teste

sábado, 23 de abril de 2011

Atestado de imbecilidade

O problema da escassez de capital humano no Brasil não cansa de me surpreender. Disse um certo economista da sub-academia circense brasileira:

“Eu gostaria que o BC pusesse um piso para a taxa de câmbio e fosse desvalorizando esse piso de forma gradual, a uma taxa de 2% a.m, até eliminar a sobre-valorização cambial.”

Como é que nós deixamos um analfabeto econômico desses ensinar nossos jovens?

Especuladores prometem esperar o Real depreciar gradualmente sem engasgar ou engolir.

40 comentários:

Eu tenho certeza absoluta que a engolidora de espadas à direita, com vestido preto, não é um famoso professor da UNB.

"A emenda saiu pior que o soneto."

O comentário está num adendo em que ele retifica o Monitor Mercantil(que sempre entende de forma equivocada as palavras do tal professor...)

Não pode agora reclamar que não disse o que disse.

Deve ser um tal economista sem gag reflex...

Diga aí "O":
Isso não é campanha para a volta do Chico Lopes com a famosa "banda hexagonal endógena"??

Sugestão de Política Pública: distribuir remédio pra memória para os economistas brasileiros!!

Abs

Tb

Muito pior. A banda do Chico Lopes era diagonal endógena. Essa proposta eh escadinha exógena.

Um pouco off-topic, mas essa morena da foto tem uns peitos fenomenais

Como não pensei nisto antes? Vou mandar a idéia para a diretoria do meu time.

Primeiro a diretoria define um piso para o número de gols que devem ser marcados a cada jogo e um teto para os gols que podem ser tomados a cada jogo. Depois é só aumentar o piso e diminuir o teto de forma gradual até que o ganhemos todos os jogos.

Rumo a Tóquio!!!

Realmente, sensacionais!

Qual era o assunto mesmo?

Caro O (Irinieu de Carvalho Filho), porquen que ele seria um analfabeto economico?

saí ontem para jantar num restaurante meio metido a besta, mas com comida bem medíocre (obviamente não sabia disso antes, as críticas eram na maioria favoráveis). Um prato individual que mal dava para alimentar uma criança de 8 anos custou-me 80 reais, mais de 30 euros. O prato não tinha nada demais e provavelmente nenhum ingrediente importado. Por muito menos se come bem melhor em Berlim, Roma, Madri e mesmo em Paris ou Londres. Se isso não for um sinal de sobrevalorização cambial...

Se a morena de preto fosse professora da UnB, certamente teríamos os 10 primeirOs da ANPEC cursando o mestrado por lá!

"Se a morena de preto fosse professora da UnB, certamente teríamos os 10 primeirOs da ANPEC cursando o mestrado por lá!"

E pelo um professor sairia correndo de lá, horrorizada.

Pq os bons professores vao pro setor privado ganhar dinheiro.

"Se isso não for um sinal de sobrevalorização cambial..."

Acho que quase ninguém discute que há sobrevalorização cambial - ainda que a mediocridade de nossos restaurantes (inclusive os paulistanos) não seja novidade para qualquer pessoa que já morou longe do Brasil.

Uma pergunta: tem alguém que não conseguiu entender que a declaração do professor é um sinal de analfabetismo econômico?

"Uma pergunta: tem alguém que não conseguiu entender que a declaração do professor é um sinal de analfabetismo econômico?"

Que tem muita gente, mas muita mesmo que acha que o dito cujo pode ser levado a sério, não tenha dúvida...

Especialmente os editores do Valor, p/ exemplo.

O, como iniciante em economia (macro) não entendi. Pode esclarecer?

Abcs

"saí ontem para jantar...Por muito menos se come bem melhor em Berlim, Roma, Madri e mesmo em Paris ou Londres. Se isso não for um sinal de sobrevalorização cambial..."

Anônimo,

hahaha

Jantar é tradable?

hahahaha


Abs

Leo

A gente gostaria de tanta coisa ... eu gostaria que as pessoas estudassem mais economia, principalmente os professores da área.

"Jantar é tradable?

hahahaha


Abs

Leo"

Ué... mas justamente pq jantar não é tradable é que ele serviria para indicar o afastamento do cambio observado em relação ao cambio ppc. Afinal, se o jantar fosse tradable valeria a lei do preço único. (Na verdade, por balassa samuelson, o jantar deveria ser mais barato no brasil)

O, sou leigo em economia e também não entendi.

Para mim, sobrevalorização cambial é um câmbio que está mais valorizado do que o câmbio de equilíbrio.

Isto é, um câmbio nominal valorizado pela adoção de políticas públicas que mantenha o câmbio real valorizado e implique em desequilíbrio na oferta e demanda de divisas por um período de tempo.

Neste intervalo, não valerá a lei do preço único, e isso acarretará em movimentos de arbitragem e especulação que o governo terá de lidar.

Essa é a forma que tenho para ver se um câmbio está sobrevalorizado. E passa pelos preços dos tradables, pelo saldo do BP e pelos movimentos de capitais.


A diferença de preços de tradables e nontradables de um país para o outro reflete em última instância diferenças de produtividade, carga tributária, legislação. Um processo inflacionário no país pode acarretar em preços altíssimos de serviços, e isso nada ter a ver com uma sobrevalorização cambial.

Abs

Leo

"Uma pergunta: tem alguém que não conseguiu entender que a declaração do professor é um sinal de analfabetismo econômico?"

Há uma série de pontos questionáveis (limites do controle cambial, relação juros-câmbio, definição e medida da "sobrevalorização cambial", problemas históricos das minidesvalorizações e até o conceito de piso), mas analfabetismo, no sentido de um erro básico de teoria ou lógica, acho que não tem não...

Claro, as desvalorizações absolutas vão aumentando com o tempo, mas o camarada não disse que as desvalorizações deveriam ser constantes...

"Um processo inflacionário no país pode acarretar em preços altíssimos de serviços, e isso nada ter a ver com uma sobrevalorização cambial."

E com subvalorização?

"Uma pergunta: tem alguém que não conseguiu entender que a declaração do professor é um sinal de analfabetismo econômico?"

Uma dica que está no post original:

"Especuladores prometem esperar o Real depreciar gradualmente sem engasgar ou engolir."

"Para mim, sobrevalorização cambial é um câmbio que está mais valorizado do que o câmbio de equilíbrio.

Isto é, um câmbio nominal valorizado pela adoção de políticas públicas que mantenha o câmbio real valorizado e implique em desequilíbrio na oferta e demanda de divisas por um período de tempo.

Neste intervalo, não valerá a lei do preço único, e isso acarretará em movimentos de arbitragem e especulação que o governo terá de lidar.

Essa é a forma que tenho para ver se um câmbio está sobrevalorizado. E passa pelos preços dos tradables, pelo saldo do BP e pelos movimentos de capitais.


A diferença de preços de tradables e nontradables de um país para o outro reflete em última instância diferenças de produtividade, carga tributária, legislação. Um processo inflacionário no país pode acarretar em preços altíssimos de serviços, e isso nada ter a ver com uma sobrevalorização cambial.

Abs

Leo"

Que festival de bobagens.
Como disse o seu xará Monastério, é justamente por não ser tradable que o jantar no Brasil deveria ser mais barato. E nem estou considerando a qualidade, apenas o preço mesmo. Se existem diferenciais de produtividade, estes deveriam estar refletido nos salários reais. Se não estão, é mais um indício de que o real está sobrevalorizado.

Se está sobrevalorizado, está acima de algum patamar que você tomou como critério.

Qual é o seu patamar?

O valor que tomo como referência é o câmbio que equilibra a oferta e demanda de divisas. E nesse caso os preços dos não comercializáveis não dão indício de que o câmbio está fora deste patamar.

Pergunto: por que diabos um jantar em restaurante famoso no Brasil deveria ser mais barato, em dolar, do que no exterior? Por que isso refletiria valorização cambial excessiva, ao invés de excesso de demanda interna? Como você separa?

Abs

Leo

Não existe uma lei que diga que um restaurante tenha que ser mais barato em São Paulo do que em Paris. Mas existem inúmeros trabalhos que indicam que existe uma regularidade que ficou conhecida como Efeito Balassa-Samuelson, que, simplificadamente, quer dizer que os preços de non-tradables são mais baixos nos países pobres do que nos países ricos.


Considerar que a taxa de câmbio de equilíbrio é aquela que equilibra a oferta e a demanda de divisas é algo completamente tautológico. Sob essa visão, seria impossível existir câmbio valorizado ou depreciado. Existem diversas abordagens que tentam mensurar a taxa de câmbio de equilíbrio. Aquela considerada mais consistente (FEER), considera "equilíbrio" como equilíbrio macroeconômico, tanto interno como externo.

PS: o restaurante que eu fui nem é famoso, logo ele não tem lucros monopolistas. Em tese, ele estaria em concorrência perfeita.

Quando falo em equilíbrio de oferta e demanda falo de coisas concretas, não é tautológico.

Se na praça de alimentação de um shopping center há vários clientes querendo comer, mas de tão cheio desistem, claramente os preços não equilibram oferta e demanda. Tem gente querendo comer ao preço vigente e não consegue. Tem gente que pagaria mais para comer sem esperar e não consegue.

Com o câmbio é mesma coisa. Hoje eu digo (e, como dizem os americanos, estou colocando meu dinheiro no que digo) que o câmbio está SUBvalorizado.

Abs

Leo

Leo,

Temo que você desconheça o conceito de desalinhamento cambial.

Diz-se que o Real está SUPERvalorizado (overvalued) quando seu nível é mais forte que o nível que seria vigente se as variáveis de política e fatores exógenos estivessem em seus níveis sustentáveis.

Como é razoável acreditar que não é o caso que variáveis de política e fatores exógenos estejam em níveis sustentáveis...

“O”

P.S. Quanto à questão do preço do restaurante, recomendo fortemente a leitura de qualquer manual de economia internacional. Por exemplo: Obstfeld & Rogoff.

Tudo bem "O", se você me dizer que:

i) o preço das commodities não é sustentável, e irá despencar no curto prazo;

ii) o IDE e investimento de curto prazo estrangeiro está em níveis insustentáveis e cairá;

e

iii) os gastos do governo estão além do sustentável e serão reduzidos nos anos seguintes.

Aí eu concordo que o Real está sobrevalorizado.

Do contrário, o Real está subvalorizado, no curto e médio prazos (no longo ninguém sabe...).

Abs

Leo

Ficou interessante essa discussão do câmbio, principalmente pela sugestão do "O" de que o Real esteja sobrevalorizado.

Eu to com o Leo, tanto no desconhecimento como na aposta.

i) o preço das commodities não é sustentável, e irá despencar no curto prazo;

Acho que menos que isso. Se parar de crescer, acho que já aumenta o risco de encrenca aqui.

ii) o IDE e investimento de curto prazo estrangeiro está em níveis insustentáveis e cairá;

Essa é fácil. Estamos no meio de um período de easy money e mais cedo ou mais tarde a política monetária americana vai se normalizar.

e

iii) os gastos do governo estão além do sustentável e serão reduzidos nos anos seguintes.

Essa é a mais difícil de acontecer na minha opinião.

Meus caros,
Não estou aqui para defender ninguém, mas acho que o ponto básico do Leo é que a tal historinha do restaurante é só uma evidência anedótica fraca. Só isto. Se tudo que foi falado é verdade, a única conclusão possível (acredito) não é que o câmbio é sobrevalorizado, e sim que devemos, o mais rápido possível, buscar fazer negócios com o anônimo que contou a história (pagou 80 pratas por um prato ruim de um restaurante desconhecido). Se ele quizer, tenho muitas coisas para vender (não tenho, mas arranjo rápido), por um preço muito camarada (podem até parecer altos, mas sabe como é, tem a sobrevalorização cambial).
Saudações.

1- Restaurante não é evidência anedótica. É apenas um exemplo entre inúmeros que podemos usar em relação a non-tradables. Se quiser, pode usar o preço de um ingresso para show, por exemplo.

2- Não tive escolha em relação ao restaurante porque não fui eu que escolhi, e sim um amigo que estava fazendo aniversário. De todo modo, não conhecia a qualidade nem os preços previamente.

Este comentário foi removido pelo autor.

Gente, está havendo guerra de preços nos lanches tradicionais das grandes fast-food, seria efeito do câmbio? rs, rs, rs
Só uma piadinha.
Quanto à frase do post: "Eu gostaria que o BC,..."; complemento: "... e que adotássemos o modelo chinês de 'flutuação' de moeda, trocando o real por renmimbi, oras!".

O que me impressiona é o sanduíche de frango do Subway custar R$5,00.

Ele é tradable ou non-tradable? Eis a questão.

abs

Leo