um mercado de capitais no Brasil. O BNDES é complementar ao mercado de capitais. Muitas empresas que procuram o BNDES recebem apoio para emissões de papéis em mercado. Sem o BNDES, o crédito de LP não existiria no Brasil.....não teríamos a chance de ter um parque industrial relativamente completo e diversificado como temos hoje. O papel histórico e atual do BNDES é inegável. Pq será que o Bradesco, Itaú, ou mesmo o Santander, não financiam grande projetos de infraestrutura, como por exemplo, a UHE de Jirau? Ah...talvéz pq seja um investimento que não terá retorno, visto que o Brasil não precisa de investimentos em Energia Elétrica! Alguém, em sã coinciência pode dizer que investir em energia elétrica no Brasil não é/será rentável?
Na verdade, os bancos privados não entram nesse tipo de operação pq não emprestam a LP no Brasil. Preferem fazer operações compromissadas com o Bacen para arrumar alguma remuneração aos R$ 500 bi de liquidez que há hoje em excesso no mercado monetário nacional. Nada contra isso. Se há oportunidade de ganhar dinheiro - diga-se de passagem, aos custos da viúva - que ganhem. Mas não critiquem quem pensa e age no LP.
Sem o BNDES, o crédito de LP não existiria no Brasil. Façam todas críticas que quiserem, mas isso é um fato. Dado o ritmo de desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, talvéz no ano 3000 ele financie projetos com prazos de 20, 25 anos.
Um abraço a todos.
Sobre o BNDES e os Bancos Públicos, a questão deve ser invertida. Não se trata de mostrar a importância do BNDES e dos Bancos Públicos devido à atuação deles na Crise, mas ao contrário, perguntar por que eles foram supostamente tão importantes nesta crise.
A importância aparentemente surge devido à atuação deles na Crise. Mas eles só foram importantes porque ocupam um espaço que poderia ser do mercado de capitais privado, e talvez por isto o lento "ritmo de desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, talvéz no ano 3000 ele financie projetos com prazos de 20, 25 anos."
A questão não está após a crise, mas antes da crise. É "ex ante" e não "ex post".
Em nome da geração de empregos, não se pode aceitar a utilização de recursos publicos para apoiar qualquer coisa. No mundo, a criação de oligopolios e monopolios é chamado de concentração do setor, no Brasil é chamada de consolidação do setor. Em nome do "Brasil-Potência" colocamos dinheiro publico em fusões, etc. Logo apos os donos do novo negocio vão lá e vendem para os "estrangeiros", com aval e benção do BNDES.
E aí o Luciano Coutinho vem dizer que não tem problema, porque a inadimplência é baixa? E é nocivo também servir, através das participações societárias que possui, de correia de transmissão do governo no setor privado.
E é muito estranho e contraditório começar dizendo que não aprova ataque pessoal e logo depois escrever sobre mim com tão gentis palavras.
"Com um câmbio a R$ 2,60, nós venceríamos todos, venceríamos os chineses, a indústria coreana." - Guido Mantega (4 encontro nacional da indústria)
"Respeitá-la não faria mal a ninguém."
Respeito uma ova! Respeito se conquista, a destemperada nao se dah o respeito, merece ser tratada do jeito que foi tratada nesse blog. O dano que ela trouxe para nosso pais nao foi pequeno.
"Sem o BNDES, o crédito de LP não existiria no Brasil. Façam todas críticas que quiserem, mas isso é um fato. Dado o ritmo de desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, talvéz no ano 3000 ele financie projetos com prazos de 20, 25 anos. "
Besteira ignorante. O que voce acha que sao os IPOs que o governo esta tentando matar? Nem preciso mencionar todos os outros paises emergentes que conseguem financiar investimento de LP sem taxar o holerite do trabalhador para oferecer credito subsidiado para o Antonio Ermirio de Moraes e o Daniel Dantas...
Mas aqui entre nos, besteira ignorante eh exatamente o que eu esperaria de alguem que foi aluno da Conceicao e acha que ela deve ser respeitada, nao eh Imperador? Eu poderia esperar algo diferente?
Ta vendo Alex,as medidas de expansão fiscal que você tanto defendeu ja resultou em piora nas expectativas de inflação dos EUA para os proximos 10 anos.
Elas subiram de 1,5 para 2,5%.Uma inflação de 2,5% para um país como os EUA é alta,o ideal seria uma meta de 1,5% com uma banda de 0,5%.Podendo a inflação ficar entre 1% 2%.
"tem uma vasta produção acadêmica, é professora emérita da UFRJ e uma cabeça pensante desse país"
Bem,
o Bresser é prof. emérito da FGV e nem por isso eu vou sair falando que ele entende alguma coisa de Economia...
Na verdade, isso ilustra o grau de seriedade e rigor da academia brasileira....Qualquer maluco sai "cagando regra" e vira "cabeça pensante"....
No mais acho que o Imperador em questão se formou na UFRJ e, como é habitual, desprezado pelo setor privado da Economia, teve que se virar mesmo como "funcionário" do BNDE (sem o "S" para sacanear...). Só isso explica a defesa apaixonada do "papel dos bancos públicos"....(ou é o Nassif disfarçado que entrou aqui para causar furor...)
Abs
Rogério Ceni
(com tudo para rebaixar o Botafogo e não dar mole para o "Imperador")
Imperador = Oreiro
"O"
Primeiro, ao Rogério. O problema é q vc ainda acredita que a poup antecede o investimento. Vc tem q entender que esse argumento surgiu pq houve um cresc concomitante do setor produtivo e do setor finacneiro nas primeiras economias kistas, o que propiciou a formulação dessa causalidade. Esse pto mto bem explicado por Braudel e Arrighi em seus livros e tb por alguns pós-keynesianos. O nosso problema é q não ha mecanismos internos de financiamento de LP e, principalmente de funding, e é neste pto que o BNDES se torna crucial, tudo bem q é um subsídio e blah blah blah, mas ainda assim é uma iniciativa concreta (e única) de financiamento de LP. É óbvio que o gasto tem efeito sobre a dd e tb sobre os juros, mas os efeitos em economias subdesenvolvidas SÃO MTO DIFERENTES daqueles em economias desenvolvidas.
Com relação às especificidades, devemos olhar melhor o processo de crescimento do Br. desde sempre houve uma importação de tecnologias para melhoria da produtividade. O problema é q essa tecnologia foi desenvolvida sobre a ótica dos países desenv, com técnicas k-intensivas que contornavam o problema de escassez de mão-de-obra que eles apresentavam. Ao importarmos essas técnicas, nossa matriz produtiva tende a poupar trabalho em um país em que ele é extremamente abundante, o que agrava ainda mais o problema do desemprego e amplia a concetração. Se não bastasse, o excedente conseguido pelas atividades exportadoras é gasto, em sua maioria, no consumo das "classes Kistas", satisfeito pelo aumento das importações. Dessa forma não há dinheiro para financiar a melhoria da estrutura produtiva local. É destes pontos que vêm os problemas, e não da necessidade de K externo que vcs tanto vangloriam. Isso pq não faz parte da nossa discussão a volatilidade dos mesmos e seu caráter especulativo.
Com relação ao mal-educado da inflação, o país teve inflação pq os sucessivos governos não compreenderam que era uma questão estrutural da nossa economia, e não aproveitaram as oportunidades que tiveram para direcionar o desenvolvimento produtivo da nação. Eles ficaram escutando o pessoal "lá de cima" e os manés daqui que replicavam como papagaios o que era falado.
Por último, o Maurício, se vc ler o livro do Arrighi (o longo século XX) vc vai ver que o que aconteceu nos EUA na época citada foi exatamente o contrário do q vc falou. Foi exatamente a desregulamentação financeira praticada pelo FED que propiciou o crescimento produtivo, o mercado de K surgiu como uma alternativa de funding das dívidas privadas. Muito diferente da nossa tão amada ibovespa.
Abraço a todos
Ademir
"Pq será que o Bradesco, Itaú, ou mesmo o Santander, não financiam grande projetos de infraestrutura, como por exemplo, a UHE de Jirau? Ah...talvéz pq seja um investimento que não terá retorno, visto que o Brasil não precisa de investimentos em Energia Elétrica!"
Alex,
Q: Que tipo de imbecil pode achar que o setor privado nao eh capaz de financiar investimento em infraestrutura?
R: O Imperador dos imbecis!
"O"
Imperador,
Curiosa sua postura. A ma-ra-vi-lho-sa MCT, musa do Cruzado, pode sair chamando os outros de retardos e débeis mentais. Mas há que respeitá-la. Senão, você sai xingando de puxa-saco...
Ou seja, para você civilidade é uma via de mão única. "Exijo respeito, seus filhos da puta!" Simplesmente patético...
Quanto ao papel dos bancos públicos, vamos combinar o seguinte: quando essa farra der em cagada, pela enésima vez na história do Brasil, e a viúva for chamada para fazer a enésima primeira recapitalização a gente conversa, tá?
E sua afirmação sobre o BNDES pode até estar correta. Mas, com certeza, trata-se de um argumento contrafactual. Logo, só é fato em mentes perturbadas por bajulação lusófila...
Serio, concordo plenamento quando ao Rogério ser um pela saco com post irritantes.
Acho isso não por descordar da opnião do Alexandre (logo, a dele tb), mas pq não passa de um cara sem o menor treino em economia dando palpites em questões complexas...é da mesma laia dos jornalista de economia...
Rogério não tem conhecimento nem para um prova básica de macro I e micro I na Estácio de Sá, então seria bom ele ser ao menos mais contido nos seus post.
Abraços
Era uma vez um certo país chamado Unicampilândia. Um belo dia, a rainha do país, Maria Conceição, "a louca", decidiu criar uma estatal para produizr pirulitos. Foi assim criada a Pirulitobrás.
A Pirulitobrás produzia pirulitos contando com enormes subsidios do Tesouro e, por conta disso, acabou expulsando todos os produtores privados de pirulito.
Quando um blogueiro desse reino sugeriu que, talvez, ter uma estatal produzindo pirulitos subsidiados poderia não ser uma boa idéia, a reação da corte de Maria, a louca, foi unânime: "seu louco, não está vendo que sem a Pirulitobrás não haveria pirulitos na Unicampilândia? Isso é um FATO. Só um malvado neoliberal como você para querer tirar os pirulitos da boca de nossa criancinhas!"
Diante de tão enfática reação, os planos de extinção da pirulitobrás foram arquivados e as criancinhas de Unicampilândia continuram tendo acesso a pirulitos subsidiados, que elas chupam com muito gosto, descalças, com as barriguinhas inchadas e os dentes careados...(ah, faltou colocar na história que o final feliz mesmo foi para os vendedores de açucar para a produção de pirulitos, que continuaram as burras fazendo negócios com o estado. Afinal de contas, dar pirulitos para a criançada é muito bonito e "de esquerda", mas ninguém é de ferro...)
Bom contraponto, Imperador.
Os bancos não financiam no LP porque também não conseguem captar solidamente, em moeda local, no LP. No fundo, os investidores brasileiros ainda não compram dívida longa, então seria dificil esperar que os bancos o fizessem sem cobrar um prêmio elevado (na verdade isso tem mudado rapidamente, usei o presente do indicativo onde poderia usar o pretérito imperfeito). Sobrava somente o funding gringo (restrito) ou chapa-branca (pra aqueles que têm contato). O papel do BNDES foi realmente importante para vialbilizar muitos projetos industriais. Mas será que esse "subsídio" pode ter ocorrido também em detrimento de investimentos maiores em educação por exemplo?
Finalmente, criticar a MCT com termos duros me parece razoável pois ela também é muito dura nas palavras. E, para mim, ela também representa um grupo dogmático de esquerda encastelado nas universidades públicas que prestam um grande desserviço na formação universitária. Tenho amigos fomados nas federais em direito, jornalismo e economia que me mostram isso claramente.
Grande abraço
Acho que a questão do BNDES ser subsidiado pelo governo anda mudando tb, com as receitas do FAT Constitucional minguando.
Tem muita gente boa do BNDES atento a isso e buscando outros tipos de funding (captações lá fora, emissão de debêntures, etc)
Tem um artigo excelente do Giambiagi sobre os números e perspectivas do BNDES, vale a pena ler antes de cornetar
REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 16, N. 31, P. 3-40, JUN. 2009
Marcelo
"Elas subiram de 1,5 para 2,5%.Uma inflação de 2,5% para um país como os EUA é alta,o ideal seria uma meta de 1,5% com uma banda de 0,5%.Podendo a inflação ficar entre 1% 2%."
Ohh, por Júpiter, 2,5%! 2,5%! Como faremos agora?
Aliás, os números estão errados. O breakeven para os próximos 5 anos é 1,7%,para os próximos 7 é 2%, para os próximos 10 é 2,1%.
Quem estiver interessado é só buscar no Bloomberg:
USCMBE05 Index GP (B/E para 5 anos)
A notar que antes da crise o B/E para 5 anos rodava entre 2 e 3% (sendo que a meta não explícita do Fed é 2%). No pior momento da crise bateu -2,5% (problemaço quando sua taxa de juros nominal é zero).
Ou seja, Ivo falou m...Alguém está surpreso?
Uma perguntinha pro pessoal que afirma que não há funding de LP no Brasil. Quando vence a operação de mais de R$ 12 bi captados pelo Santander no mercado local recentemente? De certo deve ser nos próximos 6 meses, uma vez que o BNDES não estava na jogada, né?
Na verdade, acho que as ações vão vencer no dia que uma certa turma começar a andar sobre os membros posteriores e pararem de comer gramíneas. Ou sjea, mais ou menos lá pelo dia de São Nunca...
"o país teve inflação pq os sucessivos governos não compreenderam que era uma questão estrutural da nossa economia, e não aproveitaram as oportunidades que tiveram para direcionar o desenvolvimento produtivo da nação".
Uau, nem eu que adoro o FHC diria que ele, como é mesmo?, compreendeu a questão estrutural e aproveitou para direcionar o desenvolvimento produtivo da nação.
E eu pensava que a URV teve alguma coisa a ver com o fim da inflação...
"Tem muita gente boa do BNDES atento a isso e buscando outros tipos de funding (captações lá fora, emissão de debêntures, etc)"
Qual dos dois discursos estilizados o pessoal gente boa do BNDES usa quando quer captar dinheiro lá fora ou aqui:
1) Nós somos um banco estatal, de um país que é notório pela ineficiência de seu setor público, e o nosso negócio e dar dinheiro mais barato e em condições que o setor privado jamais aceitaria.
2) Pode por a grana que temos 190 milhões de idiotas para pagar tudo de volta de se der merda.
Deve ser a primeiro, com certeza, né? kkkkk
A propósito, ou não, o Torós foi aluno da Conceição?
Vladimir, você é um tadinho.
1. IPO do Santander é investimento de LP?? tão longo que pode ser intraday
2. O BNDES dá lucro (questione como, mas não o fato): já disse antes, leia o texto antes de cornetar
3. A ineficiência do governo, o spread e a maturity dos empréstimos do BNDES e até o discurso já estarão embutidos no custo que o mercado (aqui ou lá fora) pedirá pelo funding, então não esquente a cabeça.
4. Se der merda os 190 mn de idiotas bancariam o itau ou o bradesco tb. Acho que não preciso te dar exemplos, mas pense em 300 mn de idiotas.
Marcelo
"Tem um artigo excelente do Giambiagi sobre os números e perspectivas do BNDES, vale a pena ler antes de cornetar
REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 16, N. 31, P. 3-40, JUN. 2009"
Espero que o BNDES nao empreste dinheiro tao mal quanto desenharam o portal deles. Voce poderia me enviar um link para este artigo?
"O"
"1. IPO do Santander é investimento de LP?? tão longo que pode ser intraday"
Se você não consegue entender que um IPO é um investimento de maturidade infinita, você acabou de passar em publico um atestado de jumentice. De hoje em diante, voce pode assinar "Marcelo, JH", cortesia do tio "O"
“2. O BNDES dá lucro (questione como, mas não o fato): já disse antes, leia o texto antes de cornetar”
Bem fácil com o financiamento do FAT e as garantias da Viúva.
“3. A ineficiência do governo, o spread e a maturity dos empréstimos do BNDES e até o discurso já estarão embutidos no custo que o mercado (aqui ou lá fora) pedirá pelo funding, então não esquente a cabeça.”
Você não entendeu. O que conta é a garantia do Tesouro. O Mercado pouco se lixa se o BNDES está rasgando dinheiro ou não. No final das contas, nós vamos pagar a lambança toda.
"O"
"Espero que o BNDES nao empreste dinheiro tao mal quanto desenharam o portal deles. Voce poderia me enviar um link para este artigo?"
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev3101.pdf
Me impressionou o tamanho (pequeno) da PDD que os caras constituem... depois de tantas tungadas achei que seria bem maior
Marcelo
"Por último, o Maurício, se vc ler o livro do Arrighi (o longo século XX) vc vai ver que o que aconteceu nos EUA na época citada foi exatamente o contrário do q vc falou. Foi exatamente a desregulamentação financeira praticada pelo FED que propiciou o crescimento produtivo, o mercado de K surgiu como uma alternativa de funding das dívidas privadas. Muito diferente da nossa tão amada ibovespa."
Certamente estamos falando de mesma coisa, mas de forma diferente. Tem um historiador economico chamado Charles Calomiris, que escreveu "US Bank Deregulation in Historical Perspective", é nesse livro que me baseio para minha afirmação. De modo geral, o desenho do sistema de bancos comerciais nos EUA impediam a mobilidade de capital como conhecemos, os bancos eram restringidos a atuar em pequenas áreas, a captação de uma região deveria ficar aplicada naquela região, aumentando o risco dos portfólios, enfim...
Por isso, o mercado de capitais norte americano surgiu, mesmo antes da criação do Fed, como alternativa de funding, por que? Porque os bancos da época não tinham funding suficiente para financiar a industria. Por que eles não tinham funding? Porque estavam limitados a atuar.
Ao contrário, o mesmo autor cita o exemplo da Alemanha que teve bancos comerciais maiores, com mais liberdade de atuar em diversos mercados (não significando menos regulados, mas mais bem regulados, entendendo o mercado financeiro em sua excencia). A Alemanha figura entre as 5 maiores economias do mundo, sem ter um mercado de capitais tão desenvolvido como o norte-americano. Tem o caso do Canada tbm, e outros para contrapor.
O que quero dizer é que o governo, mesmo intencionando o bem, pode estar prejudicando a medio e longo prazo.
Mauricio
"Na verdade, os bancos privados não entram nesse tipo de operação pq não emprestam a LP no Brasil. "
Depois da segunda maior crise da história sabe-se que investimento de longo prazo depende de poupança de longo prazo. Não é uma vontade unilateral dos bancos de não emprestarem no LP, isso é uma variável dependente. Mesmo assim, se pegar nos últimos anos os bancos tem emprestado em prazos médios maiores, por que? Por que economia e algumas ações do BC melhoraram a condição de crédito.
Veja: o BV empresatava em 60, 90, 100 meses e do nada sofreu resgates de R$40bi. De onde sairia o $$$??? Ou do fluxo de entrada ou teria que vender seus ativos, que no caso eram os financiamentos. Isso ilustra apenas a relação de curto e longo prazo, sem o mérito da qualidade do investimento (se infraestrutura, ou imobiliário).
Mauricio
1,5% de IOF para operações la fora..
nao vai funcionar e vem mais coisa por aí...se vale o feeling, o próximo é o fundo cambial
Doutrinador
Prezados, quero dizer algumas coisas:
1) Rogério, não é nada pessoal, apenas acho seus posts chatos. São ainda piores quando vc fica de pombo correio. Nada tenho contra você. Minha intenção não foi te desrespeitar. Caso vc tenha assim se sentido, peço desculpas. Gosto de debate.
2) Com relação a MCT, alguém disse (alguém sem muito conhecimento, por sinal) que ela ficou "cagando regra" a vida toda etc. Sugiro ler a produção acadêmica dela. Apenas isso.
3) Com relação ao BNDES, eu não sei como as pessoas podem insistir em determinadas coisas, como por exemplo: "o BNDES atrapalha a formação de um mercado de capitais". Esse é um discurso de mercado, especialmente das instituições que ficam de olho no funding do BNDES. E olha que tem muita gente que adoraria colocar as mãos nesses recursos, em especial os bancos privados......em nome de sua "eficiência". Discurso pobre e passado.
Bom ...é isso.
Abraço a todos.
PS: Nós ou os Bambis?
1. tsc tsc tsc... que vergonha alheia. Só o tio-O acha que é possível comparar risco (ou qquer outra coisa) de equity e debt issuance em termos de maturity - e foi isso que eu tirei tempo pro tadinho do Vlad, que "demonstrava" que no brasil temos investimento privado de LP cuspindo o valor do IPO do Santander. Mas não é todo mundo que entende né, Tio O, às vezes um desenhinho ajuda.
2. Essa eu não esperava de vc: Pediu o link e não leu - o financiamento do FAT está minguando. qualquer captação levará isso em conta, e o BNDES tem de se adaptar a essa nova realidade - o desafio será exatamente equacionar spreads baixos, maturity, e new sources od funding.
3. aiaiaiaiai, vamos lá: "ineficiência do governo, o spread e a maturity dos empréstimos do BNDES, o discurso, " GARANTIA DA VIUVA, tudo já está embutido no custo que o mercado (aqui ou lá fora) pedirá pelo funding, então não esquente a cabeça.”
Aliás, quantas mais características do banco você citar, tantas entrarão na frase. E garantia do Tesouro, não é garantia do FED - tem risco... and guess what? isso também está no custo que pedirão ao BNDES
4."lambança" "rasgar dinheiro" - vou ter de falar de novo? LEIA A PORRA DO TEXTO COM OS FINANCIALS DO BNDES, cacete
Marcelo
"Só o tio-O acha que é possível comparar risco (ou qquer outra coisa) de equity e debt issuance em termos de maturity "
Opa! Não foi bem isso. O que você disse foi:
"1. IPO do Santander é investimento de LP?? tão longo que pode ser intraday"
Reconheça. Mandou mal ao confundir o prazo do capital para o tomador com a possibilidade do doador de capital sair do risco no secundário. Isto é triste, mas mais triste é ficar enrolando
"Reconheça. Mandou mal ao confundir o prazo do capital para o tomador com a possibilidade do doador de capital sair do risco no secundário. Isto é triste, mas mais triste é ficar enrolando"
Reconheço que posso ter usado mal a frase e o exemplo, mas nao confundi uma coisa com a outra brother, trabalho com isso o dia todo (com alguns alnighters btw)
Mas que o Tio O cagou no pau, isso cagou - vejamos:
- Imperador diz que no Brasa nao tem investimento privado de LP.
- Vlad diz que tem, vide IPO Santander.
- Eu digo que uma coisa nao tem a ver com a outra (com o disclamer acima)
- Tio Ozinho, diz que estou errado, i.e., IPO é sim investimento de LP - mais até, vejam vcs - já que é uma infinite-maturity security
Sao apples and oranges, que é o meu ponto desde o começo.
So acho que os dois lados da discussao tem pontos pacíficos - tanto dos custos sociais/econômicos/diabo-a-quatro do BNDES, quanto do benefício criados pelo banco no crédito e no mercado de capitais... e nao adianta o Alex agigantar os malefícios e minimizar os benefícios dizendo que o banco só aumentou o crédito no ano em 40 bi (nao era o numero que eu tinha, talvez eu tenha errado, entao queria a fonte, [Alex] por favor) pq se a participaçao do BNDES é irrisória, 90% dos seus danos tb são.
E nao me entendam errado, meus viés é o mesmo do Alex e do Tio O, acho a iniciativa publica mais fraca que a privada. Mas acho que todos nós ficamos tentados, vez ou outra, a usar a artimanha do Delfim: de saber do que fala, mas ainda assim puxar os fatos pela retórica. E eu acho que Alex e Tio O fizeram isso aqui.
Marcelo
A "Parábola da Pirulitobras" postada pelo Vladmir ilustra muito bem o ponto de vista sobre o BNDES. Não se pode simplesmente tomar a existência do banco como um "fato" e imune a críticas (curioso que esta é uma crítica heterodoxa ao positivismo da ortodoxia, por ela tomar tudo como um "fato" - desde que os "fatos" não interessem à heterodoxia).
E "Imperador", desculpe-me a chateação, mas quero dizer que eu também gosto de debate. Mas como debater se você não aceita críticas à Tavares e ao BNDES? Então não há debate, pois você não permite pensar diferente de você. E todo o espaço aberto de debate é por natureza iconoclasta. Todos estão e devem estar sujeitos à crítica, e eu aceito tranquilamente, mesmo que eu não concorde.
Então acho que a contradição é sua mais uma vez. E você não é obrigado a ler o que não gosta.
E por falar em contradição, eu penso que ser chato é não ter senso de conveniência. E como chamar então uma pessoa que, num fórum claramente ortodoxo, vem defender a Tavares e o BNDES? E que nome receberia aquelas pessoas que louvam o Bresser Pereira, Nakano, Ernani ou a própria Tavares para conseguir publicação na REP? Continuo achando que a contradição não é minha.
"1. tsc tsc tsc... que vergonha alheia. Só o tio-O acha que é possível comparar risco (ou qquer outra coisa) de equity e debt issuance em termos de maturity - e foi isso que eu tirei tempo pro tadinho do Vlad, que "demonstrava" que no brasil temos investimento privado de LP cuspindo o valor do IPO do Santander. Mas não é todo mundo que entende né, Tio O, às vezes um desenhinho ajuda."
Pode ficar sossegado, você já ganhou o título de Jumento Honorário.
Não precisa repetir a tirada ignorante.
"2. Essa eu não esperava de vc: Pediu o link e não leu - o financiamento do FAT está minguando. qualquer captação levará isso em conta, e o BNDES tem de se adaptar a essa nova realidade - o desafio será exatamente equacionar spreads baixos, maturity, e new sources od funding."
Li o artigo, bem interessante e os números são de arrepiar os cabelos.
"Aliás, quantas mais características do banco você citar, tantas entrarão na frase. E garantia do Tesouro, não é garantia do FED - tem risco... and guess what? isso também está no custo que pedirão ao BNDES"
Sim, tem um custo que deve estar correndo na faixa de uns 10 bilhões de reais por ano para o Tesouro. Basta pegar a diferenca entre o juro prefixado de longo prazo que o Tesouro paga com o juro que o BNDES paga ao Tesouro e multiplicar pelo total de crédito que o Tesouro extendeu extra-orcamento para o BNDES.
"4."lambança" "rasgar dinheiro" - vou ter de falar de novo? LEIA A PORRA DO TEXTO COM OS FINANCIALS DO BNDES, cacete"
Li e são assustadores. O BNDES hoje é um misto de banco cujas operacões geram lucros estagnados apesar de expandir o balanco patrimonial espetacularmente (isto é, retorno decrescente) e uma carteira de acões que provavelmente tem retorno altamente correlacionado com os créditos concedidos. Se você conseguiu ler o artigo do Giambiagi e não conseguiu entender que é um grito de alerta sobre a solvência e viabilidade de longo prazo do banco, você realmente merece o seu J.H.
Tio "O"
Caro "Imperador":
por favor, não fale em nome da Nação Rubro-Negra! Não venha sujar nossa nome vomitando asneiras.
Isso aí que você fala parece mais coisa de palmeirense. E você viu o que acontece com palmeirense que fala asneira: 270 dias de detenção!!!
abs.
Boa, Tio O, vamos colocar números nisso?
CAGR Lucro Líquido 2001-08 = 27%
CAGR Total de Ativos 2001-08 = 6%
CAGR PL 2001-08 = 3%
ROE
2001 4.1%
2002 3.1%
2003 6.2%
2004 8.8%
2005 17.9%
2006 30.0%
2007 27.7%
2008 21.0%
O ano de 2008 realmente foi mais fraco. Quem diria, um banco de crédito que teve resultado afetado pela Credit Crisis?! São realmente muito incompetentes...
E que a viabilidade do Banco a longo prazo está em jogo, isso está. E por isso que eu disse "BNDES tem de se adaptar a essa nova realidade - o desafio será exatamente equacionar spreads baixos, maturity, e new sources od funding" Mas tive de desenhar de novo.
O custo é de 10 bi? Ótimo, agora podemos tentar equacionar custo x benefício do negócio. Só que o benefício é mais difícil de imaginar, quem se aventurar que poste aqui
Tio O, leia de novo o artigo, desta vez com calma.
Marcelo
Com os números acima fica mais fácil ou mais difícil falar em "retorno decrescente" "lucro estagnado" e "patrimônio expandindo"?
Marcelo
Marcelo,
Eu soh preciso ler o artigo uma vez para entender que eh grito de alerta sobre o futuro do banco, que estaria profundamente no vermelho se nao fosse a valorizacao de sua carteira de acoes. Para qualquer leitor que soubesse ler as tabelas criticamente, o Giambiagi esta mostrando que o BNDES nao se sustenta com base em suas atividades core mas que esta riding the wave do bovespa.
"O"
Bem,
sugiro ao "Imperador" o nome da profa Tavares para presidente do Flamengo...eu mesmo sou um entusiasta da candidatura de João Sayad para presidente do Curintia...
Quanto a "produção acadêmica" da profa. Tavares....sem comentários...o "Imperador" acaba de confessar que estudou na UFRJ mesmo....e se bobear ...fez mestrado na UFRJ também....Deus do céu...só aqui mesmo...daqui a pouco o cara vai começar a citar a obra do "mestre" Rangel....e depois Keynes...
Abs
Rogério Ceni
(rumo ao título)
Carequinha as medidas da taxação do IOF não vão funcionar porque os papeis são negociados em NY,quem define õ imposto é o governo americano.
O BC deveria colocar fiscais nos bancos para ver quem esta especulando com dolar.
Arminio fraga fez durante sua gestão e GF também.
Lucrécio
Trechos do texto do Giambiagi
“A tendência de redução dos spreads do BNDES implica também a perda de importância relativa do item “Receita – Despesas da intermediação financeira”, que constitui o core business do Banco, rubrica que inicialmente estagnou em R$ 5 bilhões depois de 2005, com uma queda importante em 2008, a despeito do comportamento dos desembolsos no período.”(pg 29)
“Se o BNDES libera quantias cada vez maiores de recursos, ao mesmo tempo que sua principal fonte de financiamento nos últimos vinte anos começa a diminuir, a compatibilização entre as tendências de spreads menores e prazos e desembolsos maiores requer o uso mais intenso de outras fontes de recursos.” (pg 30)
“Nos últimos anos, o BNDES foi beneficiado por fatos como o ganho resultante da venda de ações na fase de boom do mercado acionário e a “folga” propiciada por eventos excepcionais, como o recebimento do BNDES de fluxos expressivos – mas temporários – de depósitos especiais do FAT. A isso se somou a reversão do risco de crédito em algumas ocasiões, bem como a abundância de liquidez nas fases de prosperidade mundial. Tais fenômenos permitiram ao BNDES, ao longo de vários anos, acomodar pressões antagônicas, sem o surgimento de desequilíbrios significativos.” (pg 32)
Na disciplina de Finanças I e Contabilidade I na Estácio de Sá, eu aprendi que estas considerações são preocupantes.
"Com os números acima fica mais fácil ou mais difícil falar em "retorno decrescente" "lucro estagnado" e "patrimônio expandindo"?
Marcelo"
Caro Marcelo, J.H.
Eu ja fiz o meu dever civico de tentar educa-lo. Se eu nao consegui, o problema eh teu, nao meu. Se todo mundo tivesse a minha compreensao do mundo, meu salario e os retornos de meu portfolio seriam bem menores.
Um conselho: nao aposte a fazenda do teu avo em investimento algum baseado em sua interpretacao de um demonstrativo financeiro. E caso nao queira seguir o conselho, me avisa antes para eu tomar a posicao contraria.
"O"
"nao era o numero que eu tinha, talvez eu tenha errado, entao queria a fonte, [Alex] por favor"
A fonte é a nota à imprensa sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro (http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM), quadro 9A. Meus números estão a preços constantes de Set-09 (IPCA). O aumento do crédito do BNDES é R$ 40 bi, dos quais 33 direto e 7 repasse.
"Carequinha as medidas da taxação do IOF não vão funcionar porque os papeis são negociados em NY,quem define õ imposto é o governo americano.
O BC deveria colocar fiscais nos bancos para ver quem esta especulando com dolar.
Arminio fraga fez durante sua gestão e GF também."
Shhh moleque. Há adultos conversando. Ou você quer voltar para a jaula?
"Rogério Ferreira", mesmo sendo este espaço um forum "ortodoxo", como vc mesmo disse, todos podem e devem participar. É isso que gera debate. Caso não seja esse o intuito, não há motivo para o blog existir.
Sinceramente, acho uma tremanda babaquice essa história de que "vc é ortodoxo"...."vc é heterodoxo". Coisa chata. Nunca gostei disso, tanto de um lado, quanto do outto. Parece coisa de quem não tem o que fazer. Detesto rótulos.
Outro ponto. Eu nunca defendi a MCT e o BNDES a todo custo. Achei falta de respeito com ela o que colocaram aqui. Apenas isso. Acho que ela deve ser respeitada. Quem nunca cometeu um erro? Todos nós economistas erramos o tempo todo.
No que diz respeito ao BNDES, defendi (e continuo defendendo) o óbvio. Que na crise o BNDES teve um papel fundamental para continuidade da expansão do crédito. E tb defendi que há complementaridade entre o BNDES e o mercado de capitais. Não gosto do discurso dos bancos privados em relação ao BNDES, pois me parece mera retórica de quem quer colocar as mãos em novos recursos.
Todos podem fazer "n" críticas ao BNDES, que certamente, deve possuir suas mazelas. E se achar que devo, em alguma situação, criticar o BNDES, o farei. Sem problemas.
Só não concordo quando em nome de ideologias baratas tenta-se negar o óbvio.
São apenas opiniões. Alguns concordam e outros não. A vida é assim.
Com relação a publicar na REP, sr. Rogério, nunca o fiz e não tenho tempo para isso. Não me confunda com vc. Não fico puxando o saco alheio por nada, nem sou pombo correio de ninguém.
Minha intenção não foi te ofender, mas apenas fazer vc pensar. As suas insinuações e outros blá blá blás sobre contradição, citando Nakano, Bresse, etc são ridiculos.
abs a todos.
ps: os bambis ganham do Botafogo?
Veja o relatório da Merryl Lynch,eles aumentaram as expectativas de inflação de 1,5% para 2,5 % nos proximos 5 anos.
A inflação ideal é algo perto de 1 a 2%,mais que isso ja é alto.EUA deveriam ter uma meta de inflação de 1,5% com uma banda de o,5 %.
"A fonte é a nota à imprensa sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro (http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM), quadro 9A. Meus números estão a preços constantes de Set-09 (IPCA). O aumento do crédito do BNDES é R$ 40 bi, dos quais 33 direto e 7 repasse."
Obrigado, Alex
"o Giambiagi esta mostrando que o BNDES nao se sustenta com base em suas atividades core mas que esta riding the wave do bovespa"
É exatamente disso que eu estou falando quando falo que gostam de puxar pela retórica: Dizer que a Alpargatas é non core da CC, ok; dizer que cimento ou logística é non core da CSN; ok também. Agora, falar que o BNDESPar é non core já é demais. No bottom do final de 2008 tinha R$50 bi. Não vi quanto está agora, mas deve rodar os 75. (isso em face que uma carteira de uns 200, give or take).
E dizer que o BNDES pegou um free ride no iBov pode muito bem ser dito de outra maneira: que o iBov pegou carona nas cias que o BNDES tem participação. E nem uma frase nem outra faz muito sentido - a real é que vc está vendo um demérito num fundo que está lucrando com as posições que mantém.
É certo que o BNDES não é nem um Blackstone, nem tampouco um financeer agressivo em busca de high yield. Mas ele executa o papel a que se propõe de maneira mais eficiente do que todos os outros veículos de investimento e/ou incentivos/isenções do governo.
E, em termos de falhas de mercado, o único que atende alguns gargalos do Brasil, principalmente se você pensar nas cagadas do BS Fund, PAC, ou incentivos fiscais que ficam a critério de pessoas muito, mas muito mais incompetentes do que o cara que escreveu o artigo.
Nunca achei que o BNDES fosse solução pra qualquer coisa, mas enquanto temos um país em que - como colocou bem o Maurício - o crédito de LP é pouco interessante pro setor privado, o BNDES tem sua utilidade, e com o FAT minguando pode se tornar menos governo e mais banco.
Quando o BNDES se tornar redundante, serei o primeiro a pedir o IPO dele.
Marcelo
"Veja o relatório da Merryl Lynch,eles aumentaram as expectativas de inflação de 1,5% para 2,5 % nos proximos 5 anos."
Você se estufou de TIPs de 5 anos?
As expectativas mudam rápido,ou você não acha que o mercado daqui a pouco vai incorporar o efeito da "mega" expansão fiscal americana,junto com a monetária?
A monetária até da para reverter mais a fiscal não.
Segundo 2% é uma meta alta,a meta ideal é algo entre 1,5 e 1,25.
"Carequinha as medidas da taxação do IOF não vão funcionar porque os papeis são negociados em NY,quem define õ imposto é o governo americano.
O BC deveria colocar fiscais nos bancos para ver quem esta especulando com dolar.
Arminio fraga fez durante sua gestão e GF também."
Que tal instituir um IBF: imposto sobre bobagens financeiras? Pelo visto resolvia o problema fiscal do país e ainda sobrava uns trocados pra próxima recapitalização do BNDES...
"ivo disse...
Uma inflação de 2,5% para um país como os EUA é alta,o ideal seria uma meta de 1,5% com uma banda de 0,5%.Podendo a inflação ficar entre 1% 2%.
18 de Novembro de 2009 10:17
"ivo disse...
Segundo 2% é uma meta alta,a meta ideal é algo entre 1,5 e 1,25.
19 de Novembro de 2009 16:25"
Gosto disso: o cara tem uma opinião e a mantém contra todas as críticas.
Caro Marcelo J.H.,
Se eu sou dono de uma vendinha que perde dinheiro todo ano, mas que imprime um demonstrativo com lucro porque eu vendi as acoes da Petrobras que eu herdei de minha avoh, isso nao faz a minha vendinha sustentavel ou lucrativa.
Diga-se de passagem, se voce se der ao trabalho de raciocinar com as tabelas que o Giambiagi publicou, vai notar que em 2008 o BNDES deve ter queimado mais ou menos uns 20% do estoque de ganhos de capitais nao realizados para gerar seu "lucro".
Se prestar um pouco mais de atencao, o que o Giambiagi escreveu eh que no artigo eh que o modelo atual do BNDES eh insustentavel, depende de subsidios crescentes do Tesouro (da ordem de uns 0.3% do PIB por ano), isso alem do subsidio implicito do FAT e eh claramente vulneravel aos humores do mercado, big time.
Se voce nao conseguiu ler o artigo como um pedido de socorro, sinceramente nao me surpreendo mais que voce ache a MCT uma intelectual merecedora de respeito.
Se o BNDES nao eh uma imensa fazenda de esqueletos, eu nao sei o que eh.
"O"
Professor,
qual sua opiniao sobre o cambio de equilibrio de 2,60 no estudo da Goldman?
Abraço
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