teste

terça-feira, 25 de abril de 2017

barboooosa, o malandro

Confesso que leio alguns (não todos) textos de nelson barbosa e até coisa bem pior, como, por exemplo, o manifesto de “intelectuais” brasileiros defendendo o retorno da Nova Matriz Econômica. Paro também para ver acidentes. Curiosidade mórbida, mas nada que exija tratamento psiquiátrico mais sério, quero acreditar.

Pois bem, o inesquecível ministro quer se defender após ter sido pego em flagrante contradição, ao criticar o contingenciamento de gastos proposto pelo atual governo, enquanto há cerca de um ano se vangloriava de ter perpetrado o “maior contingenciamento da história do país” em 2016 (não em 2015, como malandramente escreve). Aqui não há o que discutir: quem fez a afirmação foi ele; não eu. Viva com isso.

Malandragens à parte, barbosa quer nos convencer que a estabilidade da despesa em termos reais (isto é, deduzida a inflação) seria contracionista porque implicaria queda do gasto como proporção do PIB. É engraçado.

Em primeiro lugar porque, se o gasto do governo cresce mais do que a inflação, deveria ser óbvio que isto equivale a um consumo maior de bens e serviços reais, isto é, uma política de expansão da demanda.

Mas o engraçado mesmo é ler barbosa, um economista que acredita que R$ 100 adicionais de gasto aumentam o PIB em mais de R$ 100 (o tal “efeito multiplicador”), não perceber que, segundo sua própria teoria, se o gasto tivesse sucesso em elevar a demanda, teria necessariamente que cair relativamente ao PIB. Não entende sequer as consequências daquilo que professa...

Da mesma forma é curioso que barbosa em momento algum mencione a queda da taxa de juros, que se tornou possível depois da promessa de ajuste fiscal, na forma do teto para despesas públicas. Parece que para ele apenas o gasto público tem a capacidade de estimular o crescimento; por algum motivo misterioso, o juro mais baixo não teria este poder. Tal argumento poderia caber em economias que apresentem taxa de juros perto de zero, mas eu diria este não parece ser o caso do Brasil, certo?

Posto de outra forma, barbosa ignora toda literatura macroeconômica que sugere que a contração fiscal pode ser compensada (ou, no caso, mais do que compensada) pela redução da taxa de juros, desde que a taxa nominal de juros não se encontre próxima a zero. Deixa de lado também que o crescimento que resulta da combinação de austeridade fiscal e (consequente) juro mais baixo tende a ser mais forte do que o decorrente de gasto e juro mais elevados, precisamente porque o investimento privado é maior no primeiro caso, em resposta ao juro mais baixo. Já se a omissão é intencional ou não, não sei dizer.

Não vejo, para ser sincero, nenhum problema em mudar de ideia. barbosa poderia ter refletido melhor e concluído que contingenciamento é uma má política. Assim como poderia ter caído em si e notado que sua proposta de teto para o gasto público seria contracionista e negaria à população acesso a serviços indispensáveis. Ou ainda, depois de muita investigação, decidido que a proposta de reforma previdenciária não mereceria seu apoio.

Isso dito, suas bruscas mudanças de opinião parecem fortemente correlacionadas a fazer ou não parte do governo. A correlação pode, é claro, ser mero acaso, mas é bem mais provável que seja pura desonestidade.




(Publicado 19/Abr/2017)

25 comentários:

Li o manifesto. São boas intenções, mas se toca apenas de leve no fator que tornaria o conjunto de propostas coerente: aumento de impostos em quantidade suficiente para transformar o déficit primário atual em superavit, aumentando a poupança interna e permitindo alguma retomada de investimento público, Com o método de recuos sucessivos na reforma da previdência esse remédio me parece cada vez mais necessário. Não é pouca coisa, penso em uns 5% do PIB de aumento na carga tributária.

Alex, belo artigo, mas tenho tres cometarios:

(I) acho que tanto vc quanto barbosa estão equivocados. Numa economia com produto potencial que cresce, é preciso ver o gasto em relacao ao potencial, nao em relacao ao PIB efetivo, tempouco apenas em termos reais.

(II) acho que sua tese defendida neste artigo trata da contraçao fiscal expansionista, em que o multiplicador deixa de ser positivo. Até acredito que possa ser o caso, mas desconheço evidencias a respeito. Sabe indicar? Até onde sei, ele é bem baixo, próximo de zero, mas jamais negativo.

(III) a composiçao do gasto importa: houve corte de investimento publico (ate onde sei, com multiplicador positivo e alto) e crescimento de despesas correntes. Me parece que suas colocaçoes desconsideram esse detalhe.

Talvez eu esteja errado nos tres pontos, mas gostaria de saber tua opiniao.

Abs, economista X

https://www.cartacapital.com.br/economia/quem-tem-medo-da-falta-de-espaco-fiscal

Alexandre, leu esse texto?

Bom dia para o senhor que é de esquerda,que defende Barack Obama e critica Donald Trump:http://istoe.com.br/trump-lanca-o-maior-corte-de-impostos-da-historia-dos-eua/

"Bom dia para o senhor que é de esquerda,que defende Barack Obama e critica Donald Trump:http://istoe.com.br/trump-lanca-o-maior-corte-de-impostos-da-historia-dos-eua/"

Underwhelmed investors leave S&P 500 in reverse after it targeted its highest close


High quality global journalism requires investment. Please share this article with others using the link below, do not cut & paste the article. See our T&Cs and Copyright Policy for more detail. Email ftsales.support@ft.com to buy additional rights.
https://www.ft.com/content/9906bcdc-2a86-11e7-9ec8-168383da43b7

Despite the ambitious headline measures, both Mr Cohn and Mr Mnuchin acknowledged there were few details of how many of the new measures would be implemented, including what incomes would be subject to the new individual rates. The discounted tax rate for repatriating corporate taxes was left similarly vague. 

“We have outlines. We have a broad-brush view of where they’re going to be,”

https://www.ft.com/content/9906bcdc-2a86-11e7-9ec8-168383da43b7

Alexandre: você é da Logosofia?

Enquanto uns economistas ficam só falando de juros, inflação e superavit , outros usam seu conhecimento para construir um país melhor. Parabéns Prof Bresser pela iniciativa do Projeto Brasil Nação . Convido todos os economistas a avaliar e discutir as propostas.

Post em homenagem ao dia de hoje - Dia D do IR: esperemos que surja um Trump II para acabar com essa excrecência socialista .Porquê o Leviatã tem que conhecer meu patrimônio?

No blog do Cochrane uma homenagem ao IR: VAT progressivo!

"Alexandre: você é da Logosofia?"

Não, eu sou espada

"Enquanto uns economistas ficam só falando de juros, inflação e superavit , outros usam seu conhecimento para construir um país melhor. Parabéns Prof Bresser pela iniciativa do Projeto Brasil Nação . Convido todos os economistas a avaliar e discutir as propostas."

Eu também: façam uma viagem à Venezuela e conheçam in loco os resultados da proposta do Bressser

Tem as propostas do professor Mangabeira Unger em termos de projeto de desenvolvimento.

Você acha que com 12 milhões de desempregados e uma retomada claudicante, o caminho tomado pelo governo ainda é o correto?
Você chegou a apontar um começo de recuperação, ainda acredita que estamos nos recuperando?

De espada você não tem nada

Em breve não precisaremos mais ir para a Venezuela. A Venezuela será aqui.
Você acha que o mercado, sem intervenção pública, irá abaixar as taxas de juros dos cartões de crédito. Isto é claro se você acha-las altas?

Só o fato de ainda derem ouvido para caras como Delfim, Belluzzer e Bresser mostra como ainda estamos atrasados. Eles sao a cara do Brasil que nao deu certo.

Sou leitor do seu blog,gosto das suas publicações entretanto qual o seu posicionamento sobre a crise do setor produtivo brasileiro? A reclamação das entidades de classe é que o governo não dialoga com o setor produtivo,nos governos anteriores existiam um equilíbrio entre as alas desenvolvimentistas e ortodoxas.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/04/1879725-governo-e-muito-liberal-e-nao-da-atencao-a-industria-diz-empresario.shtml?cmpid=compfb

"De espada você não tem nada"

Sua mãe nunca reclamou...

"Tem as propostas do professor Mangabeira Unger em termos de projeto de desenvolvimento."

E "tem" também as propostas do Patati e do Patatá

"A reclamação das entidades de classe é que o governo não dialoga com o setor produtivo,nos governos anteriores existiam um equilíbrio entre as alas desenvolvimentistas e ortodoxas."

Ainda bem. Foi ouvindo esta gente que o governo anterior terminou de c... com a economia

Alex, haja estômago para aguentar os asseclas do Bresser. A correlação da merda que o país está com a falta de capacidade intelectual dos barbosas, beluzzos e bressers da vida é 1. Parabéns como sempre pelo texto. Abs, Bruno

Alex,

Uma vez te perguntei se a elasticidade-renda das importações era alta porque o Brasil é uma país muito fechado e você me corrigiu dizendo que eu deveria pensar em elasticidade das importações à demanda doméstica. Ambas não seria elevadas porque o Brasil importa pouco?

No caso da elasticidade renda teríamos:

Em = [ delta M/ delta Y ] * (1/(M/Y).

De onde eu derivaria que para lidar com isso precisaríamos abrir mais a economia.

No caso da elasticidade à demanda doméstica:

Em = [ delta M/ delta DD ] * (DD/Y) * (1/(M/Y))

De onde eu derivaria que: a demanda doméstica não deve crescer além do PIB e o país não deve se fechar às importações, caso não queira conviver com a sensação de "avalanche de importações".

O que acha?

Bjo, Michelle Paiva

Professor Bresser? Professor de quê? Meu Deus, os idiotas são mesmo muito atrevidos.

Professor Mangabeira Unger? É o mesmo idiota que citou o Professor Bresser? Estamos mesmo lascados.

Quem chama professores ao Bresser e ao Mangabeira Unger terá dificuldade de entender que estamos na merda devido a 13 anos de políticas desastrosas do 13. E cobra retomada vigorosa de um governo tampão que completou agora um ano. Não é burro, não, é mau caráter mesmo.