quinta-feira, 30 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Medalha, medalha, medalha
Virou lugar-comum
atribuir aos preços administrados, particularmente às tarifas de energia
elétrica, a inflação elevada, quase 9% nos 12 meses terminados em junho, a mais
alta desde dezembro de 2003. Em consequência, segue a tese, de nada serviria
aumentar as taxas de juros, ou mesmo reduzir o gasto público, uma vez que estes
preços, por definição, não respondem às condições de oferta e demanda.
Não é clara, à vista
disto, qual seria a política a ser seguida, talvez até inação, na esperança que
o aumento dos preços administrados se esgote em si mesmo, sem contaminar os
demais.
Trata-se, porém, de
diagnóstico equivocado, que, como de hábito, não se esforça além da superfície.
Sim, é verdade que os
preços administrados aumentaram 15% nos últimos 12 meses, mas um exame
levemente mais aprofundado dos números revelaria que a inflação dos chamados
“preços livres”, isto é, aqueles que não são influenciados diretamente pelo
governo, cresceram nada menos do que 7% no mesmo período, muito além do limite
superior da meta de inflação (6,5% em 2015 e 2016).
Diga-se de passagem,
aliás, que a inflação de preços livres tem superado o teto da meta desde 2009,
registrando média de nada menos do que 7% a.a. nos últimos 5 anos, indicação
que o problema inflacionário corre mais fundo do que a simples história dos
preços administrados parece sugerir.
Posto de outra forma,
embora os preços administrados desempenhem papel importante na inflação em 2015
– em resposta, é bom lembrar, à sua administração irresponsável de 2011 a 2014
– a dinâmica inflacionária vai muito além deste problema.
Isto é também aparente
no comportamento do índice de difusão, isto é, da proporção dos itens do IPCA
que registraram aumentos de preços num determinado período. De fato, em três
dos seis meses de 2015 este índice atingiu os valores mais elevados desde 2005,
o primeiro ano em que a meta de inflação foi fixada em 4,5%, e, dos três
restantes, ficou em segundo lugar em dois deles.
Em linguagem esportiva,
apropriada para tempos de Jogos Pan-americanos, três medalhas de ouro e duas de
prata em seis possíveis, um forte indício que o processo inflacionário não é
restrito a uns poucos produtos, mas generalizado e, portanto, muito mais sério.
Em particular, não há
motivos para crer que este choque se esgote sozinho. Na ausência de medidas
compensatórias, seja de política monetária, seja de política fiscal, a
tendência é que estes aumentos de energia, ou combustíveis, acabem sendo
repassados para outros produtos, contaminando a inflação geral, principalmente
em 2016, supostamente ano de convergência da inflação à meta.
Passividade de política
é um convite aberto para a transformação de um choque em elemento permanente da
dinâmica inflacionária, fato que deveria ser sabido por quem viveu no Brasil
pré-1994, mas que parece ter sido esquecido por boa parte dos analistas.
À luz disto, não há
escapatória que não passe pelo aperto das políticas fiscal e monetária, mesmo
em face da queda forte da atividade econômica este ano. Isto poderia ter sido
evitado se o conjunto de políticas adotado nos últimos anos não fosse tão
desastroso, mas, como não podemos mudar o passado, só nos resta lidar com suas
consequências no futuro.
Sempre campeão |
(Publicado 15/Jul/2015)
terça-feira, 21 de julho de 2015
De volta ao primário
No Congresso propõe-se
redução da meta de superávit primário de 2015 para 0,4% do PIB, dado que a
evolução das contas públicas até agora sugere ser muito difícil, senão
impossível, atingir o valor original, equivalente a 1,1% do PIB, sem recorrer a
receitas extraordinárias.
A questão central,
porém, não é esta. Se o objetivo da política fiscal – como indicado pelo
Ministro da Fazenda – é estabilizar, e a partir daí reduzir, a dívida pública
medida como proporção do PIB, é forçoso concluir que, qualquer que seja o
esforço em 2015, há mais a fazer nos anos à frente.
Para entender o motivo
imagine um país cujo PIB seja $ 100 e cujo governo deva $ 65. Suponha também
que a taxa de juros (deduzida a inflação) seja 5% aa e que o país cresça, em
média, 2% aa. Dados os juros, a dívida cresceria de $ 65 para $ 68,3 entre o
primeiro e o segundo ano, enquanto o PIB aumentaria de $ 100 para $ 102. Neste
caso, a relação entre a dívida e o PIB se elevaria de 65% para 66,9%
(68,3÷102).
Para manter a relação
em 65% do PIB, dado que o PIB agora é $ 102, a dívida não poderia passar de $ 66,3
(65%×102). Ou seja, o governo precisaria economizar $ 2 (a diferença entre $ 68,3
e $ 66,3) para estabilizar a relação dívida-PIB, mesmo pagando $ 3,3 de juros
naquele ano. O aparente milagre se deve ao crescimento do PIB, que “come” um
pedaço da dívida (2%×65 = $1,3).
Como regra, portanto, o
superávit primário do governo deve cobrir a diferença entre a taxa real de
juros (5%) e o crescimento do PIB (2%), isto é $ 2 (3%×65%), de modo a
estabilizar a dívida relativamente ao PIB.
Nossa dívida pública
deve, ao final deste ano, atingir cerca de 65% do PIB. Já a taxa média de juros
esperada para 2016, deduzida a inflação prevista, é da ordem de 7,5%, enquanto
o crescimento projetado do PIB deve ficar em 0,3%, também segundo a média dos
analistas pesquisados pelo BC.
Sob estas
circunstâncias, a aplicação da fórmula acima sugere que o governo precisaria
gerar um superávit primário na casa de 4,7% do PIB para estabilizar a dívida no
ano que vem. Apenas em um caso bem mais favorável, enfrentando taxa real de
juros de 5% e crescimento de 2%, é que o governo poderia, como no exemplo
fictício acima, se contentar com um superávit primário na casa de 2% do PIB.
Obviamente, mais à
frente, a taxa real de juros deve cair, assim como o crescimento do PIB se
acelerar. A média dos analistas sugere que a diferença entre a taxa real de juros
e o crescimento do PIB se reduziria para algo em torno de 4,5% em 2017 e 3,2%
em 2018.
Neste caso, partindo de
uma relação dívida-PIB algo inferior a 70% no começo de 2017, o superávit
primário deveria atingir pouco mais de 3% do PIB naquele ano.
Decorrem disto ao menos
três conclusões. A primeira, já adiantada, é que o esforço fiscal não se
encerrará em 2015, nem mesmo em 2016, mas deve se prolongar até 2018. Como
corolário desta análise, quanto mais demorarmos, tanto maior será o esforço à
frente, pois a dívida crescerá adicionalmente.
A terceira conclusão é
que o direcionamento da política fiscal não se deve, como
imaginam nossos “keynesianos de quermesse”, a tentativas ingênuas de
recuperar a “mágica da confiança”. Trata-se, ao contrário, de condição
essencial para garantir a solvência do país.
É
a solvência, Zezinho...
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(Publicado 22/Jul/2015)
segunda-feira, 20 de julho de 2015
O euro e os vendedores de seguros
Não faltam lições da
crise grega. Quem quiser culpar a Grécia pode apontar para a expansão
desmesurada dos gastos (devidamente camuflados pela “contabilidade criativa”),
ou para a prática de concessão de privilégios a grupos próximos ao poder,
minando o crescimento da produtividade e a competitividade de sua economia.
Já quem preferir manter
o foco nos países credores pode chamar a atenção para a imposição de um ajuste
fiscal inexequível, mesmo em face de uma dívida insustentável, cujo foco, mais
que ajudar o país em crise, foi o de impedir (compreensivelmente, face às
circunstâncias) que um calote grego se transformasse numa crise financeira de
grandes proporções.
Há elementos de verdade
em ambas as narrativas e é possível manter um longo (e provavelmente
infrutífero) debate acerca de quem foi o pecador original. Eu, por exemplo,
tendo a atribuir parcela maior da culpa à Grécia, mas, sinceramente, esta não
me parece a questão mais relevante.
O consenso hoje é que a
unificação monetária carecia de uma série de precondições: além de mobilidade
dos trabalhadores (para equilibrar os custos do trabalho entre diferentes
países), seria necessária a unificação fiscal (como a que existe entre estados
de uma mesma federação), assim como unificação bancária.
A unificação fiscal
permitiria transferências entre os entes federados (por exemplo, estados com
menor desemprego “financiando” transferências relativas a seguro-desemprego
onde o problema fosse mais grave), atenuando desequilíbrios fiscais. Já a
unificação bancária permitiria não apenas a resolução de casos mais agudos, mas
também um mecanismo supranacional de garantia de depósitos.
Obviamente, ambos os
casos acima requereriam que países europeus cedessem parcela de sua soberania
para o equivalente a um governo federal.
Demandariam também que estivessem
dispostos a participar de um esquema de seguro: economias com melhor desempenho
em dado momento ajudariam aquelas com pior desempenho, na esperança de serem
tratadas da mesma forma quando enfrentassem dificuldades.
Deve ficar claro,
portanto, que o bom funcionamento da unificação monetária necessita de um grau
de coesão política e institucional que simplesmente jamais existiu na Europa.
A elite política do
continente embarcou num projeto audacioso sem ter se perguntado à vera se os
eleitores queriam aquilo mesmo. Descobrimos agora que não: alemães não querem
pagar o seguro dos gregos e gregos não estavam dispostos a tomar medidas para
evitar o uso do seguro. Se houver uma próxima vez, terão que fazer bem diferente.
(Publicado 12/jul/2015)
quinta-feira, 16 de julho de 2015
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Traga aquela pedra de volta...
Impossível não tratar
das consequências do referendo grego, que no último domingo rejeitou as
condições impostas pelos credores para manter o programa de financiamento ao
país. Para ser sincero, não me espantou o resultado: colocado entre mais e
menos austeridade, não havia razão para crer que os gregos fossem escolher nada
diferente do que afinal decidiram.
Com base nisto o
primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acredita ser capaz de obter condições
para uma negociação mais favorável, obtendo não apenas um alívio no que se
refere ao ajuste fiscal, mas também, e principalmente, uma redução expressiva
da dívida grega. Inclusive, aparentemente para sinalizar seu interesse em
retomar as conversas com países credores (e o FMI), demitiu seu Ministro da
Fazenda, cujo relacionamento com seus pares europeus havia se deteriorado
extraordinariamente.
Entre, porém, suas
crenças e a realidade há muito mais do que parece supor sua vã filosofia.
Para começar porque, ao
menos do ponto de vista formal (e formalidades são importantes no contexto), o
programa de financiamento à Grécia deixou de existir no final de junho. Mesmo
que Tsipras se dispusesse a aceitar todas as condições originalmente propostas
pelos credores (as mesmas rejeitadas pelo referendo), os recursos não estariam
mais disponíveis. Para tanto, os demais países teriam que aprovar junto a seus
respectivos parlamentos um novo programa, o que, nas atuais circunstâncias,
parece arriscado, para dizer o mínimo.
Se isto é verdade, não
é difícil concluir que convencer os credores a aceitarem condições menos
onerosas à Grécia é tarefa de Sísifo (não iria perder a
chance de citar um mito grego). Pelo contrário, o cenário mais provável é que
Alemanha e demais países da União Europeia irão, na melhor das hipóteses,
passar muito tempo analisando qualquer proposta grega, e tempo é a mercadoria
mais escassa na atual conjuntura.
Ainda em julho a Grécia
terá que fazer pagamento de € 3,5 bilhões ao Banco Central Europeu (BCE),
referentes a títulos gregos que vencem nas próximas semanas. No entanto, sem
acordo, o país não terá recursos para pagar a dívida.
Ocorre que, por
questões contratuais, um calote (“default”)
em um título é considerado como um calote em todos os demais papéis emitidos
pelo governo grego. Do ponto de vista legal, portanto, o BCE fica
impossibilitado de receber estes títulos como garantia dos empréstimos de curto
prazo que fez aos bancos gregos.
Em outras palavras, no
momento em que a Grécia der o calote, o BCE devolverá aos bancos gregos os
títulos do país e tomará de volta os euros que emprestou. Isto significa que,
muito provavelmente, os bancos não terão dinheiro para pagar seus depositantes.
Consequentemente também
o governo grego não terá euros para pagar suas despesas (o superávit primário,
construído a duras penas pelo governo anterior, sumiu nos seis meses de governo
do Syriza).
Se a experiência de
outros países em tais circunstâncias, notadamente a Argentina, vale alguma
coisa, o governo grego acabará por emitir promissórias que irão circular como
moeda (como foi o caso do Patacón), tomando gradativamente
o lugar do euro.
E assim deve terminar a
experiência grega com a moeda europeia; não com uma explosão, mas um suspiro.
(Publicado 8/Jul/2015)
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Moros
Não deixa de ser
irônico que, apesar do enredo algo novelesco, a crise grega tenha adquirido
ares de tragédia, principalmente pela sensação de inevitabilidade quanto a seu
desfecho.
Assim como Édipo, que, ao
fugir da maldição que assolou a dinastia dos
Labdácidas,
precipitou os acontecimentos que buscava evitar, as ações dos últimos anos
acabaram conduzindo à atual situação, com o país virtualmente expulso da moeda
única e condenado a uma recessão ainda mais severa.
A “maldição” original é
clara. Hoje sabemos que a Grécia não tinha condições de se juntar à Zona do
Euro (ZE). Suas finanças estavam em condições muito piores do que sugeriam os números
apresentados à época, mais um caso de “contabilidade criativa” de dar inveja a
outros governos que conhecemos.
As instituições gregas
também eram muito mais frágeis do que as da maioria dos seus parceiros da ZE, o
estado presa de toda sorte de interesses particulares, do “capitalismo de
compadres” ao clientelismo mais aberto.
Sob estas
circunstâncias, a adoção da moeda única era um acidente esperando para acontecer.
E ocorreu.
A crise financeira de
2008 provocou o refluxo dos capitais da periferia para o centro da ZE, expondo toda
a fragilidade grega: a baixa competitividade e a necessidade de financiar um
buraco fiscal que já superava 6% do PIB nos anos que antecederam a crise.
Sem condições de
desvalorizar a moeda em resposta à mudança no cenário internacional, a Grécia tentou
restaurar a competitividade por meio da queda de preços e salários: a inflação,
que oscilava de 2 a 4% ao ano antes da crise, desacelerou fortemente em seguida
a ela, entrando em terreno negativo a partir de 2013. Isto agravou o quadro
recessivo, e, por tabela, as contas públicas, cujo déficit superou 10% do PIB
entre 2008 e 2011. Já o desemprego atingiu 25%.
Posto de outra forma, a
rigidez cambial, casada com o forte desequilíbrio fiscal inicial, implicou uma
dinâmica particularmente perversa para a atividade econômica e, por
conseguinte, para a estabilidade política do país.
Neste sentido, a tomada
do poder pela esquerda, o Syriza, não pode ser vista como um acidente, mas como
consequência inevitável (Destino, ou Moros) do processo acima
descrito.
Já a postura infantil
do Syriza talvez pudesse ser evitada. Ao chegar ao poder, havia simpatia em
alguns círculos por uma abordagem distinta, mas o primeiro ministro grego e seu
ministro das Finanças perderam tempo demais hostilizando os credores, bem como
revertendo medidas que poderiam auxiliar no retorno da competitividade (por
exemplo, a elevação do salário mínimo).
Pareciam acreditar que
o restante da ZE teria que se curvar à postura grega pelo medo de ruptura,
desconsiderando que talvez a maior preocupação dos demais países pudesse ser o
exemplo negativo da leniência com respeito à Grécia, em particular o estímulo a
outros partidos semelhantes ao Syriza.
Presos às suas
convicções, ambos os lados marcharam cegamente para a funesta conclusão: a
Grécia se encontra às portas da saída do euro, seus bancos na lona e sua
economia prestes a derreter. Já o euro perde sua aura de inviolabilidade, gerando
a possibilidade de novas crises à frente, em particular nos elos mais frágeis
da ZE.
Os deuses cegam primeiro
aqueles que querem punir.
(Publicado 1/Jul/2015)
terça-feira, 7 de julho de 2015
The Euro: Monetary Unity To Political Disunity?
A common currency is an excellent monetary arrangement under some circumstances, a poor monetary arrangement under others. Whether it is good or bad depends primarily on the adjustment mechanisms that are available to absorb the economic shocks and dislocations that impinge on the various entities that are considering a common currency. Flexible exchange rates are a powerful adjustment mechanism for shocks that affect the entities differently. It is worth dispensing with this mechanism to gain the advantage of lower transaction costs and external discipline only if there are adequate alternative adjustment mechanisms.
The United States is an example of a situation that is favorable to a common currency. Though composed of fifty states, its residents overwhelmingly speak the same language, listen to the same television programs, see the same movies, can and do move freely from one part of the country to another; goods and capital move freely from state to state; wages and prices are moderately flexible; and the national government raises in taxes and spends roughly twice as much as state and local governments. Fiscal policies differ from state to state, but the differences are minor compared to the common national policy.
Unexpected shocks may well affect one part of the United States more than others -- as, for example, the Middle East embargo on oil did in the 1970s, creating an increased demand for labor and boom conditions in some states, such as Texas, and unemployment and depressed conditions in others, such as the oil-importing states of the industrial Midwest. The different short-run effects were soon mediated by movements of people and goods, by offsetting financial flows from the national to the state and local governments, and by adjustments in prices and wages.
By contrast, Europe’s common market exemplifies a situation that is unfavorable to a common currency. It is composed of separate nations, whose residents speak different languages, have different customs, and have far greater loyalty and attachment to their own country than to the common market or to the idea of "Europe." Despite being a free trade area, goods move less freely than in the United States, and so does capital.
The European Commission based in Brussels, indeed, spends a small fraction of the total spent by governments in the member countries. They, not the European Union’s bureaucracies, are the important political entities. Moreover, regulation of industrial and employment practices is more extensive than in the United States, and differs far more from country to country than from American state to American state. As a result, wages and prices in Europe are more rigid, and labor less mobile. In those circumstances, flexible exchange rates provide an extremely useful adjustment mechanism.
If one country is affected by negative shocks that call for, say, lower wages relative to other countries, that can be achieved by a change in one price, the exchange rate, rather than by requiring changes in thousands on thousands of separate wage rates, or the emigration of labor. The hardships imposed on France by its "franc fort" policy illustrate the cost of a politically inspired determination not to use the exchange rate to adjust to the impact of German unification. Britain’s economic growth after it abandoned the European Exchange Rate Mechanism a few years ago to refloat the pound illustrates the effectiveness of the exchange rate as an adjustment mechanism.
Proponents of the "Euro" often cite the gold standard era from 1879 to 1914 as demonstrating the benefits of a common currency. But the gold standard also had its costs. The period was characterized by declining prices from 1879 to 1896, rising prices thereafter, and sharp fluctuations within each period, especially severe in the 1890s. The standard was viable only because governments were small (spending in the neighborhood of 10 percent of the national income rather than 50 or more percent as now), prices and wages were highly flexible, and the public was willing to tolerate, or had no way to moderate, wide swings in output and employment. Take away the rose-colored glasses and it was hardly a period or a system to emulate.
As of today, a subgroup of the European Union -- perhaps Germany, the Benelux countries, and Austria -- come closer to satisfying the conditions favorable to a common currency than does the EU as a whole. And they currently have the equivalent of a common currency. Austria and the Benelux three have, to all intents and purposes, linked their currencies to the Deutschmark. However, these countries still retain their central banks and hence can break the link at will. Any country that wishes to link to the Dmark more firmly can do so on its own, simply by replacing its central bank with a currency board, as some countries (such as Estonia) outside the EU have done.
The drive for the Euro has been motivated by politics not economics. The aim has been to link Germany and France so closely as to make a future European war impossible, and to set the stage for a federal United States of Europe. I believe that adoption of the Euro would have the opposite effect. It would exacerbate political tensions by converting divergent shocks that could have been readily accommodated by exchange rate changes into divisive political issues. Political unity can pave the way for monetary unity. Monetary unity imposed under unfavorable conditions will prove a barrier to the achievement of political unity.
Milton Friedman, 1997
Read more at http://www.project-syndicate.org/commentary/the-euro--monetary-unity-to-political-disunity#GeJYR5QG83SOjgCA.99