teste

sábado, 13 de junho de 2009

Maus hábitos e mau-hálito

“Brasil sofre de inércia inflacionária, qualquer um que tenha lido o trabalho do Persio Arida sabe disso.

Qualquer economista de formação razoável sabe que conseguir uma meta abaixo de 4,5%, o governo vai ter que subir o juro nominal para alcançar uma meta mais baixa.”

Vamos mostrar como economistas com formação razoável (categoria que, obviamente, não inclui o autor da pérola, expressa neste português sofrível) podem chegar à conclusão que a afirmação acima é cretina. Para isto, como economistas de formação razoável, usaremos um modelo que nos permita tratar do problema, endereçando explicitamente a questão da inércia inflacionária, sem, porém, cometer erros de consistência como fariam economistas de formação nada razoável. Trata-se do mesmo modelo que usei lá atrás (http://maovisivel.blogspot.com/2009/04/ainda-o-fardo-do-economista-neoclassico.html) para ilustrar como a má gestão da política monetária pode levar à raiz unitária na inflação, mas com uma mudança relevante.

A principal alteração ocorre na curva de Phillips, que, no presente contexto, é formulada como um caso mais geral, no qual a inflação hoje, p(t), depende da inflação passada, p(t-1) (talvez pela existência de mecanismos de indexação), da expectativa (racional) da inflação futura, E[p(t+1)], e do hiato corrente [h(t)], além de um choque de oferta e(t), suposto ruído branco.

p(t) = qp(t-1) + (1-q)E[p(t+1)] + fh(t) + e(t) ; q(0,1) (1)

A demanda, a exemplo modelo original, é modelada como uma IS, onde o hiato do produto reage ao desvio da taxa real de juros com relação à taxa neutra (r) e a um choque de demanda u(t), também suposto ruído branco.

h(t) = -c[i(t) – E[p(t)] - r] + u(t) (2)

Já o BC é modelado como uma regra de Taylor genérica: ele ajusta os desvios da taxa nominal de juros relativamente ao nível neutro de acordo com os desvios esperados da inflação com relação à meta p* e do hiato do produto:

i(t) = r + E[p(t)] + a[E[p(t)]-p*] + bE[h(t)] (3)

Suponho aqui que a>0 (senão, como já sabemos, a inflação passa a ter raiz unitária, não pela existência de inércia, mas pela resposta insuficiente de politica monetária, como mostrado no post original).

Substituindo (3) em (2) e tirando as expectativas, temos a seguinte expressão para o valor esperado do hiato:

E[h(t)] = -[ca/(1+cb)] [E[p(t)]-p*] (4)

Tirando as expectativas de (1) e usando (4) achamos a seguinte expressão para as expectativas da inflação corrente:

E[p(t)] = Kqp(t-1)+K(1-q)E[p(t+1)] + (1-K)p* (5)

onde K = [1+cb]/ [1+c(b+fa)] (6)

e Kq + K(1-q)+(1-K) = 1 (7)

Isto é, a expectativa de inflação corrente é uma média ponderada da inflação passada, da expectativa futura, e da meta de inflação. Não é difícil ver que, no caso q=0, o modelo volta a ser o anterior. De fato, (5) é uma equação muito semelhante à que aparecia no primeiro modelo (nem poderia ser diferente), embora sua solução seja algo mais complicada, pois se trata de uma equação a diferenças finitas de segunda ordem (no caso original era de primeira). Para quem preferir se aventurar, sugiro o apêndice ao capítulo 5 do Blanchard & Fischer, onde se discutem dois métodos de solução para este tipo de equação (eu uso fatorização, mas deve dar a mesma coisa pelos coeficientes indeterminados). Quem quiser a solução passo-a-passo me peça por e-mail (alexandre.schwartsman@hotmail.com) que eu mando a nota.

Se a meta de inflação for constante, a solução de (5) é:

E[p(t)] = wp(t-1) + (1-w)p* (8)

onde w é a raiz (menor que um) da seguinte equação de segundo grau:

x^2 – [1/K(1-q)]x + q/(1-q) = 0 (9)

Vale dizer, a expectativa corrente é uma média ponderada da inflação passada e da meta. Como w<1,>

Isto dito, vejamos agora o que ocorre se a meta de inflação para o segundo período for reduzida de p* para (p*- v), válida para todos os demais períodos também. Neste caso, pode-se mostrar que a nova expectativa de inflação corrente seria:

E[p(t)] (nova) = wp(t-1) + (1-w)p* - [(1-w)w(1-q)/q]v (10)

(Dica: divida a PG infinita com razão inferior a 1 que aparece na solução de (8) em duas: uma com a meta original de inflação começando do período zero, outra com a redução da meta começando no período 1; quem preferir, mande um e-mail e eu mando a solução):

ou:

E[p(t)] (nova) = E[p(t)] - [(1-w)w(1-q)/q]v (10a)

Ou seja, reduzindo-se a meta para um período à frente (e a mantendo no novo patamar daí por diante), a expectativa de inflação corrente cai relativamente à que prevaleceria no caso de uma meta constante.

Consequentemente, se o BC segue o princípio de Taylor (i.e., a>0), as taxas nominais de juros caem mais do que a expectativa de inflação, ou seja, a taxa real de juros cai, o que deve elevar o nível de produto corrente. De fato, por (4) sabemos que o hiato de produto depende da diferença entre expectativas e meta correntes. Como a expectativa corrente cai relativamente ao caso de meta futura mais alta, a diferença entre o expectativa do hiato de produto sob a meta mais baixa e a expectativa original é dada por:

E[h(t)] (nova) - E[h(t)] = [ca/(1+cb)] [(1-w)w(1-q)/q]v>0 (11)

Vale dizer, mesmo no caso de inércia (ou persistência) inflacionária, uma redução da meta futura de inflação tem efeitos expansionistas sobre a atividade corrente (são efeitos temporários, é bom que se diga, pois no período seguinte a inflação esperada já se ajustou à nova meta, mas inequivocamente positivos).

A redução da meta para os períodos futuros implica redução da expectativa futura (desde que o BC siga o princípio de Taylor) e, portanto, redução da expectativa corrente. Isto se traduz, ao contrário do que o senso comum pouco informado (e que não se preocupa em verificar a lógica de suas afirmações) acredita, em expansão esperada da atividade e queda tanto das taxas nominais como das taxas reais de juros.

Ou seja, economistas com formação razoável primeiro testam a lógica de seus argumentos antes de proferi-los. Os demais ficam com um hálito marcante, refletindo a qualidade do que falam.

97 comentários:

Alex deixa Polyana fazer um "golzinho",quem sabe ela fica feliz.

Economistas com intelecto razoável costumam ser mais elegantes quando criticam seus interlocutores e, portanto, não usam expressões como "emitir dejetos por via oral".

Ora Alex, vc pode fazer melhor, eu sei.

Abraço, Pai Alex (Sportv)

"Economistas com intelecto razoável costumam ser mais elegantes quando criticam seus interlocutores e, portanto, não usam expressões como "emitir dejetos por via oral"."

Tem razão. Mudei o final.

"Tem razão. Mudei o final."
Por essa eu não esperava...
Dando exemplo de humildade.
Parabéns. Nunca é tarde para mudar!
Abraços

João:

Não é bem um exemplo de humildade, mas obrigado. É que realmente me excedi e o Pai Alex apontou bem.

Abs

Caro economista, sou físico e meu
"ganha-pão" é procurar as variáveis que são relevantes p/ modelar um efeito físico.Esta escolha é testada comparando-se resultados teóricos com os experimentais. Voltando a economia:a equação de Philips é validada p/ uma série histórica da inflação brasileira? Uma perturbação de vulto como a crise mundial atual pode ser representada por um número mínimo de variáveis econômicas básicas?

Carequinha você é uma figura !,isso acontece na prática? Muito díficil.

Em 2005 o Banco Central colocou o juros em 19,75% para alcançar a meta de 5,5%.Se vocês tolerassem uma meta proxima de 6,5 não precisaria subir muito o juros nominal.

Lucrécio

"Voltando a economia:a equação de Philips é validada p/ uma série histórica da inflação brasileira? Uma perturbação de vulto como a crise mundial atual pode ser representada por um número mínimo de variáveis econômicas básicas?"

Sim para a primeira questão. Quanto à segunda, ela estaria, até certo ponto, incorporada no choque de demanda.

"Se vocês tolerassem uma meta proxima de 6,5 não precisaria subir muito o juros nominal."

É de nascença. Ninguém fica tão burro de forma voluntária.

Foi precisamente porque esperavam que fôssemos tolerantes com a inflação para cima que tivemos que subir o juro. Você ainda não aprendeu que expectativas não são uma constante da natureza, i.e., continua sem saber o que é a crítica de Lucas e continua confundindo formas reduzidas com estruturais.

É incurável. Fale com seu tratador. Quem sabe ele te sacrifica...

A questão é, entregou na meta ou não? Pelo que me consta sim, well done..

Ja' temos a meta em 4,5% ha 6 anos, contando com a programada para 2010, já passou da hora de descer mais um degrau..

Pelo jeito o Lucrécio prefere a estratégia fazendeira, o que me leva a crer que credibilidade não é o seu forte.

Abs.,

Doutrinador

Uma meta de inflação mais baixa depende das eficiência e eficácia dos mecanismos de transmissão dos efeitos dum juro nominal alto na economia.
juro nominal alto é uma receita, mas economia nã mexe com receitas , mas sim com razão dados certos contextos...a taxa de inflação mai baixa passa antes por uma disciplina fiscal e eficiência de gastos públicos, com estímulo a investimentos privados...
juro nominal alto não é cura de tudo, é antes consequência da convergência duma série de fatores da economia.
mas no caso ATUAL da economia brasileira, eu pensaria antes numa política de médio prazo de regime fiscal e de continuaçã de diversificaçã da composição da dívida federal.


Lucrécio

"Uma meta de inflação mais baixa depende das eficiência e eficácia dos mecanismos de transmissão dos efeitos dum juro nominal alto na economia."

O modelo está aí. Mostre como a meta depende da eficiência dos mecanismos de transmissão (parâmetros "c" e "f", já que você provavelmente não saberá identificá-los, mesmo...)

Não consegue? Pois é, a credibilidade da meta não depende mesmo dos mecanismos de transmissão (veja se mudando os parâmetros "c" ou "f" - sem supô-los zero, senão é trivial - você consegue que as expectativas não caiam quando a meta futura é reduzida). A hipótese crucial é ter um BC que faça a coisa certa. Só isto...

O bacana é sua incapacidade total de entender como se faz economia. Continua fazendo afirmações sem passar pelo teste da consistência interna. Modele, Polyana, modele, senão nada do que você fala valerá qualquer coisa.

Inflação não depende de expectativa,e um pouco díficil de entender ne?

Inflação depende de oferta monetária,principalmente a M1.

Lucrécio

Alex, como está lá no De Gustibus, ler seus posts vale mais do que uma aula. E daquelas que você aprende mesmo. Além de compartilhar de suas idéias econômicas, fico feliz em ver a camisa do nosso São Paulo.
Abraço,
João Melo, direto da selva

"Inflação não depende de expectativa,e um pouco díficil de entender ne?

Inflação depende de oferta monetária,principalmente a M1."

Pobre Milton Friedman... Terremotos ao redor do seu túmulo...

Se inflação dependesse de expectativas caso Heloisa Helena ganhe teremos uma espiral inflacionária caso inflação dependesse de expectativas.

Julho de 1988:

M1=2.047.000

Dezembro de 1988:

M1=6.944.000

Aumentozinho de 239% em 5 meses. Só isso.


Aí em janeiro de 1989, trocaram a moeda.

Janeiro de 1989:

M1 = 8.469

Dezembro de 1989:

M1= 103.060

Aumentozinho básico de 1.117%. Só isso.Se o Banco Central controlar a oferta de M1 a inflação baixa.

Lucrécio

"Se inflação dependesse de expectativas caso Heloisa Helena ganhe teremos uma espiral inflacionária caso inflação dependesse de expectativas."

Pobre Padre Antônio Vieira. Pobre Aristóteles... Difícil saber quem foi mais maltratado por este comentário.

Éramos todos mais felizes antes de sua existência...

Muito bom POST Alex Parabens.

Alex no ínicio do IT no Brasil de 2001 a 2003 as metas não foram compridas,isso atrapalhou a credibilidade do BC na condução da Política monetária.

Depois que as metas foram compridas o juro caiu de 19,75 para 11,25.

"Voltando a economia:a equação de Philips é validada p/ uma série histórica da inflação brasileira?"

Caro Cesar,

Abaixo link para um paper bem interessante de dois professores do IBMEC. Eles utilizaram série histórica para o Brasil de 1850 a 2000 e não encontraram relação entre inflação e crescimento.

www.ibmecsp.edu.br/pesquisa/download.php?recid=793

Abç.

M.

Show de bola. Agora o Lucreco vai espernear e talvez ate questionar as hipoteses, mas mostrar que inercia nao importa para a fixacao da meta foi duca.

Parabens. Aprendo cada vez mais aqui.

Alex manda isso para o ministro da Fazenda,quem sabe ele entenderia que uma meta de inflação mais baixa leva a um juros real mais baixo... .

Alex,

Tudo bem que o Lucrécio escreve muita merda, mas essas últimas não parecem dele. Deve estar cheio de babacas por aí escrevendo no nome dele. Você tem como saber quem escreveu? Se é ele mesmo?

abraços, Zamba

Este comentário foi removido pelo autor.

Padrão Ouro é o melhor que metas de inflação para controlar a inflação.

Friedman era conta IT.

"Deve estar cheio de babacas por aí escrevendo no nome dele. Você tem como saber quem escreveu? Se é ele mesmo?"

Está mesmo cheio de babacas, mas, como a Polyana mesmo escreveu, ela não existe.

"manda isso para o ministro da Fazenda,quem sabe ele entenderia que uma meta de inflação mais baixa leva a um juros real mais baixo"

Sem chance Fabio. Precisa saber as quatro operações.

"Friedman era conta IT."

Friedman era contra o padrão-ouro também. De qualquer forma, não é o julgamento do Friedman que determina o melhor arranjo monetário. Capice?

Com padrão Ouro fica mais fácil de se controlar a inflação.

Eu falo em Friedman porque ele era um defensor de uma inflação baixa(0%) segundo ele seria uma inflação ideal.

Mas Friedman tinha seu lado Keynesiano,por exemplo ele defendia a injeção maçica de liquidez dos bancos centrais para evitar crises.Greenspan segiu a política Keynesiana de Friedman injetando liquidez nos mercados o resultado disso foi a crise do Subprime.

"Eu falo em Friedman porque ele era um defensor de uma inflação baixa(0%) segundo ele seria uma inflação ideal."

Se você soubesse do que fala, jamais diria que Friedman defendia inflação zero. Mas este risco não corremos.

"Abaixo link para um paper bem interessante de dois professores do IBMEC. Eles utilizaram série histórica para o Brasil de 1850 a 2000 e não encontraram relação entre inflação e crescimento"

Mas não esqueça, caro físico, que esta relação não é exatamente o que se representa numa curva de Philips.
E, direfentemente do que pode parecer à primeira vista, a passagem da taxa de crescimento para a taxa de desemprego não é tão trivial.
A lei de Okun relaciona desemprego com produto (em nível), mesmo assim ela pode gerar algumas contravérsias. Depois disso, temos que passar do produto em níveis para a taxa de crescimento do produto. Neste caso, realmente, a coisa fica muito complicada.

Se alguem conhecer algum trabalho que estime diretamente uma curva de Philips, favor indicar o paper.

Eu, pessoalmente, tenho dúvidas sobre essa relação ser válida para o Brasil. E mesmo que seja, tenho a impressão que seria apenas para alguns intervalos arbitrários, e não para uma longa série secular.


Porém, se vc assumir expectativas racionais, dependendo de como modele a coisa, o trabalho pode ser facilitado, uma vez que, com esta hipotese podemos elevar ao infinito o poder explicativo da teoria macro. Olhando para trás, ela se encaixa perfeitamente em qualquer dados que existam, bastando que se assuma um formato conveniente para a formação das expectativas.

Mesmo os mais alérgicos ao positivismo, não podem discordar de Comte, quando este diz que

"explicar é importante, mas é somente pela capacidade preditiva que podemos distinguir as verdadeiras ciências das cartomancias vulgares".

Abraço, Pai Alex (STV)

Nao sei nao, mas na minha cabeca Inflation Targeting eh uma evolucao de coisas que o Friedman escreveu , a politica otima dele ( Juliano, nao eh inflacao zero e por favor pare de usar qualquer coisa que faca mencao a escola de economia de Chicago nos seus "argumentos")precede muita coisa da discussao rules vs discretion posterior (imagino que jah tivesse na epoca dele tb)e como me espantou ler que ele era contra IT achei a seguinte frase dele :
"Greenspan didn't need these rules...(but) what we need for the future is for the government to set inflation targets and to hold the officials responsible for them," he said. ... Friedman warned that without a target, the attraction of inflation may be hard to resist.

fonte:http://economistsview.typepad.com/economistsview/2005/07/william_poole_a.html

Interessante nao?

abs

RN

ps : o Lucas eu jah li defendendo IT tb.

RN, a questão não é citar ou não os economistas da Escola de Chicago. Eu mesmo considero o Lucas o mais brilhante economista dos últimos 40 anos.
A questão é o contexto em que eles são citados. O problema da citação que o Juliano fez é que foi puro argumento de autoridade, no estilo "IT é feio porque o Friedman era contra.".

Tudo bem que o Lucrécio escreve muita merda, mas essas últimas não parecem dele. Deve estar cheio de babacas por aí escrevendo no nome dele. Você tem como saber quem escreveu? Se é ele mesmo?


Ohhhhh! descobriu o mundo... E sim, ele tem como saber.

Zamba:

"Ohhhhh! descobriu o mundo... E sim, ele tem como saber."

A mocinha está inquieta, não?

Alex uma redução da inflação no curto prazo pode diminuir o crescimento.

O aperto monetário realizado em 2005 impactou o crescimento dquele ano. Em compensação nos 2 anos seguinte (2006/2007) as expectativas de inflação ancoradas na meta permitiu que a Selic caísse de 19,75 para 11,25,o mesmo aconteceu com o crescimento da economia.

Friedman errou ao dizer que o padrão ouro era ruim,por um simples motivo ele defendia que o banco central adotasse políticas Keynesianas imprimindo moeda sem lastro para evitar recessões.

Foi justamente o abandono do padrão ouro que fez com que a grande depressão se agravasse.Padrão Ouro é incompatível com os modelos expansionistas dos Bancos Centrais.

A impressionante injeção de liquidez nos mercados (defendida por você), aliada à taxa de juros colocada artificialmente em zero, tem acarretado no “reflation” dos principais ativos. Muitos já começam a falar no fim da crise. Aliás, que crise?

Outro detralhe é que com o Padrão Ouro EUA cresceu durante 1 seculo.

"Foi justamente o abandono do padrão ouro que fez com que a grande depressão se agravasse.Padrão Ouro é incompatível com os modelos expansionistas dos Bancos Centrais."

Jumento de Ouro ressurecto!

O padrão Ouro não é compatível com a idéia Keynesiana de imposto inflacionário,(quantitative easying) para alguns.

Só foi o FED imprimir mais papel moeda que as bolsas sobem, o mercado fica com a sensação que o fim da crise está proxima.

Pra que né fazer ajustes macroeconomicos? Basta o estado imprimir mais dinheiro,assumir empresas quebradas,aumentar o gasto público que a crise acaba.

Não precisa aumentar poupança....

Sugiro a leitura do artigo do Delfim no Valor de hoje.

Que vos parece?

"Sugiro a leitura do artigo do Delfim no Valor de hoje.

Que vos parece?"

Eu acho que ninguém entende mais do que o Delfim acerca de gerir política econômica num ambiente de "déficit democrático".

Alex deve haver alguma regulamentação para que empresas nacionais se endividem em moeda estrangeira?

Veja o exemplo da Rússia as empresas tem uma divida de 400 bilhões de USD,se o governo deixasse o cambio flutuar poderia haver uma quebradeira de empresas,principalmente porque grande parte delas não estão protejidas contra uma possível desvalorização cambial.Diferente do Brasil em 99.

"Alex deve haver alguma regulamentação para que empresas nacionais se endividem em moeda estrangeira?"

Não, mas, pelo mesmo raciocínio, não se deve criar incentivo (por exemplo, por meio de garantia tácita, ou explícita, acerca da taxa de câmbio) para que empresas que não têm fonte de receita em moeda estrangeira se endividem em moeda estrangeira. NO Brasil, em particular, isto foi atingido (de forma dolorosa, diga-se) pelo regime de flutuação cambial.

Passados alguns anos, é difícil ver empresas e pessoas sem acesso a receitas em moeda estrangeira tomando empréstimos externos. As tomadoras são as CVRDs, Embraers, etc, que podem (e devem) fazer o encontro de suas estruturas de ativos e passivos.

No que respeita os bancos, este mesmo princípio se aplica. Fora isto, cabe a política prudencial examinar se bancos estão tomando riscos em moeda estrangeira que possam comprometer sua saúde financeira e demandar o uso de recursos públicos no seu possível resgate.

Alex, queria sua opinião sobre a idéia de substituir o Dollar como moeda de referencia, por uma cesta de moedas internacionais, entre elas: a Libra, o Euro etc.

abraços.

Alex,

segundo a famosa "regra de bolso" do Simonsen (diga-se de passagem, de onde ele tirou isso, alguém sabe?), a relação dívida externa/exportações de um país não deve ser superior a quatro. Caso seja, este país estará em condições de insolvência, e terá problemas com os credores.

Trata-se de um limite objetivo para a dívida externa. Entretanto, para o endividamento (público) interno, o que temos?
Você acha que existe algum parâmetro para avaliarmos a "saúde" do endividamento público interno de um país?

Você provavelmente retrucará que dívida/PIB é o que temos. Então, eu me reservo no direito de pedir nove e te pergunto: em que nível deve estar essa relação, tendo em vista que ela varia brutalmente de país para país, seja entre os ricos seja entre o resto? Qual sua opinião sobre o assunto?

Abraço, Pai Alex (STV)

PS: palmeiras roda amanhã, quem viver verá!

Juliano,

o abandono do padrão-ouro foi em 1933, justamente no auge da depressão. A partir desse momento, se iniciou a recuperação.

"Alex, queria sua opinião sobre a idéia de substituir o Dollar como moeda de referencia"

Acho difícil que voe. O papel do dólar como moeda de referência está muito relacionado à profundidade do mercado financeiro e de capitais nos EUA. Mesmo no caso do Euro não há nada que se assemelhe.

Um exemplo concreto: quando fui responsável pelas emissões da República, sempre foi mais fácil e prático fazê-las no mercado em dólares, além de mais barato (quando fizemos a emissão em euros em set-04, o custo em euros, mesmo "swapado" para dólares era um tanto maior).

Imagine desenvolver do nada um mercado em SDRs, ou cesta de moedas.

Mesmo os esquemas de "swaps" de moedas, que podem até desempenhar certo papel nas condições atuais, não devem sobreviver à "normalização" das condições financeiras.

"Você provavelmente retrucará que dívida/PIB é o que temos. Então, eu me reservo no direito de pedir nove e te pergunto: em que nível deve estar essa relação, tendo em vista que ela varia brutalmente de país para país, seja entre os ricos seja entre o resto? Qual sua opinião sobre o assunto?"

Não acho que exista um número mágico. Como sabemos, as condições de dinâmica de dívida dependem crucialmente da taxa de crescimento potencial e taxa de juros. Países com crescimento mais rápido podem, em tese, aguentar uma relação dívida-PIB mais alta que países idênticos em tudo, exceto crescimento mais baixo.

Segundo o Delfim, alguém andou dizendo que 60% era o limite. Eu nunca vi nada a respeito, mas acho uma bobagem.

A resposta tem que ser caso-a-caso, examinando:

(1) A taxa neutra de juros;
(2) Crescimento potencial;
(3) O superávit primário sustentável (inclusive no sentido de não se tornar, por excesso de carga tributária, algo que prejudique o crescimento potencial); e
(4) A composição da dívida pública em termos de moeda nacional e estrangeira à luz da importância relativa dos chqoues domésticos e externo, bem como a eficiência dos mecanismos de transmissão de política monetária.

Ou seja: dá para passar boa parte da vida examinando o assunto.

Alex eu discordo de você,o USD pode perder bastante sim espaços para outras moedas,se eles continuarem adotando o imposto inflacionário,expandido o gasto público o dolar pode perder bastante espaço no mundo.

O dólar deve perder peso para as moedas emergentes como o RBM da China e o Real.

Se os EUA continuarem com essas políticas Keynesianas logo-logo deixaram de ser o centro do sistema.

" Alex eu discordo de você"

I couldn't care less

Esse calote da Argentina não vai acontecer nunca não?

To esperando.


Argentina Makes $33.7 Million Payment on 2012 Bonds (Update1)
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By Drew Benson

June 12 (Bloomberg) -- Argentina made an early payment of $33.7 million to holders of the country’s dollar bonds maturing in 2012.

The government said it received offers totaling $44.4 million, the Economy Ministry said in an e-mailed statement. The government is scheduled make a payment of $2.25 billion on Aug. 3.

“Of all of the bondholders, less than 2 percent presented offers for a discounted payment, which demonstrates the market’s very positive expectations with respect to the nation’s compliance with its short-term financial obligations,” the Economy Ministry said.

"Esse calote da Argentina não vai acontecer nunca não?

To esperando"

Fiscal Jan-Abr 2008: $6.4 B
Fiscal Jan-Abr 2009: -$0.8 B

Receita (sem ajuste inflação) +12%
Depesa (sem ajuste inflação) +26%

CDS: +20% a.a. (Br +2%; Mx +2.3%)

Venda proteção: rende 20% a.a.
Quer?

Alex você ja veio em algum debate do IL? Seria interessante ver o debate de posições diferentes a respeito da crise.

A maioria dos economistas brasileiros liberais brasileros (não austriácos) como Paulo Guedes,Robert Fendt,Paulo Rabello de Castro condenam essas injeções maçicas de recursos.

Olha aí o Morgan Stanley revisando a sua projeção de crescimento do PIB brasileiro para o ano corrente e também para 2010. Era aquilo que já sabíamos. Ainda acho que o Marcelo e o restante da equipe continuam bastante pessimistas, mas mais realistas que a absurda projeção anterior de -4,5%.

Alguém que tenha acesso aos relatórios do Morgan Stanley sabe me dizer para quanto eles revisaram o desempenho do consumo das famílias? Quando eu falava que a queda de 4% estava fora da realidade, citando a elevada participação da previdência na massa de rendimentos como um dos fatores a justificar minha visão, alguns fizeram piadas.

E parece que realmente eu não precisarei cortar o meu pau fora. Me desculpem o baixo nível.

É isso

Abs
Caio Machado

Ótimo post Alex.

Alex você acredita em redução do crescimento americano caso o governo aumente a regulação do setor financeiro,estabelecendo limites de alavancagem para os bancos de investimentos e comerciais de 1:11(regra de Basileia)?

O Crescimento americano (e do mundo) foi possibilitado nos últimos anos graças a alta alavancagem dos bancos americanos,maior oferta de crédito etc,para o Brasil essa bolha permitiu a melhora dos nossos termos de troca.

Henrique,

Eu tenho quase certeza que essas medidas frearão a concessão de crédito e, consequentemente, o crescimento da economia dos EUA.

Acontece que elas poderão tornar as flutuações em torno da tendência menos voláteis. Ou seja, evitarão crescimento muito forte, mas também evitarão recessões muito fortes, como a que presenciamos, suavizando os ciclos econômicos.

Pelo menos é isso que se espera.

Abs
Caio Machado

Alex dívida pública ideal é uma dívida pública abaixo de 20%,acima disso é uma dívida pública alta.

O Ideal é que o governo tem orçamento equilibrado sempre.

"Alex dívida pública ideal é uma dívida pública abaixo de 20%,acima disso é uma dívida pública alta."

Já eu acho que que não pode passar de 3x(pi)^2, NUNCA....

"PS: palmeiras roda amanhã, quem viver verá!"

Como previsto.

Alex, até que ponto vc julga ser importante o conhecimento de econometria para que um sujeito seja um grande macroeconomista? Digo, em que profundidade teórica?

Abc, Pai Alex (STV)

"A maioria dos economistas brasileiros liberais brasileros (não austriácos) como Paulo Guedes,Robert Fendt,Paulo Rabello de Castro condenam essas injeções maçicas de recursos."

A maioria é sempre burra, já diziam os poetas, os filósofos, os psicólogos e quiçá os antropólogos. Enfim, pessoas de bom senso em geral, o que não é o caso dos ultra-liberais.

Abraço, Pai Alex

Bom a maioria dos países liberais (ver no Heritage) tem um nível de endividamento público baixo.

Chile e Hong Kong tem uma dívida pública proxima de 10% do PIB.

A era Reagan deixou uma divida pública de quase 60%,depois veio o governo de Clinton e deixou ela em um patamar mais civilizado.Ele cortou gasto e aumentou impostos,consseguiu equilibrar as contas públicas.

Infelizmente o governo Bush não deu continuidade a austeridade fiscal de Clinton.

"Alex você ja veio em algum debate do IL? Seria interessante ver o debate de posições diferentes a respeito da crise.

A maioria dos economistas brasileiros liberais brasileros (não austriácos) como Paulo Guedes,Robert Fendt,Paulo Rabello de Castro condenam essas injeções maçicas de recursos."

Juliano, por que no te calas????

Coitado do IL, coitados desses economistas...mesmo que eles concordem em algumas coisas com vc,nao mistura o nome deles com teus argumentos ( duvido que eles aprovem quase tudo q vc escreve aqui ). fico chateado de ver um cara que fala tanta besteira se utilizando do mesmo artificio de alguns quermesseiros, digo o de ficar citando pessoas,institutos,escolas ( Chicago por exemplo)de renome pra tentar reforcar sua posicao.

Eh a falacia da autoridade sim Galego, eu sei, mas acho ruim sim um carinha desses ficar citando boas fontes no meio de tanta besteira que ele fala.Vc pelo visto conhece, mas segundo alguns aqui falaram, esse blog eh muito lido por estudantes de economia e me incomoda que soh por um segundo alguem possa associar a escola de chicago com esse exagero mal fundamentado economicamente que vem sendo bostejado por esse sujeito.

abs

RN

Caio Machado disse... "E parece que realmente eu não precisarei cortar o meu fora.".

Apesar de a discussão ser a respeito do consumo das famílias, pelo o que me lembro a questão de cortar ou não cortar era em relação ao PIB como um todo, não? E se sim, tenhamos calma que essa questão ainda não está tão definida... Dúvida: e se o PIB fechar em -0.05%, ainda vale? Ou vai ser só um cortezinho de nada?

Abraço!

Alex se o regime de metas de inflação fosse ajustado ele funcionária.

Existe alguns erros nesse regime:primeiro é ele aceitar uma banda maior,isso é errado.

Se a meta é 2% ela não pode ficar acima de 2% deve ficar sempre abaixo.Com limite Maximo de 2%.


Você mesmo conclui que uma meta abaixo de 2% ajudaria a reduzir o juros nominal e aumentar o crescimento da economia.

"Se a meta é 2% ela não pode ficar acima de 2% deve ficar sempre abaixo.Com limite Maximo de 2%."

Já eu sou contra o regime de entrega de medalhas olímpicas. Acho que quem ganha deveria receber uma medalha de prata; em segundo lugar ficaria o bronze, e ouro só para o terceiro colocado.

Alex nesse cenário de Crise no Brasil a agenda macroeconomica é a menos importante.

Na parte Macro que falta fazer é reduzir mais a meta de inflação e garantir um BC independente.

Díficilmente o Brasil ter um crescimento sustentável nos próximos anos se não fizer as reformas Microeconomicas.O mundo nos próximos anos deve crescer menos o que limita nossa capacidade de crescimento.

Carequinha seu lugar esta garantido na banca examinadora quando eu terminar minha tese de mestrado.


Lucrécio

Olha o que eu descobri, hilario...

http://criticaeconomica.wordpress.com/2007/08/24/resposta-a-schwartsman-2/

Parece ate alguem que nos conhecemos...

Alex ja leu as últimas do Nassif?



"Como se recorda, são operações em que o BC vende títulos com promessa de recompra a curto prazo. Mesmo com liquidez ampla (isto é, ampla capacidade do investidor resgatar seu papel) e segurança total, o BC paga as mais altas taxas de juros reais do mundo.
Além disso, injetou enormes quantias de dinheiro no mercado, a fim de melhorar a situação do crédito. Na outra ponta, em vez de utilizar os lucros que teve com a apreciação do real para reduzir a dívida, aumentou o volume de operações compromissadas. "

"No início, tais operações seguiam o perfil de prazo do open market. Lembra o comentarista que rapidamente chegaram aos R$ 80 bilhões. E aí o BC se enredou na sua própria armadilha.
Em pouco tempo os prazos foram dilatados. Em vez de prazos curtos, operações compromissadas de mais de três meses até um ano. “Nunca mais o BC se livrou do super-open market, que se transformou em mais uma forma “normal” do Estado se financiar e de sustentar o sistema financeiro, viabilizando a introdução de novas variedades de modismos como o câmbio flutuante e a meta de inflação”, diz o comentarista. "


"Quando o BC inventou os “swaps reversos” (que dava lucro ao mercado quando o real se valorizava) as compromissadas explodiram de novo, servindo, em parte, como lastro desses swaps. Houve uma redução do volume quando da bem vinda desvalorização do Real, mas agora volta de novo a explodir. "

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/06/19/a+armadilha+do+bc++6821926.html


Não sei se é pra rir ou pra chorar com essas afirmações .

"Não sei se é pra rir ou pra chorar com essas afirmações"

It is not even wrong (http://en.wikipedia.org/wiki/Not_even_wrong)

"Parece ate alguem que nos conhecemos..."

Parece mesmo, né?

Caro Alex,
Esse modelo é realmente mto interessante (principalmente o com inercia inflacionaria), porém será que a conclusão se mantém adicionando algumas imperfeições?
Nesse modelo acontece a "divina coincidência", porém eu já li em algum lugar que modelos com imperfeições como rigidez salarial anularia a "divina coincidência". Por isso a minha duvida se acrescentarmos algumas imperfeições a conclusao do modelo nao mudaria?
Victor

"Nesse modelo acontece a "divina coincidência", porém eu já li em algum lugar que modelos com imperfeições como rigidez salarial anularia a "divina coincidência". Por isso a minha duvida se acrescentarmos algumas imperfeições a conclusao do modelo nao mudaria?"

Victor:

É uma boa ideia testar a robustez do modelo a hipóteses alternativas, mas, no caso, rigidez salarial (acredito) não vai mudar as conclusões. O modelo tem uma curva de Phillips, justamente porque tem "sticky prices & wages" (rigidez não é uma boa tradução para "sticky" e "viscoso" fica esquisito).

Quanto à "divina coincidência", é menos coincidência (e provavelmente menos "divina") do que parece. Afinal de contas, há uma regra de política monetária que força o BC a agir na direção contrária da economia, i.e., baixar juros quando a inflação (e o hiato) estão baixos e aumentá-los quando o contrário ocorre.

Mas dá para colocar mais imperfeições no modelo. Sugestão?

Abs

Alex

Realmente, o site do "crítica econômica" é hilário....só perde mesmo para o site do grande menestrel do besteirol Jose Carlos Assis : desemprego zero...Totalmente Excelente!!!

Abs
Rogério Ceni
(fez falta ontem)

Alex depois que você colocou esa foto com a camisa do SP o time pego uma Maré de aza da p..... .

Perdeu Pro Corinthians no Paulista,Perdeu pro cruzeiro na Libertadores.

Uma sugestão Coloca a camiza do Timão,quem sabe da sorte.

Corinthians foi Campeão do Paulista,vai ser campeão da copa do Brasil e do brasileiro.

"Uma sugestão Coloca a camiza do Timão,quem sabe da sorte.

Corinthians foi Campeão do Paulista,vai ser campeão da copa do Brasil e do brasileiro."

Você esqueceu do título do ano passado: campeão da Segundona, título que o São Paulo jamais terá...

"É uma boa ideia testar a robustez do modelo a hipóteses alternativas, mas, no caso, rigidez salarial (acredito) não vai mudar as conclusões. O modelo tem uma curva de Phillips, justamente porque tem "sticky prices & wages""
Não entendi o que q a curva de phillips tem a ver com "sticky prices & wages", poderia explicar melhor?
Pelo que eu me lembro a CP pode ter (teoricamente) preços e salarios plenamente flexíveis, nos casos de ilusão monetária ou ilhas de Lucas ambos não teriam preços e salários flexíveis?
Victor

"Pelo que eu me lembro a CP pode ter (teoricamente) preços e salarios plenamente flexíveis, nos casos de ilusão monetária ou ilhas de Lucas ambos não teriam preços e salários flexíveis?"

Ilusão monetária é mais difícil justificar e, sim, no caso das "ilhas de Lucas" também é possível ter uma curva de Phillips, mas a história por trás da curva de Phillips novo keynesiana é uma história de preços e salários que não se ajustam imediatamente (custos de menu, etc).

De qualquer forma, esta imperfeição que você sugere já está incluída no aparato do modelo.

Abs

A

Se não existisse salário mínimo os salários se ajustariam mais rapidamente,dependendo do ganho de produtividade.

Os salários demoram para se ajustar porque existe salário minimo.

The good and bad news in the World Bank’s China Quarterly
Posted on Sunday, June 21st, 2009

By bsetser

The good news in the latest World Bank China Quarterly:

One. China is growing, thanks to China’s government. The World Bank estimates that the government’s policy response will account for about 6 percentage points of China’s 7.2% forecast growth (p. 8). That’s good. There is a big difference between growing as 7% and growing at 1%. This was the right time for China’s government to “unchain” the state banks. Ok, it would have been better if China had allowed its currency to appreciate back in late 2003 and early 2004 to cool an overheated economy instead of imposing administrative curbs on bank credit and curbing domestic demand. Then China might not have ever developed such a huge current account surplus and avoided falling into a dollar trap. But better late than never: this was the right time to lift any policy restraints on domestic demand growth.

Alex e toda galera do blog,

Tem uma galera na internet que está tentando fundar um partido, o Liber, abreviação de Libertários. Quando descobri, pensei: "ótimo, enfim um partido com uma visão mais liberal sobre economia!".

Descobri um chat onde a galera se reunia. Entre bate-papos casuais, às vezes rolava alguma discussão sobre economia. O coordenador de toda essa galera é um cara de BH, chamado Juliano. Logo de cara entrei em um debate sobre a existência de um Banco Central, obviamente, defendendo-a. Alguém tentou me mostrar a qualquer custo que a simples existência de um Banco Central é um dano gigantesco à liberdade econômica. Não consegui convencê-lo do contrário, nem falando sobre a ocorrência de ciclos econômicos e a capacidade que o BC possui de evitá-los. Em uma outra discussão, o Juliano me solta essa, do auge de seus 21 anos (se não me engano) e lá do alto da Torre de Marfim: "o meu barbeiro sabe mais de economia que o Krugman!". E tome risada da galera do chat, a maioria com menos de 25 anos.

Escrevi isso tudo porque me lembrei que ele havia dito que frequentava o seu blog, e agora me lembrei que sempre tem um Juliano por aqui mesmo, escrevendo bobagens sobre economia e tendo, pelo visto, decorado todos os livros da escola austríaca, mas ignorando completamente todo o resto da literatura econômica. Não sei se é mesmo ele, mas de qualquer forma, fica aí a história. É só mais uma demonstração, coisa que o pessoal do blog já está acostumado, de como uma má formação e uma cabeça fechada pode produzir batatadas travestidas de ciência e ainda arrebanhar uma grande quantidade de tolos.

Abraços, Zamba. Do auge dos meus 22 anos. Anpequeiro perseguindo a PUC.

Carequinha existe casos de receções evitadas pelo aumento da inflação.

1 exemplo foi a Alemanha.

Lucrécio

"http://criticaeconomica.wordpress.com"

É por calamidades como essa que sou da opinião que a educação básica deve preceder a liberdade de expressão.

Abraço, Pai Alex (STV)

"existe casos de receções"

Sem comentários.

"http://criticaeconomica.wordpress.com"

O horror, o horror...

Zamba:

Vá em frente. A PUC te agurada.

Abs

Alex

ácido!
Acompanho o blog faz tempo e admiro a forma como você defende as suas opiniões.

É contra os príncipios do livre mercado a existencia do Banco Central.Por que o governo tem que controlar a emissão de moeda?


Provavelmente Alex não explica que antes da fundação do FED nos EUA de 4 em 4 anos existia crises bancárias.

Depois que o FED foi fundado passamos 13 anos sem crises bancárias,depois veio a grande depressão.

Zamba, RN...

Eu não sei o porquê de tanto stress com as besteiras que o Juliano escreve aqui. Eu acho até engraçado lê-las.
Preocupação que alguns tolos acabem seguindo e replicando essas besteiras? O problema é deles. Sempre haverá o caminho difícil, que é o que o Zamba escolheu, de tentar um mestrado em escola de 1a linha, de estudar, ver o estado da arte, aprender o ferramental, e poder analisar o mundo como ele é. Assim como terá o caminho mais fácil, de pegar um autor ou grupo de autores, e tratá-los como profetas da nova verdade, descrevendo o mundo como você quer que ele seja.
E, nesse grupo de pessoas que pegaram o "caminho fácil", o perigo vem dos keynesianos de quermesse. Eles têm acesso ao poder, vivem tentando convencer o Lula a mudar a diretoria do Bacen. É com esses que me preocupo.

Juliano,

Existe uma diferença monumental entre o Fed controlar a emissão de moeda e usá-la como instrumento do desenvolvimento econômico.

Você, como só leu os austríacos, acha que toda recessão é uma correção de rota. Acha que o estouro da bolha imobiliária nos EUA só provocou o retorno do produto ao nível natural. Se tivesse se dado o trabalho de abrir a cabeça, abrindo um livro de macroeconomia a nível de graduação (o que é o meu caso), veria que na maior parte as recessões são um desvio negativo do produto natural, como é o caso dessa, devido à contração do crédito (corrijam-me se estiver falando besteira). Para ver isso, basta (quer dizer, não sei bem se basta) reparar que a inflação observada é menor que a expectativa de inflação, e que, portanto, há espaço para uma política monetária expansionista, que tem por objetivo APENAS fazer com que a economia volte a operar no potencial, e não fazer com que ela opere ACIMA do potencial. Isso faz toda a diferença. Os autores que citou devem ser contra a injeção de liquidez por outro motivo, talvez porque acham que o Fed exagerou e que após a recuperação terão que lidar com uma inflação, sei lá...

Agora, como pra você não existe mundo acadêmico além de Hayek e Mises (eu adoro ambos os autores, não me confunda - só não acho que escreveram bíblias da economia) não existe portanto diferença entre um novo-keynesiano e um pós-keynesiano. Afinal né, se tem keynesiano no nome, deve ser tudo uma porcaria mesmo...

Galego,

É, você tem razão!

Abraços, Zamba

Juliano,

Só mais uma coisa. O fato de terem ocorrido crises bancárias, ou episódios de hiperinflação em países onde existe um BC não quer dizer, necessariamente, que um BC é ruim. O BC de muitos lugares que operam com IT parecem estar fazendo um bom trabalho para garantir a estabilidade monetária. Trabalho esse que muito provavelmente supera a adoção de um padrão-ouro ou private money.

Zamba

CARISSIMO TIO

Depois do ataque cardiaco da semana passada, estou novamente em forma.

Mas em todo caso, a gente temos ae duas perguntas, Tio:

1- A "expectativa de inflacao futura" se correlaciona com o que?

2- E aqui no Barakistao, qual seria a expectativa futura razoavel, considerando a drunken party do Billy the Ben, o nosso bandidinho favorito, e sua gang?


Um abraco de quebrar costela


Kleber S.

Grande Kléber:

Sentimos sua ausência. Respondendo suas perguntas:

1) No caso de um BC responsável (nos termos do modelo, a>0), a expectativa de inflação converge à meta;

2) No Barakistão terão que cortar um dobrado, não agora, mas em 1 ano e meio, dois anos, para convencer o pessoal que inflaçãomais alta não será solução para a dívida. E acho que não vão conseguir.

Abs

Alex

Alex voce reconhece que esses pacotes fiscais todinho sao uma ameaca para a estabilidade da economia americana?

Minha segunda duvida é se essa injecao de capital macico vai alimentar a inflacao futura.

O que o FED imprimiu,juntanto o que o tesouro ta gastando da uma bela quantidade de dolares.

TIO

Brigadao! Na minha vida profissional toda - que comecou num quartel - eu aprendi a couple of things. Uma estrategia qualquer que seja NAO pode depender de "timing" nem de "qualidade" de pessoal. Por isso mesmo o Barakistao ta' frito, Alex. Eu compartilho a sua sensacao.

O ataque cardiaco foi muito mixo. Ate' agora acho que foi boato. Num senti porra nenhuma. De repente me levaram numa ambulancia de um hospital pra outro. Ai' eu falei pro paramedico: "Po, se eu preciso dessa urgencia toda - the bitch was driving over the shoulder, sirenes full blast - eu to fritasso!". "It's just the procedure, sir, no worry". Ae me levaram de cadeira de rodas - veiculo maravilhoso - pruma sala de reunioes onde havia uns 5 ou 6 caras de azul. Vinte minutos depois perguntei o quiquiera e me disseram que ja' tinham limpado o tubo! Sei nao... pareceu grupo. Mas pelo sim pelo nao, comprei um conversivel pra azucrinar no verao e tirei a semana de folga. Culpa nao e' minha. Alias, caso eu bata com as 10 assim meio que de repente, vou arrepiar neguinho no Congresso. Dai'.

De qualquer maneira, a dieta e' de enlouquecer, particularmente a maldita "non-smoking rule". Beber pode, 2 drinks por dia, alias e' recomendado. Tentei negociar com o medico, zero de domingo a quinta, 14 no fim de semana. Num teve acordo. Eeeeeee', mocada, parece que o jacare' me pegou...


Um abraco de quebrar costela


Kleber S.


PS: O bear-market rally ja' ta' estrebuchando, viu , cumpadres. Eu avisei logo na primeira semana de marco. Agora ta' xegando na hora de puxar o carro.

ZAMBA, MEU CHAPA

Vejo que voce e' um jovem entusiasta, com posturas de modestia. Assim voce vai longe. Mas nao se iluda com os bandidos do Fed, nao, viu Zamba. Greenzinho, velho safado e boko-moko, e Billy the Ben, seu asseclinha favorito, pisaram na bola feio. Pena que voce nao frequentava o blog na epoca em que isso foi discutido aqui. Minha sugestao para voce entender melhor o embroglio do que tem se passado por aqui no Barakistao nos ultimos 2 anos e' a seguinte:

- Ponha-se no lugar do presidente do Fed
- Pergunte-se o que voce deveria fazer para dar uma ajudinha a seus amigos
- Do it


Abraco de quebrar costela

Kleber S.

Kleber:

Achei que o ataque cardíaco era uma metáfora... Lerdeza minha.

Bom saber que você está bem e aproveitando o conversível.

Azucrina Kléber!

Abração

Alex

"Você, como só leu os austríacos, acha que toda recessão é uma correção de rota".

Pelo visto, nem Juliano nem você leram os astríacos, me desculpem.

Os austríacos não atribuem os ciclos a uma "correção de rota", como se a economia de tempos em tempos se desviasse de um caminho virtuoso e precisasse de um Banco Central para corrigi-la.

Os ciclos ocorrem devido a um desajuste na complexa estrutura do capital que compõe a economia, devido a emissão de moeda feita pelo BC.

Ver detalhes aqui:

http://mises.org.br/Article.aspx?id=206


"Acha que o estouro da bolha imobiliária nos EUA só provocou o retorno do produto ao nível natural."

Sugiro assistir esta palestra:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=308

Enfim, se querem discordar dos astríacos, fiquem a vontade. Mas por favor, se não for pedir muito, critiquem apenas o que os austríacos disseram, e não o que vocês "acham" ou o que "ouviram falar". Isso é ridiculo.

Viva a Áustria!!
E Alex, acho que vc fala melhor de futebol...