Reza o credo heterodoxo que a melhor defesa contra a crise seria a manutenção de saldos positivos nas contas externas, haja vista, por exemplo, a relativa resiliência da economia chinesa no atual contexto. No entanto, ainda que a China tenha se mostrado menos afetada pela crise internacional, esta afirmação, como sói acontecer, não se preocupou em passar pelo teste dos dados. Todavia, a mera inspeção de uns poucos números parece, desde já, sugerir que esta idéia não reflete o que realmente se passa no mundo.
Precisamos, em primeiro lugar, definir uma medida que capture o efeito da crise sobre os diferentes países. A taxa de câmbio pareceria uma escolha óbvia, mas padece de pelo menos um problema: há países que a administram ativamente, seja pela sua fixação, seja pela definição de bandas formais ou informais. Neste caso, pelo menos por enquanto, as taxas de câmbio não refletiram qualquer deterioração, ainda que esta tenha ocorrido.
Por outro lado, a percepção de mercado acerca do risco de não-pagamento da dívida não sofre dessa dificuldade. Mesmo que países possam intervir (atuando no mercado de sua dívida soberana), suas condições de controlar os preços dos papéis são muito inferiores à capacidade de afetar suas moedas. Assim, definimos o impacto da crise pelo aumento do risco-país (medido pelo Credit Default Swap de 5 anos para os 11 países da amostra) entre agosto e dezembro do ano passado.
Salta imediatamente aos olhos que os países mais afetados são também países que registravam (até setembro de 2008) saldos bastante expressivos em conta corrente, de 2,4% do PIB (Argentina) a 8,5% do PIB (Rússia). Obviamente não se sugere que os superávits em conta corrente implicaram aumento do risco-país, mesmo porque a China – como lembrado – foi quem menos sofreu de acordo com nosso critério e também registrava um saldo positivo e elevado em conta corrente.
De fato, o que os dados indicam é que o superávit externo não desempenha papel relevante na prevenção ao contágio. Há entre os pouco afetados tanto países superavitários como deficitários, e o mesmo se aplica aos mais atingidos pela crise. Da mesma forma, ainda que países exportadores de petróleo estejam entre os mais afetados, a exposição a preços de commodities (exceto pela sua dimensão fiscal) também não aparenta ser a variável crucial para explicar a maior resistência à crise.
Na verdade, a resiliência à crise parece ser determinada pela qualidade geral de política econômica, variável mais difícil de ser definida por uma única medida, mas que envolve dimensões domésticas, em particular a solidez da política fiscal (incluindo o peso das commodities nas receitas do governo), a exposição da dívida pública e privada à taxa de câmbio, e respeito às “regras do jogo” entre outras.
Vale dizer, trata-se de um problema bem mais complicado que o slogan “déficit externo, ruim; superávit externo; bom” balido à exaustão pelos keynesianos de quermesse, mas passar do slogan à análise requer esforço superior ao que estão habituados.
Precisamos, em primeiro lugar, definir uma medida que capture o efeito da crise sobre os diferentes países. A taxa de câmbio pareceria uma escolha óbvia, mas padece de pelo menos um problema: há países que a administram ativamente, seja pela sua fixação, seja pela definição de bandas formais ou informais. Neste caso, pelo menos por enquanto, as taxas de câmbio não refletiram qualquer deterioração, ainda que esta tenha ocorrido.
Por outro lado, a percepção de mercado acerca do risco de não-pagamento da dívida não sofre dessa dificuldade. Mesmo que países possam intervir (atuando no mercado de sua dívida soberana), suas condições de controlar os preços dos papéis são muito inferiores à capacidade de afetar suas moedas. Assim, definimos o impacto da crise pelo aumento do risco-país (medido pelo Credit Default Swap de 5 anos para os 11 países da amostra) entre agosto e dezembro do ano passado.
Salta imediatamente aos olhos que os países mais afetados são também países que registravam (até setembro de 2008) saldos bastante expressivos em conta corrente, de 2,4% do PIB (Argentina) a 8,5% do PIB (Rússia). Obviamente não se sugere que os superávits em conta corrente implicaram aumento do risco-país, mesmo porque a China – como lembrado – foi quem menos sofreu de acordo com nosso critério e também registrava um saldo positivo e elevado em conta corrente.
De fato, o que os dados indicam é que o superávit externo não desempenha papel relevante na prevenção ao contágio. Há entre os pouco afetados tanto países superavitários como deficitários, e o mesmo se aplica aos mais atingidos pela crise. Da mesma forma, ainda que países exportadores de petróleo estejam entre os mais afetados, a exposição a preços de commodities (exceto pela sua dimensão fiscal) também não aparenta ser a variável crucial para explicar a maior resistência à crise.
Na verdade, a resiliência à crise parece ser determinada pela qualidade geral de política econômica, variável mais difícil de ser definida por uma única medida, mas que envolve dimensões domésticas, em particular a solidez da política fiscal (incluindo o peso das commodities nas receitas do governo), a exposição da dívida pública e privada à taxa de câmbio, e respeito às “regras do jogo” entre outras.
Vale dizer, trata-se de um problema bem mais complicado que o slogan “déficit externo, ruim; superávit externo; bom” balido à exaustão pelos keynesianos de quermesse, mas passar do slogan à análise requer esforço superior ao que estão habituados.
(Publicado 21/Jan/2009)
129 comentários:
Perfeito Alex. Mas eu esperava que o senhor rebatesse o Oreiro quanto ao seu último artigo...
Daniel:
Confesso que pensei no assunto, mas fica muito difícil no meu espaço (3500 caracteres). Pretendo abordar isto no blog, mas preciso de um tempo livre. Aguarde.
Abs
Alex
A quermesse esqueceu que os mais superavitários eram exportadores de commodities como exemplo temos a Rússia,que estão aversos a choques como de preços de petróleo como tivemos no segundo semestre.
Marx deve estar rindo em sua tumba: dos 5 maiores bancos britânicos, 2 já foram nacionalizados e outros 2 estão na fila. Vai sobrar apenas o HSBC (até quando?).
A resposta ao seu artigo está na Folha de hoje mesmo, página A2.
"A resposta ao seu artigo está na Folha de hoje mesmo, página A2."
Errado: a resposta ao meu artigo teria que explicar como países com elevados superávits em CC estão sofrendo muito mais que países com déficits em CC.
Teria ainda que explicar como países que sofreram impactos semelhantes (entre 142 e 206 bps) mostram enorme disparidade nos saldos de suas contas correntes. A África do Sul, com déficit próximo a 8% do PIB sofreu o mesmo tanto que a Coréia, cujo déficit é irrisório (0,5% do PIB).
Já o parágrafo inicial é perfeito, mas disto eu já tratei antes aqui (http://maovisivel.blogspot.com/2007/03/cui-bono.html) e aqui (http://maovisivel.blogspot.com/2007/03/o-eterno-retorno.html).
Como diria o imortal Raulzito: tente outra vez.
O texto citado mostra como o tema deve ser tratado sem maniqueísmo, apenas isso.
Como diz o gênio Delfim: se estamos mal com superávit em conta corrente (estávamos com superávit até pouco tempo atrás), estaríamos muito pior com déficit.
Quanto ao prêmio de risco, fica muito difícil traçar qualquer análise com sua estatística bivariada (está gostando de reviver o primeiro ano de economia hein?). Os três países do topo da tabela seguramente estão pagando um prêmio de risco político que nada tem a ver com o saldo em conta corrente. Além disso, seria necessário sabermos outras coisas, como o tamanho da dívida, a maturidade etc.
Alex a Africa do Sul tem um mercado interno mas aquecido que a Coréia,além de ser mas fechada.
Mesma coisa Brasil e México,como o Brasil é uma economia fechada sofre menos com a crise,segundo que México tem um mercado interno pouco forte em comparação ao Brasil.
Economias mas fechadas sofre menos do que economias mas abertas,por isso que não é bom abrir a economia.
A propósito, concordo com você em um ponto: existe muito heterodoxo quermesseiro que acredita nessa história de que o superávit é a garantia de imunidade à crise. Mas não é condição necessária para ser heterodoxo acreditar nisso.
"Os três países do topo da tabela seguramente estão pagando um prêmio de risco político que nada tem a ver com o saldo em conta corrente. Além disso, seria necessário sabermos outras coisas, como o tamanho da dívida, a maturidade etc."
Eu escrevi:
"Na verdade, a resiliência à crise parece ser determinada pela qualidade geral de política econômica, variável mais difícil de ser definida por uma única medida, mas que envolve dimensões domésticas, em particular a solidez da política fiscal (incluindo o peso das commodities nas receitas do governo), a exposição da dívida pública e privada à taxa de câmbio, e respeito às “regras do jogo” entre outras."
Mas, além de não saber economia, você também não sabe ler. Não que me surpreenda...
Você já deve ter ouvido falar na expressão "ceteris paribus", não? Tem até nos manuais de introdução à economia (geralmente na introdução desses manuais).
Cuba por exemplo não sofreu nada com essa crise,o que mostra como o sistema socialista é bom.
"Os três países do topo da tabela seguramente estão pagando um prêmio de risco político que nada tem a ver com o saldo em conta corrente."
Voce eh um genio. So falta aprender a ler...
"Cuba por exemplo não sofreu nada com essa crise,o que mostra como o sistema socialista é bom."
logo se ve que alem de estupido que nem um curupira fumado, nosso amigo gabriel tambem nao tem acesso a informacao, internet, jornais...
http://www.usatoday.com/weather/storms/hurricanes/2009-01-19-cubacanes_N.htm
"O"
"Você já deve ter ouvido falar na expressão "ceteris paribus", não? Tem até nos manuais de introdução à economia (geralmente na introdução desses manuais)."
Be my guest: tente achar um coeficiente significante para o saldo em conta corrente controlando para a variável que quiser.
Controle, por exemplo, para preços de commodities (com Argentina e Rússia de um lado do espectro e Brasil e Chile do outro).
Controle para peso das commodities na receita fiscal (mas tem que controlar para dívida-PIB e moeda de denominação da dívida).
Depois que fizer tudinho, se houver um Tico para acompanhar o Teco (o que duvido, mas, vá lá) você entenderá quais são as variáveis relevantes na definição da vulnerabilidade. E não será supresa se o saldo externo não estiver entre elas.
"Alex a Africa do Sul tem um mercado interno mas aquecido que a Coréia,além de ser mas fechada.
Mesma coisa Brasil e México,como o Brasil é uma economia fechada sofre menos com a crise,segundo que México tem um mercado interno pouco forte em comparação ao Brasil.
Economias mas fechadas sofre menos do que economias mas abertas,por isso que não é bom abrir a economia."
E o Chile tem uma economia MAIS (note o "i" no meio de MAIS) aberta e sofreu menos. Isto para não mencionar que a reação de Coréia e África do Sul foi a mesma.
Coreia sofreu mas porque depende de exportações de eletrônicos,o fato dela não ter um mercado interno diversificado faz com que ela sofra com a crise.
Os fundamentos da Coreia do Sul são melhores do que a Africa do Sul.
Chile se safou porque faz controle de capitais.
Alex meio a essa crise,a Rússia esta com algum problema no sistema financeiro?
"O governo tinha feito promessas", disse Samoilova, 25 anos. "O presidente estava todo dia na televisão nos dizendo que nossos depósitos estavam garantidos, que as pessoas podiam depositar dinheiro nos bancos sem medo. Na verdade, a situação não é como eles retrataram".
"Com a atual crise, o governo russo alocou bilhões de dólares em um esforço para apoiar o sistema bancário. Ainda assim, os depositantes do Capital Credit se sentiam esquecidos."
"Por semanas, o banco central ignorou seus apelos, e o mesmo vale para o Capital Credit. Nenhuma das duas instituições quis responder a perguntas sobre o assunto. Muitos depositantes tentaram sem sucesso obter mais informações, em novas visitas ao Capital Credit."
http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200901111655_NYT_77744738
"Chile se safou porque faz controle de capitais."
O Chile FEZ, não faz, controle de capitais. O abandono desta política diz muito acerca da eficácia dos mesmos.
Safou-se porque, mesmo dependendo imensamente de um único produto (cobre chegou a representar mais de 55% das exportações e uma fração enorme de suas receitas fiscais - que agora não lembro e não estou com saco de procurar, mas é um número grande) poupou a maior parte destes ganhos.
Além de US$ 20 bi de reservas tem US$ 20 bi guardados pelo seu Fundo Soberano. A dívida pública é minúscula e a participação de dívida em moeda estrangeira irrelevante. O consumo do governo é 13% do PIB, o menor das economias relevantes da AL (talvez seja a menor no geral, mas não fui atrás dos dados da Bolívia, Costa Rica, ou Suriname).
PERGUNTA 'A CAMBADA
A situacao britanica continua se deteriorando a cada minuto. Neste momento a libra esta' valendo 1.37 dolares. So' para relembrar, em dezembro de 2007 o otario aqui passou uns dias de ferias em Londres com cambio a 2.05!
Pessoal, nao tem muita saida desse angu, nao, viu? O UK tem deficit comercial e uma estrutura industrial deficiente. O petroleo do Mar do Norte, um dos grandes sustentaculos na libra, esta' miando. Alem do que o preco ta' tao baixo que deve haver rigs produzindo sem lucro. O outro sustentaculo era o centro financeiro da City. Esse esta' estrebuchando em alta velocidade. Informamos ontem diretamente do "atelier" do Zezinho que a linha de producao de preguinhos esta' trabalhando em regime de hora-extra para atender a recente demanda dos bancos ingleses. Cujos ativos suplantam em muito o PIB da ilha. Sem encher o saco de voces com a repeticao do primeiro postulado, vem entao a pergunta:
QUAL MOEDA SERA' A SUBSTITUTA DA LIBRA: O EURO OU O DOLAR?
Geograficamente falando, adicionando-se o fato de UK fazer parte da EU, o euro parece ser a solucao natural. So' que tem um porem: a EU nao passa de um conglomerado de estados tribais. Considerando que o tamanho da jaca e' ESPANTOSAMENTE GRANDE, as outras tribos podem nao querer se complicar ainda mais nesta crise que so' faz crescer. Sobra entao a alternativa americana, que teria afinidade etnica, historica, linguistica, como tambem o tamanho necessario para permitir a absorcao da ilha. Alem disso o processo de absorcao seria determinado por um unico congresso, facilitando enormemente o tratamento de uma situacao emergencial.
Aguardemos um bocadinho e observemos o desenrolar dos acontecimento com atencao. Entrementes, a Agencia Ze do Caixao esta' classificando a libra com o rating PPP+
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Alex, mais uma vez um excelente artigo. O que voce escreve e' sempre um prazer de leitura.
PS2 - Asininos do Brasil, botem as barbas de molho. O tio "O" ta' qui ta'!
Caro Alex,
Reproduzo comentário postado em seu blog em 10/12/2008 que ficou sem resposta:
"Anônimo disse...
Alex,
Olhando para as projeções econômicas de 2008 e 2009 da última pesquisa FOCUS: queda do PIB de 5,24% para 2,50% e queda do IPCA de 6,20% para 5,20%, podemos dizer que já está em curso um processo de desaceleração e desinflação na economia brasileira. Com estes mesmos dados, creio que não há dúvida em afirmar que o processo de desaquecimento projetado já está acima do planejado pelo Banco Central. Desta forma, mesmo com a inflação projetada acima da meta de 4,50%, acredito que há a necessidade de o BC agir imediatamente e de forma agressiva, efetivando uma queda acentuada na taxa SELIC já na reunião de hoje (10/12). Imagino que caso o BC opte por uma decisão mais conservadora, teremos mais desaceleração(provavelmente RECESSÃO) e conseqüentemente, menos inflação, o que parece ser indesejável neste momento. Concorda com a minha opinião? Ou você não acredita no cenário
recessivo e de queda da inflação? Abraço, Carlos."
Creio que este assunto tem maior relevância do que o abordado em seu texto. Concorda? Ou você prefere não escrever sobre este ponto por não ter uma visão clara sobre o processo de desaceleração/desinflação?
Abraço,
Carlos.
"O Chile FEZ, não faz, controle de capitais."
hahaha o Chile abandonou controle de capitais faz uns 10 anos... e ainda tem heterodiota que cita o Chile como caso de sucesso dos controles de capitais. A heterodiotia eh autista mesmo.
"O"
"Desta forma, mesmo com a inflação projetada acima da meta de 4,50%, acredito que há a necessidade de o BC agir imediatamente e de forma agressiva, efetivando uma queda acentuada na taxa SELIC já na reunião de hoje (10/12). Imagino que caso o BC opte por uma decisão mais conservadora, teremos mais desaceleração(provavelmente RECESSÃO) e conseqüentemente, menos inflação, o que parece ser indesejável neste momento."
Respondi esta questão em outros posts. Com a inflação acima da meta, não (o mandato é inflação).
Há quem argumente (a maioria, para ser sincero) que a inflação, na ausência de resposta do BC, ficará abaixo da meta e que, portanto, o BC pode e deve cortar juros.
Eu continuo achando que o veredito sobre o repasse cambial ainda não foi dado. Um trabalho que fiz com o Cris Souza sugere a maior parte do efeito da desvalorização acontecendo no primeiro tri.
Outro trabalho com a Tatiana Pinheiro (no caso um VAR) indica os maiores efeitos se concentrando no período Fevereiro-Abril, com um provável rabicho em Maio.
Se for de magnitude congruente com o histórico (sempre um grande SE), o impacto - tudo o mais constant - adicionaria algo como 2,5 pontos na inflação de 2009.
Além de saber se o repasse virá (e qual sua magnitude), precisamos saber quanto dele será neutralizado pela queda de atividade e em que prazo.
Enfim, são incertezas relevantes. Uma estratégia de mínimo arrependimento sugeriria ir devagar com a Selic. Se, por exemplo, descobrirmos em março (ou pior, abril) que o repasse é feio mesmo, o BC teria entregue a meta do ano no primeiro tri.
Mas acho que ninguém se importa.
CARLOS
Para sua informacao, o Brasil JA' esta' em recessao. Ampla, geral e irrestrita. Se voce nao acredita, de uma olhada mais atenta 'a sua volta.
Juntar o problema inflacionario ao recessivo e' jumencia. Mas parece que o Bacen vai acabar se rendendo 'as pressoes politicas dos amantegados e amarolados.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Alex,
Uma variavel que vale a pena adicionar para o modelo no contexto da discussao sobre o repasse cambial eh o que vai acontecer com um dos nossos maiores parceiros comerciais, um certo pais ao sul do nosso.
"O"
Alex, é uma obviedade que você, na sua arrogância, não consegue enxergar: a conta corrente não é a única variável, mas se estiver negativa, num período de restrição externa, piora as coisas. Aproveito para perguntar como anda a inflação de demanda? Cada ponto percentual nos juros vale, por ano, o Bolsa Família. É uma comparação válida, pois ambos são programas de transferência de renda. O primeiro atinge 30 mil famílias. O segundo 11 milhões. É dinheiro manipulado livremente pelo BC, sem passar pelo legislativo, tcu, etc... Abraços ao querido mercadista da banca, aquela que quebra a quermesse
Pessoal, nao tem muita saida desse angu, nao, viu? O UK tem deficit comercial e uma estrutura industrial deficiente. O petroleo do Mar do Norte, um dos grandes sustentaculos na libra, esta' miando. Alem do que o preco ta' tao baixo que deve haver rigs produzindo sem lucro. O outro sustentaculo era o centro financeiro da City.
Segundo o Alex, nada disso é relevante.
"Abraços ao querido mercadista da banca, aquela que quebra a quermesse"
Ih, deu chilique... Cedo ou tarde chega nisso.
Sugiro, de novo, que você leia o que está escrito, não o que seu sistema chilicoso acredita estar escrito.
É engraçado que os caras passam 4 anos (ou mais) fazendo doutorado nos Estados Unidos, almoçando e jantando preços (lá o estudo de economia se resume a preços, preços e preços). Aí quando os preços relativos precisam se ajustar no mundo real, para responder a uma maior escassez de divisas (no mercado de divisas, pasmem!!), os amestradores de galinha não querem que os preços se ajustem, para não estourar a meta de inflação, destruir a reputação do Bacen etc...
"Segundo o Alex, nada disso é relevante."
"os amestradores de galinha não querem que os preços se ajustem, para não estourar a meta de inflação, destruir a reputação do Bacen etc..."
Caro Analfabeto
(Imagino que seja o mesmo analfabeto. Vamos chamá-lo de Anarfa; podia ser Beto, mas isto estragaria minhas lembranças da Vila Sésamo).
Segue valendo minha sugestão para que você tente ler o que está escrito, não o que você pensa (pausa para segurar o riso) que está escrito.
Quem aqui falou contra a desvalorização do câmbio? Para mim nada mais é do que o inverso do que passamos até há pouco (termos de troca piorando e custo do capital aumentando).
O problema não é o câmbio se ajustar, mas sim se ajustar com a menor inflação possível (leia-se, com a inflação na meta). Em outras palavras, queremos mudança de preço relativo (viu como vale a pena almoçar e jantar preço), não aumento do nível geral de preços (ih, ficou difícil para o Anarfa).
Menos chilique, por favor. Está pegando mal...
"É engraçado que os caras passam 4 anos (ou mais) fazendo doutorado nos Estados Unidos, almoçando e jantando preços"
Is there a chip on your shoulder?
"O"
O Chile ficou com a inflação bem acima da meta esse ano,teve sua nota de credito rebaixada,não serve de exemplo para nos.
Brasil serve de exemplo para o Chile na area macro/microeconimica.
o chiliquento é outro....
"Brasil serve de exemplo para o Chile na area macro/microeconimica."
Menas, menas...
Você que se diz "Ortodoxu",defende tanto o Chile.O Brasil ficou com uma inflação mas baixa que a do Chile,além disso eles tiveram sua nota de crédito rebaixada.
"Você que se diz "Ortodoxu",defende tanto o Chile.O Brasil ficou com uma inflação mas baixa que a do Chile,além disso eles tiveram sua nota de crédito rebaixada."
Menas, menas...
Caro Alex,
Obrigado pela atenção e resposta. Com certeza este assunto traz bem mais comentários em seu blog.
Abraço,
Carlos.
Tá faltando trabalho aí, Alex?
"O" acertou mais uma vez: Bacen cortou 100 bp...
Ainda bem que "O" eh um cara modesto e pe-no-chao, se nao "O" jah estaria referindo a si mesmo na terceira pessoa.
"O"
Alex o Copom não trocou os pés pelas mãos reduzindo o juros a 10 BP?
Alex um dos grandes meritos que eu acho do Chile foi ter privatizado a previdencia,o governo daqui nao gasta com previdencia.
PS Estou nos EUA,jantei com um amigo aqui hoje e impressionante a confianca que a populacao tem aqui em Obama.Obama vai criar 4 milhoes de empregos nao sei como.
"Cada ponto percentual nos juros vale, por ano, o Bolsa Família"
E cada ponto % de inflação a mais qto tira do bolsafamiliado? dãã!
Mogli
A euforia que tomou conta dos Estados Unidos durante a posse de Obama foi um espetáculo constrangedor e preocupante. Milhões de pessoas idolatrando um único indivíduo, chorando de emoção em homenagem a um político. Trata-se de um sinal dos novos tempos, da era do governo Todo-Poderoso, até mesmo na “terra da liberdade”. O bordão “a esperança venceu o medo” resume a retórica do momento, abraçada por milhões de pessoas apavoradas com a pior crise econômica desde a depressão de 1929. Essa massa de desesperados deposita toda a sua esperança no presidente, visto como um “messias salvador”, um ser sobrenatural que possui o poder da cura para todos os males do mundo. O Deus moderno passou a ser o governo, e o presidente americano é seu novo profeta.
Talvez ciente do alerta feito por Churchill na epígrafe acima, o discurso de Obama foi bem mais sóbrio que o esperado, quase um balde de água fria nos mais sonhadores, pregando uma nova era de responsabilidade. Curiosa expressão, usada por aquele que defende as políticas expansionistas do governo como solução para a crise. O governo americano já possui mais de US$ 10 trilhões em dívidas, um déficit fiscal crescente, e um banco central que leva aos limites seu balanço para substituir a função dos bancos comerciais em crise. Soa no mínimo estranho o presidente que assume propondo pacotes bilionários, sem lastro para tanto, falando em responsabilidade. Obama deveria se lembrar de Sêneca, quando este disse: “longo é o caminho ensinado pela teoria; curto e eficaz é o do exemplo”. Se Obama leva a sério seu recado, poderia começar com mais responsabilidade fiscal no próprio governo, anunciando cortes em vez de expansão nos gastos públicos.
Infelizmente, os pilares ideológicos dos “pais fundadores” da nação estão cada vez mais abandonados pelos americanos. O próprio culto à presidência demonstra como o país se afastou dos princípios liberais de seus fundadores. Estes enxergavam com enorme desconfiança o governo, visto como um “mal necessário”, cuja função básica era apenas preservar as liberdades e o direito de propriedade privada. Algo muito diferente da imagem que muitos têm do governo atualmente, uma espécie de Deus capaz de criar riqueza num estalo de dedos. Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, Thomas Paine e demais líderes da Revolução Americana jamais teriam defendido tanto poder concentrado em um único homem. A República americana, que no passado soube limitar os poderes do governo, acabou se transformando numa simples democracia popular, uma espécie de “ditadura da maioria”, onde as liberdades individuais ficam totalmente ameaçadas.
A esperança não venceu o medo: ela foi criada por ele! E em vez dos americanos resolverem enfrentar os duros fatos da realidade atual, eles preferiram sonhar, depositando no governo já inchado o poder de fazer milagres. Todos repetem que Obama vai tirar a nação do atoleiro econômico. Obama é o super-homem! Esquecem que a economia funciona bem quando a “mão invisível” pode funcionar sem tantas amarras. Milhões de indivíduos decidem isoladamente suas ações, e o livre mercado se encarrega de produzir um resultado eficiente. Por outro lado, o dirigismo estatal é o caminho da ineficiência e da servidão. A história está repleta de exemplos para ilustrar isso. Por mais genial que fosse, nenhum ser humano seria capaz de absorver o conhecimento pulverizado na população toda. Basta usar a razão para compreender a lógica disso. Obama e seus aliados são apenas seres humanos, sujeitos às mesmas falhas de todos os outros. Não são oniscientes, tampouco santos dispostos a sacrificar seus interesses particulares em prol do bem-comum. São seres humanos, demasiado humanos. E nenhum ser humano deveria concentrar tanto poder assim.
O BOLETIM DO "ATELIER"
1- Conforme informacao da Agencia ZdC postada aqui dias atras, Portchugau teve seu credit rating rebaixado pela Moody's hoje. Como o pais nao e' inovador - exceto talvez por um projeto pioneiro na area de rolhas - e perdeu a competitividade na farra do boi da adocao do euro, a situacao esta' fea. Mucho fea. O euro agora funciona como uma trava, pois Portchugau nao tem mais a possibilidade de desvalorizar a moeda, como o UK - por enquanto - ainda tem. A previsao e' de longa agonia termodinamica, com taxas negativas de crescimento e uma deflacaozinha pra arrematar. Vamos mandar ae um P+ pra Lusitania.
2- O CEO do Reiffeisen finalmente saiu da moita e fez um apelo patetico para a UE, no sentido de ajudar financeiramente os paises-joia da Europa Oriental. Afinal, disse o sr. Stepic, o PIB combinado da area e' de apenas um trilhaozinho de euros. Na verdade apontavamos essa como a unica saida ha' alguns meses atras. O sr. Stepic fez apenas o papel de porta-estandarte da Unidos dos Farrapos, avisando indiretamente que caso ninguem pingue nenhum no chapeuzinho estendido, em termos simples, vai f_der. Por essa, colocamos o Reiffeisen em PP. Como curiosidade, o simbolo do banco e' dois martelinhos cruzados. Com os dois preguinhos do rating, temos portanto uma combinacao perfeita.
3- A bola da vez agora e' a Irlanda, ex-Celtic Lion. Um de seus 3 maiores bancos, o Anglo Irish faleceu recentemente. Os outros dois lideres do ranking - Allied Irish e Bank of Ireland - nao tem porque escapar do enterro. Mas ai' o tesouro num guenta, cumpadres! Alem do mais a Irlanda tambem esta' com uma crise imobiliaria do baralho. Por isso estreia no rating de PP, com outlook negativo.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Cumpadre Botler, voce reparou qual foi a salada que o seu amigo comeu no jantar de ontem?
PS2: Algum dos cumpadres tem noticia da Nogentina? Os saudosos "arbolitos" ja' voltaram? O IBGE local continua fabricando crescimento? Alguma previsao de panelacinho pintando no pedaco? E os Estudiantes, sera' que aprenderam alguma porra na semana passada? Por caridade, ajudem o expatriado que vos fala ter um momento de alegria.
Alex,
A baixa exposição dos bancos brasileiros aos créditos podres imobiliários poderia explicar a evolução do nosso risco-país no período citado em seu artigo da FSP?
Parabéns pela coluna!
Abç.
M.
Chapeleiro louco das 17:25: como utilizar o Bolsa Família como ferramenta de política monetária? Nos ilumine com vossa sapiência!
Agora, eu não sabia que o regime de metas e sua principal ferramenta, os juros, na verdade é de natureza fiscal -transferência de renda - travestida de monetária, poxa vida, vivendo e aprendendo!
TS
É, O, você cantou a pedra
Enquanto você comemora, eu vou rasgar tudo que for relacionado a pass-through por aqui..
Abraço
Apollo Doutrinador
A Coreia depende dos EUA para exportar seus produtos,como eles não tem um mercado interno igual o do Brasil sofrem mais com a crise.
México vai sofrer mas que o Brasil pelo fato de ter uma ligação maior com os EUA.
Alex, "O",
Conhecem o livro Foundations of Modern Macroeconomics, do Heijdra e Van der Ploeg (OUP, 2002)?
Os jumentos também podem tomar nota e comprá-lo.
Já que você preferiu ignorar argumentos e ficar no papinho de chiliquento, limito-me a te perguntar por onde anda a nossa inflação de demanda que justificou a manutenção dos juros em patamares muito elevados, algo que, em termos práticos, se traduz em transferências de renda do Estado para a minoria de credores da dívida pública. Alex, responda-me, onde está a inflação de demanda?
Qual o tamanho da carteira de títulos públicos do antigo Unibanco ou do Santander atualmente? Quanto você leva de bônus em relação ao resultado desses bônus?
Alex, o tempo de vocês, raposinhas do mercado, está acabando. Foram humilhados e desmoralizados. Menas, meu caro, menas chilique e mais argumentos, por favor.
Em tempo, só escrevi um post. Reitero que me contento com uma resposta sobre onde estaria a poderosa inflação de demanda?
Meu caro TS, a comparação entre o BF e a taxa de juros existe no sentido do impacto fiscal de ambos. Um deles custa R$ 11 bi ano. O outro, por volta de R$ 170 bi. Um deles atinge 11 milhões de famílias mais pobres. O outro, 30 mil famílias de credores. Preciso desenhar?
Não falei nada de BF e política monetária. Alguns aí têm tara na política monetária, eles só pensam em juros, juros, juros.
Antes ser chamado de chapeleiro maluco do que ser considerado pessoa séria, responsável, com credibilidade e modelos econométricos fundados na mais moderna ciência, como por exemplo os gênios que quebraram o sistema financeiro dos EUA, da Inglaterra e agora passam o CHAPÉU hahaha, no malfadado Estado.
Poxa vida, vivendo e aprendendo, quem diria que os espertalhões da banca de repente se veriam todos quebrados?
Menas, meu amigo, menas, o tempo de vocês acabou ho ho ho. Se você é jovem e ainda não fez seus milhões no mercado, lamento, chegou tarde na festa. A ressaca tá braba!
A leve redução nos juros de ontem já garante espaço com folga para o aumento de gastos no BF, o aumento do salário mínimo, uma beleza, dinheiro para os mais pobres, e vem mais aí ho ho ho!
"Já que você preferiu ignorar argumentos e ficar no papinho de chiliquento, limito-me a te perguntar por onde anda a nossa inflação de demanda que justificou a manutenção dos juros em patamares muito elevados, algo que, em termos práticos, se traduz em transferências de renda do Estado para a minoria de credores da dívida pública. Alex, responda-me, onde está a inflação de demanda?"
Se você não fosse um autista econômico teria notado que a inflação subiu de 3% (em meados de 2007) para próxima de 6,5% ao final de 2008 (só recuando para 5,9% em dezembro). Aí está a inflação de demanda, caro autista chiliquento.
Alimentos? No mesmo período o IPCA sem alimentação no domicílio veio de 3% para 5,1% (de novo só em dezembro; até out/nov estava em 5,3%), tendo rodado do final de 2007 até out/08 na casa de 0,44% ao mês (5,4% a.a.). (http://maovisivel.blogspot.com/2008/05/inflao-e-o-p-de-feijo.html)
Commodities? Já mostrei que o preço das commodities em reais ficaram aproximadamente constantes no período após jun-06. (http://maovisivel.blogspot.com/2008/09/ainda-o-preo-de-commodities-e-inflao.html)
Mostrei também que a aceleração da inflação seguiu de perto a pressão sobre utilização de recursos (http://maovisivel.blogspot.com/2008/05/inflao-alm-do-p-de-feijo_28.html).
E, quanto ao meu bônus, tem sido muito bom mesmo, pode ficar com inveja.
Mas, se você tivesse a menor ideia de como funciona um banco saberia que - carregado de papéis (e empréstimos) prefixados e se financiando a taxas flutuantes - bancos ganham dinheiro quando o CDI cai e perdem quando o CDI sobe. Administrar esta exposição é o segredo do negócio.
Alex, não sei se você concorda comigo, mas se a porcada realmente escolher o Beluzzo, será um time a menos para nos preocuparmos.rsss
HEXA!
"A leve redução nos juros de ontem já garante espaço com folga para o aumento de gastos no BF, o aumento do salário mínimo, uma beleza, dinheiro para os mais pobres, e vem mais aí ho ho ho!"
Que idiota. Falando em aumento do salario minimo um mes apos o Brasil perder 650,000 empregos formais em dezembro...
"O"
Apollo:
"Enquanto você comemora, eu vou rasgar tudo que for relacionado a pass-through por aqui.."
Acho que vc tem que olhar em outros fatores. Primeiro, o real depreciou frente ao dolar, mas o dolar tem apreciado com relacao ao euro e muitas outras moedas - a depreciacao efetiva do real foi muito menor que a depreciacao bilateral, e provavelmente vai ser menor ainda depois que as moedas bolivarianas colapsarem (o bolivar fuerte nao deve durar ate abril).
Outro fator eh a deflacao global. Neguinho ainda nao fala em publico, mas tem neguinho prevendo in private crescimento de 3% para a China em 2009... O que eh uma burrice, pois no dia que a China crescer 3% pode tascar 0% para 2010 porque os bancos deles vao pro buraco.
Alex: seria interessante modelar o que acontece com precos de alimentos no Brasil quando a Argentina colapsa...
"O"
Quais as consequencias do corte de 1% feito pelo Banco Central.
O que não para de me impressionar nessa crise é a extensão do home-bias. Não consigo entender por que tantas instituições investiram em títulos obscuros enquanto a rentabilidade dos ativos no Brasil era tão alta. Será que somos tão suspeitos assim?
Alguém me dá uma luz?
Tiago:
Acredito que isto se deve a fatores como o tamanho do mercado de ABS ser maior que o de titulos brasileiros e o fato de haver risco cambial caso investissem aqui.
Alguem me corrija se estiver errado!
Abs!
Fernando MD
Alex o corte do Copom ao meu ver foi errado pelo fato do governo lançar medidas "anticíclicas".
BRASÍLIA - O governo está montando uma engenharia financeira para reforçar em até R$ 100 bilhões o orçamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para 2009 e 2010. A estratégia é tornar o banco o braço financeiro dos investimentos no momento de retração de crédito e de elevado custo financeiro para as empresas. Os recursos vão se somar aos já assegurados pelo BNDES para este ano e permitirão, inclusive, maior participação do banco nos investimentos da Petrobras.
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,orcamento-do-bndes-deve-ganhar-reforco-de-r-100-bi,309986,0.htm
O Brasil dispões de Instrumentos para crescer 4% ano que vem,um deles é o BNDES,BB,CEF que vão aumentar a oferta de crédito no mercado garantindo o crescimento da economia brasileira em 2009.
EUA deveriam criar bancos estatais estilo CEF E BB e BNDES para garantira oferta de crédito no mercado.
"BRASÍLIA - O governo está montando uma engenharia financeira para reforçar em até R$ 100 bilhões o orçamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para 2009 e 2010. "
Uma coisa eh querer, outra eh poder. As vezes sao completamente diferentes.
"O"
Alexandre, por que você não usou o indicador *passivo externo líquido / exportações* para medir a vulnerabilidade? Tenho dúvidas em relação ao indicador variação do risco-país, porque a percepção do mercado pode ser influenciada por outras variáveis além da vulnerabilidade.
Aqui (http://www.centrocelsofurtado.org.br/adm/enviadas/doc/17_20070711213836.pdf) tem um artigo que analisa a evolução desse indicador frente ao saldo em conta corrente para um grande conjunto de países, e chega à conclusão que você critica (mas não com os dados desta última crise).
"Alexandre, por que você não usou o indicador *passivo externo líquido / exportações* para medir a vulnerabilidade? Tenho dúvidas em relação ao indicador variação do risco-país, porque a percepção do mercado pode ser influenciada por outras variáveis além da vulnerabilidade."
Porque a variação do risco-país é a variável a ser explicada, não a variável explicativa.
Quanto à "percepção do mercado ser influenciada por outras variáveis além da vulnerabilidade", chegamos perigosamente perto (estou sendo generoso) do raciocínio circular.
De fato, se o risco-país não serve porque reage a outras variáveis, então a única medida que serve é a que só responde ao passivo/exportações.
"Alex, o tempo de vocês, raposinhas do mercado, está acabando. Foram humilhados e desmoralizados. Menas, meu caro, menas chilique e mais argumentos, por favor."
É o argumento tradicional: 'vocês do mercado são umas raposas malvadas, mas como o Bem vence o Mal vocês serão derrotados'. O curioso é que, depois de mandar essa, o rapaz ainda cobra "menas chilique e mais argumentos" - após fazer exatamente o contrário.
Bem, vou voltar para o Bonde dos Malvados, temos trabalho a fazer. O tema da reunião de hoje é: "Defensores do Povo - Como Derrotá-los".
Abs a todos
Uérleyson
PS. alguém perdeu tempo tentando explicar pro rapaz que diminuir a SELIC (e aumentar o Bolsa Família) talvez não seja tão bacana quanto pareça por conta do efeito sobre a inflação? Ora, como o gênio da raça João Sicsú já nos ensinou, a inflação não é nem jamais será de demanda...
Com o desemprego (BR) de hoje acho ficamos pela primeira vez na historia com esse indicador melhor que dos EUA (desconsiderando que la o numero é dess. e aqui nao)
o que os quermesseiros vao falar?
A variável a ser explicada é o impacto da crise, segundo o artigo, e não o risco-país. Este é apenas um indicador que se pressupôs ter elevada correlação com o impacto da crise.
Pode-se arguemntar que o risco-país não é uma boa proxy para o impacto da crise. Daí a pergunta: não seria a vulnerabilidade externa um melhor indicador para o impacto da crise?
Tudo leva a crer que sim, pois variações no risco-país não estão necessariamente correlacionadas com impactos da crise. Por exemplo: o que indica que a Argentina foi vinte vezes mais impactada do que a Coréia do Sul? E o que indica que o Brasil foi mais impactado do que a China?
Já o indicador vulnerabilidade externa representa diretamente os impactos efetivos da crise, pois o problema que sempre deriva de crises internacionais é de balanço de pagamentos. Neste caso, fica óbvio que a variável explicativa *déficit em conta corrente* terá alta significância. Deve ser isto que se chamou de raciocínio circular.
Na verdade, escolher como proxy o risco-país é uma boa estratégia para desqualificar o argumento de que elevados déficits em conta corrente geram maior vulnerabilidade, e por esse canal, maiores impactos quando há crises. Mas é necessário mostrar que a essa proxy é mais adequada, pois isso não é nada óbvio.
"Daí a pergunta: não seria a vulnerabilidade externa um melhor indicador para o impacto da crise?"
Eu não chamei de raciocínio circular. Isto É um raciocínio circular.
"Por exemplo: o que indica que a Argentina foi vinte vezes mais impactada do que a Coréia do Sul?"
E quem disse que isto é linear?
"E o que indica que o Brasil foi mais impactado do que a China?"
Você tem alguma dúvida a respeito?
Quanto ao CDS, ele é uam excelente proxy do apetite dos estrangeiros pelos ativos do país, e, portanto, do investimento direto. Eu diria que países nos quais o apetite por investimento estrangeiro se manteve relativamente bem devem ser relativamente pouco afetados. Onde o apetite sofreu um colapso, muito provavelmente não.
Discordo,risco país não é o melhor método de medir qual país foi afetado pela crise pois ele envolve riscos políticos etc.
Brasil quando teve o risco país la na casa do chapéu em 2002 foi por um motivo político não econômico.Rússia tem uma política Macro melhor que o Brasil na areá fiscal a divida/pib é de 7% do PIB,eles são superavitário na areá fiscal.
Coreia do Sul apresenta uma segurança jurídica melhor que a do Brasil em todos os aspectos,é uma economia aberta pela sua analogia ela sofreria mais do que o Brasil se olharmos pelo risco país.
Se a China crescer 3%, pode marcar 0% aqui de crescimento em 2009...com receita caindo bruscamente e despesas subindo, dá para imaginar como vamos fechar as contas em dezembro (aliás, as contas vao fechar mesmo e ser divulgadas só em dez/10)
A tropa de argentinos invadiu a ilha, o que leva a crer que o cambio deu uma influenciada positiva na migração sazonal...resta saber por quanto tempo
Abs,
Doutrinador
"Coreia do Sul apresenta uma segurança jurídica melhor que a do Brasil em todos os aspectos,é uma economia aberta pela sua analogia ela sofreria mais do que o Brasil se olharmos pelo risco país."
Exatamente. Mas você não entendeu, não?
Você fala que a Coreia vai sofrer mas do que o Brasil se formos analisar pela lógica apresentada.
Eu preferiria analisar o Grau de Liberdade econômica da Heritage.
http://www.heritage.org/index/Ranking.aspx
Maior risco-país gera menor apetite externo pelos ativos domésticos, e isso diminui o investimento externo, afetando o país em decorrência da crise internacional.
Se a diminuição de apetite fosse de igual intensidade para todos os países, quais teriam maior sucesso em evitar as consequências negativas do menor investimento externo? Aqueles com 5% de déficit em conta corrente ou os com 1% de superávit?
Sabe-se que o apetite diminui proporcionalmente ao estado de putrefação do alimento em questão. Quanto mais um país for afetado por uma diminuição inicial de apetite, mais podres tenderão a ficar os ativos domésticos e maior deverá ser a intensidade da perda de apetite, num efeito do tipo espiral.
No fundo, argumentar que a vulnerabilidade, como propagadora de um choque inicial de perda de apetite, é a melhor proxy para *efeitos da crise*, significa argumentar que câmbio é uma variável de política econômica que deve ser usada ativamente. Já os que têm fé em que as variáveis de política econômica foram extintas, preferirão argumentar que o risco-país é o verdadeiro problema, pois a solução para esse indicador tem caráter muito mais disperso no mar das expectativas do mercado.
ahhh, já chegou o Petterson enchendo o saco. Que saudades a gente tinha do mestre das bobagens made in Unicamp!
Meu caro energúmeno (chapeleiro das 17:25), minha havaiana custou 15 reais, meu almoço 30. Um deles atinge dois pés, o outro só meu estomago. Preciso vomitar?
É, prefiro que só pensem (conforme vossa mercê) em “juros, juros, juros”. Na pior das hipóteses: pensam.
Nunca vão te considerar sério, não precisa se preocupar chapeleiro louco!
Respeite o Lewis Carroll. Retardados e loucos são diferentes, tente parecer louco!
“Amigo”, Chapchap, você não é meu amigo, não adianta tentar, você é chato e burro, não quero amigo assim.
Dica: Não utilize “hohoho” nem “menas” nas suas próximas entrevistas de emprego senão você estará lascado!
EEEEE'
Parece que a inflacao do IPCA-15 andou surpreendendo a rapaziada, num e' mesmo? Parece que o resultado foi um pouco meio muito alto, ou eu estou enganado?
Enquanto isso o Tio Alex, esse energumeno, fica ai' querendo subir tacha de juro! So' porque ele acha que a inflacao nao esta' estabilizada, ou em queda. Nossa, sera' que quando comecar o repasse pra valer, a inflacao nao vai subir mais ainda? Se o mercado esta' tao estupefato com o numero divulgado hoje, eles sabiam o que estavam falando ate' ontem?
Sera' que a profecia do Alex sobre o BC jogar fora o ano ja' no primeiro trimestre esta' para acontecer? Eu to comecaaaaando a ficar desconfiado que ele estava certo. E a cambada, o que acha?
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
"Sera' que a profecia do Alex sobre o BC jogar fora o ano ja' no primeiro trimestre esta' para acontecer? Eu to comecaaaaando a ficar desconfiado que ele estava certo."
Ainda estah cedo demais para saber.
Eu acho que a contracao na atividade, que vem para valer, vai contrabalancar o efeito do repasse.
"O"
Um IPCA fechando 2009 em 7,5% e um PIB de 2009 em 0%? Façam suas apostas, essa é a minha.
Petterson,
acredito que posso ajudar a resolver a sua dúvida.
Desvende o mistério:
-Quem é o homem da primeira base?
-O homem da primeira base é Ken!
-Isso foi o que perguntei!
-Exato: o homem da primeira base é Ken.
- Quem?
-Isso!
-Isso o que?
-Ken é o homem da primeira base!!
-Você não sabe?
-Sei!
-Quem?
-Keeeeeeen!!!!!!!!!!!
...
Raymond Babbitt
Kleber,
A alta de 0,4% do IPCA-15 não surpreendeu a todos não. Onde trabalho estávamos apostando em alta de 0,38%, muito próximo ao número divulgado.
Nota-se que uma pressão mais intensa sobre o IPCA-15 de janeiro foi exercida por reajustes já esperados nos preços de serviços.
Outra coisa. Como já afirmei anteriormente, acredito sim que haverá repasse cambial, não na magnitude que os modelos mostram; mas o enfraquecimento da atividade nacional e mundial levará a uma forte descompressão nos preços a partir de meados do ano.
Por isso acredito que foi acertada a decisao do Copom.
Abs
Caio Machado
Francamente, esse dinheiro para o BNDES, se é que isso é verdade, não deve estimular muito as coisas.
Porra, é muito melhor estimular a economia através da política monetária, ou de cortes de impostos. Se a intenção é estimular a economia, esses seriam o melhor caminho (só não se deve fixar metas viajantes para o crescimento nas condições atuais, isso tá parecido com os planos econômicos mirabolantes do período militar).
Por outro lado, uma parte que realmente pode e deve ser facilitada, é o crédito à exportação (para os que conseguirem ter demanda para exportar). O maior obstáculo nessa frente é a escassez de crédito ao exportador (http://www.econbrowser.com/archives/2008/12/aggregate_deman_1.html), e é um fenômeno mundial. Quanto a tentar segurar o emprego, bem se as empresas não quiserem investir, não vai funcionar muito.
Alex você seria a favor de uma moeda única na AL com países estabilizados economicamente e politicamente?
Chile,Brasil,México,Peru .....
EEEEE', Adolpho, mas ai', se a tigrada da economica fizer o que voce propoe, o uso da grana seria pra todo mundo, nao apenas prozamigo...
Abracao
Kleber S.
PS: Viu, Alex, eu nao to falando que o tio "O" ta' com a macaca? Agora sobrou pra nois, oiaio'!
"Francamente, esse dinheiro para o BNDES, se é que isso é verdade, não deve estimular muito as coisas. "
1. Estimulo da economia nao eh o objetivo (nunca eh!), mas sim manter o emprego dos membros de alguns sindicatos escolhidos. Para o bom entendedor, eh um mecanismo de corrupcao mesmo.
2. Nao existe possibilidade alguma do governo conseguir obter no mercado 100 bilhoes de reais a mais sem causar perdas de reservas, crowding-out de investimento privado, perda do grau de investimento etc.
3. O mais provavel eh que o programa vai comecar a ser implementado, os "bons" brasileiros para o qual o programa foi desenhado vao se beneficiar, e lah pela metade do caminho, o programa vai ser interrompido devido a circunstancias da realidade.
"O"
CARISSIMA CAMBADA
Hoje encerrou-se uma semana muito divertida. Certas previsoes se concretizaram em 24 horas, outras em ate' 120. Uma delas, feitas pelo neguinho que vos fala ha' bastante tempo atras, acabou de vez com a jumencia geral que argumentava a teoria do "descolamento" dos emergentes, particular e acentuadamente os asiaticos, que iriam segurar a alca do caixao dos paises ricos do ocidente.
O outro anjo caido e' o europeu. Temos esgoelado aqui ha' muito tempo que o problema no velho continente e' pior que nos US. Euro e libra estao numa competicao acirrada pra ver quem cai mais rapido. Nho Ruim e Nha Pior, diria um sorocabano amigo meu, o saudoso PC Bebias.
Num outro choque retumbante, as perolas asiaticas divulgaram suas taxas de crescimento no trimestre passado.
Japao: menos 12 pct
Coreia: menos 21 pct (quem e' mesmo que ficou relinchando num comentario recente logo ai' acima, esculachando o Tio Alex porque segundo ele a Coreia iria dancar mais miudinho do que o Brasil?)
Xina: mais 6.8 pct
Neste ultimo caso eu quero me penitenciar. Eu chutei o pau da barraca de um dos primos ha' semanas atras, quando ele defendeu o "modelo xines". Eu estava ERRADO, cumpadres. O modelo xines e' um autentico MILAGRE! Como e' que eu acabei descobrindo esta obviedade? Simples: eles cresceram 6.8 pct com uma REDUCAO no consumo de energia de 7.8 pct! Mas vao ser baos assim no diabo que os carregue, num e' mesmo, mocada? Porque eu me recuso a acreditar que essa cultura milenar esteja dando uma de nogentina da dona Kiki, fajutando indice e promovendo "crescimento" via IBGE!
Enquanto isso a bancolandia na City londrina continuou em queda livre. Barclays, RBS e Lloyds perderam entre 66 e 75 pct do valor de suas acoes nas ultimas duas semanas. Preguinho! Preguinho! Alias, por falar em preguinho, o Ze do Caixao se internou num spa neste fim-de-semana. Estafa brutal e profunda!
Um abraco de quebrar costela pra todos voces
Kleber S.
Alex,
Algumas estatísticas que podem ser úteis para uma discussão sobre o repasse cambial.
A questão da diferença entre a depreciação nominal em termos efetivos (isto é, contra uma cesta de moedas de nossos parceiros comerciais, ponderada pelo fluxo de comércio) e com relação ao dólar americano. Em novembro (quando a taxa média ficou em 2.26), a taxa nominal efetiva havia caído com relação a seu pico (em agosto de 2008) 22 por cento, enquanto a taxa bilateral havia caído 42 por cento no mesmo período. Isso reflete a observação que o dólar apreciou contra a cesta de moedas de nossos parceiros comerciais.
Vale a pena comparar com o episódio de 2002. A inflação naquele ano acelerou em novembro, quando chegou a 10.9% (8.4% em out). Pois bem, em outubro, a taxa nominal efetiva de câmbio tinha caído 43% relativamente a seu pico em janeiro. Portanto, a comparação baseada em taxas nominais efetivas coloca a magnitude do recente episódio como aproximadamente metade daquela do episódio de 2002 (e também metade do episódio de 1999, quando a desvalorização nominal efetiva do pico até o vale foi de 42%).
Se eu tivesse usado taxas efetivas reais de câmbio (controlando para nossa inflação e a de nossos parceiros comerciais), o resultado seria basicamente o mesmo.
Então digamos que o coeficiente de repasse seja uns 0.1-0.15, o que é ligeiramente melhor do que os 0.2-0.3 que costumar ser estimados com VARs. Para uma depreciação de 20%, isso são uns 2% de inflação adicional. Quanto de desemprego que seria necessário para contra-balançar essa inflação? Aqui estou um pouco em terra movediça, os resultados empíricos não são robustos, mas alguém duvida que o desemprego não vai aumentar uns 2 pontos percentuais até o final do ano ** assumindo estímulo monetário e fiscal?
“O”
"Alex você seria a favor de uma moeda única na AL com países estabilizados economicamente e politicamente?"
Não, ou, pelo menos, não nas atuais circunstâncias. A integração comercial e financeira, mesmo entre os países economicamente estáveis da AL, é muito (mas muito mesmo) menor que a integração comercial e financeira dos paíese da ZE antes da unificação.
Os benefícios da moeda única estão principalmente ligados a volume de comércio e integração financeira.
Por outro lado, o custo da moeda única está ligado à especificidade dos choques que atingem cada economia e deveriam, em princípio, requerer uma postura específica de política monetária, o que não é possíevl sob moeda única (nem sob taxas fixas de câmbio com mobilidade elevada de capital, situação da qual a moeda única é um caso extremo).
Mesmo na ZE estes custos são significativos e tem sido necessário um pouco (não muito) de fé para argumentar que os benefícios, na margem, superam o custo.
Na AL eu não tenho dúvida que isto não funcionaria.
Quer um exemplo específico? Imagine uma queda significativa do preço do cobre. Para uma economia aberta como o Chile, com enorme participação do cobre nas exportações isto representaria não só uma queda relevante dos termos de troca, mas, pela abertura do país também uma perda relevante de renda. Para o Brasil, nenhum destes efeitos.
Que política monetária adotar? A que contrabalança o efeito negativo sobre a renda para o Chile ou a que mantém a inflação sob controle no Brasil?
"Eu estava ERRADO, cumpadres. O modelo xines e' um autentico MILAGRE! Como e' que eu acabei descobrindo esta obviedade? Simples: eles cresceram 6.8 pct com uma REDUCAO no consumo de energia de 7.8 pct! Mas vao ser baos assim no diabo que os carregue, num e' mesmo, mocada?"
Os caras são bons mesmo! Haja produtividade.
Galera,
Eu não estou defendendo o cheque em branco pro BNDES per se (todos sabemos que os beneficiários serão os mesmos de sempre: Petrobras, com sua fome habitual por funding, e as grandes empresas companheiras que tem os melhores ratings do mercado).
Porém, contudo, entretanto, a seca de crédito foi generalizada ao ponto de fazer as empresas botarem muita gente na rua, e postergar os investimentos. Se dentro das empresas esses investimentos passam na análise custo-benefício mesmo com perspectivas sombrias de demanda, e o gargalo era justamente o crédito escasso, o plano tem alguma lógica (se as empresas realmente pegarem os recursos, e se realmente o plano der certo).
Quanto ao fato da grana barata ir sempre pros mesmos, bem... É verdade, claro. Seria bom ver o crédito subsidiado ir pra quem deveria receber (justificado por alguma falha de mercado, no mínimo).
Era muito melhor cortar impostos, além de ter uma chance maior de funcionar, a medida seria mais horizontal, sem contar que era uma chance de reduzir a carga tributária mais pra frente de um jeito starve the beast.
Abs
"O":
Eu fiz algumas contas com a taxa efetiva (uma cesta de 13 paíese que representam quase 75% do comércio brasileiro) e cheguei a valores bastante próximos aos seus (um pouco maiores, alis por 2,5pct).
Isto dito, estamos com uma inflação em 12 meses pouco inferior a 6%. Na margem eu diria que a inflação roda abaixo disto, na casa de 5%. Para chegarmos à meta a desinflação teria que ser um pouco maior que 2%.
Pode acontecer, mas o "timing" joga contra. O repasse ocorre mais rápido e as expectivas são (ainda) muito afetadas pela inflação corrente.
Sobre o plano BNDES/Dilma/Mantega/Petrobras/sindicatos:
"“The volumes of investments will have an important macroeconomic impact in Brazil,” Gabrielli said. "
Certamente! Vai fazer nosso deficit em conta corrente ficar bonitao!
"O"
TIO "O"
Tambem achei muito curioso o plano de investimentos da Petrobras. Primeiramente porque todas as petroliferas do mundo anunciaram cortes a torto e a direito. Segundamente porque esse tipo de investimento tem um multiplicador relativamente baixo. Terceiramente porque tem um alto grau de importacao.
Aqui no Barakistao a tchurma ja' comecou a desconfiar do Prano B. Tao achando que sera' muito deficit pra pouco estimulo. Cresce a porcentagem de analistas que tem a opiniao de que o governo nao deveria fazer porra nenhuma, exceto pelo socialista Krug. Por falar em Krug, eu acho que ele deveria se casar com a Dilminha. Ja' pensaram que romantico o casal passando lua-de-fel em Cubatao?
Enquanto isso o mercado de federal bonds ja' comecou dar sinal de fraqueza. Os juros do 10- year maturity bond subiram de
2.0 para 2.6 pct. Movimento similar aconteceu no 30-year bond. Com isso os juros hipotecarios tambem foram pra cima, coisa que nao ajuda o problema de housing nem um bocadinho, ne' cumpadres? Sera' que a previsao de que o Prano iria desestabilizar o mercado de FTBs, afetando a economia "real" ja' comecou a se materializar?
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
"O" a função do BNDES é apoiar as industrias com financiamentos de longo prazo,nenhum banco aqui oferece crédito de longo prazo.
Os bancos públicos são importantes na consolidação do crédito no Brasil,basta olhar que as taxas dos bancos públicos estão são mais baixas do que as dos bancos privados.
""O" a função do BNDES é apoiar as industrias com financiamentos de longo prazo,nenhum banco aqui oferece crédito de longo prazo."
Piada. A funcao do BNDES eh, e sempre foi, distribuir favores para os amigos do Principe, financiados com impostos sobre salarios.
"O"
Alex os EUA não tem um regime de metas de inflação definido,isso impacta em alguma coisa nas expectativas de inflação?
Eu não sou fã do regime de metas de inflação,um "meio termo" seria melhor,um regime de "bandas" de inflação seria melhor.Sua argumentação é que se o BC focar uma inflação abaixo da meta ele vai ter dificuldade porque as expectativas dos agentes vai ser uma inflação de 4% (supomos que seja a meta definida).Haveria dificuldade se o BC informasse ao mercado que trabalharia com um teto de inflação de 1 a 2%.
(Off)
Porque escolher o nome do Blog a mão visível? O correto seria a mão invisível (como liberal).
A "falida" Argentina cresceu 7,1% apesar da crise
A economia argentina cresceu 7,1% em 2008 em relação ao ano anterior, mas a atividade industrial começou a mostrar sinais de desaceleração em consequência da crise financeira global, segundo dados fornecidos pelo instituto estatal de estatística Indec.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u494108.shtml
essa realidade condiz com seu risco país?
"essa realidade condiz com seu risco país?"
Para quem estava crescendo a quase 8% até 3T08, sim. Mais desastre após nosso comercial.
"Haveria dificuldade se o BC informasse ao mercado que trabalharia com um teto de inflação de 1 a 2%."
Em primeiro lugar, não existe um teto de inflação de 1 a 2%. O teto é 2%, o piso é 1%.
Não tem problema nenhum, mas então a meta não seria 4,5% (com 2% de tolerância), mas sim 1,5% (com 0,5% de tolerância).
Só que isto não é outro sistema. É o mesmo com outra meta. Sua pergunta lá atrás era porque não se persegui um valor abaixo da meta. Minha resposta continua válida: porque é uma cretinice. Agora, se mudarem a meta, OK.
Interessante usar a métrica do risco-país para avaliar o "impacto da crise". Não custa lembrar que, em 2004, a taxa de juros que o Brasil pagava em suas captações externas eram similares às que eram oferecidas no segmento que hoje o mundo inteiro conhece, o tal de subprime. O mesmo mercado que soube avaliar bem o risco ds hipotecas subprime é o que está avaliando agora o risco dos bônus dos países citados.
Alguém compraria um carro usado desses senhores?
Não tinha pra que o Banco Central comprar dólares,Brasil deveria de fato adotar o regime de cambio flutuante.
Aqui a flutuação é suja,o BC evita que o dólar suba demais ou senão evita que ele baixe demais,deveria baixar uma lei proibindo o BC interferir no regime de cambio flutuante.
Pra que comprar 130 bi em reserva de 2007 até 08? BC não deveria ter comprado tantos dólares,deveria ter deixado a moeda se valorizar mais.
Caro Josué, que a Argentina esteja falida nao é um jogo de palavras ou um desejo do Alex, mas sim a realidade.
O estado argentino está falido, já pediu socorro à comunidade internacional, a comunidade internacional já negou e é so questão de tempo antes que eles dêem o calote de novo. Eu gostaria muito de saber qual a linha do governo brasileiro, mas eu desconfio que nem nois que é burro vamos ajudar os hermanos desta vez.
Podem sim comprar tempo, roubar a poupança do setor privado, inventar alguma outra forma de roubar o setor privado (nisso eles são bons, world class!), mas no final das contas, os numeros não fecham. Eles podem até ter crescido 7% esse ano (acho que não, esses são numeros preliminares), vide o preço do soja no primeiro semestre, mas vai ser muito difícil que eles cresçam mais do que 0% em 2009 e bastante razoável que eles cresçam abaixo de -5% na média de 2009-10...
Magoo
Alex as privatizações aumentaram a divida pública do Brasil,inclusive eu fiz um modelo que prova isso.
Partindo do pressuposto que existam empresas estatais que dão lucro, principalmente quando está são economia mista (CEMING, BB, Petrobrás), ao vendê-la, o governo perde uma fonte de renda ao longo do tempo, trocando-a por uma renda instantânea. Está renda vai ser utilizado no consumo ou em projetos toscos, e será milagrosamente desintegrada (como fez FHC). Após determinado período de tempo, o governo não mais teria essa fonte de receita, tendo a opção de ou aumentar impostos, ou aumentar a dívida.
P = DÍVIDA PÚBLICA
P(T+1) = Rt + G0 sendo R = (Imp (t) + Est (t-1))
sendo Imp (t) = receitas com tributos
Est (t-1) receitas das estatais tempo anterior
Está provado, pelo meu modelo que a venda de Estatais aumenta a dívida pública ao longo do tempo.
"Está provado, pelo meu modelo que a venda de Estatais aumenta a dívida pública ao longo do tempo."
Tão cedo e já temos o Jumento de Ouro especial (homenagem aos 455 anos de São Paulo).
"Eu estava ERRADO, cumpadres. O modelo xines e' um autentico MILAGRE! Como e' que eu acabei descobrindo esta obviedade? Simples: eles cresceram 6.8 pct com uma REDUCAO no consumo de energia de 7.8 pct! Mas vao ser baos assim no diabo que os carregue, num e' mesmo, mocada?"
Segundo a Economist esses números podem fazer sentido. As indústrias que se retraíram eram as mais energia-intensivas (eles citam aço e cimento).
Alex com esse modelo é possível provar que a dívida aumentou.
Gabriel:
Este modelo é uma das coisas mais imbecis que tive a oportunidade de ver na minha frente (e olha que eu já testemunhei muita coisa cretina).
Eu me tornei uma pessoa pior depois de vê-lo. O mundo seria um lugar melhor se você tivesse guardado esta cretinice só para você. Só que você não o fez e a humanidade toda agora sofrerá. Mas você não.
Alex quem estudou sobre individualismo metodológico sabe que não faz nenhum sentindo a existência de um BC.
Pequena correção Ivo:
"quem estudou sobre individualismo metodológico E NÃO ENTENDEU ACREDITA que não faz nenhum sentindo a existência de um BC."
Agora sim.
A única forma de realmente se entender a essência da economia é entendo o processo de ação individual.
Banco Central ele é uma forma de coletivismo pelo qual tenta intervir nas vidas dos indivíduos.
DETALHE é que depois que o FED surgiu as recessões na economia americana aumentaram.
EUA ficou 20 anos estagnado depois da crise de 29 depois ficou mais 7 com a crise do petróleo e agora a crise do Subprime.
Alex meus professores de Macro e economia do setor público aprovaram (UFPE).
Como eu disse, o mundo ficou pior. Isto não seria aprovado nem na lista de exercícios de lição de casa de um departamento sério.
Alex de onde é esse numero de 4 mil pontos do risco país da Argentina?
Pelo que eu acompanho ele se aproxima dos 1500 pontos.
Gabriel,
Se eles aprovaram, larga essa faculdade e vá vender coco na praia que você ganha mais (nada contra vendedores de coco, mas essa foi demais...)
T.
"Alex de onde é esse numero de 4 mil pontos do risco país da Argentina?"
CDS de 5 anos para Argentina, no caso a média observada em dez08. Fonte: Bloomberg
Bloomberg ID: CT350188
O FMI E SEUS MODELOS
Em outubro o FMI previu que a economia mundial iria crescer 3 pct em 2009. Em novembro, 2.2 pct. Agora, 1.25 pct. Eu tenho a curiosidade morbida de saber quantos neguinhos o FMI emprega para a elaboracao desse relatorio. Tai' uma excelente oportunidade de cortar custos, num e' mesmo cumpadres? Cruzive o (ir)responsavel pelo modelito utilizado poderia muito bem fazer parte da degola. Mas vao ser ruins assim no raio que os parta!
RAFAEL M
Eu tinha a esperanca que alguem escrevesse o que voce postou. Obrigado. Como em dezembro a agricultura nao funciona, pois aqui no hemisferio norte e' inverno, conclui-se que este setor tambem nao contribuiu porra nenhuma para os 6.8 pct. Resta-nos portanto 3 alternativas:
- o governo saiu gastando que nem louco
- o setor de servicos, particularmente em atividades de mao-de-obra intensiva, como cabeleireiro, manicure e puteiro, centuplicou suas atividades
- o "crescimento" foi "metodologico"
Como as estatisticas da Xina sao, digamos, nebulosas, eu voto no terceiro.
COREIA
Ainda sobre o comentario pouco feliz de um cumpadre postado logo acima. A justica coreana esta' processando um blogueiro que andou fazendo previsoes economicas catastroficas (po, ainda bem que eu nao moro la'!). Embora ele tenha alto grau de acerto, a promotoria diz que ele custou 2 bilhoes de dolares ao PIB. Vale ainda citar que ele nao passa de um neguinho, desempregado e sem diploma. Mas que "legal frame" portentoso tem a Coreia, ne' cumpadres! E que economia pujante, em que um sub-neguinho causa um estrago daquele tamanho! Sera' que eles sabem o que estao fazendo? Eu acho que naaaaaaao...
BANCO CENTRAL
Agora que eu vou para a dog house.
Em 1913 aqui no Barakistao teve uma crise cavalar. Uma grande firma especuladora se arrebentou no mercado de cobre. JP Morgan tomou a lideranca, liquidaram a tal companhia, proveram liquidez ao mercado PRIVADAMENTE, e tudo se recuperou. Tiveram entao a ideia luminosa de criar o Federal Reserve. Sob o olhar vigilante do Fed veio a crise de 29, que segundo o proprio Billy the Ben, nosso bandidinho favorito, sua instituicao tornou a crise desnecessariamente ruim.
Olha pessoal, eu nao sei se e' possivel viver modernamente sem um Banco Central. Portanto nao posso aplaudir ou vaiar a ideia de dar cabo deles. Mas uma coisa sua excelencia o Fato demonstrou alem de uma duvida razoavel: PARA O MOTIVO PELO QUAL ELE FOI CRIADO, o Fed nao adiantou porra nenhuma. Basta ler o noticiario do dia em qualquer pais, exceto por Cuba e Coreia do Norte.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Kléber S.,
A respeito dos bancos centrais, com certeza cabe aquela máxima "ruim com, pior sem".
Mas por que vc foi humilde na explicação sobre o FED, sendo que a "Reserva" se constitui numa das maiores falcatruas financeiras (pra não dizer outras) já criadas?
Sete “homens de negócios" (inclusive o bondoso JP Morgan) se reuniram, em 1913, na Ilha Jekkyl (caramba, lembra até filme de terror) com intenções maravilhosas de criar um órgão que controlasse a política monetária americana e, de quebra, rendesse uns trocados, já que a idéia foi deles e o órgão, no fim das contas, é privado (tão Federal quanto a FedEx).
Bom, é uma história interessante, pra quem pode perder um tempinho, segue um vídeo com o resumão da jogada:
Zeitgeist – The Movie: Federal Reserve
http://br.youtube.com/watch?v=_dmPchuXIXQ
Abs
Tiago
Alex capitalização dos bancos é melhor do que uma compra de ativos podre?
Quando se dá dinheiro ao banco,ele vendo que seus ativos estão perdendo valor o que ele vai fazer é ficar com o dinheiro para evitar perdas ainda maiores.O correto seria uma estatização do sistema,o governo vai tira os títulos podres coloca no Banco Central e vende a parte boas dos bancos.
Eu sugiro que o jumento de ouro vá para o professor que deu certo ao Gabriel por esse "modelo".
TIAGO
Muito obrigado pela dica. Uma das razoes para se criar o Fed foi a de se ter um "lender of last resort" publico. Neste ponto ele esta' sendo fantastico, certo? O cabidao onde se esta' pendurando toda a sorte de podridao. Esta carga o Morgan passou dos ombros dele pra outro. E neste sentido voce esta' muito correto: e' um orgao que atende interesses privados da banca.
GALEGO
Eu tive um ou dois colegas na faculdade que nao tinham condicoes nem para manejar uma enxada. Eram loucos de dar no'. Mas se formaram mesmo assim. Desconfio que os diferentes mestres os aprovaram para se livrarem do entulho, sabecumequie'. Neste sentido o professor a quem voce esta' outorgando o Jumento de Ouro da semana pode na verdade ser um puta de um espertalhao.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Eu acho que você não entendeu,mas vou lhe explicar melhor.
Quando ocorreu as privatizações a vale foi vendida por 6 bilhões de reais.Se compararmos o valor de mercado dela hoje (assim como as demais empresas) seu valor de mercado seria maior,isso poderia entrar no calculo da dívida como ativos do governo,sem contar as receitas que o governo perdeu quando elas foram privatizadas.
Isso prova que privatizações aumentam a dívida pública no longo prazo devido a perda com receitas além do aumento do valor de mercado dessas empresas.
Outra coisa é que a participação do governo na CEF,BB,Petrobras,Eletrobrás,BNDES deveriam entrar no calculo da divida,hoje essas empresas não entram no calculo da dívida,o que sugere que a dívida liquida brasileira deveria ainda ser menor.
"Eu acho que você não entendeu,mas vou lhe explicar melhor.
Quando ocorreu as privatizações a vale foi vendida por 6 bilhões de reais.Se compararmos o valor de mercado dela hoje (assim como as demais empresas) seu valor de mercado seria maior,isso poderia entrar no calculo da dívida como ativos do governo,sem contar as receitas que o governo perdeu quando elas foram privatizadas.
Isso prova que privatizações aumentam a dívida pública no longo prazo devido a perda com receitas além do aumento do valor de mercado dessas empresas."
Boa tentativa. Continua sendo uma cretinice. Alguém pode explicar para o Gabriel?
De um Gabriel para outro Gabriel: meu caro, se a Vale não tivesse sido privatizada, ela NUNCA chegaria a ter o valor de mercado que tem hoje. A eficiência necessária para tanto não existiria se não tivessem interesses privados de investidores no meio. O governo é quase sempre ineficiente. Simples, entendeu? Abraço a todos.
Boa Gabriel. Simples, direto e perfeito.
Jeffrey Sachs no Times deste mes, os Eua erraram em nao seguir o modelo europeu de cobertura social, o correto e baixar os impostos agora e depois eleva-lo ate 25 do pib, entao deixa ver, traduzindo apenas o estado podera garantir uma seguranca social a uma grande fatia da populacao americana, que e a potencia mundial e exemplo de capitalismo eficiente, num pais subdesenvolvido entaoo, imaginem a importancia deste estado.
Vale,ineficiente ?
vc nem precisa fazer nada, a china garante esta eficiencia, mais simples impossivel, e que na epoca que foi provatizada nao existia o boom chines, apenas vendemos uma das galinhas dos ovos de ouro.
Anonimo das 11:12.
quem iria prever que as commodities iram disparar ao longo da segunda metade dessa década? Me empreste a bola de cristal.
Quanto a Vale pagou de impostos nesse periodo, que atingiu lucro record gracas a administracao privada focada em produtividade? E pq a Petro hoje vale menos que a Vale (algo que era o oposto na epoca da privatizacao). E as universalizacao da telefonia no Brasil? Vc preferia pagar 3mil dolares por uma linha fixa?
Se administracao publica de empresas fosse algo bom a URSS nao teria quebrado e quem faria Lada (ja viu carro mais ineficiente que esse?) seria o Japao e nao os sovieticos.
Alex,
Paulo Gala elogiando o "modelo argentino" hj no valor...Acho q a quermesse tá pedindo novamente para apanhar hein!
"Paulo Gala elogiando o "modelo argentino" hj no valor..."
Serio?! Manda o link para mim, onde que essa gente vive?
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