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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ainda o fardo do economista neoclássico (ou ajoelha Polyana!)

“NADA faz a inflação naturalmente se auto-alimentar e crescer descontroladamente (pare de supor isso a priori, por favor), logo, se a inflação é causada por choques de oferta, por exemplo, ela vai retornar à trajetória..”

Esta é a afirmação da Polyana (quer ser chamada de Lucrecia, mas é Polyana mesmo) que eu vou desmentir usando um modelinho muito simples.

A começar por uma curva de Phillips com expectativas racionais (depois mostro o caso com expectativas adaptativas), no qual a inflação hoje [p(t)] depende da expectativa da inflação futura E[p(t+1)] e do hiato corrente [h(t)], além de um choque de oferta e(t), suposto ruído branco.

p(t) = E[p(t+1)] + fh(t) + e(t) (1)

O lado da demanda é uma IS convencional, onde o hiato do produto depende o desvio da taxa real de juros com relação à taxa neutra (r) e um choque de demanda u(t), também ruído branco.

h(t) = -c[i(t) – E[p(t)] - r] + u(t) (2)

A regra de política monetária é uma regra de Taylor genérica, de acordo com a qual o BC ajusta os desvios da taxa nominal de juros relativamente ao nível neutro de acordo com os desvios esperados da inflação com relação à meta p* e do hiato:

i(t) = r + E[p(t)] + a[E[p(t)]-p*] + bE[h(t)] (3)

Substituindo (3) em (2) e tirando as expectativas, temos a seguinte expressão para o valor esperado do hiato:

E[h(t)] = -[cb/(1+cb)] [E[p(t)]-p*] (4)

Tirando as expectativas de (1) e usando (4) achamos a seguinte expressão para as expectativas da inflação corrente:

E[p(t)] = K E[p(t+1)] + (1-K)p* (5)

Onde K = [1+cb]/ [1+c(b+fa)] (6)

Vamos começar com o caso a>0, isto é, quando o BC reage a uma taxa de inflação esperada mais alta aumentando a taxa nominal de juros em montante superior à variação da inflação, ou seja, elevando a taxa real de juros.

Por (6), quando a >0, K<1 e (5) sugere que a expectativa de inflação corrente é uma média ponderada da expectativa futura e da meta. (5) também é uma equação a diferença que pode ser resolvida recursivamente, isto é, adiantando (5) em um período e substituindo na equação original e repetindo para valores futuros. Quem fizer isto chega a uma expressão em que a expectativa hoje depende de um valor da expectativa de inflação num horizonte arbitrariamente longo de tempo descontada, porém, por um valor muito baixo, já que o coeficiente K (menor do que um) é elevado a uma potência arbitrariamente alta. Este valor desaparece e o que sobra é um termo de valor presente. Quem quiser pode checar, mas eu vou usar um método diferente.

Seja F um operador de avanço, isto é:

x(t+1) = Fx(t)

e de forma mais geral

x(t+j) = (Fˆj)x(t).

Neste caso podemos reescrever (5) como:

E[p(t)] = [(1-K)/ (1-KF) ]p* (5a)

Não dá para usar o símbolo de somatória aqui, mas vou definir S(j=m,n)[X(j)] como a somatória de X(j) para o intervalo de “j” indo de m a n. Com esta definição temos:

E[p(t)] = (1-K)S(j=o,infinito) [(K^j)p*(t+j)]

Na verdade, no nosso contexto p* é uma constante (mas um caso interessante é ver o que ocorre com a inflação corrente se a meta de inflação for elevada – digamos em (t+1) – para sempre; dá um resultado legal para quem quiser se aventurar e ajuda a explicar a aceleração da inflação na segunda metade de 2007+), de modo que a equação simplifica para:

E[p(t)] = p* (7)

Isto é, a solução de expectativas racionais (sem inércia a priori, portanto) é que a inflação esperada é sempre igual à meta. Neste caso, por (1):

E[h(t)] = 0 (8)

O hiato esperado do produto é zero e a inflação não tem raiz unitária. Pode se desviar da meta por conta de choques, mas, em média, oscila em torno da meta.

O que acontece, porém, se a=0?

Voltando à regra de política monetária, este é o caso em que o BC não aumenta a taxa REAL de juros em resposta a inflação mais elevada, ou seja, acomoda o choque. Nos termos do nosso modelo, agora K=1 e deixa de ser verdade que o termo associado à inflação esperada num horizonte arbitrariamente longínquo convirja a zero (a condição de transversalidade não é mais válida – esperei anos para escrever isto no blog) e (7) não é mais uma solução válida para (5).

Agora (5) pode ser escrita como:

E[p(t+1)] = E[p(t)] (9)

Isto significa que a meta não mais ancora a expectativa de inflação (todo peso vai para a inflação esperada), ou seja:

p(t+1) = p(t) + v(t) (10) [onde v(t) é ruído branco, combinação linear de outros ruídos brancos]

Neste caso sim a inflação tem raiz unitária. Qualquer choque positivo, de demanda ou de oferta, mesmo que seja ruído branco se incorpora permanentemente à inflação e ela NÃO retorna à trajetória original.

O observador polyannesco, que olha só a forma reduzida (10), vai falar que a inflação é inercial e construir uma historinha de sindicatos, de como as pessoas olham para trás para formar expectativas de inflação (diga-se de passagem, neste caso de política monetária acomodatícia passa a ser ótimo formar expectativas de inflação futura a partir da passada, como (9) e (10 ) sugerem). E vai testar isto econometricamente (OK, exagerei, mas quem sabe?) e achar raiz unitária, certamente sem conhecer a crítica de Lucas (valeu "O").

E se a<0, ou seja, e se o BC sequer trabalhar para repor a redução da taxa real de juros que se origina de um choque qualquer? Neste caso K > 1 e a inflação se torna explosiva, isto é, qualquer choque positivo sobre a inflação a faz crescer indefinidamente. Aqui também a inflação não retorna à trajetória de metas.

Bom, a historinha da Polyana já foi devidamente desmentida para o caso de um modelo em que não há inércia a priori, pelo contrário, onde as expectativas são formadas olhando para a frente. O que ocorre no caso de um modelo de expectativas adaptativas (na verdade um caso particular, mas que ilustra o problema economizando um bocado em notação e técnica)?

A curva de Phillips segue agora a versão aceleracionista mais simples e supomos que a expectativa de inflação hoje é a inflação de ontem. Assim:

p(t) = p(t-1) + fh(t) + e(t) (11)

A IS agora é dada por:

h(t) = -c[i(t) – p(t) - r] + u(t) (12)

E a regra de política monetária é

i(t) = r + p(t) + a[p(t) -p*] + bh(t) (13)

Quem resolver o modelo para p(t) vai achar:

p(t) = Kp(t-1) + (1-K)p* + Ke(t) + Mu(t) (14)

onde K é o mesma definição do modelo anterior e M = f/[[1+c(b+fa)]

Aqui também não é difícil analisar a resposta da inflação à postura da política monetária. No caso a>0 (logo K<1), choques (de oferta ou demanda) causam desvio da inflação com relação à meta, mas combatidos com elevação da taxa real de juros levam a uma trajetória na qual a inflação retorna (gradualmente, por conta das expectativas adaptativas) à trajetória de metas. A rapidez do retorno depende (entre outras coisas) de “a”. Quanto maior for “a”, mas rápido o retorno. O hiato se torna negativo durante o período de ajuste, convergindo para zero ao longo do tempo, a velocidade de convergência também dependente de "a".

No caso a=0, K=1 e a inflação também se perpetua, isto é, (14 ) se torna:

p(t) = p(t-1) + e(t) + Mu(t) (14a)

Mais uma vez a inflação tem raiz unitária (em particular, se torna um passeio aleatório). Só que a raiz unitária não vem das expectativas adaptativas (como alguém pouco familiarizado com modelos poderia crer), mas sim da regra de política monetária. Isto fica claro pela comparação entre (14) e (14a): em ambas as expectativas são adaptativas, mas apenas em (14a) a raiz unitária aparece.

Já no caso a<0 (a autoridade monetária permite que a taxa REAL de juros caia quando a inflação se desvia da meta), qualquer choque, de novo, leva uma trajetória de aumento descontrolado da inflação.

Também no contexto de expectativas adaptativas, portanto, quem estimar (14a) vai achar raiz unitária na forma reduzida e achar que se trata de uma questão estrutural. Mas, como nossa Polyana/Lucrecia, estará redondamente enganada.

* * *

+ A pedidos: se a meta de inflação for alterada (para, digamos, p** em t+1) a solução para a expectativa de inflação hoje passa a ser:

E[p(t)] = (1-K)p* + Kp**

isto é, uma média ponderada entre a meta atual e a meta futura. Em particular, se a meta for elevada com relação à inicial, as expectativas de inflação aumentam e a inflação corrente (que depende de E[p(t+1)] se acelera.

Dica: a somatória de uma PG infinita com razão "a" (menor que um) é 1/1-a. Aqui fazemos a solução para uma PG infinita, deduzido o primeiro termo.

81 comentários:

Brilhante! Agradeço. Depois leio novamente, mas esse engenheiro de controle quer tentar ser o primeiro a comentar :-)

Afinal, o senhor se considera um neoclassico ou novo-keynesiano??
Abraços,
Cassio

Cassio:

E isto importa?

Sério, vejo os novo-keynesianos (e mesmo os velho-keynesianos - Hicks, Samuelson, Solow, Tobin, Modigliani) como parte do universo neoclássico. Para mim o que define a abordagem neoclássica é a ênfase em comportamento individual, otimização, e equilíbrio (competitivo ou não). O resto é discussão acerca da validade empírica dos modelos.

Isto dito, sou um economista que estudou em escola de água salgada.

Digamos que se o senhor acreditar na possibilidade de insuficiencia de demanda efetiva e equilibrio abaixo do pleno emprego (alem é claro de outros fatores, mas esses não tão diferentes dos neoclassicos), é um novo-keynesiano. Concorda?
Abraços,
Cassio

Não entendi a analogia...
Cassio

As escolas das costas (oeste e leste) são novo-keynesianas. As do meio (água doce), não.

Oi Alex!
Pessach Shalom!

Alex, sei que rótulos de pouco ou nada ajudam, mas só para determinar melhor como o senhor organiza seu pensamento diante dos mais variados temas, e por curiosisade mesmo, eu vou fazer coro com o colega: Você se considera um neoclássico ou um neo-keynesiano?
Corrija-me, por favor (and I mean it; odeio pagar mico), mas academicamente o economista que você admira não é um neokeynesiano?

Abraços
Edu R

Água doce? Salgada, eu não entendi a piada interna. Desamericanize-a por gentileza?
Água salgada = NYC, Columbia, Harvard, Yale, MIT, Berkeley?
Água doce = Chicago?
abraços
ER

Você esqueceu de dois velhos, praticamente anciões, guardiões do Templo de Keynes.
ps: Lerner e Kalecki

ps2: qual é a validade e a factualidade da Curva Laffer?

O que define a abordagem neoclássica são pressupostos errôneos e, ainda, irreais.
E uma tecnicidade exuberante.

Abs,

JA.

O que eu nao entendo no raciocinio acima, e em muita economia, e o seguinte:

Qual e a evidencia empirica que suporta as hipoteses de linearidade e time-invariance nas relacoes acima? Ou e obvio desde first principles de como funciona a economia, que voce nao tem de forma alguma

p(t)=F(E(p(t+1), t) onde F nao e uma funcao linear, nem time-invariant?

Se for, entao desculpe a minha ignorancia.

Se nao for obvio, entao eu devo lembrar o que um ze-mane chamado Charles Desoer e um outro schmuck chamado Rudolf Kalman me ensinaram pessoalmente que sem essas duas condicoes esse papo de raizes, raizes unitarias e os scumbau nao existe.

Eu assumo - novamente talvez fruto da minha ignorancia e um candidato ao jumento de ouro - que essas hipoteses de linearidade e time-invariance sao necessarias por que senao o seu modelo fica muito complicado (intratavel em geral), e nao muito revelador.

Mas se e esse o caso o que voce "provou" nao e realmente nada sobre como a inflacao real funciona, a nao ser que voce preencha a lacuna indicada acima.

PIG

ps: Brandao, so ta faltando voce dizer que alem de ter crescido no bom retiro, eu sou gay, loiro, argentino, corintiano e preto cara! Vai comer matzah com ovo e para de chutar...Sou carioca da gema, mermao, mas agora moro em SP.

"As escolas das costas (oeste e leste) são novo-keynesianas. As do meio (água doce), não."

Ok Alex, mas Minnesota e Chicago são Neo-clássicas também. Qual seria a diferença entre o doce e o salgado?
Abç.
M.

"Eu assumo - novamente talvez fruto da minha ignorancia e um candidato ao jumento de ouro - que essas hipoteses de linearidade e time-invariance sao necessarias por que senao o seu modelo fica muito complicado (intratavel em geral), e nao muito revelador."

Basicamente isto, mas a questão principal é se o modelo, simples como é e com suposições claramente irreais (e quanto mais irreais melhor, o JA que vá ler Milton Friedman) consegue explicar a evidência empírica existente e prever a nova.

Isto dito, mesmo a versão que eu usei aqui abusa de alguns atalhos. Não é microfundamentada, i.e., não parte de otimização individual, etc, etc. ó que o trabalho de microfundamentação já foi feito (o modelo por trás disto tipicamente tem algum consumidor otimizando intertemporalmente, etc, etc, para gerar uma relação negativa entre taxas de juros e dispêndio, assim como um modelo de competiçao monopolista com rigidez de preço - custos de menu, p.ex. - para gerar uma curva de Phillips, e, em alguns casos, a modelagem do BC é mais complicada também).

Versões microfundamentadas são menos sujeitas à crítica de time-invariance, etc, mas, em última análise, a questão é saber se estes modelos têm algum relevância empírica ou não. Até onde eu sei, a resposta é afirmativa.

São a palavra final? Espero (e acredito) que não. Se fosse assim a ciência não evoluiria.

Abs

Alex

P.S Pega leve com o Luiz.

"qual é a validade e a factualidade da Curva Laffer?"

Na minha opinião, zero.

Li de novo. Vou usar seu blog como texto na próxima vez que ensinar o curso de controle digital.

Respondendo ao PIG: "Qual e a evidencia empirica que suporta as hipoteses de linearidade e time-invariance nas relacoes acima? Ou e obvio desde first principles de como funciona a economia, que voce nao tem de forma alguma p(t)=F(E(p(t+1), t) onde F nao e uma funcao linear, nem time-invariant?"

Em geral os modelos lineares são boas aproximações para situações não-lineares, contanto que estejamos operando próximos aos ponto de equilíbrio. Não sempre, mas em muitos casos. Então parece bastante razoável usar modelos lineares mesmo sem indicação clara de que não existem não-linearidades. Pelo menos enquanto não voltarmos à hiperinflação ou à depressão. Adicionalmente, para sistemas de primeira ordem - como o discutido no blog, com apenas uma variável de estado - as condições de estabilidade continuam válidas mesmo que o sistema seja variante no tempo.

Ou seja, podemos levar "...esse papo de raizes, raizes unitarias e os scumbau..." sem dor de consciência.

Fica uma pergunta: como fica a situação no caso de um choque deflacionário - como a queda das exportações no Brasil hoje, ou queda de demanda por falta de crédito? Entendo que as equações são lineares, portanto simétricas em relação a desvios positivos e negativos de p. Mas existe uma assimetria: a taxa de juros não pode ficar negativa. Qual a sua interpretação, e qual a recomendação resultante para a situação atual?

Eu tenho realmente muitos comentários a fazer, alguns dos quais já estão na janela de comentários do post anterior.

Primeiramente a sua exposição foi muito clara. Porém, creio que tenha havido uma incompreensão da minha discussão sobre raiz unitária na inflação. Era um argumento puramente empírico.

Esse modelo com regra de Taylor é realemente muito popular (apesar da sua versão ser simplificada), mas simplesmente ele pode não ser o modelo que a economia real segue.
Alíás, modelos tradicionais macroeconômicos estão hoje passando por um péssimo momento, como Willem Buiter brilhantemente descreve nesse site: http://blogs.ft.com/maverecon/2009/03/the-unfortunate-uselessness-of-most-state-of-the-art-academic-monetary-economics/

Modelos assim são simplesmente inúteis. Quem estiver interessado pode olhar o texto do Buiter. Esses modelos já estão sendo jogados no lixo, e isso vai continuar, segundo ele:

"The Bank of England in 2007 faced the onset of the credit crunch with too much Robert Lucas, Michael Woodford and Robert Merton in its intellectual cupboard. A drastic but chaotic re-education took place and is continuing."

Lucrécio.

Bela cópia de livro-texto, alguém já tinha sugerido a leitura do capítulo do Mankiw com uma exposição semelhante muito boa. Não vou discutir o modelo com expectativas racionais porque na realidade ninguém leva ele muito a sério (o desemprego de hoje é causado por preguiça?).

Já que você quer discutir nesses termos vamos lá.

Pelo seu modelo, mais alguns comentários:

IS: h(t) = -c[i(t) – p(t) - r] + u(t), mas seria melhor escrever como:
h(t) = − c(r(t) − J) + u(t), em que J é a tal "taxa natural de juros".

Curva de Phillips: p(t) = p(t-1) + fh(t) + e(t)

Regra de Taylor: i(t) = J + p(t) + a[p(t) -p*] + bh(t)

Expectativas Adaptativas: E(t−1)p(t) = p(t−1)

Efeito Fisher (marotamente esquecido): r(t) = i(t) − E(t)p(t+1)

Para o modelo dar certo e você conseguir obter as soluções, o efeito Fisher que relaciona taxas de juros nominais e reais precisa valer.

Mesmo sob essas hipóteses restritivas, choques negativos fariam a inflação percorrer o caminho contrário (o modelo é linear, não?). Comentário de Ben Bernanke sobre a inflação de commodities (custos) de 2008:

I see the differences between the economy of 1975 and the economy of 2008 as more telling than the similarities … Importantly, we see little indication today of the beginnings of a 1970s-style wage-price spiral, in which wages and prices chased each other ever upward.


Negar a existência de wage-price spirals não vai fazer o problema desaparecer. A inflação é um fenômeno causado principalmente por conflitos distributivos e custos. Até Milton Friedman sabia disso ("Some Comments on the Significance of Labor Unions for Economic Policy", 1951, in D. McC. Wright, editor, The Impact of the Union. New York: Harcourt Brace.).

Como ninguém leu o paper do Summers, vou postar o abstract:

This paper critically re—examines theory and evidence on the relationship between interest rates and inflation. It concludes that there is no evidence that interest rates respond to inflation in the way that classical or Keynesian theories suggest. For the period 1860—1940, it does not appear that inflationary expectations had any significant impact on rates of inflation in the short or long run. During the post—war period interest rates do appear to be affected by inflation. However, the effect is much smaller than any theory which recognizes tax effects would predict. Furthermore, all the power in the inflation interest rate relationship comes from the 1965—1971 period. Within the 1950's or 1970's, the relationship is both statistically and substantively insignificant.

Sorry. A política monetária não é neutra nem no longo prazo.

PS (porém importante):Óbvio que eu não acredito nisso, pelos motivos apresentados, mas para uma revisão rigorosa (e negativa) de regras de Taylor incorporando múltiplos equilíbrios, ver . Esses modelos de regra de Taylor são realemente ridículos em termos da teoria neoclássica, eu tenho que concordar:

"Most of the case for Taylor rules in popular and central bank writing, and often in academic contexts, emphasizes the old-Keynesian stabilizing story. This is a pleasant and intuitively pleasing story to many. However, it throws out the edifice of theoretical coherence — explicit underpinnings of optimizing agents, clearing markets etc. — that is the hallmark achievement of the new-Keynesian effort. If inflation is, in fact, stabilized in modern economies by interest rate targets interacted with backward-looking IS and Phillips curves, economists really have no idea why this is so."

Lucrécio.

faltou o link: faculty.chicagobooth.edu/john.cochrane/research/Papers/determination_taylor_rules.pdf -

"Modelos assim são simplesmente inúteis. Quem estiver interessado pode olhar o texto do Buiter. Esses modelos já estão sendo jogados no lixo, e isso vai continuar, segundo ele:"

Sao tão inúteis que têm guiado a política monetária de muitos países por muito tempo com resultados muito bons.

De qualquer forma, eu mostrei que a inflação pode ter raiz unitária sem inércia. Seu ponto ["“NADA faz a inflação naturalmente se auto-alimentar e crescer descontroladamente (pare de supor isso a priori, por favor), logo, se a inflação é causada por choques de oferta, por exemplo, ela vai retornar à trajetória..”] estava errado e você poderia começar reconhecendo isto. Mas seria exigir mais honestidade intelectual do que você é capaz...

"Primeiramente a sua exposição foi muito clara. Porém, creio que tenha havido uma incompreensão da minha discussão sobre raiz unitária na inflação. Era um argumento puramente empírico."

Beta tentaiva (fui incompreendido - nova esta, não?), mas não foi o que você disse. De novo, exigir honestidade intelectual parece ser injusto...

Sobre o comportamento da inflação desde a década de 80, ver: Has Inflation Become Harder to Forecast?

http://ksghome.harvard.edu/~JStock/pdf/qepd_sw_jmcb_submission_1.pdf

Pequeno trecho:

One thing this paper has not done is to attempt to link these changes in time series properties to more fundamental changes in the economy. The obvious explanation is that these changes stem from changes in the conduct of monetary policy in the post-1984 era, moving from a reactive to a forward-looking stance (see for example the recent discussion in Estrella (2005), who explains the post-80s failure of the term structure to have predictive content for inflation in terms of changes in Fed policy). But obvious explanations are not always the right ones, and there are other possibilities. To a considerable extent, these other possibilities are similar to the ones raised in the context of the discussion of the great moderation, including changes in the structure of the real economy, the deepening of financial markets, and possible changes in the nature of the structural shocks hitting the economy. We do not attempt to sort through these explanations here, but simply raise them to point out that the question of deeper causes for these changes merits further discussion.

Eu sei que as pessoas são muito ansiosas para estarem certas de maneira absoluta, mas infelizmente isso não é possível.

Lucrécio.

"mas seria melhor escrever como:
h(t) = − c(r(t) − J) + u(t), em que J é a tal "taxa natural de juros"."

Leu tão bem que não percebeu sequer que r, no modelo, já é a taxa neutra...

"Efeito Fisher (marotamente esquecido): r(t) = i(t) − E(t)p(t+1)"

Analfabetismo é fogo. O Efeito-Fisher está presente na IS.

"Negar a existência de wage-price spirals não vai fazer o problema desaparecer. A inflação é um fenômeno causado principalmente por conflitos distributivos e custos. Até Milton Friedman sabia disso ("Some Comments on the Significance of Labor Unions for Economic Policy", 1951, in D. McC. Wright, editor, The Impact of the Union. New York: Harcourt Brace.)."

Engraçado. Quer dizer que os conflitos distributivos sumiram magicamente depois de 1980, curiosamente depois da mudança de postura de política monetária. Que coincidência...

Será que a espiral preço-salário não tem nada a ver com política monetária? Ou você está observando a forma reduzida? Pelos seus comentários eu fico com a segunda alternativa...

Isto, e citar Milton Friedman (para quem a inflação é sempre e em qualquer lugar um fenômeno monetário) vão te levar muito longe. Claro que na direção errada, mas isto a gente já sabe...

"I see the differences between the economy of 1975 and the economy of 2008 as more telling than the similarities … Importantly, we see little indication today of the beginnings of a 1970s-style wage-price spiral, in which wages and prices chased each other ever upward."

E por que será que isto ocorre? O mundo deixou de ser conflituoso?

"Não vou discutir o modelo com expectativas racionais porque na realidade ninguém leva ele muito a sério (o desemprego de hoje é causado por preguiça?)."

Crítica velha e inacreditavelmente equivocada. Desde o trabalho do Stan Fischer nos anos 70 se sabe que a hipótese de expectativas racionais NAO é a hipótese crucial nos modelos novo-clássicos que geravam este tipo de conclusão, mas sim a hipótese de preços flexíveis (market-clearing).

Modelos novo-keynesianos com expectativas racionais, mas rigidez (nominal, ou real, ou ambas) de preços implicam conclusões bem diferentes a respeito das flutuações econômicas, incluindo a cópia da frase do Simonsen (a epidemia de preguiça).

Agora vai correr atrás de uma citação, vai...

PIG disse...

PIG

ps: Brandao, so ta faltando voce dizer que alem de ter crescido no bom retiro, eu sou gay, loiro, argentino, corintiano e preto cara! Vai comer matzah com ovo e para de chutar...Sou carioca da gema, mermao, mas agora moro em SP.


Mermão, me desculpe mas com o nome de PIG, fazendo comentários como os que você faz eu vi uma certa semelhança com um outro Berkeley Alumni, que alias foi quem me indicou o blog.

Eu também sou mais um carioca exilado econômico em São Paulo, fazendo São Paulo crescer, quando você tiver um tempo poderiamos discutir essa impossibilidade física que é um argentino que também seja corintiano, quem sabe numa feijuca no na Mata Café.

Gosto de matzah com ovo frito, mas como não sou praticante da Kashrut, fazem anos que não como, mas estou sempre aberto a uma bureka com cerveja ou um lox com pão preto já que é dificil achar bagel em Sampa.

Agora de onde você tirou argentino e corintiano?

Chag Sameach pelo Pesach!

"Não vou discutir o modelo com expectativas racionais porque na realidade ninguém leva ele muito a sério (o desemprego de hoje é causado por preguiça?)."

Realmente bizarro esse comentario, pois desde o final dos anos 70 existem modelos com expectativas racionais e com desemprego involuntario ou keynesiano (vide Fischer, Calvo).

"essa impossibilidade física que é um argentino que também seja corintiano"

Interessante, porque eu conheco um argentino, muito bom economista (o Alex deve conhecer tambem), que eh corintiano.

"O"

Quem é?

Passei uma lista de economistas argentinos pela memória, mas não consigo me lembra de nenhum corintiano (o Fabio torce pelo Racing, o Roberto Iglesias não é corintiano - acho).

O que acontece se a meta de inflação mudar? Não entendi?

bom, e eu sou economista de agua poluida, rio pinheiros, e talvez minha formacao seja mesmo meio poluida.
vou reler mais tarde e tentar comentar.
abs
sgold

O Fábio Giambiagi? acho que é flamenguista, se nao estou enganado...

Alexandre, Felipe e Luiz:

Eu nao sou nem nunca fui economista. Nem filosofo. Ja fui lavador de carro, garcon, engenheiro, matematico e business man. Assim, desse meu ponto de vista deficiente, eu ainda acho que

a) o modelo e legal, a analise interessante, etc. Pode dar insights legais sobre a inflacao e seu comportamento.

b) eu nao sei o suficiente sobre economia e seus metodos empiricos, mas a minha observacao e que o negocio aqui e muuuito diferente de engenharia e fisica. nessas disciplinas esses modelinhos lineares sao usados para entender fenomenos relativamente simples (se comparados com a macroeconomia ou um sistema biologico real) e pra desenhar sistemas tambem relativamente simples. Dizer que esse resultado PROVA algo sobre o comportamento da inflacao real, parece-me flippant (nao sei a traducao exata ao portugues)

c) Ao Felipe, tudo o que voce escreveu eh - se eu lembro bem - exatamente correto. Mas seu ponto sobre os resultados ainda valerem para time variant systems aplica-se apenas a linear systems. E a questao se o sistema linear e ou nao uma boa aproximacao ao sistema real (potencialmente nao linear) eh um pouco mais complicada, ja que depende da natureza da nao linearidade (p.ex. voce nao pode derivar uma funcao discontinua). Eu respeito o Alexandre quando ele nao esta falado de futebol, e achei que ele foi um pouco too assertive.

d) Se o modelo e' uma representacao correta da realidade, e nao ha duvidas sobre isso, sera que alguem pode me dizer qual sera a inflacao nos US a cada mes nos proximos 36 meses? Ou - pra ser um pouco mais razoavel - sera que alguem pode me explicar a partir de first principles como e porque a melhor idealizacao das perturbacaoes externas sao white noise?

e) A matematica na nota tem algo entre 200 anos ou 50 anos. Eu posso argumentar que Laplace e Fourier ja tinham figured it all out em 1815, e ninguem ira discutir que o "modesto" Rudolph Kalman ja sabia toda matematica envolvida e muito mais na decada de 60.

A matematica associada hoje em dia a teoria de sistemas dinamicos e muuutio mais sofisticada. Eh meio perturbador (no pun intended) que ainda ha economistas que tem que ser educados sobre isso por caras como o Alexandre, 50 anos depois disso ser resolvido e mastigado (ate engenheiros entendem!). E o fato que a matematica mais sofisticada de sistemas dinamicos nao e aplicada a economia mostra que o problema esta nos modelos.

e) Luizao, mermao, eu nao fiquei ofendido. Voce nao me chamou de Sao Paulino. Ou de economista. Mas eu conheco o cara que voce estava descrevendo. Ele eh gordo, burro pra caramba (apesar ganhar um premio fodao pela dissertacao dele em Berkeley) e chato. (melhor que sao paulino ou argentino!).

PIG

Eu estava me referindo a velha piada em que um guarda para um cara numa estrada perto de Florianopolis.

Ao se aproximar do motorista ve que e um preto, judeu, bicha e diz pro cara:

- Eu ia te dar uma multa, mas agora que te vi assim de perto, judeu, preto e bicha, fiquei com pena. Como voce sobrevive?

O motorista responde: non lo sabes, estos no son lo mas dificil...

PIG

ps: Lulu, mermao, agora voce me entende?

PIG:

"Dizer que esse resultado PROVA algo sobre o comportamento da inflacao real, parece-me flippant (nao sei a traducao exata ao portugues)"

A prova aqui não foi pretendida no sentido "é assim que o mundo funciona" (ainda que eu acredite que se trata de uma aproximação bastante razoável, que provê uma boa explicação para os fatos estilizados), mesmo porque ninguém sabe como o mundo funciona (a quermesse, porque acha que tem contato com Deus, acredita que sabe, mas isto é outra coisa).

A questao era bem mais simples. A Polyana/Lucrecia afirmou que nada faria a inflação se auto-alimentar e crescer descontroladamente na ausência de inérica a priori. Eu mostrei que esta afirmação estava errada, i.e., na presença de um BC que acomoda choques, a inflação passa a ter raiz unitária. A zero de jogo ganhei o debate: mostrei um caso no qual - sem inércia - isto pode ocorrer.

A outra pergunta é se isto descreve a grande inflação dos anos 70. Aí a questão é empírica. Num dos comentários do outro post eu fiz menção a um trabalho do Clarida, Gali e Gertler (no QJE 2000) que achou evidência de resposta insuficiente do Fed nos anos 70 (na nossa notaçao, a= -0.14), o que seria consistente com a história contada pelos modelos. Há mais evidência a respeito e não no que se refere aos EUA.

"Ou - pra ser um pouco mais razoavel - sera que alguem pode me explicar a partir de first principles como e porque a melhor idealizacao das perturbacaoes externas sao white noise? "

Conveniência. Mas nada impede, num modelo mais sofisticado, que a perturbação siga outros processos (ARMAs, ARIMAs, etc). Só que, no contexto em que eu me propus analisar o assunto isto implicaria: (a) complicar a discussão mais que o necessário; (b) entrar na questão de quanto de uma possível inércia vem das perturbações (se o erro for autorregressivo, etc, etc), o que é legal, mas não acrescentaria muito ao tópico em discussão.

"E o fato que a matematica mais sofisticada de sistemas dinamicos nao e aplicada a economia mostra que o problema esta nos modelos."

Houve algum trabalho neste campo (um dos capítulos do Blanchard e Fischer descrevem esforços no sentido de incorporar modelos dinâmicos não-lineares à macro), mas, até onde sei, deram com os burros n'água. Na verdade, os modelos lineares se mostraram melhores em termos de previsão, o que não impede que, no futuro, alguém mostre que estes modelos são muito melhores (houve um tempo que se acreditava que não conseguiríamos tratar de modelos com retornos crescentes, mas isto foi resolvido).

Tenho aqui esperando dias mais tranquilos um livrinho chamado "Macroeconomics of Self-Fulfilling Prophecies" com um porrilhão destas coisas. Isto dito, o Samuel Pessoa, tremendo economista e físico de formação, costuma dizer que "o mundo é linear". O tempo dirá, mas, por enquanto, os modelos lineares estocásticos ainda parecem ter muito a dizer.

Abs

Alex

P.S. A defesa do teu time é triste. O Santos tem um atacante perigoso, justamente o que estava livre numa ...cobrança de escanteio!

P.S2.

O cara a que você se refere (que ganhou prêmio em Berkeley) não seria o Carlos, seria?

Alex

Alex disse,

"P.S2.

O cara a que você se refere (que ganhou prêmio em Berkeley) não seria o Carlos, seria?"

Alex, eu tenho quase certeza que se o PIG não é o Carlos ele é uma variação do mesmo (meu medo é que possa ser um caso de dupla personalidade), agora se o PIG é carioca como ele disse, me explica como é que ele torce pro Palmeiras?

LB

A questao era bem mais simples. A Polyana/Lucrecia afirmou que nada faria a inflação se auto-alimentar e crescer descontroladamente na ausência de inérica a priori. Eu mostrei que esta afirmação estava errada, i.e., na presença de um BC que acomoda choques, a inflação passa a ter raiz unitária. A zero de jogo ganhei o debate: mostrei um caso no qual - sem inércia - isto pode ocorrer.

Não, a única coisa que você mostrou é a sua falta de conhecimento.

É fácil discutir com alguém tão fraco. Primeiro, você realmente acredita que regras de Taylor operam estabilzando valores passados da inflação. Na verdade elas operam ameaçando trajetórias explosivas para as variáveis. Simplesmente isso é um erro primário, e modelos desse tipo não podem dar conta da determinação do nível de preços. O paper já citado destrói essa visão velho-keynesiana sobre a regra de Taylor. Acho que você vai ler e não vai entender nada, mas se quiser tentar: Inflation Determination with Taylor Rules: A Critical Review

Segundo, regras de Taylor são bem mais difíceis de implementar do que parece. Há o problema com dados em tempo real que são revisados e regras desse tipo simplesmente são completamente inúteis em cenários como a economia americana de hoje (ou o Japão dos anos 90).

Se você acha que Ben Bernanke, James Stock, Summers e Blinder são autistas e não veem as evidências, me desculpe, mas é um doido varrido. Se você pode fazer um post copiando livro-texto linha a linha, por que eu não posso fazer citações?

Sobre a Grande Inflação dos anos 70, já mostrei que a política monetária seguiu de perto uma regra de Taylor para os dados da época (E MESMO ASSIM A GRANDE INFLAÇÃO OCORREU), tenho que repetir mais quantas vezes?

Com uma defesa tão fraca, nada feito, NADA mesmo GARANTE que a inflação saia de controle sozinha, se auto-alimentando, outras coisas PODEM MUITO BEM OCORRER. Benhabib, Schmitt-Grohe, e Uribe escreveram um excelente paper mostrando como:

Once the zero bound on nominal interest rates is taken into account, Taylor-type interest rate feedback rules give rise to unintended selffulfilling DECELERATING inflation paths and aggregate fluctuations driven by arbitrary revisions in expectations. These undesirable equilibria exhibit the essential features of liquidity traps since monetary policy is ineffective in bringing about the government’s goals regarding the stability of output and prices. This paper proposes several fiscal and monetary policies that preserve the appealing features of
Taylor rules, such as local uniqueness of equilibrium near the inflation target, and at the same time rule out the deflationary expectations that can lead an economy into a liquidity trap.


Sorry. Pode espernear à vontade, que depois eu volto com mais.

Lucrécio.

Pode dar chilique Polyana, mas eu mostrei que você estava errada.

E quanto a "Primeiro, você realmente acredita que regras de Taylor operam estabilzando valores passados da inflação. Na verdade elas operam ameaçando trajetórias explosivas para as variáveis. Simplesmente isso é um erro primário, e modelos desse tipo não podem dar conta da determinação do nível de preços"

Só revela que nem ler você sabe, pois a regra de política monetária do modelo é "forwarding-looking".

E você vai me dizer que são difíceis de implementar? Abre o olho, otário. As regras são uma simplificação que tenta capturar como BCs se comportam. BCs bons de bola se comportam olhando para a frente, justamente tentando antecipar como estará a inflação no horizonte de controle. Ou você acha que o Fed (ou o BC brasileir0, ou o ECB) segue uma regrinha fixa, "difícil de implementar"? Só na Dimensão Z...

"já mostrei que a política monetária seguiu de perto uma regra de Taylor para os dados da época (E MESMO ASSIM A GRANDE INFLAÇÃO OCORREU), tenho que repetir mais quantas vezes?"

Mostrou? Curioso, o consenso da profissão discorda... Por exemplo:

http://www.nber.org/chapters/c9170.pdf

p. 21:

"Moreover, the coefficient on inflation is very close to unity, confirming that policy did not satisfy the Taylor principle during this period [1965-1980] ; that is, the stance of policy was not tightened sufficiently to stabilize inflation around a
constant objective." (A. Levine & J. Taylor)

Isto é só um capítulo do livro que o NBER está preparando sobre a Grande Inflação, mas deve ser - pelo seu critério - algo sem a maior importância, que de forma alguma espelha o que a evidência empírica acumulada ao longo dos anos mostra, não é verdade?

Lucrécia/Polyana,
Nao adianta tentar ir mais rápido do que a sua capacidade permite. Volte ao capítulo de OA-DA Dinâmica do Mankiw e leia-o de novo. Se de fato compreende-lo, você aí poderá ficar contente porque passará a saber mais macroeconomia que seus ídolos Sicsú e Pochmann juntos.

"A"

Alex,
O livro que vc mencionou é o do Roger Farmer. Esse autor vai lançar um outro livro sobre economia keynesiana, mas microfundamentada (equilibrio geral)http://farmer.sscnet.ucla.edu/NewWeb/Keynes_Project/Keynes_Page.htm

Está baseado em este artigo http://farmer.sscnet.ucla.edu/NewWeb/Working%20Papers/Depression.pdf
Abraços
A

>Isto dito, o Samuel Pessoa, >tremendo economista e físico de >formação, costuma dizer que "o >mundo é linear".

So se for na dimensao Z. Ele devia ir estudar fisica de novo! Ha uma cassetada de leis de fisica e fenomenos naturais que sao obviamente nao lineares! Ha uma porrada de modelos matematicos de fenomenos naturais que sao nao lineares. Transistores e diodos e muitos outros componentes eletronicos sao nao-lineares. Se o mundo e' ou nao linear eu nao sei, mas ha evidencia incotroversa de que muitos fenomenos sao modelados de forma correta atraves de modelos nao lineares.

>Alex, eu tenho quase certeza que >se o PIG não é o Carlos ele é >uma variação do mesmo (meu medo é >que possa ser um caso de dupla >personalidade), agora se o PIG é >carioca como ele disse, me >explica como é que ele torce pro >Palmeiras?

O Brandao, mermao, alem de argentino, corintiano, e nascido no bom retiro (coreano?) voce me chama de Carlos. Eu encontrei o Carlos em Berkeley. Como eu disse, ele e gordo, chato e burro. Acho que ele nasceu no Bom Retiro ou em Higienopolis (so pode ter sido) e e palemirense, e eu entendo a sua confusao. Mas eu sou muito mais gostoso e inteligente.

Eu moro no eixo Sao Paulo-NY ha mais de 25 anos. Por isso sou Palmeirense. Cara, vc so vacila.

"Segundo, regras de Taylor são bem mais difíceis de implementar do que parece."

Lucrécio,

É até engraçado esse comentário, parece que você entendeu a regra de Taylor como se fosse uma lei aprovada em Congresso Nacional que o BC deve seguir...não é nada disso.

É fácil mostrar que se o BC está querendo minimizar uma função perda que leva em conta desvios esperados da inflação com relação à meta, e desvios esperados do produto com relação ao potencial (para deixar mais claro, como se o BC estivesse maximizando uma função utilidade), você chegará numa regra de Taylor.

Alex,
Postei dois comentários. Chegaram?
Abrs,
A

PIG:

deixa eu fazer justiça ao Samu. Ele estava se referindo ao mundo econômico, não ao mundo físico.

E o Carlito é gordo, mas é dos mais inteligentes que eu conheci e gente finíssima (mesmo porco, mas fazer o quê?)

É Alex, a Pollyana te derrubou legal...

Não tem só puxa-saco seu aqui no blog não...

Ricardo

"Não tem só puxa-saco seu aqui no blog não...

Ricardo"

Verdade Polyana?

bom, de qquer forma, dá pra comprar bagel na zilana, na sergipe, entre outros lugares. na avenida moema, quase ibirapuera, tem um que é, digamos, newyorker.
mas só quando pessach acabar, claro.
abs
sgold

"É Alex, a Pollyana te derrubou legal... "

Só para constar o Lucrécio escreveu:

“NADA faz a inflação naturalmente se auto-alimentar e crescer descontroladamente (pare de supor isso a priori, por favor), logo, se a inflação é causada por choques de oferta, por exemplo, ela vai retornar à trajetória..”

Só que o Alex mostrou que política monetária frouxa gera este tipo de coisa. Pra mim ja matou o assunto...

Aí o cara vem e diz que não era aquilo que ele queria dizer, mas que era uma coisa empirica...

Aí o Alex mostra o John taylor dizendo que enter 65 e 80 a política moentaria foi frouxa mesmo. Foi barba e cabelo. So falta o bigode

o Lucecio (ou Poliama, sei lá) levou uma escovada já reconhecida:

http://gustibusgustibus.wordpress.com/2009/04/11/aula-de-economia-nivel-intermediario/

PSG

"bom, de qquer forma, dá pra comprar bagel na zilana, na sergipe, entre outros lugares. na avenida moema, quase ibirapuera, tem um que é, digamos, newyorker.
mas só quando pessach acabar, claro.
abs
sgold"

Ibirapuera é pelos meus lados Sérgio e eu não sigo Pessach tão a sério. Depois me passa o endereço.

Abs

Alex

pelo menos não estão reclamando que tem matemática demais.

Alex nesse ponto eu discordo de VC,inflação sempre é um fenomeno monetário.O aumento do M1 causa a inflação.

"Alex nesse ponto eu discordo de VC,inflação sempre é um fenomeno monetário.O aumento do M1 causa a inflação."

Que bom que é só neste ponto, não é? Só para avisar, o tópico é política monetária. Minha tese é que a inflação é um fenômeno monetário, caso não tenha percebido (aliás, por que estou escrevendo isto?)

Vc se esqueceu de mencionar que o aumento do M1 aumwnta a inflação.

Alexandre, é fantástica a maneira como vc comprova a burrice dos heterodoxos.

Por favor, posso chupar o seu pinto, do tio "O" e daquele outro tio que escreve meio português meio inglês?

Não leve a mal, mas na conferência que você citou tem mais de um paper que vai contra a visão tradicional de política monetária acomodatícia.

Gostei dessa frase:

"Com uma defesa tão fraca, nada feito, NADA mesmo GARANTE que a inflação saia de controle sozinha, se auto-alimentando, outras coisas PODEM MUITO BEM OCORRER."

Sim, um meteoro gigante pode destruir a terra!!! Jah viste o filme Cloverfield?

Caro Lucrecio, pela sua logica, uma estrategia de politica economica em que a inflacao explode em 95% dos casos seria aceitavel, pois outras coisas PODEM MUITO BEM OCORRER. Sim, se voce dirigir a 100 por hora e bater em um muro, nada garante que voce vai morrer. Pode ser que voce nao morra. Pode ser que o muro seja de papel mache, nao?

Caracas, Lucrecio! Que tal pensar antes de escrever?

"O"

"Só que o Alex mostrou que política monetária frouxa gera este tipo de coisa. Pra mim ja matou o assunto..."

Não, ele só mostrou um modelo simplificado que remove equilíbrios indesejáveis (além de ter taxa de juros real exógena, e validade da equação de Fisher, ambas sabidas falsas) ... Assim é fácil chegar no resultado que ele quer. Certos equilíbrios levam ao querido "a" a ser menor que 1, sem explodir a inflação. Pode ver em faculty.chicagobooth.edu/john.cochrane/research/Papers/determination_taylor_rules.pdf
Nada garante que choques de oferta vão levar a economia à hiperinflação, necessariamente.

"Aí o cara vem e diz que não era aquilo que ele queria dizer, mas que era uma coisa empirica..."

Algum país teve hiperinflação sem ter o governo imprimindo moeda adoidado e com déficit alto?? Se sim, me conta, porque foi uma exceção à regra. Os EUA só tiveram inflação alta por conta da estrutura da economia da época, e com salários em alta. Diz Paul Krugman:

"Just about every economist believes that wage increases reflect both the state of the labor market — high unemployment suppresses wage demands — and expected future inflation. But expected future inflation in what? One school of thought, going back to Keynes, says that workers basically look at other workers as a reference point, so that wages reflect expected future wage changes:

(1) % change in wages = A - B*(unemployment rate) + expected rate of wage increase

The other, driven largely by the experience of the 1970s, says that it’s the overall rate of consumer inflation that matters:
(2) % change in wages = A - B*(unemployment rate) + expected rate of increase in the CPI

Now here’s the thing: all of the recent evidence points to (1). I’d argue that the logic of the situation does the same: without cost-of-living allowances in wage contracts (we’ve got an un-COLA economy), there’s no reason either workers or employers should regard the price of gasoline as relevant to their bargaining. That, fundamentally, is why I’m a monetary policy dove right now: I don’t think there’s any fundamental inflation problem, just a one-time hit on food and energy.

I suspect that Ben Bernanke believes the same, but he has a problem — namely, that many people inside and outside the Fed believe in (2), even though there’s no sign of it in the data. Any day now, they warn, inflation is going to break out all across the economy, and the Fed needs to take the punchbowl away NOW NOW NOW, never mind the weak economy.
http://krugman.blogs.nytimes.com/2008/08/01/types-of-spirals/

BEM CONVINCENTE, NÃO??

Só pra lembrar: o preço do petróleo foi tão alto no ano passado quanto na década de 70 e o Fed não subiu os juros. Isso diz alguma coisa? REPETINDO: TIVEMOS CHOQUES DE OFERTA GRANDES SEM REAÇÃO DO FED, e a inflação só caiu (sem contar preços de alimentos).

"Aí o Alex mostra o John taylor dizendo que enter 65 e 80 a política moentaria foi frouxa mesmo. Foi barba e cabelo. So falta o bigode"

Santa ignorância.Athanasios Orphanides é o EDITOR do livro citado pelo Alexandre sobre a Grande Inflação, vamos ver o que ele diz sobre os 70s:

The nature of monetary policy during the 1970s is evaluated through the lens of a forward-looking Taylor rule based on perceptions regarding the outlook for inflation and unemployment at the time policy decisions were made. The evidence suggests that policy during the 1970s was essentially indistinguishable from a systematic, activist, forward-looking approach such as is often identified with good policy advice in theoretical and econometric policy evaluation research. This points to the unpleasant possibility that the policy errors of the 1970s occurred despite the use of a seemingly desirable policy approach.

E mais:
Blinder (1982) develops a theory that relies mostly on bad luck. He argues that oil and food price shocks, coupled with pent-up inflation from the release of the Nixon wage-price controls in 1974, can account for most of the rise in inflation during the 1970s. He also argues that the absence of these same factors can account for most of the fall in inflation during the early 1980s.

Sinceramente, eu não tenho mais o que dizer, as referências que eu fiz já foram suficientes, as pessoas acreditam no que querem. MAS, POR FAVOR, LEIAM AS REFERÊNCIAS ANTES DE ME XINGAR.

Lucrécio.

PS: Galera, grandes economistas também defendem o meu ponto. Estou em boa companhia, então não tenham pena de mim... risos

E AE, CAMBADA?

O Tio Alex esmerilou, num e'mesmo? Barbaridade de competencia.

Hoje volto da nossa terra prometida ao Barakistao :( Fazer o que, o dever nos chama.

Achei incrivel que em plena vigencia do Indulto de Pascoa o Pacaembu apresentasse areas vazias no jogo de ontem.

Tio "O", o Billy the Ben e o Paulson vieram de topifaivi e enterraram o nariz na josta, num e' mesmo? Incompetentes funcionais. Greenzinho, velho safado e boko-moko, veio da NYU. E o Krug so'nao causou danos devastadores porque ninguem foi estupido o suficiente pra dar funcao de responsabilidade pro moco.


Um abraco de quebrar costela.


Kleber S.


PS: Tem um tal de Henricao, o Bao, que tá dando aula de bancocentralismo pra quem quiser aprender. De onde e'que ele saiu (academicamente, e'claro).

Alexandre:

The Bagel Factory Av. Moema, 88.
abs, nos vemos,
Sergio

Others might argue that Keynesians have a “bottleneck” view of inflation, which occurs when output pushes against capacity. Unfortunately the most perfect monetary experiment in American history, the 1933 dollar depreciation program, decisively refuted that mechanism. Just to review, when the dollar was sharply depreciated after March 1933, the WPI rose 14% in 4 months, (sticky) real wages fell sharply, and industrial output soared 57% in 4 months. But since output ramained far below capacity, prices clearly weren’t rising due to full employment. Instead, the rise in prices that began immediately in April supported Friedman’s view of the Phillips Curve, unanticipated price level increases raise output, and not the NAIRU view that when output is below capacity inflation falls.

"Por favor, posso chupar o seu pinto, do tio "O" e daquele outro tio que escreve meio português meio inglês?"

sai de banda bichinha...

"Só pra lembrar: o preço do petróleo foi tão alto no ano passado quanto na década de 70 e o Fed não subiu os juros. Isso diz alguma coisa? REPETINDO: TIVEMOS CHOQUES DE OFERTA GRANDES SEM REAÇÃO DO FED, e a inflação só caiu (sem contar preços de alimentos)."

Aqui você confundiu preços altos com preços em elevação. E também desconsiderou que o hiato de produto no ano passado estava aumentando, não apertando (rings any bells ou está difícil). E desconsiderou também que o a evidencia já citada aqui mostra o fed seguindo a princípio de Taylor nos 28 anos anteriores, o que se traduz em credibilidade (a inflação implícita nos prazos mais longos não sai dos 2%; imagino qu enos anos 70 era bem igual)

"Nada garante que choques de oferta vão levar a economia à hiperinflação, necessariamente."

Esta é uma mudança não muito sutil da sua afirmação inicial, qual seja:

“NADA faz a inflação naturalmente se auto-alimentar e crescer descontroladamente (pare de supor isso a priori, por favor), logo, se a inflação é causada por choques de oferta, por exemplo, ela vai retornar à trajetória..”

Percebe a diferença (claro que você percebe), ou quer a versão para colorir. Na original você diz que nada faz a inflação se auto-alimentar. Eu mostro que uma política monetária frouxa faz.

Aí você escreve que nada garante que a economia vai necessariamente à hiperinflação por causa de choques de oferta. Claro que não: só vai se a política monetária for frouxa, trouxa... Sem política monetária frouxa não tem inflação que resista...

Isto dito, suas afirmações estão devidamente documentadas. Você pode tentar sair de fininho, mas eu não vou deixar.

P.S Milton Friedman, que, segundo você, "reconhecia a importância do conflito distributivo" para explicar a inflação deixou isto escrito.

(1978) "Indeed, Friedman himself,
writing in 1978, observed that in diagnosing the inflation problem, there were many factors other than money that politicians, economists and journalists write about…[They] attribut[e] the acceleration of inflation to special events—bad weather, food shortages, labor-union intransigence, corporate greed, the OPEC cartel…"

e em 2003

"Central banks performed badly prior to the ’80s… because they [had] a wrong theory….
Inflation, according to this vision, was produced primarily by pressures on cost that
could best be restrained by direct controls on prices and wages."

"além de ter taxa de juros real exógena, e validade da equação de Fisher, ambas sabidas falsas) "

O cretinismo aqui atinge os píncaros. Taxa real de juros exógena? De onde você tirou isto? A taxa real de juros não pode ser exógena. No modelo o BC escolhe a taxa NOMINAL de juros. A taxa real de juros depende das expectativas de inflação. Vá ser burro assim lá em Campinas!

"Só pra lembrar: o preço do petróleo foi tão alto no ano passado quanto na década de 70 e o Fed não subiu os juros. Isso diz alguma coisa? REPETINDO: TIVEMOS CHOQUES DE OFERTA GRANDES SEM REAÇÃO DO FED, e a inflação só caiu (sem contar preços de alimentos)."

Mais uma bizarrice do Lucrecio...

Hoje em dia, posso lhe dizer com conhecimento de causa, existe muita gente importante (isto eh, presidente de banco central de G7 etc) que tem se perguntado privadamente se a crise atual nao foi causada pelo aumento do preco de petroleo em 2007-08 que soh foi possivel devido a decisao dos bancos centrais de nao apertarem a politica monetaria em resposta a este choque de oferta.

Como sugestao de leitura, vide o que o James Hamilton tem dito no blog dele (econbrowser). Nao duvide que esta visao possa se tornar dominante e o FED carque juros altos para matar o proximo surto de alta no petroleo.

"O"

Prezado "O"

Interessantíssimo esse post do Hamilton.Fico intrigado entretanto com o seguinte: Pelo que entendi, o problema foi a alta em excesso, ou seja com características de bolha (até mesmo conjugada com sinais de desaquecimento americano), é isso mesmo? Se for, te pergunto o quão sensível é o preço do petróleo as taxas de juros americanas ( mercado de petróleo global, lags e diferenças de ciclos entre países, etc...) ?Seria factível tentar identificar e evitar uma bolha do petróleo com a política monetária americana?Deve ser bem complicado...Vc tem alguma outra referência que se estenda sobre essas questões ou já leu/pensou/estudou sobre isso e pode me ajudar? Muito Grato.
RN

""além de ter taxa de juros real exógena, e validade da equação de Fisher, ambas sabidas falsas) "

E que istoria eh essa da equacao de Fisher ser falsa? Serah possivel que esse jumento nem sabe o que eh a equacao de Fisher?

Complementando o que o "O" escreveu às 8:47.
Recentemente, o próprio Taylor detectou, nos últimos anos, um desvio do FED em relação a sua regra. E mais, viu que o BCE fez o mesmo na Europa. E ele defende que esse afrouxamento foi responsável pela bolha do Subprime. Inclusive, citando um trabalho em que criaram o que seria uma Regra de Taylor para cada país da Zona do Euro e os desvios da taxa do BCE para a taxa de juros que seria determinada por um BC independente do país que a seguisse. O resultado é que os países cuja taxa do BCE mais desviou da Regra de Taylor foram os que tiveram maiores bolhas no mercado imobiliário.

E isso sem contar que, logo antes do estouro da crise, a política monetária frouxa já estava começando a acelerar a inflação em vários países.

Interessante o debate entre Alex e "O", por um lado, e o Lucrécio, por outro.
Para entender essas questoes, eu recomendaria pegar o livro Foundations of International Economics by Obstfeld-Rogoff e lê-lo até no banheiro, de travesseiro, dirigindo o carro, etc.

Que mané sáir de fininho!

Preços de commodities dispararam nos últimos anos.

Na época do choque de petróleo houve estagnação braba, o que quer dizer que o hiato estava LARGO.

O modelo supõe taxas de juros reais exógenas, pode olhar em qualquer manual novo-keynesiano (serve o Woodford ou o Gali). pronto agora você sabe de onde eu tirei. risos

4 Monetary Policy and Price Level Determi-
nation

We start by examining the implications of some interest rate rules. Later we introduce rules that involve monetary aggregates. In all cases we make use of the Fisherian equation:

i(t) = E(t){p(t+1} + r(t) (21)

which implies that the nominal rate adjusts one-for-one with expected infa-
tion, given a real interest rate that is determined exclusively by real factors, as in (19).

Monetary Policy, Infation,
and the Business Cycle, p.7

Lucrécio.

"Vc tem alguma outra referência que se estenda sobre essas questões ou já leu/pensou/estudou sobre isso e pode me ajudar?"

Que eu saiba, nada que foi publicado ainda, mesmo em forma de working paper, mas tem gente trabalhando nisso hoje em dia.

"O"

Caros, alguém aí que já morou em NY sabe me dizer como funciona exatamente o "Rent Control" e tem uma opinião sobre o sistema? É realmente ruim para a sociedade? Abraço!

Políticas de juros acomodisticas podem baixar a inflação, a exemplo temos o choque de produtividade nos EUA em 94-2000 junto com uma política de juros acomodisticas,manteve a inflação americana perto da meta.

Em 2008 o FED manteve uma política de juros acomodistica perante um choque de commodities,a inflação americana se manteve baixa,o nosso BC faz o contrário diante de um choque de produtividade e commodities sobe o juros,o resultado é o aumento da inflação.

Se o Brasil tivesse adotado uma política acomodistica não teria tido dores de cabeca com a inflação.

"O modelo supõe taxas de juros reais exógenas, pode olhar em qualquer manual novo-keynesiano (serve o Woodford ou o Gali). pronto agora você sabe de onde eu tirei. risos "

Eu acho que você não entendeu o que leu, o que não me surpreende. Olhe de novo o modelo do post. A taxa real de juros não é exógena; ela depende da expectativa de inflação.

E esta bobagem que você escreveu sobre a equação de Fisher... A taxa real de juros é DEFINIDA como a taxa nominal deduzida a expectativa de inflação. Ou você acha que as pessoas desconsideram a inflação esperada quando fazem uma aplicação financeira?

Você está confundindo com a questão acerca das "expectativas de inflação" extraídas da comparação de taxas nominais e reais de juros (inflação implícita) ser um bom estimador de inflação (não são, no mínimo porque a desigualdade de Jensen não deixa), o que é um assunto completamente diferente.

Mas isto também não me surpreende.

"Na época do choque de petróleo houve estagnação braba, o que quer dizer que o hiato estava LARGO. "

Quer dizer que você confundiu choque de oferta (1973) com choque de demanda. Só isso. Volte para Introdução à Economia...

AYN RAND


Fiquei meio afastado ae do blog, por mais ou menos uma semana, levou um tempo pra dar um update geral no que a rapaziada andou escrevendo. Achei que o Tio foi meio injusto com a velhota, entao resolvi dar o meu pitaco habitual.

Como dizia o gerente do primeiro departamento em que trabalhei na vida, a obra dela tem seus 'pro e os a favor' ( naquela epoca eu tinha acabado de comecar a ler Zenon, mas parei quase que imediatamente; estoico mesmo era trabalhar naquela porra). Mas, digressoes auto-biograficas 'a parte, vamos la':

CONTRA

1- Ela e' um pouco meio muito nietzschista.

2- A obra e' descritivista demais, dava pra passar o mesmo conteudo com metade das paginas.

3- O "Objetivismo" nao e' exatamente uma corrente filosofica.
Ai' sua obra virou overrated.

4- Ela teve discipulos otarios, como Greenzinho, velho safado e boko-moko, que causaram grande estrago na historia da humanidade.


PROS

1- O encadeamento logico, particularmente no ATLAS SHRUGGED, leva uma peca dramatica a demonstrar com perfeicao de raciocinio o resultado (in extremis) da intervencao governamental na vida dos individuos. Os governos em geral variam entre meia bosta e bosta inteira, dependendo ae de como cada um considera o copo meio-isso-ou-meio-aquilo.

2- O monologo de defesa de Hank Rearden e' uma peca artistica contra a mediocridade com que governos do mundo todo tentam por todos os meios sufocar suas populacoes com a falaciosa defesa do mais fraco.

3- Ela acabou renegando Nietzsche, um dos maiores canalhas da humanidade.


Entao eu vou ae mandar uma nota 7 pra velhota.


Um abraco de quebrar costela


Kleber S.

1- BobFields, sua macumba num ta' mais com nada, hein, mermao?

2- O tio "O" anda com o figado tendo espasmos opiladores, hein tiozao? Ele anda mandando ae Jumentos de Ouro pra quem merece no maximo um Asinino de Lata.

3- O Rogerio Ceni parece estar comproblemas de vista. A conferir.

Kleber,

assino em baixo o que voce disse sobre Atlas Shrugged. O livro tem momentos sublimes (monologo de defesa de Hank Rearden) embora algumas passagens sejam meio ridículas.

E eu avisei que havia aposentado os serviços do Sobrenatural de Almeida. mas o Mengão vai bem, obrigado.

abs, BobFields

"Quer dizer que você confundiu choque de oferta (1973) com choque de demanda. Só isso. Volte para Introdução à Economia..."

Não entendi. Pode explicar?

Caio

Posso sim.

Por definição, um choque de oferta REDUZ o produto potencial. Portanto, afirmar - como a Polyanna afirmou - que "na época do choque de petróleo houve estagnação braba, o que quer dizer que o hiato estava LARGO" é de uma cretinice atroz.

Ela associou a estagnação a uma redução da demanda, esquecendo a própria definição do que é um choque de oferta. De volta à Introdução à Economia, pois.