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segunda-feira, 17 de abril de 2017

barboooosa, o regresso

O ex-ministro da Fazenda, nelson barbosa, de nada saudosa memória, cometeu um artigo em que critica o contingenciamento de gastos públicos (R$ 42 bilhões) anunciado recentemente pelo governo como forma de cumprir a meta fiscal deste ano. Segundo ele, a decisão representa nada menos do que crucificação da população brasileira em uma “cruz de metas fiscais irrealistas”, imagem talvez evocativa de um período próximo à Páscoa, mas que, na linha adotada por economistas responsáveis pelo desastre dos últimos anos, é apenas mais um exemplo gritante de desonestidade.

A começar porque barbosa, membro em tempo integral da equipe econômica que assolou as contas públicas (e, não esqueçamos, tentou esconder o malfeito), não teve o menor problema de fazer rigorosamente o mesmo, seja como ministro do Planejamento, seja em seu breve (ainda bem!) mandarinato na Fazenda. Há pouco mais de um ano, inclusive, gabava-se de ter feito o maior contingenciamento da história do país, em audiência na comissão que analisava o impedimento da então presidente.

O uso de dois pesos e duas medidas, porém, não chega sequer a ser a maior barbaridade do texto. barbosa, omite, por exemplo, que as despesas do governo federal, segundo a avaliação do ministério do Planejamento, atingiriam, na ausência de ajustes, R$ 1,33 trilhão em 2017 contra R$ 1,24 trilhão em 2016, aumento de 7%, que, deduzida a inflação média esperada para este ano, significaria crescimento real de 3%. Com o contingenciamento as despesas federais, medidas a preços constantes, ficariam estáveis entre 2016 e 2017, ou seja, nenhuma contração do lado fiscal.

É bem verdade que a expansão do orçamento reflete o crescimento das despesas obrigatórias (previdência e pessoal, entre outras) e queda das discricionárias, mas, ainda assim, considerando que barbosa e seus asseclas são críticos da reforma da previdência, principal fonte de aumento de gastos obrigatórios, censuras à redução de dispêndio discricionário soam (e são) particularmente oportunistas.

Da mesma forma, barbosa omite que a manutenção do gasto federal no mesmo nível de 2016, em oposição a seu aumento acima da inflação, permite que o BC siga cortando a taxa de juros, como deve fazer na reunião de hoje do Copom, mais do que ocorreria caso o gasto seguisse crescendo em termos reais.

As políticas de barbosa há um ano levavam o mercado a prever que a taxa Selic chegaria a 12,25% ao final de 2017; hoje a previsão se encontra em 8,50%, refletindo em parte a promessa de algum ajuste do lado das despesas ao longo de vários anos (reflexo do teto constitucional, também alvo de críticas equivocadas do ex-ministro).

Descontada, portanto, a inflação esperada para 2018 (5,5% naquele momento), a taxa real de juros ao final de 2017 chegaria a pouco menos de 6,5%; o mesmo cálculo hoje, dada a queda da expectativa de inflação (4,5%), sugere que a taxa real de juros cairia a menos de 4%.

É precisamente essa redução mais agressiva, graças à menor inflação, que deve impulsionar a demanda interna (em particular o investimento) e, com ela, o produto, de forma mais sustentável do que resultaria do maior gasto público.


barbosa nos custou muito caro. Pode, é claro, escrever o que quiser; só não pode pedir que o levemos a sério.



(Publicado 12/Abr/2017)

34 comentários:

Mansueto e CIA estão envolvidos na Lava Jato,diferente do Nelson Barbosa.

Alex, vc nao deveria considerar o gasto real para avaliar se a politica fiscal é ou não expansionista. Como o produto potencial cresce, se o gasto real cresce abaixo do produto potencial, algum outro componente da demanda precisará crescer acima do potencial, o que só é possivel se o juro real cair muito. A influencia do gasto sobre a demanda, contudo, é contracionista. Abs, Marco Jr

Professor Alexandre, quais são os cursos de graduação que você considera de bom nível fora do Rio e São Paulo? Ou seja, existem cursos do nível de PUC-RJ, FGV-RJ, Insper, etc. para quem não está no sudeste mas se interessa por cursar uma graduação em economia?

Nelson é um cara progressista,,serviu um governo de esquerda ,honesto, e ainda é criticado por defender os mais pobres.

Começando a série "Educando Schwartsman"

Leia seu próprio post anterior para entender por que o gasto deve ser analisado em proporção do produto, efetivo ou potencial. Você está usando dois pesos e duas medidas? Estranho ... de qualquer modo a medida do Salto me parece equivocada, pois não bate com a estimativa feita pelo MF até 2015, com base em metodologia internacional padrão sobre o tema. Pode ser que o potencial tenha caído mais ainda, tornando a política fiscal de 2015 expansionista como diz Salto, mas esperemos a atualização do estudo do MF, que deve sair em breve.

Procurei no Google e não consegui nada que cite Mansueto Almeida ou a CIA ligados à lava-jato. Seria bom que o Anônimo das 21:56 indicasse dados e fontes.

Matemática da IE - Unicamp: use o PIB efetivo para corroborar nossa tese idiota de que o gasto público provoca externalidade positiva via efeito multiplicador pelo lado da demanda agregada. Mas use o PIB potencial quando os fatos não corroborarem com nossa tese idiota.

Eu ainda estou procurando a lógica em se utilizar um indicador hipotético (produto potencial) para se aferir impulsos fiscais.

O personagem do Ney Latorraca na extinta TV pirata era tão genial que é até sacanagem com o personagem comparar os 2 Barbosas.
Óbvio que o personagem Barbosa era muito superior ao ex ministro filhote da Maritaca da Conceição Tavares.

Alexandre,

A informação de que 50% do orçamento vai para pagar juros está errada?

Qual o erro aí? Eles somam a rolagem da divida + juros + amortização?

Laura

Somam juros e amortização

E para saldar a amortização faz-se a rolagem da divida?

E a rolagem da Divida não sai do Orçamento. Por isso que não faz sentido incluir as amortizações?

Nelson Barbosa é a pessoa mais honesta, dedicada e inteligente q conheço. Acho a provocação tão infantil e sem argumentos. Barboooosa ( é sério isso?). Coisa de jardim de infância.

Gosto dos textos do Alex: são limpos, precisos e, principalmente, honestos!

Parte da amortização é refinanciada(maior parte) e a outra parte é paga(seja via endividamento ou receita corrente).

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/352657/RRSdez16.pdf/9aabad3c-a409-4a87-b114-27b60f629a88

A proposito, se alguém souber qual a fonte de receita está sendo usada atualmente para pagar a amortização, me diga por gentileza.

"Nelson Barbosa é a pessoa mais honesta, dedicada e inteligente q conheço. Acho a provocação tão infantil e sem argumentos. Barboooosa ( é sério isso?). Coisa de jardim de infância."

Nelson Barbosa é um dos economistas mais desonestos, preguiçosos e burro que conheço. Achei a provocação adulta e arguta. Coisa de gente sofisticada intelectualmente...

Divida liquida = 50% PIB, correção monetaria = 4.5% (inflacao) x 50 = 2.25%. Assim, 6.5% d ejuros pago - 2.25% = 4.25% pib Supondo aliquota de 15% ..... 4.25 * 0.15 = 3.6% .....juros reais.... logo uma conta de 6.15% do pib que sao juros nominais viram 3.6% do pib em termos reais....Isso q eu nem inclui o estoque de divida sob controle dos bancos publicos....pq nesse caso parcela de juros pagos pelo proprio tesouro seria transferida ao proprio tesouro na forma de lucro distribuido pelos bancos publicos aos acionistas.

Esta correto alexandre? É mais ou menos isso?

Diogo

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,economistas-dao-apoio-a-schwartsman-contra-o-banco-central-imp-,1557033

E o cara te apoiou.

Esse pessoal que (ainda) defende os "barbosas", que colocaram o país no estado calamitoso em que há pouco se encontrava, faz uso de que tipo de psicotrópico?
Não estamos falando de livro texto.
Estamos falando da vida real. Da comprovação, na prática, do estrago causado por políticas públicas populistas e agendas econômicas formuladas por quermesseiros.
Felizmente até o povo mais sofrido, sem acesso à informação de qualidade, acordou. Creio que esse discurso oportunista não vai colar mais por um bom tempo no Brasil.
Chegou a hora dos empreendedores. Dos economistas sérios, dos gestores, de quem trabalha e busca eficiência, produtividade e não apenas um palanque para ecoar discursos fáceis e contos de fada que, na verdade, são verdadeiros filmes de terror.

Parabéns. Belo artigo!
Comentário nada econômico: "dois pesos e duas medidas" seria a forma correta ou melhor seria usar a forma "um peso e duas medidas"? Se fosse um teste optaria pela última devido a sua racionalidade. Abraço

qdo vcvai aceitar ser ministro da economia do bolsonaro?

"E o cara te apoiou."

Para você ver como sou escroto e ingrato...

"qdo vcvai aceitar ser ministro da economia do bolsonaro?"

Quando ele tiver ideias econômicas que façam sentido, ie, nunca.

Infelizmente o senhor não pode ser considerado economista,pois o senhor não respeita o código de ética do Corecon.

http://www.coreconsp.org.br/index.php?pg=103

"Infelizmente o senhor não pode ser considerado economista,pois o senhor não respeita o código de ética do Corecon."

Respeito o código de ética do Carecão...

O senhor defende as medidas neoliberais,o resultado esta aí:Desemprego recorde,população perdendo direitos sociais.O correto seria aumentar o gasto publico e voltar a nova matriz.

http://www.infomoney.com.br/carreira/clt/noticia/6402750/para-das-empresas-reforma-trabalhista-nao-grande-incentivo-contratacoes-investimentos

o país onde o poste mija no cachorro

estes esquerdolatras pensam que gastos são direitos inalienáveis precípuos e que a partir deles deve-se calcular todo o resto, incluso impostos para que o pobre produtor (trabalhador-chefe ou trabalhador-patrão) arque com os custos de suas fantasias totalitárias.

pela teoria barbooosiana até o dinheiro da corrupçao geraria PIB
um assombro

Nelson Barbosa poderia ser santo que não estaria menos errado no mérito, seu imbecil, quadrúpede, analfabeto funcional.

Governo de esquerda honesto é um oximoro. E você é um imbecil. Eu sei que eu deveri argumentar, e não ofender, mas às vezes é preciso ser exato: Trump é um lunático, Lula é
corrupto e você é um imbecil.
Por que perder mais tempo que o suficiente para enunciar essas verdades autoevidentes?

Olhe, Tiago, eu sou quase completamente ignorante em economia, preciso de confiar na autoridade de gente séria e competente, porque não sou nem pretendo ser economista, mas sei que tenho de entender o melhor possível para não ser um asno na hora de votar, e não só. E mesmo sendo completamente ignorante, só de perceber que, para criticar o Alexandre, usaram indicadores potenciais (gasto potencial, demanda potencial, produto potencial), já senti de longe o cheiro de estrume campineiro. O IE da Unicamp sempre foi esta bosta ou já teve seus dias de glória?

Se nelson barbosa é a pessoa mais dedicada, honesta e inteligente que conhece, tenho pena de você, mas o seu nível de exigência de dedicação, inteligência e honestidade deve ser bem baixo, porque ou por preguiça, ou por burrice ou por desonestidade, mas mais provavelmente pela combinação das três, a única coisa que você viu no texto foi a piadinha inocente com que o Alexandre desprestigiou a personagem do Latorraca, que não merecia a comparação com o ministro.

O certo é dois pesos e dias medidas. Quer dizer que, para pesar coisas idênticas, não se usarão dois pesos, um mais leve e outro mais pesado, e para medir coisas idênticas, não se usarão duas réguas, com escalas distintas. Quando tiver dúvidas sobre expressões, não recorra à "racionalidade", porque ela geralmente leva a soluções esdrúxulas por desconhecimento do significado e da história das expressões. E daí inventam coisas idiotas, como dizer que risco de vida é errado, porque se corre risco de morrer, quando, na verdade, risco de vida é expressão mais antiga e de ocorrência muito mais frequente e nunca ninguém deixou de a entender como risco de perder a vida.

Nesses assuntos de língua, muita gente julga que, por escrever bem, pode emitir opinião, mas frequentemente emite opinião tão sem embasamento e furada como leigos que se metem a falar de economia só porque fizeram Introdução à Economia na faculdade, quando muito.

A origem e o significado de expressões é matéria de pesquisa demorada e aprofundada, que exige consulta aos corpora da língua e a diversas obras antigas de referência, não é coisa que se resolva com "raciocínio lógico", pois a lógica que ensejou o surgimento da expressão pode ser outra, como neste caso.

Corecon? Isto devia ser extinto.

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