A
escolha natural para esta coluna seria alguma análise acerca de mais um
“pibinho”, mas vou tratar de um caso bastante específico hoje, muito por
frustração pessoal, mas também porque acredito que o episódio em questão ajuda
a ilustrar algumas das forças que contribuem para o baixo desempenho da
economia brasileira.
Tendo
passado o fim de semana em Londrina, me preparei para pegar o voo 1141 da GOL,
cujo horário de saída estava marcado para 5:15 da manhã, chegando a São Paulo
6:20. As condições meteorológicas, porém, não permitiram o pouso do avião
durante a madrugada, de modo que o voo para São Paulo foi cancelado.
Até
aí, o caso ilustra apenas as conhecidas insuficiências de infraestrura que
permitem que uma cidade do porte de Londrina (cerca de 500 mil habitantes) não
tenha os instrumentos requeridos para pouso com visibilidade limitada.
Lamentável, mas óbvio.
O revelador,
no caso, foi a postura da empresa. Sabendo do cancelamento, não se preocupou em
colocar mais funcionários para atender os passageiros, produzindo filas verdadeiramente
épicas. Também em momento algum parece ter cogitado enviar outro aparelho (o
aeroporto já estava aberto pela manhã), permitindo a seus clientes voar a São
Paulo, mesmo com atraso.
Com
os demais voos tomados, a “escolha” oferecida aos passageiros era simples:
ficar na cidade mais um dia e perder todos seus compromissos, ou ser despachado
de ônibus. Guardadas as devidas proporções, não é distinta, em natureza, da
“escolha” que nos dá o salteador entre a bolsa e a vida.
Finalmente,
muito embora o custo do transporte terrestre seja uma fração do aéreo, não
apenas a empresa não ofereceu reembolso (nem total, nem parcial), como recusou
pedido a respeito, na prática lucrando com a perda dos clientes que, sem
alternativa, tiveram que aceitar as quase 7 horas de viagem a São Paulo.
Mesmo
dormindo um pouco, sobrou assim tempo para refletir acerca do ocorrido, em
particular como uma empresa pode abusar desta forma da clientela. Parece um
comportamento míope: há um lucro instantâneo, mas, olhando mais à frente, o
risco de perda dos clientes em face da completa falta de respeito poderia levar
a prejuízos mais relevantes, já que alguns clientes (eu, por exemplo)
simplemente abririam mão de voar pela GOL.
Foi
aí me lembrei de uma lição básica: se o economista acredita ter achado uma
irracionalidade no comportamento de uma empresa, muito provavelmente não
entendeu a questão. E a triste verdade é que a empresa não precisa se preocupar
com a perda de clientes.
Ao
contrário de outras, que atuam em segmentos extremamente competitivos, a GOL
opera num ambiente de competição mínima, em que os incentivos para o bom
tratamento do cliente são quase inexistentes. Enquanto em setores competitivos
as empresas são forçadas a inovar para lucrar, já que a concorrência força
permanentemente as margens para baixo, nos demais observamos o oposto. Não por
acaso, no segmento de transporte aéreo os abusos no atendimento são norma, não
exceção.
Economias
em que prevalecem setores pouco competitivos são caracterizadas pelo reduzido
incentivo à inovação e aos ganhos de produtividade, resultando em baixo
crescimento da capacidade de produção, ou seja, as tais limitações de oferta,
visíveis nos números do PIBinho.
Com
a desaceleração do crescimento da população em idade ativa e a redução drástica
do desemprego resta apenas o aumento da produção por trabalhador para
impulsionar o produto. O incentivo à competição deveria, pois, ser o elemento
central de qualquer política que visasse acelerar o desenvolvimento.
Testemunhamos,
ao invés disto, iniciativas no sentido de fomentar “campeões nacionais”,
protegidos da concorrência. À luz disto, é ainda possível se surpreender com nosso
desempenho medíocre, ou a verdadeira surpresa é termos chegado tão longe?
Vai comer ou quer que embrulhe? |
(Publicado 5/Jun/2013)
38 comentários:
Alexandre,
Tive um problema semelhante. Nesta segunda-feira minha Mãe veio de Campinas para Curitiba, seu voo estava marcado para partir as 12h45, chegando 13h15. Deixei tudo preparado para buscá-la no aeroporto. Estava quase chegando, ela me ligou e disse que atrasaria 1h por condições meteorológicas, então resolvi almoçar para gastar o tempo extra. Conclusão, a 1h de atraso virou 3h, e perdi todos os meus compromissos dessa tarde. Por coincidência, também era um voo da GOL, pois como disse, se não voar com a GOL as opções são TAM e AZUL, e em muitos lugares nem todas operam. A providência dada pela empresa foi pagar uma almoço de R$ 25,00.
Custo Brasil...
Quando a Gol começou ela tinha a intenção de ser uma compania aérea "low cost", e ela conseguiu ser durante algum tempo. Eu morava na California e voava bastante pela
Southwest que é considerada um modelo de compania aérea "low cost" nos EUA.
Vim ao Brasil e fiz um vôo ida e volta de São Paulo ao Recife e achei muito parecidas as 2 companias.
Preços abaixo da concorência para quem compra pelo site, pouco serviço de bordo, aviões Boeing 737 em toda a frota, na Southwest não há assentos marcados, as pessoas entram no avião e sentam onde querem (isso pode dar brigas no Brasil?). Mas o modelo "low cost" se perdeu e a Gol agora é apenas uma compania que tenta maximizar os lucros a qualquer custo. Eles terminaram o ano passado no vermelho e criaram novas regras para economizar, pelo que li a respeito em alguns aeroportos existe uma recomendação aos pilotos de que na aterrisagem evitem usar o reversor que ajuda a brecar o avião para economizar conbustível, brecando apenas com os freios!
Inacreditável!Tenho certeza de que esse procedimento é muito mais arriscado, basta perguntar a um piloto. Todas as pessoas que conheço atualmente que voam pelo Brasil evitam voar pela Gol e preferem TAM, Azul ou Avianca.
Mas como mostra muito bem o seu artigo, a competitividade no setor é baixa no Brasil, então em algumas rotas não há outra opção a não ser voar pela Gol. O que eles fizeram com a Web Jet tambem foi lamentável, pois compraram a compania (que era a única Low Cost de verdade no Brasil) para depois fecha-la e ficar com as "slots" de aterrizagem e decolagem. Parece que a aviação no Brasil está mesmo a deriva...
Prezado Alexandre Schwartsman
É com um sentimento de vergonha e impotência que leio seu comentário sobre a sua malfadada experiência com a companhia aérea Gol. Digo isso porque trabalho para ela e sei exatamente do que o senhor está falando.
Após décadas de serviços prestados à Varig, essa sim uma empresa que se preocupava em agradar e fidelizar seus clientes, eu e muitos colegas fomos impelidos (a palavra foi escolhida a dedo - o médio, se é que o senhor me entende) a trabalhar para a Gol. Em palestras aos funcionários, os altos dirigentes se jactam ao dizer que há um esforço para tornar a Gol a melhor companhia para se viajar, trabalhar e investir. O senhor teve uma pequena amostra de que o discurso não reflete absolutamente a realidade.
Peço sinceras desculpas ao senhor, mesmo não tendo nenhuma participação no ocorrido. É que eu e tantos colegas ex-variguianos nos sentimos na obrigação de prestar um bom serviço e nos sentimos frustrados quando isso nos é cerceado.
Nós continuamos sem receber nossos direitos trabalhistas e nosso fundo de pensão, para o qual contribuímos uma vida inteira. Para sobrevivermos, temos que nos submeter a trabalhar para empresas como Gol e TAM, que diferem muito pouco no (mal) atendimento aos usuários. Infelizmente, prezado Schwartsman, da Varig, ninguém mais se lembra. E nem de nós.
Abraços
a Varig se preocupava muito com os clientes. A Varig tambem nao dava lucro nenhum.
As cias aereas adotaram o modelo da aviacao israelense: pouco tempo no solo para fazer muitas saidas. O resultado final e a reducao do custo medio da passagem, aumentando as taxas de ocupacao e reduzindo o numero de aeronaves necessarias para tocar o sistema.
A troca exigida e que quando uma aeronave se atrapalha por tempo ruim ou problemas mecanicos, isso afeta a cadeia inteira de viagens que aquela aeronave faria no dia. Um atraso em Londrina-Congonhas por tempo ruim em Londrina pode acabar afetando um Brasilia-Curitiba no final do dia sendo que as duas cidades estao com tempo perfeito.
Eu nunca faco reservas para o mesmo dia das minhas reunioes - estou velhaco.
Pequeno parenteses:
Tecnicamente, toda performance de pouso de um aviao é calculada e certificada sem uso de reverso. Portanto, nao ha mal na decisao da Gol de nao usar reverso. Vao, entretanto, gastar mais freio.
Tomaz
Tenho uma curiosidade sobre este assunto. Há poucas empresas aéreas por proteção governamental, como no caso das montadoras, ou simplesmente por uma questão de tamanho do mercado?
O que me parece estranho é que, ao contrário das montadoras, as companhias aéreas frequentemente reportam prejuízos. À primeira vista, não parece condizente com um setor protegido, com altas barreiras de entrada. Mas não entendo muito do assunto.
As margens nas aéreas já são muito apertadas, apesar da pouca concorrência.
Acho que todo mundo que viaja tem uma história semelhante.
Bom, para isso supostamente haveria a ANAC, mas como todas as outras em maior ou menor grau, ela foi capturada pelos interesses dos regulados.
Reclamar com quem?
As Agências, no papel, até são uma boa ideia, mas falta accountability. Por isso tenho minhas dúvidas se não seria melhor a regulação voltar aos Executivos, esses pelo menos tem que encarar as urnas.
Agora, aproveitar a deixa para criticar os "campeões nacionais" é forçar um pouco a barra oposicionista...
Alex,
Nao sei se contribui para a questao da irracionalidade, mas mesmo sem concorrencia, essa empresa reporta prejuizos, nao cria valor e passa por uma reestruturacao em diversos niveis.
MF
Alexandre
Eu discordo! O que e preciso, no caso das linhas aereas e mais interferencia do governo. Mais regulamentacao. O que voce tentou fazer na sua coluna foi interessante mais a logica do caso especifico nao esta 100% correta. Existem industrias cuja estrutura geralmente nao suporta, a longo prazo, competicao. Industriuas com altos custos fixos e network frequentemente sao assim: telecomunicacoes fixas e, no longo prazo, moveis; linhas aereas, Internet search, sao alguns exemplos.
Mesmo nos estados unidos, onde o numero de linhas aereas e bem maior que noi Brasil, e muito comum ver mercados altamente concentrados se definidos na base de rotas individuais.
Assim, a receita "mais competicao e menois protecionismo" pode ser correta como generalidade, mas no seu caso especifico, a receita deve ser "mais regulamentacao." Eu nao sei qual e a solucao estrutural para as linhas aereas (e pras telcos), mas EM TEORIA pelo menos, nao e obvio qiue a solucao otima nao e um monopolio regulado, ou talvez um monopolio regulado que mantenha os servicos de infrastrutura (as aeronaves, sua operacao e a infrasturtura), talvez complementado por um numero de varejistas. Meio qiue adpatar a solucao inglesa as telecomunicacoes (de separaco estrututral da BT wholesale).
Obviamente essas sao so solucoes teoricas, mas as coloco so pra ilustrar o ponto que nao e obvio que ha uma estrutura de mercado sustentavel economicamente (ROIC>WACC for all) e estavel (no winner takes most/all) com varias linhas aereas competindo em todas ou na maioiria das rotas.
Intermodal e tambem uma solucao viavel pra estabelecer competicao imperfeita, mas a sua viagem de onibus mostra as limitacoes.
Tambem tive um problema semelhante com a gol que me fez passar o dia todo preso no aeroporto e perder uma importante reuniao. Depois deste dia NUNCA mais viajo de Gol. Pago mais caro, mas nao entro num aviao da gol.
A Gol só dá prejú. Mais um pouco quebra também.
Alexandre,
Ontem mesmo durante o almoço eu estava pensando sobre essa formula brasileira de criar a proteger gigantes, muitas vezes, dormentes pelo próprio tamanho. A minha linha de pensamento seguia por conta dos Correios que sempre alardeiam prestar um excelente serviço a sociedade, mas que na prática se traduzem em péssimo atendimento de balcão, demoras, atrasos, roubos e extravios de mercadorias e correspondências - o serviço talvez seja considerado bom pela simples falta de outro player para comparação.
Os exemplos são variados e não há também como não lembrar do protecionismo para a industria automobilística nacional, criando barreira gigantescas para os veículos importados exatamente no momento em que a industria nacional começava a se movimentar para seguir o nível de evolução e oferta de produtos inovadores que são tão comuns no exterior. Tenho a impressão o nosso governo, com essas políticas, teima em acelerar o país sem baixar o freio de mão!
Abs.
Fabio
Alex,
Você está coberto de razão. A Gol tem atendimento péssimo.
Abs
Excelente artigo! De um fato já em vias de ser dado como "trivial", Alex tira e dá lições de grande alcance.
Lembro-me das mordomias das viagens aéreas antes do choque do petróleo. Serviam vinho francês de primeiríssima linha na classe econômica. E as aeromoças?!!! (Não existiam essas comissárias de bordo.) Saudosismo é uma droga, mas as meninas eram lindas; pena que vocês não viram...
E petróleo a alguns dólares o barril era o combustível que movia os 707's (e os Cadillac's)e promovia todo o glamour daqueles anos dourados!
Meninos, eu vi!
Ótimo artigo, que não só ilustra o que 99,9% de nós passageiros, com diferentes graus de desrespeito, já passamos, como explica de forma clara e objetiva os entraves da falta de competitividade. Eu só pergunto: mas o que isso tem a ver com a "escolha de campeões"? Deve ser ignorância minha, mas essa concentração no setor aéreo não me parece coisa do BNDES. Acho que isso sempre foi a norma aqui. Nem o governo do FHC conseguiu mudar. Pelo que me lembro, nos tempos dele havia também quatro companhias aéreas, entre falências e novas companhias surgindo. Enfim, ainda falta quem tenha capital político para enfrentar o conluio Infraero-companhias aéreas.
Olá, Alexandre!
É realmente lamentável a situação do aeroporto de Londrina.
Eu, a exemplo de outros londrinenses, frequentemente enfrentamos essa situação.
Em qual evento você participou aqui? Ou foi uma viagem particular?
A solucao e' estatizar a GOL.
Alex,
acho que a competicao nesse mercado é algo raro de se ver, inclusive em outros países. Quando ocorre parece durar pouco, e logo uma empresa precisa ser socorrida ou comprada por outra (mais concentração).
Alexandre,
Vc tem toda a razao de estar insatisfeito com a Gol. Mas o mesmo incidente inevitavelmente iria acontecer com as outras cias. Como vc colocou elas nao se diferenciam uma das outras
Infelizmente, no entanto, isso se traduaz em lucro para as empresas. No ultimo trimestre a Gol esta comemorando um crescimento de 4% na sua receita operacional que fez com que seu prejuizo liquido fosse de apenas 75 milhoes no 1o tri 2013, comparado com um prejuizo de 447 milhoes no 4o tri 2012. Na mesma linha de resultados segue a Tam (LATAM).
O grande objetivo das cias aereas hoje eh diminuir a oferta de voos uma vez que a grande maioria deles nao eh lucrativo.
E onde chegamos com isso: a velha questao da falta de investimento no Brasil.
Uma vez que as unicos centros desenvolvidos do pais sao Rio de Janeiro e Sao Paulo, essa acaba sendo a unica rota verdadeiramente rentavel para as cias (ainda mais partindo de congonhas onde tem semi-exclusividade).
Se nao existem ferrovias, hidrovias, rodovias pessimas interligando o resto do pais e os centros de inteligencia ficam restritos a 2 cidades com pequenos focos em outras capitais nao tem como o fluxo de passageiros ser bom e como as cias ter empresas rentaveis soh baseado no fluxo de turistas de fim de semana.
Infelizmente, quem planta colhe...
Open skies pelamordedeus
Olhem só os preços da ryanair:
http://www.ryanair.com/pt
Alex, deixa de ser babaca. A GOL é uma empresa privada que presta serviços a seus clientes, paga impostos e gera empregos. Ela não faz nada mais q sua obrigação de maximizar seus lucros minimizando seus custos. Se não fizesse isso, seria eliminada do mercado. Viagem aérea é arriscada, vc perdeu o vôo, mas ficou vivo e em boa saúde, ou seja, podia ter sido pior. Já acho desnecessário a empresa pagar transporte terrestre para seus clientes. O cliente pagou a passagem, assumiu o risco. Perdeu o vôo, perdeu o dinheiro. E ponto final. O que não pode é dar azar, não assumir suas responsabilidades e culpar os outros pelo seu leite derramado. Isso reflete fraqueza de caráter.
neste país nada funciona direito mesmo, mas o setor aéreo é algo complicado em qualquer lugar, tanto que empresas deficitárias são a regra.
concordo em muitos pontos com anônimo da 10:51. a princípio não chegaria ao monopólio, mas minha leviana percepção é de que se trata de um caso para mais estado.
;^/
Krk, entrou na justiça? É ganho certo. Mesmo sem concorrência, é a passividade do consumidor q garante esse equilíbrio ruim.
Anon das 14:53, se fosse assim a Azul estaria no vermelho.
Oooops, parece que ela está.
O pib potencial pode ser menor que 3,5%?
Alex, o que vc usa como indicadores antecedentes do PIB?
Gosta de Ibovespa?
Alex,
Infelizmente seja no Brasil, no México, nos EUA ou mesmo na China o problema com as Cias Aéreas é o mesmo, como também o problema com as operadoras de telefonia seja móvel, fixa, banda larga ou cabo, como ainda não temos a disponibilidade de um serviço "ubiquitous" (segundo consta só ele é capaz), todos esses provedores de serviços estão buscando reduzir os seus custos e maximizar os seus lucros e quem sabe por último se preocupar com o cliente.
Faz tempo que estou adotando a Azul no lugar de GOL e TAM, mas quando o problema está relacionado com o ATC (air traffic control) isso se torna imponderável, pois como a Aeronáutica não tem como investir na modernização dos equipamentos dos aeroportos, e mesmos nos que foram e serão concedidos o controle do tráfego aéreo ainda continuará sendo uma atribuição da Aeronáutica, do DCEA e outros orgão e os controladores de vôo serão sujeitos que ganham uns míseros R$ 36.000,00 a talvez R$ 50.000,00 por ano, com inglês sofrivel e educação equivalente em comparação por exemplo com controladores civis americanos com sálarios acima de US$ 100,000 vai ficar díficil o pessoal conseguir resolver problemas complexos de gestão e logística, pois eles não são remunerados ou bonificados para controlar a malha, apenas para impedir desastres.
Em geral em função disso todos os viajantes com maior milhagem estão mudando as rotinas para não depender ou crer melhor dizendo que se pode tomar um vôo pela manhã e voltar na mesma noite, já que não existem sistemas para permitir pouso em condições metereológicas adversas, porém não extremas como na maioria dos aeroportos mais importantes do mundo.
Eu também vi e voei nos Electras, mas não sinto saudades dos preços absurdos da ponte aérea, apenas do Teachers para relaxar e das poltronas super confortáveis ou do bate papo no "lounge" traseiro.
Mas concordo com OPEN SKIES e com uma regulamentação séria, mas infelizmente não temos Joaquins Barbosas suficientes em todas as autarquias para fazer essas empresas respeitarem as regras e os clientes.
Alex,
é possível uma queda de braço no mercado de câmbio quando um dos parceiros tem $400 b na manga? O que vc acha que está acontecendo? Será que o piquenique à beira do vulcão de que falou Luis Stulhberger está no fim?
Abs.
Ao pessoal que fica dizendo que a Gol "maximiza lucros" como se isso fosse um pecado: qual empresa capitalista não procura isso? Podem xingar o Marx, mas ele entendia mais de capitalismo que vcs.
Alex,
Saquei teu ponto e concordo contigo... Mas pergunto o seguinte, e o setor bancário?
Em papo de bar, meus amigos sempre me perguntam: pq o juro é tão alto no Brasil? Respondo: sei lá, pra mim é devido a racionamento de oferta (assimetria de informação), ausência de concorrência (5 grandes bancos que controlam o mercado) e o governo gigante (drenando recursos). Mas como este setor de lucros bilionários, relativamente seguro, não atrai concorrência externa?
Vi que o pessoal se referia a montadoras e tal... se parar e listar, quase toda economia brasileira é ineficiente devido as barreiras governamentais... será que aqui vai ser sempre assim, o consumidor pagando o pato pela ineficiência que o governo impõe ao mercado?
Iconoclastas (05/06/2013 às 2013 15:22),
Pelo que eu lembro ou eu li apressado ou faltou-me estudo para entender ou falta Estado para você, se foi isto mesmo que eu li:
"mas minha leviana percepção é de que se trata de um caso para mais estado".
Ato falho ou falha no ato de digitar ou há outros Iconoclastas utilizando indevidamente seu nome em plagas diversas ou faz aqui abrigo Iconoclastas com mais sensatez?
Clever Mendes de Oliveira
BH, 05/06/2013
"...Já acho desnecessário a empresa pagar transporte terrestre para seus clientes. O cliente pagou a passagem, assumiu o risco. Perdeu o vôo, perdeu o dinheiro. E ponto final. O que não pode é dar azar, não assumir suas responsabilidades e culpar os outros pelo seu leite derramado. Isso reflete fraqueza de caráter..."
Há, Há, Há. Cada um que aparece por aqui. Gostaria (MUITO) de poder fornecer qualquer bem ou serviço para quem postou este comentário. Qualquer coisa a preço 50% menor que aqueles praticados no mercado!!!!! Pagamento antecipado, lógico. Há, Há, Há.
Saudações
Alex,
Da uma olhadinha nisso
http://www.melhoresdestinos.com.br/codigo-brasileiro-aeronautica.html
Seria quase um milagre.
Perder cliente ??? Como ?
Sair da GOL e ir onde ??
Para a TAM ? Quem mais ?
Oligopólio é isso !
Mas tem "boa" notícia!! - o BB vai "gerenciar" 2.7 bilhões na construção de uns 800 aeroportos regionais que à ameça de uma chuvinha... não vão funcvionar. AS empreoiteiras contribuidoras de campanha... agradecem. Ou mehor, agrade - no singular pois sabemos quem vai ganhar a licitação.
Alexandre, infelizmente seu comentário sobre leis econômicas no setor aéreo demonstra sua ausência de conhecimento das particularidades e funcionamento de tal setor ou voce simplesmente quis polemizar o tema. Notei que algumas respostas já deixaram bastante claro as ineficiencias intrínsecas do setor, exemplos não faltam, American Airlines e Ibéria são casos clássicos de que no longo prazo todas as cias aéreas estão fadadas a falência, tendo competição ou não.
Agora, cá entre nos, achar que uma cidade de 500 mil habitantes deveria ter um aeroporto moderno, como prova de boa infraestrutura, só pode ser piada. Muito provavelmente este aeroporto é deficitário assim como todas as rotas que por ele passam. Caso você não saiba as cia áreas são obrigadas a manter uma freqüência mínima de vôos mesmo nas rotas que sempre dão prejuízo.
Sinceramente, sua analise foi superficial e feita no calor da emoção de um problema pessoal.
João Paulo Rodrigues (05/06/2013 às 13:17),
Concordo com você.
Acho que Alexandre Schwartsman aproveitou o acontecido e a oportunidade de não ter nada para fazer na viagem de ônibus e mais ainda o amparo intelectual de crítica recente de Paul Krugman à política de campeões nacionais para soltar a verve sem muito comprometimento com análise econômica do fato.
Eu que sou leigo em economia não vou fazer essa análise, mas vou parodiar o economista português Miguel Beleza. Minha paródia será em relação ao Paul Krugman e não em relação ao Alexandre Schwartsma como base no que que disse Miguel Beleza em entrevista que ele deu e foi indicada pelo Anônimo do comentário enviado quarta-feira, 29/05/2013 às 01:42, lá no post “Paladinos da estagflação” de quarta-feira, 22/05/2013, aqui no blog de Alexandre Schwartsman. Segundo Miguel Beleza, falando sobre a crítica que Paul Krugman faz ao euro:
“É claro que estamos mal, mas é preciso notar que o Krugman tem uma fixação contra o euro, aliás típica dos americanos. E, apesar da minha admiração por ele, na minha opinião não tem razão”
Sou leigo e sem a competência do Miguel Beleza nem a proximidade dele de Paul Krugman sequer para fazer a paródia, mas não resisto em dizer que a crítica de Paul Krugman à política do campeão nacional não me parece ser de alguém com bom conhecimento sobre o assunto.
A crítica de Paul Krugman aos campeões nacionais pode ser vista no post "Paul Krugman e o clima de guerra entre economistas" de sexta-feira, 22/03/2013 às 08:30, no blog de Luis Nassif em que o comentarista Marco Antônio Nogueira transcreve entrevista de Paul Krugman à revista Exame. O endereço do post "Paul Krugman e o clima de guerra entre economistas" é:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/paul-krugman-e-o-clima-de-guerra-entre-economistas
Enfim a opinião de Paul Krugman sobre a política de campeões nacionais não é um bom fundamento para Alexandre Schwartsman se escorar.
E ainda como opinião de leigo, mas sem paródia, eu avalio como mais preciso, específico e bem fundamentado o artigo do professor David Kupfer intitulado “Campeões nacionais e multinacionais” e que foi publicado no jornal Valor Econômico de segunda-feira, 13/05/2013, trazendo uma explanação sobre a política de campeões nacionais. O endereço do artigo “Campeões nacionais e multinacionais” no site do jornal Valor Econômico se bem que só para assinantes é:
http://www.valor.com.br/opiniao/3120336/campeoes-nacionais-e-multinacionais
Outro problema na análise de Alexandre Schwartsman é que ele quer ter no Brasil o que ele desfrutou nos Estados Unidos. Costumo mostrar a diferença dizendo que se daqui a cinquenta anos o Brasil conseguir enviar o homem a lua terá realizado uma proeza que os Estados Unidos realizaram há quase meio século. Há uns vinte anos digo isso e só ainda não mudei os anos para frente.
Quanto a Paul Krugman não chega a ser problema para ele analisar o mundo pela realidade americana. É lá que ele vive, é lá que ele conhece bem. O que talvez tenha passado a ele fespercebido é a importância das Forças Armadas americana na construção do poderio empresaria do irmão do norte.
Sem desmerecer a capacidade de inovação e de empreendedorismo americano, mas certamente as Forças Armadas americana funcionam, via compras públicas licitadas, mas direcionadas, como um banco de fomento para o surgimento de campeãs nos Estados Unidos de forma muito mais expressiva do que dez BNDES.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 06/06/2013
"Alex, deixa de ser babaca. A GOL é uma empresa privada que presta serviços a seus clientes, paga impostos e gera empregos. Ela não faz nada mais q sua obrigação de maximizar seus lucros minimizando seus custos. Se não fizesse isso, seria eliminada do mercado. Viagem aérea é arriscada, vc perdeu o vôo, mas ficou vivo e em boa saúde, ou seja, podia ter sido pior. Já acho desnecessário a empresa pagar transporte terrestre para seus clientes. O cliente pagou a passagem, assumiu o risco. Perdeu o vôo, perdeu o dinheiro. E ponto final. O que não pode é dar azar, não assumir suas responsabilidades e culpar os outros pelo seu leite derramado. Isso reflete fraqueza de caráter."
Estou vendendo um carro usado. Para você, em caso de pagamento antecipado, dou um desconto bem camarada.
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