Mencionei rapidamente em
coluna recente um dado alarmante: a poupança nacional caiu para de 14,6% 13,9%
do PIB entre 2012 e 2013. Mais alarmante, porém, é notar que esta tendência
prevalece há alguns anos. Mesmo sem jamais ter atingido níveis particularmente
elevados, a poupança, medida como proporção do PIB caiu praticamente 5 pontos
percentuais a partir de 2008, ou seja, 1 ponto percentual do PIB a cada ano em
média.
Parte desta queda
reflete o estímulo ao consumo das famílias, visto dentro do governo não só como
um “motor” do crescimento, mas provavelmente também como garantia de apoio
político. A bem da verdade, as pessoas derivam satisfação do consumo; a
produção, como bem expresso pela Bíblia (“com o suor do teu rosto comerás o teu
pão” Gen. 3-19), é a contrapartida
necessária, nem sempre bem vinda, do consumo crescente. Entre 2008 e 2013 o
consumo das famílias cresceu a uma taxa média de 4,2% ao ano; já o PIB apenas
2,6% aa, reduzindo em 3 pontos percentuais a taxa de poupança.
Por outro lado, o
aumento do consumo do governo “roubou” cerca de 2 pontos percentuais da taxa de
poupança no período, sem, é claro qualquer contrapartida visível (ou mesmo
invisível!) na qualidade dos serviços públicos.
Estes dois
desenvolvimentos são a expressão mais clara do modelo de crescimento baseado no
consumo. Seus limites, porém, também são óbvios. Como o investimento tem sido
baixo, pouco inferior a 19% do PIB em média, a criação de capacidade foi
modesta.
Some-se a isto a
expansão medíocre (e em franca desaceleração da produtividade) e temos o quadro
que hoje caracteriza a economia brasileira. Mesmo com crescimento médio que
dificilmente superará 2% ao ano no atual mandato, há sinais consistentes de
estresse sobre a capacidade produtiva.
A resistência da
inflação – apesar de recursos cada vez menos disfarçados a controles de preços
– é sintoma claro deste problema. Em que pesem flutuações de curto prazo,
expectativas ainda sugerem que esta atingirá algo em torno de 6% este ano, a
despeito da elevação da Selic e das resistências em permitir tarifas públicas
realistas.
Já a redução expressiva
do saldo da balança é a outra expressão concreta do estresse provocado pela
discrepância entre a ênfase ao consumo, público e privado, e as dificuldades à expansão
da produção.
E, antes que venham
dizer que se trata de um problema associado às importações de petróleo, noto
que: (1) mesmo descontando o efeito destas importações permanece a redução do
saldo comercial; e (mais importante) (2) o aumento das importações de petróleo
também reflete, em boa parte, o descompasso entre o consumo e a produção,
apesar das promessas de autossuficiência energética divulgadas quando da
descoberta das jazidas do pré-sal.
Ainda que estes
desenvolvimentos estejam longe de caracterizar uma crise, cresce a percepção
que o atual conjunto de política econômica não poderá ser sustentado por muito
mais tempo.
Dentre os que
compartilham este diagnóstico, há quem acredite que a mudança de rumo tem data
marcada para 1o de janeiro de 2015, independente de quem seja eleito.
Permaneço cético. No
cenário político mais provável (a reeleição), tanto as crenças profundamente
enraizadas sobre as “virtudes” do atual modelo, quanto os interesses econômicos
encastelados nas proximidades do governo devem se manter como forças contrárias
à mudança.
A tendência, portanto,
é de aprofundamento do estresse nos próximos anos, até que o peso dos
desequilíbrios acabe por tornar a mudança imperativa. Quando, porém, esta
alteração ocorrer, as condições, quase que por definição, serão menos
favoráveis que as prevalecentes hoje ou no futuro próximo.
A recusa em enfrentar
os problemas apenas aumenta o custo futuro do ajuste. Vimos isto nos últimos
anos – quando desperdiçamos nossas chances – e veremos de novo. Imunidade ao
aprendizado acaba saindo caro.
29 comentários:
Sigo poupando dinheiro pra fazer excelentes negócios durante a inevitável crise econômica futura.
uma imagem pro artigo
basta recortar no pé do Tô vacinado que fica perfeita
https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSouz1yoiTGfjmHAvTl7dh3_BmUufuktS7lWb9QslxLKMe-DNIH
vc é bem cético mesmo
No meu ver a fase de ajuste já começou, independente do que o governo quer ou faz vem à reboque, ou lá por 2015 como tantos especulam, ou mesmo ainda esse ano devido ao estouro da infra estrutura agravado pela seca e copa.
Alguns dos milhares de indícios disso é o próprio esgarçamento da infra até os rebaixamentos da nota de risco.
O COPOM virou realmente uma piada. Estao contando com a ideia de que mais tarde da pra subir a taxa e ficar tudo bem, so que pensando assim, ‘deixa a merda acontecer que a gente arruma depois’, tem um problema: as merdas realmente vao acontecer.
Fungo.
http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/3269765/schwartsman-sugere-que-nakano-estude-mais-antes-palpitar-sobre-inflacao
Alexandre mais uma vez excelente.
Ou aumenta a p... do juros ou vamos para o buraco mais uma vez com a inflação e mais...
O Copom virou piada desde que aderiu a Dilma Rule (juros de 2%)em 2012, com assessoria dos picaretas Delfim,Belluzzo,Nakano.
Nesses dias quando o IPEA fica invertendo resultados de pesquisa sobre estrupo, o que não dizer de pesquisas economicas.... Vale a pena dar uma lidinha no artido abaixo; vida real sem maquiagem.
Alta dos alimentos faz preços dos cardápios de bares dispararem em BH Aumento dos alimentos, aluguéis e mão de obra, preços de tira-gosto e de bebidas subirem. Donos de restaurante tentam segurar, mas cliente sente no bolso
http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2014/04/05/internas_economia,515760/alta-dos-alimentos-faz-precos-dos-cardapios-de-bares-dispararem-em-bh.shtml
Fui ler a notícia do infomoney e li também os comentários dos leitores... Um deles lá diz “ ...Inflação neste país está represada, tarifa elétrica e combustível congelada pelo governo. Quando descongelar as tarifas no Brasil a inflação dará um pulo no mínimo de 8%....”
>>>>> Bom... Se será de oito eu não sei, mas que quando a realidade bater, provavelmente depois da copa quando eu duvido que quem aumentou os preços vai diminuí-los na mesma proporção.... A coisa vai ficar feia, isso vai; o pior é saber aue ao que tudoindica ficaremos com mais porcaria de governo até 2018...
Quem é esse tal de Samuel Pessoa ? Para mim, deu uma entrevista patética no Estadão desge domingo.
Já começa dizendo que “··· a reversão deve ser seguida por reformas que possam dar eficiência ao Estado sem que seu tamanho seja reduzido. "A sociedade quer educação, sistema de aposentadoria, programas sociais - é impossível reduzir o Estado", diz na entrevista que segue.···”
Meu deus do céu... Que atraso, que acinte, que despropósito eleitoreiro; lamentável que isso é opsição...
... “A sociedade quer educação pública. Quer um sistema abrangente de aposentadoria. Quer um sistema abrangente de seguros público - abono salarial, seguro desemprego - e programas sociais. Como a sociedade quer tudo isso, é impossível reduzir o Estado. Eu como cidadão posso preferir a Suécia aos Estados Unidos. A sociedade brasileira já tomou a sua decisão - prefere a Suécia. Essa escolha não está em discussão nessa eleição. O que se discute é o modelo de intervenção na economia. É preciso mudar.”...
Putz...o meu futuro e da minha família entregue a decision-makers como esse... Tô fora, literalmente; de malas prontas. Que oposição ordinária. Cadê a direita conservadora-liberal dessa porra de país ?
Sim... Esse tal de Samuel Pessoa está correto em todas as questões técnicas; mas peca peor querer manter o eztado babá e prevaricador intacto; é lamentável.
E lá vou eu... Mais uma eleição com voto anulado...
Mais cagadas...
Renegociação de dívidas do BNDES custará R$ 92 bilhões ao Tesouro
Agência Brasil
Publicação: 06/04/2014 12:10 Atualização: 06/04/2014 12:22
A renegociação de R$ 238 bilhões de dívidas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Tesouro Nacional custará R$ 92 bilhões para as contas públicas nos próximos anos. Segundo economistas, a troca do indexador da dívida aumenta os gastos do Tesouro com os juros, tornando mais difícil o controle do déficit nominal – resultado negativo das contas públicas após o pagamento de juros.
(desculpem o linguajar, mas se não for assim, não se conseguer exprimir com exatidão o sentimento de P. Com esse povo; olhem... Querem saber ? Desculpa nada...)
Renato, não é o entrevistado que quer manter o Estado inchado. É a SOCIEDADE que deseja, e isso foi materializado na CRFB/88. Infelizmente pra manter o desejo da sociedade é necessário um Estado inchado e alta carga tributária.
Alex,
Como foi escrever um livro com Fabio Giambiagi?? Ele é um monstro, né?
Abs
ENTREVISTA (em vídeo): SAMUEL PESSOA
'ATUAL MODELO ECONÔMICO PRECISA SER REVISTO'
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,deu-errado-o-ensaio-desenvolvimentista,1149939,0.htm
>>>> afinal de contas, o cara é físico ou economista (formado) ?
Renato
Entrevistas são traiçoeiras. Há um artigo melhor que a entrevista para você entender que Samuel não se apresenta como um decision-maker. Aliás, ele recusa esse papel.
"O Contrato Social da Redemocratização"
"A longa continuidade na expansão da carga tributária e dos programas sociais por um
período de mais de duas décadas e a enorme popularidade do governo Lula, que somente
deu continuidade ao anterior e acelerou a velocidade de crescimento das transferências
sociais, são sinal de que o contrato social apresenta ampla adesão da sociedade. Assim, é
importante que os comentaristas e profissionais de economia, ao analisar as opções de política,
sejam capazes de distinguir claramente as recomendações que constituem necessidades
técnicas — por exemplo, o controle monetário é essencial para a manutenção da inflação
em patamares civilizados — daquelas proposições de caráter distributivo que representam,
portanto, opções legítimas da sociedade. Para essas últimas, o título de especialista de pouco
adianta; o posicionamento será sempre de natureza pessoal, e a credencial será somente a de
cidadão. Cada um com seu posicionamento e como cidadão se pronuncia nas urnas."
http://www.schwartzman.org.br/simon/agenda7.pdf
Esta entrevista do Samuel também é muito boa para entender melhor o que ele disse na do ESP
https://www.youtube.com/watch?v=uRwipeIXwo4
Alex (muito nítido neste post) e Samuel são economistas que sabem que não é papel deles fazer política, embora ambos concordem que os elementos da política não podem ser desprezados. Podem divergir no foco desses elementos, mas não na percepção da relevância da política nos regimes democráticos no que diz respeito à economia.
Na entrevista do Alex na FSP, chama atenção, no caso, a última resposta:
O livro é crítico à política econômica e ao PT. Como esperam ser recebidos neste ano de eleições?
O livro saiu para contribuir para o debate, colocar uma visão crítica ao governo de hoje. Se fosse outro partido que estivesse fazendo as mesmas coisas, poderia receber as mesmas críticas. O livro reflete uma visão que compartilhamos sobre como uma economia deve se organizar, e não uma visão política.
Imagino que Alex, por princípio, não se opõem, se convidado, a falar sobre o livro para políticos de qualquer partido.
Por que posso imaginar isso? Por que "O livro reflete uma visão que compartilhamos sobre como uma economia deve se organizar, e não uma visão política."
Acho que nem Alex e nem Samuel estão a cata de um partido para suas (deles) ideias.
São os políticos que vão decidir se as críticas e recomendações de cada um são ou não adequados para a agenda das eleições de 2014.
Não vejo como sérios economistas que saem por aí a cata de partidos para vender suas ideias como maravilhas curativas para todos os nossos problemas na economia.
Abs
Renato
O tempo dos "czares da economia" passou, mesmo que no Brasil eles ainda sejam, para a nossa infelicidade, influentes.
alguem com paciencia me explica a controversia do capital e pq pterodoxos insistem nisso?
Ver abaixo as credenciais do Yoshiaki Nakano, segundo o Valor Econômico. Peço atenção para terceiro parágrafo. Procurei sua tese de doutorado na Biblioteca de Cornell e não encontrei. Deve ser falta de destreza minha ao buscar.
Yoshiaki Nakano é professor e diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP).
Foi membro do conselho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tesoureiro e secretário do governo do Estado de São Paulo de 1995 a 2001; secretário especial para assuntos econômicos do Ministério da Fazenda e consultor do Banco Mundial.
Formando em administração na Fundação Getulio Vargas, fez mestrado e doutorado na Cornell University, dos Estados Unidos.
Obrigado a toddos pelos links e comentários...
Realmente, uma coisa é fazer uma análise e procurar a verdade, seja ela qual for, outra é comungar dessa verdade. Eu só acho que o tal do Samuel Pessoa deveria deixar mais claro qual seria sua linha de pensamento econõmico a qual, quando leio a entrevista isoladamente, fico sem saber se a mesma é uma análise ou opinião e portanto me coloca em uma posição de descrédito e sem representação. Seria melhor que ele tivesse dito em algum momento algo como “...parte da sociedade... e amparada pela constituição 88...”, ao invés de omitir tal advérbio e contextualização histórica pois se assim o faz consequentemente inclui todos, inclusive eu, nesse balaio socialista-facista-gramsciano, inclusive ao lado do PSDB o qual iniciou a implementação disso tudo aí...
Tem que se tomar muito cuidado para que os (conservadores-) liberais não se deixem ser utilizados como cavalo de tróia dessa turma...
BOA essa engrevista do link, eihm - muito imparcial e clara. Até a entrevistadora se deu mal... Logo no inicio, quando se começa a falar sbre o governo castelo branco no sentido de como ele foi reformador, etc e tal... A entrevistadora-esquerdinha pediu lá uns exemplos de reforma ... para testar o entrevistado, né... E o entrevistado deu conta do recado. !! Eheh...
Opinião minha: a escolha entre regimes economicos é, antes de mais nada, um reflexo da ordem CULTURAL (e, social -é lógico !!) Não dá para ser naive de achar que só a técnica é capaz de promover mudanças e/ou melhorias; como liberal-conservador, digo que o (resto da) sociedade não escolheu nada para mim e que eu ainda não parei de lutar para mudar as instituições para que elas se tornem (conservadoras-) liberais. Me parece que, ao ouvir entrevistas como essa, passa-se a impressão de que não se quer (ou, não se interessam em) mudar as regras do jogo, ao mesmo tempo que se almeja um regime econômico diferente; não vai acontecer!!
Ainda sobre a entrevistabdo lini (eu estou assistindo, e comentando aqui enquanto assisto)
Não consigonentender de onde vem esse jeito“soft“ para se referir a outras pessoas... De onde vem isso ? Boa educação do berço? Isso todo mundo tem... E por isso ele agem do jeito que agem... Acusando os outros daquilo que eles são... O que é uma velha tática marxista-leninista... Porque Erundina é uma pessoa que merece toda a considração ? Porque ? Ela lhes dá alguma consideração ? Para, pelo menos, merecer uma recíproca ?
Esse povo todo, inclusive os economistas deles, tem que ser tratados como inimigos pois é assim que nós (conservadores-) liberais somos tratados por eles. Temos que elevar o tom na colocação das idéias economicas pois estamos jogando o jogo no campo do adversário, e não em casa. Se economia fosse ciencia exata estaria lá na grade curricular junto com as engenharias e ciencias danterra, mas não, está lá na grade das ciencias humanas e sociais....
Ainda assistindo a entrevista...
A entrevistadora não alcança praticamente nada do que ele fala...
E o entrevistado não deixa claro (talvez por ser educado demais ao ter concordado a se limitar a fazer uma análise impaecialnda conjuntura economica; imagina se fosse um esquerdista-socialista no mesmo programa, sob as mesmas regras... Iria falar de tudo, MENOS fazer uma análise imparcial, portanto, perde-se mais numa oportunidade de se jogar o jogo do adversário pois o juiz -o povo, a sociedade- só consegue apitar nesse jogo com as regras deles como referencia e não as nossas, oubdo entrevistado...) que a desigualdade, no seu ponto de vista, pode e deve ser combatida pela liberdade economica e dos indivíduos e não por ação do governo as quais, aliás, ele concordou com algumas (revejam trechos aos 23min).
Acho que está faltando certa, digamos, maldade a ele... De reconhecer que em país de burro tem que se falar como burro
O entrevistado ERRA ao achar que regime democrácrito é relacionado com eliminaçãonda desigualdade; não é não!!!! (de onde ele tirou isso ???)
Regime democrático é relacionado com as liberdades de escolhas e ação humana visando a prosperidade daqueles que são livre para escolher e agir. E ponto.
Se essa liberdade de escolha e ação individual vai levar à redução da desigualdade, e ainda mais a nível de sociedade, isso... É completamente irrelevante e até mesmo desproposital de ser mencionado; é misturar alhos com bugalhos.
Não posso (de maneira alguma!!) concordar com um economista dito liberal que acha que a educaçãon é um direito do indivíduo (vejam aos ~31 min)
Se é um direito, então automaticamente tem-se que alguém tem o dever de prover tal direito o que só pode ser feito às custas de outrém pois como o estado vai prover por ele mesmo?... Educação é um privilégio que deve ser conquistado.
Aliás, o entrevistado usa tanto a palavra sociedade, mas tanto, que eu só posso entender que ele é um socialista e não um liberal, pois caso fosse um liberal utilizaria muito mais a palavra individuo. Existe muita confusão mental aí... Assim fica dificil apoiar.
(Meu último comentário a respeito dessa entrevista em vídeo do link acima, já que estou perdendo a paciência pelas diversas inconsistências e confusões em torno do conceito de ser ... liberal.)
Aos ~38 min, ficam lá ambos -o entrevistado e a entrevistadora- divagando sobre a universalização da educação...
... Enquanto TODOS (liberais e socialistas) sabemos que uma melhor educação significa um maior desenvolvimento e produtividade... NÃO HÁ MENçÃO ALGUMA à questão principal que justamente diferencia um pensamento economico de outro... que seria saber como implementar tal universalização.
Eu esperaria que tal implementação fosse através do livre mercado, mas pela omissão e pela quantidade de vezes que a palavra "sociedade" foi utilizada pelo entrevistado, chego a crer que ele é, sim, a favor de que o ESTADO intervenha e promova essa universalização, o que no receituário economico liberal é uma heresia sem direito a perdão, nem Papal !!
Por favor, me esclarecam esse e outros pontos que vi na entrevista porque está ficando tudo muito.. confuso! para não dizer... errado.
IMPOSTO SOBFE PATRIMÔNIO
LEIAM: http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/
Isso é PSDB; isso é FHC; isso é quere diminuir desigualdades atrvés de imposgo; isso é fazer justiça social.*
Pergunto: É isso que nos economistas liberais ligados a essa turma apregoam também ? Tem que ficar claro que, e eu sei que sabem, que o PSDB do FHC (e agora do canditado Aécio) é tão ruim quanto o PT. Eles não são liberais, são socialistas e portanto para mim não servem nem quero me associar, direta ou indiretamente, a nenhum deles.
Recomendo: http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news-painel/t/todos-os-videos/v/intervencoes-constantes-do-governo-na-economia-causam-estragos-segundo-especialistas/3248602/
E disseram bem dito ! (e olha que o Mailson, para quem se lembra como eu, sempre foi "incocmpetente" até o dia -ocorrido meses atrás no próprio programa, mas em outra entrevista- em que fez mea-culpa das barbeiragens que cometeu enquanto chapa-branca;aliás, daqueles todos, ele foi o único... O tal do bresser só faz cagada até hoje, e o delfim... Viche!
Renato,
Existem uma série de pontos onde você está completamente errado:
(1) Sociedades democráticas são aquelas onde os políticos tem que ganhar eleições para subir ao poder (sei que requer muito mais condições que isto, só estou explicando o modelo de eleitor mediano). Isto faz com que os políticos façam coisas que dão voto e não façam aquelas onde isto não ocorre. Em sociedades democráticas desiguais, as políticas redistributivas são crescentes devido a isto, você taxa a minoria (perde os votos desta) e redistribui para a maioria (ganha os votos desta). Isto explica o crescimento destas políticas a partir da CF/88 e porque elas crescerão ainda mais (mesmo que isto implique em menor taxa de crescimento do produto). E isto é uma decisão tomada pela sociedade brasileira.
(2) Investimentos em educação tem alto retorno privado e social (o que explica sua importância). O mercado de crédito para serviços educacionais tende a não existir (devido à inexistência de colateral). Isto explica a necessidade de intervenção estatal nesta área (inclusive via uma solução mais liberal, como a utilização de vouchers).
(3) No caso brasileiro, a péssima distribuição de renda está vinculada à péssima distribuição de capital humano.
(4) Educação é necessária por parte de qualquer pessoa.
Um grande abraço.
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