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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Pérolas do planejamento selvagem

Escreve o Valor sobre evento que reuniu algumas das maiores intelectualidades heterodoxas do mundo.

Vejam o que o Valor tem a dizer sobre o Professor 0reir0 (grifo meu):

Oreiro, do grupo dos novos-desenvolvimentistas, propõe uma polêmica queda dos  ganhos reais dos salários. Diz que a taxa real efetiva de câmbio do país,  sobrevalorizada em 48%, enfraquece perspectivas de retomada de um crescimento  mais vigoroso da economia e dificulta a reindustrialização. O real  sobrevalorizado, no argumento do economista, seria inviável para a indústria  manter os atuais padrões de ganho real dos salários dos últimos anos e ampliar a  sua competitividade.

Não é algo a ser feito da noite para o dia [...]. Estamos vivendo um momento  de realinhamento das taxas cambiais no mundo, invariavelmente isso vai afetar os  salários. A redução do ganho real de salários, em torno de 20%, deve ser algo  para ser feito em cinco, seis anos”, disse Oreiro, no seminário da FGV.

Em bom inglês, 'what the fuck?'


Será que ele engole a espada por 20% menos?

18 comentários:

Este comentário foi removido pelo autor.

Alguém sabe como puxa a tomada da impressora do BACEN?

CASTELO BRANCO MANDOU 01 ABRAÇO

Até eu, que sou advogado, sei que esse porquinho só fala bobagem.
"taxa real efetiva de câmbio"...?????
Quem é que determina a taxa real, ele, os deuses, enfim, quem?

OFF:
No tópico anterior, uma postagem me chamou a atenção:
"A bolha imobiliária no Brasil estava claro desde 2009. Entretanto, a maioria foi iludida pelos seguintes argumentos que passo a desmistificar.

1 – Existe um déficit habitacional: Eu escuto essa conversa desde meus tempos de estudante de universidade e o mais estranho é que o valor do alegado déficit permaneceu o mesmo durante décadas – 6 milhões. O Censo 2010 divulgado pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o número de domicílios vagos no país é maior que o alegado déficit habitacional brasileiro. O censo mostrou ainda que São Paulo é o estado com o maior número de domicílios vagos.

2 – A relação crédito/PIB é baixa no Brasil quando comparada com os EUA: De fato isso é verdade, mas o que realmente importa é qual é a relação crítica entre crédito e PIB? É óbvio que a relação crítica não é a mesma para todos os países e quando se consideram fatores como distribuição da renda e renda per capita, a conclusão é que essa relação crítica que foi 79% para os EUA, é apenas 5% para o Brasil – valor que já foi ultrapassado faz tempo.

3 – O consumo de cimento per capita é baixo quando se compara Brasil e EUA: É um índice completamente sem sentido, pois nos EUA a maioria das casas é construídas com muita madeira e pouca alvenaria. O cimento é usado para outras coisas.

4 – A renda do Brasileiro aumentou: De fato, mas a renda per capita continua 5 vezes menor do nos EUA e 4 vezes menor do que na Alemanha. No entanto, supondo qualidade de residência e vizinhança similar, uma residência custa 3 vezes mais no Brasil quando comparado com os EUA.

5 – Os bancos Brasileiros são mais rigorosos que os bancos Americanos: Nos EUA cada pessoa tem a sua pontuação de crédito individual (credit score). Essa informação é colecionada através de todo pagamento que a pessoa faz à prazo, isso desde sua adolescência. Isso existe há décadas nos EUA e no Brasil está apenas começando com o nome de cadastro positivo. Observe que essa informação é fundamental para qualificar o risco de emprestar dinheiro para uma pessoa. Se no Brasil essa informação nem sequer existe, como os bancos podem ser mais rigorosos com empréstimos? É claro que não são e nunca foram.

6 – No Brasil o LTV (Loan to Value) é baixo quando comparado com níveis críticos de 75% que foram atingidos em países onde houve bolha imobiliária. Não se pode comparar valores de LTV sem levar em consideração a taxa de juros. É óbvio que um mesmo valor de LTV será pior conforme aumenta a taxa de juros. Para encontrar uma equivalência entre dois valores de LTV, cada um associado a uma taxa de juros distinta, podemos impor igualdade no valor total pago pelo financamento. Dessa maneira, conclui-se que LTV(12% ao ano) = 0.44 * LTV(4% ao ano). Portanto, no Brasil um LTV acima de 33% (0.44 * 75%) já é crítico.

Concusão: Existe uma bolha imobiliária no Brasil pelo menos desde 2009. O tamanho pode ser avaliado pelo relatório do FMI publicado em Outubro de 2012, World Economic Outlook, cuja figura da página 13 (Real House Prices across Countries) mostra a evolução real dos dos preços de residências desde 2008 para alguns países. O gráfico mostra que o aumento real no Brasil foi 4 vezes o aumento real nos EUA no período quando ocorreu a bolha imobiliária Americana. O relatório do FMI pode ser baixado do seguinte link:

World Economic outlook, veja figura na página 13
“http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2012/02/pdf/text.pdf

Quais os erros (se é que existem) dessa análise?

Meu caro,

Toda desvalorização cambial implicará em redução do poder de compra dos salários.

É uma questão de prioridade. O Oreiro acha que os ganhos no longo prazo são maiores do que estas perdas de curto.

Portanto, pare de ser idiota e rebata com discussão de alto nível.

Abraço

Leda

Pior q o Oreiro está certo. Para o investidor, salário é apenas um custo. Ou seja, quanto menor, melhor. O problema é que a política ortodoxa seguida desde 1994 prioriza a redistribuição (em favor de rentistas e de trabalhadores que deveriam ser mão-de-obra barata), e não o crescimento, que exigiria concentração de renda nas mãos de empreendedores produtivos, principalmente do setor industrial.

"Pior q o Oreiro está certo. Para o investidor, salário é apenas um custo. Ou seja, quanto menor, melhor. O problema é que a política ortodoxa seguida desde 1994 prioriza a redistribuição (em favor de rentistas e de trabalhadores que deveriam ser mão-de-obra barata), e não o crescimento, que exigiria concentração de renda nas mãos de empreendedores produtivos, principalmente do setor industrial."

70s in a nutshell

Sabe como eh, como o Oreiro eh um economista de primeira linha, um genio da raca, que sabe tudo de teoria e metodologia empirica, nosotros pobres mortais temos que aceitar que o melhor caminho para o crescimento eh aceitar um corte no salario real de 20%. Para tanto, aceitamos sorridentes congelamento salarial por pelo menos 4-5 anos ou mais, dependendo do comportamento da inflacao.

pq deletaram o outro post? eu tava curioso

"...Toda desvalorização cambial implicará em redução do poder de compra dos salários.

É uma questão de prioridade. O Oreiro acha que os ganhos no longo prazo são maiores do que estas perdas de curto..."

Então, que isto seja explicitado. Quando, em sala de aula, eu falo isto, todo mundo se surpreende. O desonesto é quem defende diminuição do salário real (mesmo que o trabalhador alcançasse o paraíso no longo prazo) e encobre isto com exercícios retóricos!

Ele deve pensao que o trabalhador brasileiro é criança em banheiro de shopping.

O Joaquim Levy deu uma aula hoje no Valor de como fazer média com o governo, falou, falou e não disse nada.
Malandro...

"Ele deve pensao que o trabalhador brasileiro é criança em banheiro de shopping."

Nao entendi, favor explicar.

Leda (05/11/2013 às 17:28),
Não é pelo seu belo nome, por coincidência o nome também de minha mãe, que eu concordo com a sua interpretação da fala de José Luis da Costa Oreiro.
Como leigo em economia e em medicina, fica o meu senão a sua acusação de idiota ao, segundo o que me parece, "O" Anonimo. (Não concordo com o que eu vou dizer, mas não custa dizer: "Vá lá que ele não seja").
Clever Mendes de Oliveira
BH, 09/11/2013

Anônimo (05/11/2013 às 17:32),
Como leigo achei a sua crítica um tanto esdrúxula, mas vejo nela um pouco de razão. Eu também considero que a renda mais concentrada favorece o crescimento via um ritmo maior de investimentos.
Agora, a renda mais concentrada parece-me que faz o crescimento atingir o pico mais rapidamente e causa recessão com mais freqüência. Por questão de justiça, é melhor um crescimento mais igualitário e, por isso, mais lento, mas também por isso, mais contínuo por mais tempo. E como justiça e eficiência apesar de antagônicas no curto prazo são convergentes no longo prazo quando a justiça é assegurada desde o início, penso que o caminho da distribuição de renda é o caminho mais apropriado para uma política de esquerda.
Considero, entretanto, que a política econômica da desvalorização cambial que vai aumentar os lucros das grandes empresas exportadoras e que vai necessitar de aumento de juro para reduzir consumo e assim permitir o excedente para a exportação, privilegiando os rentistas (Seriam eles os rent seekers?), não constitui uma política concentradora na sua totalidade. Um governo com uma boa carga tributária para sustentar políticas públicas de educação, saúde e saneamento de qualidade e ampla e políticas focadas de distribuição de renda pode melhorar a distribuição de renda em um país, ao mesmo tempo que produz uma taxa de câmbio impulsionadora do crescimento econômico. Creio que é esta a visão de José Luis da Costa Oreiro e com a qual eu concordo e me parece que ele a concebe e a expõe como uma política de esquerda.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 09/11/2013