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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Acelerar o investimento ou o aumento dos juros?

O que de melhor poderia acontecer com o retorno do IOF sobre investimentos estrangeiros é que, a exemplo do ocorrido em 2008, ele não consiga atingir os fins a que se propõe. Apesar das justificativas acerca de receios associados à possível formação de uma “bolha” no mercado acionário, pouco se fez para disfarçar que o objetivo da medida é mesmo reverter o processo de apreciação do real. Entretanto, para que isto aconteça, é necessário que o IOF consiga, de fato, impedir a entrada de capital estrangeiro, o que pode gerar implicações não tão agradáveis.

Ao contrário da experiência anterior, desta vez o IOF passou a ser cobrado sobre ingressos de estrangeiros em Bolsa de Valores. Assim, caso a medida tenha sucesso, espera-se que a entrada de recursos neste mercado caia. Isto, porém, significa privar empresas de recursos que poderiam obter por meio do aumento do seu capital, tipicamente associado ao financiamento do investimento.

Os efeitos negativos, porém, não param por aí. Preços mais elevados para ações representam um poderoso incentivo ao investimento, pois o aumento do preço do estoque de capital existente torna mais atraente a criação de novo capital, a própria definição de investimento.

Na verdade, do ponto de vista da consistência macroeconômica, limitar o ingresso de capitais terá consequências negativas. Não deveria ser segredo que o país enfrenta desafios enormes no que diz respeito à formação de capital. Seja pelas necessidades de infra-estrutura (agora aumentadas pelos eventos de 2014 e 2016), seja pela exigência de recursos relacionada à exploração do pré-sal, há urgência na aceleração do investimento, num país cuja poupança se limita a 15% do PIB. Na ausência de um ajuste fiscal digno deste nome a alternativa que resta é a poupança externa, a mesma que o IOF pretende afugentar.

De forma equivalente, a restrição à entrada de capitais implica fazer com que a expansão da demanda doméstica tenha que ficar mais próxima do limites dado pelo crescimento potencial. Assim o aumento de juros pode ocorrer ainda antes do que seria necessário. Irônico, não?

(Publicado 21/Out/2009)

118 comentários:

Alex,

É muito contraditório mesmo a gesto do governo. Como você demonstrou, é certamente um tiro que vai sair pela culatra.

E se a cobrança não vai impedir a valorização do real,como disse o Mantega, o governo quer só arrecadar mesmo. Quer participar da festa, e aí ele voltou com o selo-pedagio do Sarney sobre o capital estrangeiro.

E com a arrecadação caindo, ele não quer esperar o prazo que o capital vai ficar aqui para definir se é de curto ou longo prazo. O negócio é taxar logo, sem diferenciação.

Acho que estes "desenvolvimentistas" devem ter uma enorme frustração por não saberem operar no mercado financeiro.

E devem ficar pensando sempre: "como eu ganho dinheiro com este negócio de bolsa? Eu não consigo entender aquilo!". Aí um deles deve ter tido a idéia genial: "se nós não entendemos e nem conseguimos operar na bolsa, só tem um jeito de nós ganharmos dinheiro no mercado: vamos cobrar um imposto do capital estrangeiro na bolsa, e vamos ter a desculpa perfeita para isto, basta dizer que é para melhorar o câmbio..."

Enquanto isto, nada de ajuste fiscal.

Discordo. Esse imposto é uma taxa sobre as transações. Não terá muito efeito sobre o volume de recursos disponíveis para aplicação na bolsa, porque a porcentagem é pequena. Também não terá muito efeito sobre o câmbio, então a análise do governo, se é que houve análise, está incorreta. Haverá efeito sobre o entra-e-sai - as pessoas vão pensar duas vezes antes de investir para tirar logo em seguida ou vice-versa.

Do ponto de vista dinâmico isso deve levar a um amortecimento de oscilações - um efeito estabilizante que não muda os valores de equilíbrio. Claro que a economia é um sistema dinâmico mais complicado, mas minha opinião é que o imposto novo vai trazer caixa para o governo sem distorcer as decisões, até pelo contrário. Aspectos positivos que o governo não previu (e se eu estiver certo, nem os bons economistas como o Alex).

Trocando em miudos, o IOF eh prova cabal que o Sr. Guido Mantega eh um imbecil de pedra. Um idiota funcional que nao tem a minima ideia do que ele esta fazendo.

Pait:

Só para esclarecer, este artigo é, na verdade, mais uma crítica à noção que restrições à entrada de capitais seriam desejáveis por levar a um câmbio mais fraco.

Caso as restrições funcionem (big IF), por definição o déficit em conta corrente terá que ser menor. Mas isto implica que a demanda doméstica terá que crescer menos do que poderia crescer sem uma restrição na conta corrente.

Isto poderia ocorrer sob uma política fiscal restritiva, mas vamos falar sério, Quais são as chances disto ocorrer?

Assim, restaria a redução da demanda doméstica privada que ocorreria via... Taxa de juros!

Em outras palavras, se conseguirem bolar uma restrição efetiva de entrada de capitais, a consequência, na ausência de redução do gasto público, será a elevação da taxa de juros!

Por este motivo, como escrevi, "o que de melhor poderia acontecer com o retorno do IOF sobre investimentos estrangeiros é que, a exemplo do ocorrido em 2008, ele não consiga atingir os fins a que se propõe".

Abs

Alex

Aspecto positivo em cobrar mais impostos?

O ganho na bolsa já é tributado, o ganho em dividendos também já é tributado.

Carga tributária agora vai ser julgada com base nas boas intenções?

Agora vai entender. No Financial Times ontem (saiu hoje traduzida no Valor), uma reportagem diz que a medida pode indicar amadurecimento econômico do Brasil.

Se os lucros das empresas aumentarem por conta do câmbio menos valorizado, vai aumentar a poupança doméstica e, com isso, precisaremos de menos poupança externa para financiar o investimento.

Alex,
Medidas como esta são aplicadas em economias liberais mais desenvolvidas que a nossa?

Sem falar nas estruturas de derivativos que serão montadas para evitar o tal imposto, na exportação de operações em bolsa etc. O aumento dos custos do mercado de capital vai ser mais relevante para o tomador final (empresas brasileiras memores que querem investir) que para os investidores big-players. Mas jogar areia na engrenagem faria algum sentido num contexto fiscal também mais virtuoso. A pergunta que fica: caso não funcione, qual será o próximo passo do governo para lutar contra a valorização da moeda? O Mantega só pensava (pensava??) e falava. Agora estão deixando ele fazer o que pensa (pensa??). Que perigo!
Abç

Alex,

O professor Carlos Lessa escreve hoje no Valor sobre a famigerada doença holandesa. Segundo ele, o Brasil já está enfermo e a causa é a entrada de capitais especulativos.

Tenho duas perguntas:

1. Há algum trabalho empírico no Brasil que defenda, com alguma consistência, a tese da doença holandesa?

2. Há alguma definição técnica de capital especulativo?

Abraços

"1. Há algum trabalho empírico no Brasil que defenda, com alguma consistência, a tese da doença holandesa?

2. Há alguma definição técnica de capital especulativo?"

1. Não. Há o contrário: a tese do Cristano Souza consistentemente rejeita a hipótese de doença holandesa.

2. Não.

"Se os lucros das empresas aumentarem por conta do câmbio menos valorizado, vai aumentar a poupança doméstica e, com isso, precisaremos de menos poupança externa para financiar o investimento."

E, se sua mãe tivesse saco, você teria dois pais.

E os efeitos sobre os salários?

seria melhor que o belluzzo, que parece ser um dos pais do novo imposto, se preocupasse com o palmeiras, que perdeu duas seguidas.
sou corintiano, mas prefiro o palmairas ganhando ao belluzzo palpitando na economia.
abs
ronaldo fenomeno

O Brasil tenta evitar a valorização de sua moeda; a Europa reclama do euro forte; a China reluta em desvalorizar sua moeda (não quer perder exportações), e não quer um dólar fraco (não quer ver desvalorizadas suas reservas); o Japão parece mais confuso, não sabe se defende o yen ou suas reservas em dólar; os exportadores de petróleo procuram outras moedas em que confiar; uns vão para o ouro, outros fazem hedge com custo alto. É possível vislumbrar algum equilíbrio mundial?

Será que o agora candidato Meirelles vai permitir a elevação dos juros?

Alex,

das duas, uma, ou o Governo não quer admitir que fez isso ganhar uma arrecadação extra ou essa terá sido apenas a primeira das idiotices que vem pela frente.

qual o seu palpite ??

Teco

E os efeitos sobre os salários?

É menos importante do que sobre os lucros. Existem diversos estudos que mostram que a principal fonte de financiamento do investimento no Brasil são os lucros retidos.
Os trabalhadores também financiam o investimento por meio, principalmente, de fundos compulsórios como FGTS e FAT, que não seriam afetados pelo câmbio (ou seriam positivamente afetados por meio do aumento do nível de emprego).

Alex não custava nada a equipe economica olhar no site do BC que teve periodos que o Brasil teve fluxo negativo e o cambio se valorizou.

Se o movimento da alta das commodities continuar (não quer dizer que vai) e o cambio se valorizar mais,vão fazer o que?

Só falta querer tributar a exportação de commodities.

Carequinha desde o governo FHC o Brasil começou a ter preconceito com os exportadores.

Eu li uma vez que GF mandou os exportadores "catarem coquinho" por causa da reclamação do cambio valorizado.

O setor produtivo Brasileiro viu como positiva essa medida,porque vai aumentar seu lucro além de que eles não precisam mais fazer hedge.

Lucrécio

Alex,

"(...)O professor Carlos Lessa escreve hoje no Valor sobre a famigerada doença holandesa. Segundo ele, o Brasil já está enfermo e a causa é a entrada de capitais especulativos.(...)"

Está cada vez mais difícil ler o "Valor". A conclusão do genial professor, nos recomendando seguir a estratégia chinesa de desvalorização cambial é um disparate. Sorte que no mesmo Valor há um artigo do Cristiano Romero mostrando porque não conseguiríamos fazer o que a China faz.
Vou começar a comprar o Jornal do Comércio. Tomara que seja melhor.

Abraço,

André

O governo já está pensando em novas medidas para o câmbio – anunciam os jornais. Churchill dizia, a respeito dos USA, que eles sempre tomavam as medidas corretas, depois de tentar várias alternativas! Mutatis mutandis, as autoridades brasileiras tentarão várias alternativas, menos a que lhes traria sucesso!

"Será que o agora candidato Meirelles vai permitir a elevação dos juros?"
Como creio que esse IOF não vai surtir efeito relevante algum no câmbio, o caminho tomado vai pelo lado oposto: tentar obstruir a liberdade para o BC tempestivamente elevar os juros quando(e se) necessário. O Mantega arrumou um "CPMF pro gringo", com a desculpa de reduzir especulação.
Dinheiro no caixa, papo furado e moinhos de vento.

"Só falta querer tributar a exportação de commodities."

isso não falta, vontade há.

se o felling valer de algo, a não eficácia do IOF em conter a apreciação cambial vai servir de pretexto, desculpa ou qualquer coisa que o valha, para intervenção via fundo cambial (FSB)

em suma, to fechando com o Teco e com o anonimo (10:22), é só a primeira de muitas que deverão vir em frente patrocinadas pelo imbecil de pedra aka idiota funcional



Doutrinador

"ou o Governo não quer admitir que fez isso ganhar uma arrecadação extra ou essa terá sido apenas a primeira das idiotices que vem pela frente.

qual o seu palpite ??"

A arrecadação que virá disto é um troco. Portanto...

"Existem diversos estudos que mostram que a principal fonte de financiamento do investimento no Brasil são os lucros retidos. "

Cite dois.

De qualquer forma, nosso progressistas estão realmente muito preocupados com a distribuição de renda...

Irineu mandou muito bem!

"Só falta querer tributar a exportação de commodities."

Eu queria que faltasse...

"Eu li uma vez que GF mandou os exportadores "catarem coquinho" por causa da reclamação do cambio valorizado."

E você lá sabe ler?

"O setor produtivo Brasileiro viu como positiva essa medida,porque vai aumentar seu lucro além de que eles não precisam mais fazer hedge."

Hii Hoonnn

Carequinha economistas do mercado financeiro apoiaram essa medida,Luiz mendonça de Barros.

Tem o IEDI também que apoiou.O capital que estava vindo para bolsa era especulativo em um ano a bolsa nunca subiu 120% (em reais).

Mercado de capitais é importante quando existe fundamentos,quando não existe o capital vira especulativo.

O que posso dizer é que estou realmente assustado com o final desse governo. Fico mais assustado ainda com a possibilidade da ministra Dilma assumir a presidência com Luciano Coutinho no BC. Acho que o país acaba nessa configuração.
O que me deixa assim?? Intervenções:
- Aliquota de 2% do IOF - tentativa inóqua de controlar fluxos de capitais;
- Palpites contundentes de integrantes do governo em relação aos rumos da Vale, uma empresa privada;
- Movimentações políticas para trocas de diretores no Banco Central.

Espero que o país esteja mais maduro. O que faltam são instituições mais sólidas para dar uma maior garantia de que loucuras aconteçam.

"Mercado de capitais é importante quando existe fundamentos,quando não existe o capital vira especulativo."

Hiiiii Houuuun

1) Porque o Governo não corta os gastos, fixa uma meta menor de inflação e daí baixa a SELIC?
2) A entrada de capitais para um IPO será taxada? Se sim, isto não deveria ser considerado investimento direto e, portanto, não taxável no dizer do Mantega?
3) O "day-trade" em tendo lucro será taxável ao repatriar no mesmo dia?
4) Porque ao invés do IOF não aplicaram o IR por isonomia com o investidor nacional?

Não sei se deveria, mas ainda fico impressionado com a forma como decisões como essa são tomadas: sem nenhum caráter técnico e sem levar em conta as distorções que trazem. Para impedir uma possível "perda de competitividade" da indústria devido à valorização cambial, cria-se uma medida que dificulta o financiamento, impedindo o aprimoramento do estoque de capital (que levaria a um ganho de produtividade) e, oh!, tornaria nosso parque industrial mais competitivo.
/irônico mode on/ Bom, mas o Mantega deve saber o que está fazendo. /irônico mode off/

It is unbelievable...

Nos somos desenvolvidos o suficiente para produzir avioes para exportacao mas temos como professor de economia em nossa "universidade nacional" um cabra que escreve isso:

"A poupança das famílias é nagativamente afetada pelo aumento do salário real pelo fato de que um aumento do salário real atua no sentido de reduzir a assim chamada “razão de sacrífício”, ou seja, o percentual da renda das famílias que é comprometido com os encargos financeiros relativos ao seu endividamento. Nesse contexto, haverá um incentivo para o aumento do endividamento das famílias e, por conseguinte, uma redução da sua taxa de poupança."

It is un-frigging-believable!

"O"

O horror, o horror...

Quem foi o gênio progressista?

Comprar ADR lá fora não irá pagar IOF, mas tem o mesmo efeito de elevação no nível de preços na Bolsa. Parece que as ações serão prejudicadas são justamente as que mais precisam de capital para investimento, pois não têm ADR´s.
E a capitalização da Petrobrás? Vão colocar ADR´s na mesma proporção atual sem pagar IOF na entrada dos recursos? Afinal capital da Petrobrás é dividido da seguinte forma:União 32,2%; BNDES 7,6%; ADR 30,5%; Estrangeiros com capital declarado no BACEN 8,4%; Restantes 19,3%;

"O"

"A poupança das famílias é negativamente afetada pelo aumento do salário real..."

Tenho a solução para o problema!

Vamos todos para o bolsa família!!!

Um gênio explicando a idéia de um Sumidade.

É o Oreiro explicando o conceito de "substituição de poupança" do Bresser Pereira.

Poxa vida Alex, nao deu para reconhecer o inigualavel estilo literario do Oreiro?

Segundo nossos "progressistas", então, não podemos elevar o salário dos pobres porque eles vão gastar tudo em cachaça. Melhor deixar para os empresários que sabem cuidar melhor do dinehiro. Ou ainda deixar pro governo que toma conta com mais cuidado.

Capital especulativo, bolha, câmbio "competitivo"...

Esses caras usam uns conceitos porcamente definidos, sem nenhuma consistência. No mínimo, de dificílima avaliação empírica. Sempre se 'baseiam' em algo assim para sugerir política econômica.

Para completar, possuem uns critérios de julgamentos quase aleatórios sobre esses conceitos (na fina tradição conspiratória do "temos que enfrentar os banqueiros em nome do povo").

Na prática, isso significa dizer qualquer coisa prá defender qualquer coisa, fazer política ao vento. Em geral, num keynesianismo extremamente vulgar, sempre acaba com algo como "vamos bombar a demanda, esquece o resto". Seja G ou X-M (ou, prá ser um pouco menos keynesiano, i).

Alex, vc que possui espaço de mídia: que tal começar da base, questionando os conceitos que esses caras usam? Sei lá, apenas uma sugestão nascida do desalento.

Como a gente tira esses caras do volante?

Abs

Adorei seu post, estava com dúvidas em relação a essa taxação de capital estrangeiro e ele me ajudou bastante e também me fez refletir! Será que não teria outra medida para evitar a supervalorização do real?

"Cite dois"

http://www.ipea.gov.br/pub/td/td_99/td_653.pdf

http://www.arnaldopoggi.com/pdf/estruturadecapitalbndes.pdf

http://www.cvm.gov.br/port/Public/publ/PAPEL_CELULOSE.doc

Citei 3, tá bom?

Está certo que os trabalhos são um pouco antigos e que a captação no mercado de capitais aumentou bastante de 2006 para cá, depois que o Brasil virou "moda". Não encontrei trabalhos mais recentes na minha rápida pesquisa no Google. Mas ainda assim as empresas que têm acesso a esse mercado são apenas as "super top", que representam uma parcela pequena na formação bruta de capital fixo no país.

"Está certo que os trabalhos são um pouco antigos e que a captação no mercado de capitais aumentou bastante de 2006 para cá, depois que o Brasil virou "moda"."

É um pequeno problema. A média de emissão em mercados de capitais era pouco inferior a R$ 26 bi/ano (preços constantes) de 1995 a 2005.

Nos três anos seguintes pulou para R$ 86 bi/ano (mesmo zerada na segunda metade de 2008), umas 3.3x maior.

Fora isto, copio a conclusão de uma das citações:

"Entretanto, os exercícios realizados mostraram-se problemáticos, em razão da impossibilidade de controlar os efeitos da inflação, das mudanças de legislação e da sonegação fiscal sobre a fonte de informações utilizada (o balanço das empresas). O problema identificado não se esgota em 1994, ano em que teve início a estabilidade econômica no país, já que, como vimos, a própria Lei 8.200/91 gerou distorções que começaram a aparecer somente a partir de 1993."

Se isto é que de melhor você pode apresentar, melhor buscar outro assunto.(Ou aparecer com trabalhos que apoiem suas conclusões, não que reconheçam que não chegaram a conclusão alguma). Francamente...

"Será que não teria outra medida para evitar a supervalorização do real?"

Tem sim: fazer um ajuste fiscal com corte de gastos.

Abs

Alex

P.S. Gostei do blog.

"Entretanto, os exercícios realizados mostraram-se problemáticos, em razão da impossibilidade de controlar os efeitos da inflação, das mudanças de legislação e da sonegação fiscal sobre a fonte de informações utilizada (o balanço das empresas)."

o cara nem le o trabalho! como pode?

Vocês são tão previsíveis.

A turminha é tão unida.

"Vocês são tão previsíveis."

E você é tããããããoooo imprevisíveeelll... Uuuhuuu...

Se uma estimação problemática fosse critério de exclusão, metade dos papers publicados nas boas revistas de economia teriam que ser jogados no lixo.

Gostei da sua invenção de números. Segundo a ANBID, a emissão primária de ações em 2007 foi de R$ 33 bilhões e, em 2008, de R$ 40 bilhões. Em 2006 o número foi bem inferior a isso, modestos R$ 17 bilhões. Talvez você não saiba a diferença entre emissão primária e secundária. Posso tentar uma versão para colorir para você.

Talvez você esteja incluindo em sua conta a emissão de outros tipos de papel, como debêntures. Mas quem conhece esses números sabe que as empresas industriais têm pequena participação nesse mercado, dominado por empresas de leasing. Tente de novo.

Alex,o Brasil durante o governo FHC adotou algum tipo de controle de capitais indireto como agora tem feito com IOF para evitar uma entrada/saída de capitais muito grande?

Os Pós Keynesianos possuem um journal próprio, o "Journal of Post Keynesian Economics". E agora ele possui uma versão em português chamada "Valor Econômico".

O espaço deles lá é cada vez maior. Tanto que os economistas "progressistas" agora só usam citações do Valor para validarem seus argumentos.

E os nossos "progressistas" entraram de vez na onda "Pra Frente Brasil" e "Brasil: ame-o ou deixe-o".

O ufanismo tomou conta, e assim como mostramos para o mundo que podemos sediar uma copa e uma olimpíada, devemos também mostrar para o mundo que somos capazes de criar o "Fundo de Estabilização Cambial". Olhem a frase abaixo:

"...nossa pseudo-ortodoxia tupiniquim que tem complexo de vira-lata (os expoentes dessa (sic) “escola de pensamento” acreditam claramente que os brasileiros são incapazes de fazer qualquer coisa que preste por sua própria conta)..."

E viva a criatividade brasileira! Que "nunca na história deste país" foi tão forte.

Carequinha teve economistas que defendeu IOF de 10%.

"“O governo deveria ter taxado o IOF de 7% a 10%”, diz Giannetti
Segundo o economista e diretor de Comércio Exterior da Fiesp, o governo deveria seguir os princípios de Maquiavel: “fazer o mal de uma vez e o bem, aos poucos”
Por Viviane Maia

"O governo deveria ter colocado a taxa do IOF entre 7% e 10%", defendeu hoje o economista Roberto Giannetti da Fonseca, diretor de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

Ele acredita que uma porcentagem maior sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro em aplicações em renda fixa e ações poderia melhorar a competitividade do exportador e do importador. "Era importante que o mercado levasse um grande susto", afirmou. "Precisava fazer o mal de uma vez e o bem, aos poucos", disse Giannetti, citando Nicolau Maquiavel, pensador italiano, num encontro com jornalistas da revista Globo Rural e Época NEGÓCIOS.

Para ele, o governo deveria considerar o risco do desemprego com a baixa cotação do dólar. "Não se trata de protecionismo, mas é uma questão de favorecer os exportadores nacionais", afirmou.

Apesar disso, o economista elogiou a atuação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Ele está consciente desse problema", disse. Segundo o diretor de Comércio Exterior da Fiesp, a sugestão para resolver a questão do dólar é criar fundos de estabilização cambial. Assim, diz o economista, essa medida poderia impedir que o câmbio se valorizasse além da compra. Giannetti acrescentou que a situação do setor exportador poderá melhorar também com a redução de custos, investimento em inovação e modernização de processos.


Lucrécio

Hoje os juros internacionais estão baixos, mas há expectativas para aumentos conforme as expectativas de inflação futura determinem a tomada de decisões ao longo do tempo e as medidas "contraciclicas" adotadas apontam para isso.

Muito bem: nesse caso deverá haver uma competição internacional por dinheiro num futuro próximo (por mais relativo que seja o próximo). Nesse sentido, querer escolher capital nessa hora, parece ser uma aberração. Comum quando vem do governo, a euforia desse momento pode não ser sustentável e então?! Bom, então será outro governo!

Mauricio

Alex,

Já leu?

http://jlcoreiro.wordpress.com/2009/10/23/politica-cambial-e-a-quermesse-do-dr-geninho-valor-economico-23102009/

hahaha

Parece que estão querendo imitar seu estilo!

Detalhe para a analogia com o Tyson que aparece no final, totalmente desconexa. O pior é que chamar alguém de Mike Tyson do debate econômico não seria uma crítica, mas um elogio!

"Se uma estimação problemática fosse critério de exclusão, metade dos papers publicados nas boas revistas de economia teriam que ser jogados no lixo."

Pode até ser, mas quando o autor fala (e eu cito): "Entretanto, os exercícios realizados mostraram-se problemáticos, em razão da impossibilidade de controlar os efeitos da inflação, das mudanças de legislação e da sonegação fiscal sobre a fonte de informações utilizada (o balanço das empresas)" uma pessoa com mais de um neurônio não usaria isto como evidência a favor de qualquer tese.

"Gostei da sua invenção de números. Segundo a ANBID, a emissão primária de ações em 2007 foi de R$ 33 bilhões e, em 2008, de R$ 40 bilhões. Em 2006 o número foi bem inferior a isso, modestos R$ 17 bilhões. Talvez você não saiba a diferença entre emissão primária e secundária."

Tentou olhar no site da CVM? Você ficaria surpreso como pesquisar os números traz resultados bem melhores do que chutá-los. E, sim, as debêntures também estão aí, ou você acha que é só equity que financia investimento.

Vá pesquisar mocinho...

"Carequinha teve economistas que defendeu IOF de 10%.

"“O governo deveria ter taxado o IOF de 7% a 10%”, diz Giannetti"

Nossa! Agora me convenci! Justo o Roberto Giannetti, que nunca fez lobby...

Alex, o problema eh que voce assume que a economia eh um sistema fechado onde os agentes nao tem criatividade, enquanto os proponentes dos controles de capital reconhecem a inventividade e capacidade de inovacao dos agentes. Por isso, voce eh careca e o Oreiro nao. Ou alternativamente, por isso voces dois sao carecas, mas cuidado com o Mike Tyson que ele pode sair dando porrada!

Alex,

novamente o Oreiro usa aquele raciocínio do risco-país que você ja refutou.

Mas ele também usa outro argumento, que é a inércia inflacionária. O câmbio real se apreciaria mais devido à lentidão da inflação em cair. Qual é a defasagem para a inflação refletir a contração de demanda e oferta de produtos importados? É significativo este tempo?

"Mas ele também usa outro argumento, que é a inércia inflacionária. O câmbio real se apreciaria mais devido à lentidão da inflação em cair. Qual é a defasagem para a inflação refletir a contração de demanda e oferta de produtos importados? É significativo este tempo?"

Rogério, o argumento é irrelevante, porque o efeito do aperto fiscal é depreciar o câmbio real. A dinâmica pode até ser interessantes, mas o efeito final é depreciação do câmbio real.

Ou seja, se a inflação demora para cair (portanto o câmbio real se aprecia na dinâmica de transição), ela também demora para subir (a menos que tenham inventado a inércia-só-do-lado-que-me-interessa, que, em certos casos, é um lado só mesmo). O que significa um câmbio mais depreciado quando a nova dinâmica transicional ocorrer.

"mas cuidado com o Mike Tyson que ele pode sair dando porrada!"

Some like it rough...

Depois que o Valor Econômico deu como referência na semana passada um "paper" do mestre Bresser sobre "doença holandesa" e a repórter ainda afirmou que nesse "paper" é demonstrada a existência da "doença holandesa" no Brasil chegamos definitivamente ao fundo do poço....Relembrando a todos que nesse "paper" é que são definidos os "câmbios de mercado" e de "equilíbrio industrial"....Dou essa referência clássica para ilustrar a técnica mais utilizada pelos cientistas sociais e "economistas" heterodoxos brasileiros: simplesmente sair "cagando" uma regra (tipo "câmbio industrial", "doença holandesa")e desprezar qualquer consistência mínima ou evidência empírica; daí, num estágio seguinte, o jornalista vai lá e publica a idéia do sujeito...(realmente, fica cada vez mais provado que não se precisa de "diploma" para exercer a profissão...). Como dizia o Ivan Lessa, o "brasileiro é um povo com os pés no chão.....e as mãos também!!" Só aqui mesmo os Orelhos, de Paulas, Bressers, Retardins de Carvalho, Galas, Beluzzos e afins conseguem acesso a imprensa!!! Finalizo com a brilhante descrição da trupe acima feita pelo nosso querido "O":

A definicao de heterodoxo que eu tenho usado sao economistas para qual valem algumas dessas caracteristicas, algumas metodologicas, outras nao:

- odeia dados

- odeia estatistica, acha que econometria eh algo do demonio

- cita Keynes, mesmo fora de contexto, para tudo, como um aluno de madrassa cita o Corao

- segue a pratica de catar citacoes de economistas do Norte Malvado fora de contexto para construir argumentos de autoridade

- nao consegue entender porque a obra do Ignacio Rangel eh um lixo

- nao consegue entender porque o Belluzzo como economista eh ridiculo

- acha que Thirlwall eh o nome de um economista respeitavel, cuja obra ajuda-nos a entender o mundo

- consegue no mesmo paragrafo criticar o banco central pelo efeito devastador das taxas de juros altas e logo apos descrever como a transmissao de politica monetaria no Brasil eh emperrada

- recomenda alunos de pos-graduacao a nao estudar muito, "pois as vezes um bom economista nao eh aquele que estudou mais"

abs

Rogério Ceni

Professor, nao é por nada não, mas neste debate voce esta tomando uma lavada...

O tao brilhante economista que estudou nos EUA, chamado por alguns de marketeiro, mal sabe ser honesto.

Nao sei como o Santander te atura, quer dizer, na verdade eu imagino...

Dr. Geninho... auhauahuahuahauhauhauh...

Tadinho de vc careca...

"Professor, nao é por nada não, mas neste debate voce esta tomando uma lavada...

O tao brilhante economista que estudou nos EUA, chamado por alguns de marketeiro, mal sabe ser honesto."

Lavada, santa? Não é o que seu IP diz...

Fala, Alex!

Vi a resposta do Oreiro no Valor de hoje (23/10).

Cara, eu juro que eu não entendo esses caras.

Se a economia é tão imprevisível, complexa, dinâmica como eles falam, então pra quê controlá-la?
Ainda que os ortodoxos estivessem errados e a economia fosse mais imprevisível do que afirmam, então qual é o ponto em se controlar o câmbio?

A análise caótica levaria à recomendação de que a melhor opção é não tentar intervir no caos!!!

"Se a economia é tão imprevisível, complexa, dinâmica como eles falam, então pra quê controlá-la?"

Chega a ser pior: se é tudo isto, como estudá-la? O desprezo pelos dados (ver acima), pode ser resultado direto de quem não consegue ver as regularidades empíricas, ou pior, não acredita nelas.

Daí a "análise" econômica por introspecção. De preferência bem longe dos dados.

"análise" econômica por introspecção?! Isso eh bondade demais... Estah mais para analise economica por contracao intestinal.

"O"

Bem, é um momento introspectivo...

Porque gastar tanta tinta (na verdade é só tempo com o Oreiro?
Fui ler o tal artigo no VALOR e fiquei sem saber quem é o Dr. Geninho. Existe o personagem?
Melhor ler o artigo do dia anterior do Marcio Dias (se bem me recordo) da PUC do Rio.

Tambem dah para notar um profundo ressentimento do Oreiro contra o Alex...

Como se o fato do Alex ter se esforcado mais, ter feito os sacrificios necessarios para ter o PhD em economia em uma escola de ponta (ao inves do doutorado feito no Brasil) fizessem dele uma pessoa menos digna de respeito.

Eh o culto a mediocridade... Quanto mais incompetente o economista, mais respeito ele recebe nos rincoes e quermesses pterodoxos.

"O"

Essa eu deixei passar....saiu no sensacional Valor Econômico no último dia 20....Bresser Pereira estréia no mercado financeiro...e fica a pergunta no ar: será que o pessoal da Bresser Asset vai conseguir estimar a taxa de câmbio de "equilíbrio industrial"?? Para quem tiver curiosidade de ler o texto, notar o comentário da jornalista..."Enquanto Bresser-Pereira combina a análise científica da economia..." . Bresser fazendo análise "científica"????

abs

Rogério Ceni
(com tudo para cima do peixe no domingo)

Oreiro deve se lamentar porque não entrou em nenhuma TOP 5.

Carequinha você se esquece que um aperto fiscal maior diminui a demanda domestica,o que aprecia o cambio real.

Lucrécio

"você se esquece que um aperto fiscal maior diminui a demanda domestica"

E você, obviamente, não pensou que é exatamente por este motivo que o BC baixa os juros, mantendo a demanda doméstica. Por que não me surpreendo?

P.S. E queda da demanda doméstica deprecia o câmbio, animal!

Aprecia porque vai sair menos dólares,2006 foi um exemplo.

Lucrécio

"Aprecia porque vai sair menos dólares,2006 foi um exemplo."

Hiii Hoooonnn!

1) A demanda doméstica cresceu 5.4% em 2006, contra 3.8% em 2005;
2) Em 2007 cresceu 7.2% e em 2008 6.9% (por causa do quarto tri; até 3T08 o crescimento batia 8%);
3) Ao longo de todo este período o câmbio se apreciou (exceto quando a demanda doméstica despencou, em 4T08, precisamente o oposto da sua tese).
4) Achar que o câmbio é determinado pela balança comercial é algo que, espera-se, não sobreviva ao final de introdução à economia. Aparentemente as condições no interior do seu crânio permitem a proliferação de coisas estranhas. Já pesnou em desinfetar?

Sim e os termos de troca? Parece que não existem.O aumento da demanda domestica com uma demanda domestica menor valoriza o cambio.

Lucrecio

Carequinha, as vezes da a impressao que vc escreve coisas bestas pra vc mesmo responder corretamente, e dar-nos a impressao de que vc sabe algo...

"O aumento da demanda domestica com uma demanda domestica menor valoriza o cambio."

Realmente, o aumento da demanda quando a demanda cai faz o câmbio subir quando cai e cair quando sobe. E o contrário também...

Professor Alex, vc poderia ser mais honesto.

Enquanto os pterodoxos afirmavam que o cambio se apreciava devido ao diferencial de juros, vc insistia na "brilhante" ideia de que era a Balanca Comercia a grande responsavel pela apreciacao. Agora vem dizer que esta analise é fruto de alguem do nivel introduçao a economia. Da um tempo vai...

Honestamente, uma contracao fiscal contrai a demanda domestica diretamente. Mesmo sob a hipotese otimista que a partir dai os juros cairiam, a nao ser que seja uma boa queda de juros (dificil dada lentidao do BC, e sistema de Metas em conjunto), ai sim a demanda poderia se expandir.

Mas como vc mesmo prega, os dados mostram que a principal fonte de ingresso hj no Brasil é IED e Bolsa. Uma queda dos juros elevariam aplicacoes na Bolsa. Tudo bem cairiam aplicacoes em titulos do governo (o que é duvidoso dado diferencial de juros elevado que se mantera), mas de qualquer forma a tendencia é de que os IED permanecam ou ate se elevem com queda de juros. Soma-se que contracao da demanda deve contrair demanda por M, entao careca idiota, o cambio nao deprecia, mas tudo indica que depreciaria nessa tua situacao...

bj na careca

Essa discussão está descambando para uma falta de objetividade.
Gosto de ver a situação com um gráfico de Meade-Swan. No eixo vertical o câmbio real e no horizontal Absorção. No gráfico duas curvas se cruzam: uma do EE (equilíbrio externo)que sobe da direita para a esquerda e a do EI (equilíbrio interno)que desce da esquerda para a direita. No seu cruzamento se dá o equilíbrio.
Em 2007/2008(até 3ºT) o que ocorreu foi: choque de aumento de preços de commodities (com repercussões nos preços internos); aumento da taxa de juros (reduz absorção); aumento do superavit primário; grande liquidez internacional; tudo levando à apreciação do câmbio. Já no último trimestre de 2008: grande crise de liquidez externa e interna; queda dos preços das commodities; que levaram á depreciação cambial sem repercussões na taxa de inflação, como alguns diziam que iria acontecer. Além disso quando o BC viu que a coisa era grave e as expectativas de inflação estavam em queda baixou os juros.
Estamos vendo a retomada do ciclo anterior. Só que agora com uma diferença: O Brasil apresenta oportunidades relativamente aos demais de excelentes retornos e, portanto, a taxa de 2% só afasta (nem precisa porque há os ADR´s) os capitais que entrariam só para especular, sem afastar os investimentos que continuam vindo, e o câmbio vai se apreciar.
O problema é os elogios do FT encham a cabeça do Mantega e ele resolva continuar com remédios que não curam, ao invés de atacar os gastos.

"as vezes da a impressao que vc escreve coisas bestas pra vc mesmo responder corretamente, e dar-nos a impressao de que vc sabe algo..."

Já você escreve coisas bestas sempre, e NUNCA dá a impressão que sabe qualquer coisa.

"Enquanto os pterodoxos afirmavam que o cambio se apreciava devido ao diferencial de juros, vc insistia na "brilhante" ideia de que era a Balanca Comercia a grande responsavel pela apreciacao. Agora vem dizer que esta analise é fruto de alguem do nivel introduçao a economia. Da um tempo vai..."

Pena que você não saiba ler. Se soubesse teria notado que eu NUNCA disse que o diferencial de juros não importava. Teria talvez notado que eu disse que o diferencial de juros CAÍRA e, portanto, não poderia explicar a APRECIAÇÃO do câmbio.

Por exemplo:

[N]ossos keynesianos de quermesse (...) apontam a taxa de juros como o fator que tem levado ao fortalecimento do real, aparentemente alheios ao fato do diferencial entre o juro brasileiro e o americano ser hoje menor do que há alguns meses, quando o real era bem mais fraco. De fato, em dezembro o diferença de taxas era 13,5%, caindo para algo como 10%. Se o juro explica tudo e era maior lá atrás, por que a moeda só se valorizou agora?

http://maovisivel.blogspot.com/2009/06/cambio-scotch-e-agua-tonica.html

ou ainda

"De fato, nos últimos 18 meses a diferença entre as taxas de juros no Brasil e EUA caiu de 15% a.a. para um valor próximo a 7% a.a. Ninguém duvida que uma nova redução desta diferença daqui para frente depreciaria o real (pelo contrário, muitos clamam por isso), mas, por motivos que me escapam, não admitem que a queda de oito pontos percentuais no diferencial de juros desde outubro de 2005 poderia ser responsável por muitas coisas, menos pela apreciação da moeda."

http://maovisivel.blogspot.com/2007/05/lgica-da-convenincia.html

Já para você, o diferencial de juros não importa. Como é que eu sei? Porque você escreve: "cairiam aplicacoes em titulos do governo (o que é duvidoso dado diferencial de juros elevado que se mantera)".

Português lamentável à parte, seu raciocínio (na falta de nome melhor) é o seguinte: com qualquer diferencial de juros a moeda se aprecia. Seja 15%, seja 7%, seja 1%, se houver diferencial a moeda se aprecia para sempre. Se isto valesse, o dólar australiano iria se apreciar indefinidamente, para pegar um só exemplo.

Também nunca falei que era a balança comercial que apreciava a moeda, mas os termos de troca (que podem ser capturados pelo comportamento do preço de commodities). Por que? Porque termos de troca definem o câmbio de equilíbrio e o câmbio de equilíbrio relativamente ao corrente define a arbitragem de taxa de juros.

E também nunca disse que o fluxo que determina a taxa de câmbio. Na verdade disse precisamente o contrário.

"Por exemplo, o longo processo de apreciação da moeda que se estendeu de 2004 até a primeira metade de 2006. Na ocasião, a média dos fluxos financeiros líquidos no período foi negativa. Nem precisamos recuar tanto. Na primeira metade do ano passado, quando o dólar veio de R$ 1,96 para R$ 1,78, o fluxo financeiro médio foi negativo novamente."
Para o economista -e colunista da Folha-, a apreciação do real nos últimos meses tem relação direta com outro fator: o preço dos produtos básicos.
Segundo ele, quando os preços de commodities sobem, o real se aprecia, e quando os preços caem, o real se deprecia. Isso poderia ser observado nos últimos três anos, e não apenas no último trimestre, período coberto pelo estudo da Fiesp.
"Não quero dizer que não haja outros determinantes [para a valorização do real], incluindo a diferença das taxas de juros. Mas noto que a diferença da Selic caiu, do começo do ano para agosto, de 13,15% para 8,47%, o que deveria fazer o câmbio se depreciar."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi3108200915.htm

Vale dizer, se alguém tem mantido a coerência nesta história, é o papai aqui.

Mas não se preocupe. Ainda há escolas para alfabetização de adultos.

P.S. "Soma-se que contracao da demanda deve contrair demanda por M, entao careca idiota, o cambio nao deprecia, mas tudo indica que depreciaria nessa tua situacao..."

Que contração da demanda, seu bolha? Seguindo-se à contração fiscal a taxa de juros cai. Mesmo que a Selic não caia imediatamente, a estrutura a termo se move, e é a taxa de juros mais longa que determina a evolução da demanda.

Trata-se de um trade-off entre contração fiscal e afrouxamento monetário, com o resultado de produzir um câmbio mais fraco. Mas no seu mundo não tem trade-off. Deve ser um daqueles que, nas palavras imortais do Rogerio Ceni "consegue no mesmo paragrafo criticar o banco central pelo efeito devastador das taxas de juros altas e logo apos descrever como a transmissao de politica monetaria no Brasil eh emperrada"

Pode beijar o careca... Só não pode beijar o meu.

"Gosto de ver a situação com um gráfico de Meade-Swan. No eixo vertical o câmbio real e no horizontal Absorção. No gráfico duas curvas se cruzam: uma do EE (equilíbrio externo)que sobe da direita para a esquerda e a do EI (equilíbrio interno)que desce da esquerda para a direita. No seu cruzamento se dá o equilíbrio."

Perfeito. É isto mesmo!

Deve ser um daqueles que, nas palavras imortais do Rogerio Ceni "consegue no mesmo paragrafo criticar o banco central pelo efeito devastador das taxas de juros altas e logo apos descrever como a transmissao de politica monetaria no Brasil eh emperrada"

Palavras imortais, sim!

Mas nao do Rogerio Ceni, e sim do Tio "O"

Péssima coluna, Alex.

Receio que tenha contratado um estagiário.

Abraço, Pai Alex.

Caos, sistemas dinamicos e economia.

Quando eu era jovem e sabia um pouco de matematica, eu ouvi falar sobre caos em sistemas dinamicos.

Lendo a literatura voce rapidamente aprende que existem dois grupos que falam e escrevem sobre o assunto.

De um lado voce tem o grupo com caras como Steven Smale, Michael Shub, Jerrold Marsden, na tradicao estabelecida por Levinson, Littlewood, Arnold, e indo ate o comeco do seculo XX com Poincare.

Do outro lado, voce tem os caras que falam de borboletas batendo asas e afetando o clima, da impossibilidade de se entender e controlar "caos," e outras cositas mais.

O resto fica pro leitor como licao de casa...

PIG

Pelo que eu entendi do argumento do Oreiro eh que economia eh tao complexa que nos devemos ouvir o conselho de um orelhudo que nao consegue entender o efeito de uma reducao do risco pais em um modelo Mundell-Fleming.

Renee Descartes era carequinha?

Eu que sou economus ignoranomusacho que os economistas heterodoxos dizem o seguinte:

1. O mundo economico eh muito complicado pra modelo e analise matematica similar a que e feita por fisicos e engenheiros.

2. Ai, eles vao em frente, propoe acoes especificas e fazem previsoes dos efeitos das suas propostas (eg, IOF, cambio, crescimento)

3. Seria de se esperar que a essa altura do campeonato (usado retoricamente aqui, por que nos nao nos importamos com futebol), seria possivel estabelecer empiricamente qual metodologia e melhor. Se o uso de modelos matematicos e a logica que eles impoe sao ou nao superiores.

4. E ai que o negocio fica interessante: quando deparados com evidencia empirica que suas previsoes estao erradas (eg, Argentina), os heterodonticos sempre dizem que algum efeito exogeno corrompeu a trajetoria. Ou seja, voltam implicitamente ao numero 1 acima: nao da pra fazer previsoes robustas.

Eu acho que eles tem que decidir: ou e possivel fazer previsoes (eg, hipoteses de causa e efeito) e testa-las empiricamente, ou nao.

Se nao for, entao eles precisam parar de usar as palavras ciencia e economia na mesma sentenca.

Se for, entao eles precisam aceitar o veredito da evidencia empirica e parar de falar sobre sistemas caoticos, sistemas abertos ou fechados, e outros conceitos que tem significado preciso totalmente irrelevante pra essa discussao.

PIG

PIG, um pouco mais de sinceridade, porque tambem é facil construir uma visao absurda acerca de um economista ortodoxo. É bastante obvio que um heterodoxo não se resume ao descrito acima, até porque é muita ambição tentar transformar um grupo tão amplo de heterodoxos (como a própria definição do nome já sugere) num só tipo de farinha e colocar tudo num saco só.

Em relação ao Dr. Geninho, entao voce acredita que o impacto de uma redução de juros tende a ser mais impactante do que uma política fiscal contracionista sobre a demanda agregada? Os mecanismos de transmissão da política monetária garantem o que voce propoe (dado que a política fiscal atua diretamente sobre a demanda agregada)?

E vc acredita mesmo Dr. Geninho que o influxo de capitais que não param de chover na horta do Brasil, por alguma razão, perderiam o impacto apreciador atual sobre o real porque o país terá feito um ajuste fiscal? Então o resultado, um tanto quanto misterioso, seria depreciação cambial decorrente de um ajuste fiscal? O resto que influi na determinação do câmbio vai pro espaço?

Olha são perguntas que lhe faço, não se ofenda se pareci arrogante, até porque sei que voce vai brincar com a minha fala e complementar com alguma gracinha. Mas de verdade, estruture melhor os impactos de um ajuste fiscal sobre o cambio, talvez num artigo, seguindo um raciocínio que nos faça entender a propagação desse movimento...

Grato

BIG

E complementando no que pude notar da discussão acima:

Alex: "E você, obviamente, não pensou que é exatamente por este motivo que o BC baixa os juros",

Mas depois vc disse: "Mesmo que a Selic não caia imediatamente, a estrutura a termo se move, e é a taxa de juros mais longa que determina a evolução da demanda."

Mas também disse: "E você, obviamente, não pensou que é exatamente por este motivo que o BC baixa os juros, mantendo a demanda doméstica."

Mas tudo bem, o resultado de uma política monetária expansionista pode recuperar os efeitos depressivos de um políca fiscal contracionista (mesmo que seja via estrutura a termo). Mas até aqui, demanda agregada não alteraria o cambio nem pra cima nem pra baixo. Repare que eu falei demanda agregada.

Passemos para os outras possiveis influencias no cambio: IED não se reduziriam num momento como este, e provavelmente aumentaria dado cenario de pol. monetaria expansionista e pol. fiscal sob ajuste contracionista, logo, via IED o cambio se apreciaria (pelo menos teria sentido de apreciação).

O diferencial de juros de fato cairíam, mas, também veio caindo até o momento e o fluxo se mantém no sentido de apreciar o real. Nao é nenhum absurdo supor que uma queda de juros (que certamente não será drastica), alterariam o quadro apreciador que esta conta vem demonstrando até o momento...

Entao Alex, como o cambio depreciaria tão obviamente como vc argumenta??? Logico se a demanda cair, mas pra isso a estrutura a termo deve exceder os efeitos contracionistas da pol. fiscal e como vc tem tanta segurança nisso a ponto de fazer hin hoonn pros outros?

Vc disse: "Será que não teria outra medida para evitar a supervalorização do real?"

Tem sim: fazer um ajuste fiscal com corte de gastos. E a partir de uma magica o cambio depreciaria, ou se manteria, ou entao não se supervalorizaria (i.e. não tão aceleradamente quanto agora)..."

Explique-nos melhor, porque está difícil de acreditar nos seus argumentos... Parece que você está forçando a barra por um ajuste fiscal à toda custa... Ou nao?

Sem gracinhas pra mim... Nao implique com erros de portugues, mas tente responder as perguntas feitas ou as duvidas apresentadas...

BIG

"Explique-nos melhor, porque está difícil de acreditar nos seus argumentos... Parece que você está forçando a barra por um ajuste fiscal à toda custa... Ou nao?"

Duas abordagens podem mostrar este resultado. O primeiro já foi mencionado aqui, pelo Smart Planning.

"Gosto de ver a situação com um gráfico de Meade-Swan. No eixo vertical o câmbio real e no horizontal Absorção. No gráfico duas curvas se cruzam: uma do EE (equilíbrio externo)que sobe da direita para a esquerda e a do EI (equilíbrio interno)que desce da esquerda para a direita. No seu cruzamento se dá o equilíbrio."

Uma redução do gasto público tende a reduzir o preço dos não-comercializáveis (porque o gasto é concentrado neste tipo de bem, p.ex, funcionalismo, que sozinho equivale a quase 15% do PIB), e portanto, a depreciar a taxa real de câmbio. Num regime de câmbio flutuante, com rigidez de preços nominais, isto se manifesta pela depreciação do câmbio nominal.

O outro está no meu relatório da semana passada. Quando tiver tempo eu posto o modelo. Quem quiser receber o relatório sabe o meu e-mail.

Do jeito que as coisas estão se encaminhando, o governo gastando mais em despesas correntes e investindo menos, cairemos na situação dos deficits gêmeos: em conta corrente e fiscal. Isso conduz a expectativas de retorno de inflação e farão com que o Bacen não reduza os juros e, em algum momento no próximo ano, volte a subi-los. 2010 será um ano eleitoral.
A contração fiscal no primeiro momento reduz a absorção e apreciaria o câmbio, se simultaneamente não alterasse as expectativas de inflação que permitiriam a redução da SELIC, e mais, o BACEN poderia mais que esterilizar as entradas de capital aumentando as reservas e daí depreciando o câmbio a um nível mais depreciado que se encontrava antes do início do movimento.
O raciocínio está correto?

"O raciocínio está correto?"

Impecável.

Luciano Coutinho lança candidatura `a presidência do BC: Saiu no ESTADÃO "Governo deve segurar gastos públicos para manter crescimento".

Fiquei com a mesma impressão...

"...o BACEN poderia mais que esterilizar as entradas de capital aumentando as reservas e daí depreciando o câmbio a um nível mais depreciado que se encontrava antes do início do movimento.
O raciocínio está correto?"

"Impecável."

Mas calma aí, o cambio depreciaria PORQUE? Poderiam depreciar na existancia de deficits gemeos (o que nao é garantido também pois o Brasil ano passado chegou a ter deficits gemeos e o cambio nao depreciou), mas a partir do momento que o ajuste fiscal ocorre PORQUE o cambio depreciaria? A nao ser que a citada intervenção esterelizada altere o cambio, e ai seria o contrario do que vc propoe, Alex, em sua discussao com o Oreiro...

O ajuste fiscal faz milagre???

Que piensas tu?

"Mas calma aí, o cambio depreciaria PORQUE? Poderiam depreciar na existancia de deficits gemeos (o que nao é garantido também pois o Brasil ano passado chegou a ter deficits gemeos e o cambio nao depreciou), mas a partir do momento que o ajuste fiscal ocorre PORQUE o cambio depreciaria?"

O ajuste fiscal reduziria a demanda agregada. De imediato, a queda na demanda agregada significaria uma reducao na demanda relativa dos bens domesticos, e assim uma pressao de queda no preco relativo dos bens domesticos. Para evitar uma deflacao, como temos um regime de metas de inflacao, os juros cairiam e a combinacao de taxa de cambio depreciada devido a queda dos juros e precos de bens domesticos mais baixos devido a contracao da demanda por estes bens causariam uma queda de nosso cambio real (assim aumentando a competitividade de nossas exportacoes).

Nada que um bom aluno de graduacao nao possa explicar.

"O"

Alex,

Que semana interessante;

1) O governo define um IOF e a taxa de cambio segue se apreciando (mais devagar pelo menos por agora, mas segue), ou seja eles querem uma boquinha da grana que tá entrando, não é que o Garotinho tava certo, o PT é o partido da boquinha.

2) O governo resolve começar a retaliar a Argentina, com suspensão das liberações automáticas de licença de importação (payback is a bitch!), imagina se além de pneu eles também começam a boicotar carros.

3) Com a desvalorização do Dollar e a valorização do Euro vai ficar dificil pro Sarkozy ou pros Suecos conseguirem fazer o preço dos jatos igual ao dos Americanos.

4) O Luciano Coutinho resolveu pregar que o governo tá gastando muito e rezar pela mesma cartilha do Meirelles.

Só falta agora o Lula concordar e começar a cortar gastos; parar de viajar de Aerolula, não comprar um E195 versão presidencial, rever o projeto FX2, cancelar o sonho de um submarino nuclear que é desnecessário, reduzir o número de ministérios de 30+ para algo como 12 ou 18, vender os portos, os aeroportos, fechar de vez a Telebras, deixar o Agnelli em paz, esquecer o trem bala, colocar o Itamaraty para cobrar o que a Bolivia nos deve, esquecer a Petrosal, aposentar o Samuel Pinheiro Guimarães, mandar o Marcos Garcia para a embaixada de Cuba, mas tem de fazer tudo isso até o dia 31 de outubro.

Aí sim eu vou acreditar nas bruxas!

Claro e se o Fluminense conseguir ser rebaixado eu até viro seguidor delas.

Beleza Alex,
Um pergunta rápida, li um artigo publicado na revista da UFRJ (Eco. Cont) que calcula a duration da LFT. Esse trabalho tem sido usado por várias pessoas para afirmar que a duration da LFT (Macaulay e modificada) é zero. Confesso que a primeira vez que ouvi essa informação, que foi durante um debate na câmara, fiquei meio embaraçado. Lembrava vagamente de uma história, de fato uma das restrições da duration de Macaulay, que dizia que esse método só pode ser usado para títulos com fluxos de caixa inelásticos a variações nos juros. De fato, na página 406 do “The Econometrics of Financial Markets” (Campbell, Lo e MacKinlay) existe a seguinte afirmação: “... both Macaulay’s duration and modified duration assume that cash flow are fixed and do not change when interest rates change”.
O método correto de cálculo para LFT, que tem fluxos de caixa bastante elásticos a variações nos juros, não seria algo como effective duration?!
Como quem defendeu esse artigo acredita que Markowitz se escreve com c e não com k, fiquei meio na dúvida sobre se minha observação estava sendo severa demais.
Abs
JC

Alex e demais,

fiz direito e amo economia. quais livros poderia ler (preferencialmente em portugues), me ajudariam a entender essas logicas de demanda, juros, cambio, etc, etc

desde ja agradeço

Beto

Alex, nova contribuição literária da turma do Belluzzo:

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4059819-EI6579,00-Facamp+lanca+classicos+do+pensamento+economico+brasileiro.html

Detalhe que qualquer curso na FACAMP tá uns 2000 por mês.

Alex você ja viu essa palestra do Paul Romer?

A idéia radical de Paul Romer: Cidades-Manual:http://www.ted.com/talks/lang/por_br/paul_romer.html

Na Turquia preferiram a isonomia do Imposto de Renda: On October 16, Turkey's Constitutional Court ruled that foreign investors should pay tax on profits from bonds and currency futures contracts. The government has nine months to address the ruling. The decision applies to bonds and currency futures contracts, but not to equities. The case, brought by the opposition CHP, said foreign investors and locals should be treated equally with regard to the withholding tax on bonds and shares. Locals pay 10% in withholding taxes and international investors now pay 0%.

Para posicionar o debate de política anti-cíclica em terras distantes, tanto geograficamente quanto intelectuamente falando:

"Rich Germans demand higher taxes. From http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8321967.stm"

"Germany could raise 100bn euros with the wealth tax, say the petitioners.
A group of rich Germans has launched a petition calling for the government to make wealthy people pay higher taxes.

The group say they have more money than they need, and the extra revenue could fund economic and social programmes to aid Germany's economic recovery.

Germany could raise 100bn euros (£91bn) if the richest people paid a 5% wealth tax for two years, they say.

The petition has 44 signatories so far, and will be presented to newly re-elected Chancellor Angela Merkel.

The group say the financial crisis is leading to an increase in unemployment, poverty and social inequality.

Simply donating money to deal with the problems is not enough, they want a change in the whole approach.

"The path out of the crisis must be paved with massive investment in ecology, education and social justice," they say in the petition.

Those who had "made a fortune through inheritance, hard work, hard-working, successful entrepreneurship, or investment" should contribute by paying more to alleviate the crisis.

The man behind the petition, Dieter Lehmkuhl, told Berlin's Tagesspiegel that there were 2.2 million people in Germany with a fortune of more than 500,000 euros.

If they all paid the tax for two years, Germany could raise 100bn euros to fund ecological programmes, education and social projects, said the retired doctor and heir to a brewery.

Signatory Peter Vollmer told AFP news agency he was supporting the proposal because he had inherited "a lot of money I do not need".

He said the tax would be "a viable and socially acceptable way out of the flagrant budget crisis".

The group held a demonstration in Berlin on Wednesday to draw attention to their plans, throwing fake banknotes into the air.

Mr Vollmer said it was "really strange that so few people came". "

Talvez explique pq a Alemanha não entrou na onda (anti-ciclica) de cabeça. A sociedade por lá escolhe o que quer: não quer inflação e não quer déficit. Gastos do governo, isto é, infra-estrutura, ecologia e educação somente com orçamento real e não fictício.

Martins

"Talvez explique pq a Alemanha não entrou na onda (anti-ciclica) de cabeça. A sociedade por lá escolhe o que quer: não quer inflação e não quer déficit."

Porque o consenso entre policy-makers na Alemanha é que déficit fiscal afeta a competitividade da indústria, que é o objetivo primordial da política econômica naquele país.

Irineu

A função destes caras é usar seus títulos e teses para dar sustentação intelectual para uma porçao de bandalheira política. O problema não é acadêmico, é caso de polícia mesmo.

Muito bom o artigo do Martin Wolf no Financial Times de hoje. Faz a resenha do livro "Wall Street Revalued: Imperfect Markets and Inept Central Bankers, Wiley 2009" de Andrew Smithers. Fala sobre "How mistaken ideas helped to bring the economy down: The era when central banks could target inflation and assu.. ver em http://bit.ly/nW8IV

Caro Beto,

para se iniciar no mundo da economia, sugiro fortemente:

Simon & Blume. Matemática para Economistas

Se não gostar do assunto, abondone a economia, pois ela não é para vc.

Mas caso, mesmo não gostando de matemática, ainda queira a todo custo ser economista, ainda restará DAS KAPITAL.

Abraço do Pai Alex

Pai Alex, ajude o rapaz.
Beto, uma insanidade sua primeira leitura ser o Simon. Ele te ensinará matemática, o que é essencial.
No entanto, vc precisará de alguns conceitos prévios para entender inclusive algumas partes do Simon que ele aplica matemática para microeconomia.
Comece pelo Hal Varian, Microeconomia: princípios básicos
Para macro sugiro o Macroeconomia do Dornbusch e Fisher.
Ahh e vá lendo o Simon tb, mas começe com aqueles.
Abraços

Poxa,

valeu já aprendo muito lendo os comentários aqui. Vou enfiar a cara nesses 3 livros

abraços

Beto

Coincidência ou não, eu estou estudando com base no livro do Varian, do Dornbusch, do Simon e do Simonsen(2009).

E um ou outro material que encontrei na internet. Pena que terei de interromper os estudos um certo tempo, pois tenho umas pendências aqui para resolver. Mas está interessante.

Irineu

Seu cometário corrobora o post sobre a Alemanha e mais, o que estamos debatendo aqui. Ou seja, a competitividade (comercial) de uma nação se faz através de politicas que induzem maior produtividade, aquelas que deslocam a curva OA de longo prazo.
Obviamente, preço nominail relativo (i.e.: câmbio) não é instrumento para tal percepção. só induz a maior distorção.

Martins